Pós-Graduação em Estudos Rurais

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PPGER - Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais

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    As percepções dos agricultores familiares do município de Ladainha – MG acerca do Programa Nacional de Alimentação Escolar: uma análise de conteúdo
    (UFVJM, 2019) Silva, Mariane Rodrigues; Murta, Nadja Maria Gomes; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Murta, Nadja Maria Gomes; Silva, Daniel Ferreira da; Teixeira, Romero Alves
    As práticas da agricultura no âmbito familiar sempre estiveram presentes no cenário mundial e brasileiro enquanto modo de vida e desde a década de 1960 passaram a ser tensionadas por uma ordem baseada nas inovações tecnológicas introjetadas no campo pela Revolução Verde. A modernização conservadora no campo ocasionou mudanças na realidade agrária e agrícola do país excluindo deste processo os segmentos da Agricultura Familiar. O Estado brasileiro por sua vez, cumpriu o papel de fomentar a agricultura moderna, ao passo que também criou políticas agrícolas destinadas para Agricultura Familiar que se reorganizaram frente às novas condições de vida no campo. Na atualidade, para além de programas específicos a este segmento, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), destacamos o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que em 2009 ao ser reformulado pela Lei n° 11.947, incorporou a Agricultura Familiar determinando que do total dos recursos destinados à aquisição de gêneros alimentícios para alimentação escolar, no mínimo 30% deveriam ser adquiridos na produção agrícola de base familiar e seus empreendimentos familiares rurais. Reconhecendo a importância da Agricultura Familiar e dos sistemas alimentares locais, o PNAE é considerado na atualidade, um dos maiores programas de apoio a Agricultura Familiar, constituindo um novo canal de comercialização institucional. A presente dissertação tem como objetivo desvelar as percepções dos Agricultores Familiares do município de Ladainha MG acerca do PNAE. O estudo partiu de uma abordagem qualitativa e contou com levantamento bibliográfico e pesquisa de campo. A estratégia analítica consistiu na Análise de Conteúdo proposta por Bardin que permitiu a elaboração de seis categorias e sete subcategorias a partir das entrevistas com os Agricultores Familiares. Os estudos demonstraram que na percepção dos Agricultores Familiares, o PNAE vem contribuindo para a promoção da Segurança Alimentar, valorização dos hábitos alimentares locais e no fomento à Agricultura Familiar do município, sobretudo, na geração de renda através da comercialização institucional local. Apesar das dificuldades climáticas, sazonais, logísticas, dentre outras, estes afirmam que a partir da participação no programa, passaram a produzir tendo a certeza de que teriam um canal de comercialização.
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    Agricultura familiar e política pública: o Programa de Aquisição de Alimentos - Datas/MG (2003-2019)
    (UFVJM, 2019) Santos, Ângela Aparecida; Chaves, Edneila Rodrigues; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Chaves, Edneila Rodrigues; Martins, Marcos Lobato; Melo, Thiago Vasconcelos; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Galizoni, Flávia Maria
    O estudo aborda a agricultura familiar e política pública com investigação para o modelo de agricultura familiar em âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para a sociedade de Datas– MG, no período de 2003 a 2019. Os objetivos específicos foram: caracterizar a estrutura fundiária e investigar a configuração da produção agrícola em Datas; abordar as políticas públicas para a agricultura familiar e analisar o PAA como política pública em nível nacional; investigar o Programa na esfera da gestão, desempenhada pelas instituições locais Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e Centro de Referência de Assistência Social (Cras); investigar o Programa na esfera dos beneficiários, com a identificação do perfil dos agricultores, fornecedores de alimentos, bem como a identificação do perfil das famílias consumidoras destes; analisar o PAA quanto às limitações observadas pelos agricultores e pelas famílias consumidoras e formular proposições para melhor desempenho local do Programa; e investigar seus impactos para os beneficiários, com base na análise realizada. Para realização deste trabalho foram utilizadas informações obtidas a partir de material bibliográfico, de dados estatísticos e de pesquisa de campo.Foram consultados materiais bibliográficos que abordam a temática e dados dos censos agropecuários de 1995/1996 e 2006 (IBGE), dados fundiários do banco de Dados da Luta pela Terra- Dataluta para os anos de 1992, 1998, 2003, 2012 e 2014; e dados do relatório ano agrícola 2016/2017 da Emater-MG.Na pesquisa de campo foram submetidos questionários estruturados com questões abertas à Emater-MG, Cras e às famílias consumidoras. Aos agricultores familiares foi submetido questionário com questões abertas e fechadas. Em termos de resultados e de conclusão, verificou-se que no cenário agrícola de Datas, há a predominância do segmento da agricultura familiar. Os principais produtos fornecidos pelos agricultores para o PAAsão frutas e hortaliças. O Programa incentivou a produção dos agricultores familiares, com aumento da produção agrícola e introdução de novas culturas nas unidades de produçãomunicípio. O Programa apresenta limitações que resultam nas dificuldades encontradas pelo Crasna sua esfera de gestão. Tais limitações dizem respeito à insuficiência de produtos para atender a todas famílias cadastradas, isso devido à participação de poucos agricultores familiares como fornedores para o Programa. As famílias que se beneficiam apontam vários benefícios para o grupo familiar, entre eles, a melhoria na alimentação, mas o Programa não é eficiente para atender a todas as famílias cadastradas. Propõe-se favorecer a participação de um número maior de agricultores para ampliar fornecimento de produtos para que mais famílias cadastradas sejam contempladas pelo Programa e favorecer o fortalecimento dessa agriculturade forma continuada.
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    Vida talhada com as mãos: as representações sociais da feira livre de Capelinha-MG
    (UFVJM, 2019) Ferreira, Keyla Karla Fernandes; Lima, Josélia Barroso Queiroz; Magnani, Maria Cláudia Almeida Orlando; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lima, Josélia Barroso Queiroz; Magnani, Maria Cláudia Almeida Orlando; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Sant' Anna, Paulo Afranio; Servilha, Mateus de Moraes
    Este é um estudo sobre as representações sociais da feira livre de Capelinha/MG, tendo por base os sujeitos feirantes, a fim de identificar quais são os significados atribuídos por estes ao respectivo espaço e de que forma eles possibilitam compreendê-la como produto de interações sociais. Como referencial teórico, baseia-se na sociologia econômica contemporânea, através das contribuições de Abramovay (2004), nos estudos das representações sociais, Moscovici (2010), nas discussões da geografia contemporânea, Massey (2008). A investigação da feira ocorreu por meio da articulação de metodologias qualitativas, documentais e registros das observações de campo. Em campo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e conversas informais, e para analisar os dados, lançou-se mão da análise de conteúdo. Bourdieu também trouxe contribuições para a interpretação dos dados. Portanto, este trabalho encontra-se na interseção das representações sociais e da realidade sociológica da feira. O atual momento da feira também foi investigado e percebeu-se ações a fim de regulamentarem o uso do espaço para a revitalização do mesmo. Conclui-se que a feira livre de Capelinha é uma construção social.
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    O Sistema alimentar e a constituição de relações de trabalho híbridas e laços de solidariedade e parentesco no uso de produção do espaço rural
    (UFVJM, 2018) Dittz, Vítor Sousa; Murta, Nadja Maria Gomes; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Murta, Nadja Maria Gomes; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Cambraia, Rosana Passos; Mattos, André Luis Lopes Borges de
    A presente pesquisa analisa as relações de trabalho híbridas e os laços de solidariedade e de vizinhança presentes nos meios e modos de subsistência de comunidades tradicionais do Alto Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. O objetivo mais geral da investigação é compreender o sistema alimentar local. Considerando que o processo de obtenção de alimentos é bem definido em espaços distintos e delimitados pelo cotidiano do camponês lavrador tais como a lavoura, a horta, o quintal, a mata e o campo, os mesmos foram analisados enquanto espaços familiares de produção, de trabalho e de consumo. Utilizando recursos como a observação participante e a entrevista semiestruturada recorrente individual com os moradores, coletei informações que me permitiram elaborar um estudo etnográfico de cada bairro rural estudado. Por meio do método de análise comparativa entre dois bairros rurais pertencentes ao município do Serro/Minas Gerais, Milho Verde e Jacutinga, ambos com características semelhantes e distintas,discute-se o processo de constituição e evolução das relações sociais e de trabalho híbridas, assim como as suas recentes alterações e transformações no sistema alimentar dessas localidades no decorrer dos últimos cinquenta anos. Tendo em vista o fato de a pesquisa estar intimamente ligada à produção de alimentos e aos sujeitos sociais produtores, a análise privilegia o papel desses sujeitos e suas formas de sociabilidades vivenciadas no cotidiano da vida rural. Em função desse enfoque o estudo aproxima-se da concepção de camponês caipira, camponês lavrador presente nas obras de Maria Isaura Pereira de Queiroz, Antônio Candido, Darcy Ribeiro e Carlos Rodrigues Brandão. Fatores externos e internos ao espaço de cada bairro influenciaram acarretando mudanças, permanências e metamorfoses no espaço social alimentar. Essasocorreram independente do desenvolvimento do ecoturismo, visto que, somente um deles vivenciou esse processo nas últimas décadas. Contudo, foi constatado que transformações significativas surgiram antes dessa atividade, como consequências de fatores comuns que influenciaram diretamente na melhoria das condições de vida e no acesso a renda de seus moradores, uma vez que as mudanças, e mesmo permanências, possuem mais semelhanças do que distinções em ambos os bairros, tanto no que se refere ao espaço do comestível quanto ao sistema alimentar de seus moradores.
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    O Festival Garimpando Sabores e a ressignificação dos saberes e fazeres culinários de Mendanha
    (UFVJM, 2019) Silva, Luciana Teixeira; Murta, Nadja Maria Gomes; Paes, Sílvia Regina; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Murta, Nadja Maria Gomes; Cambraia, Rosana Passos; Paes, Sílvia Regina; Figueiredo, Ana Flávia Andrade de
    A presente pesquisa desenvolve uma análise sistemática acerca da realização do Festival Garimpando Sabores, enquanto evento turístico focado na culinária, na comunidade rural de Mendanha, em Diamantina, Minas Gerais, inferindo em que medida é relevante na ressignificação dos saberes e fazeres culinários desta. Através de uma abordagem que mescla o pensamento complexo e a abordagem qualitativa da pesquisa-ação, arquitetada em entrevistas em três estratos – cozinheiros que participaram do evento, moradores da comunidade rural e membros da comissão organizadora do festival -, esta abordagem apreende as percepções dos atores sobre o evento e sua contribuição para a ressignificação destes conhecimentos tradicionais, que vinham se extinguindo em função de seu caráter de transmissão, ancorado significativamente na oralidade, do êxodo rural e da situação de marginalidade econômico-social que alguns territórios, como as comunidades rurais no Vale do Jequitinhonha, tinham sido compelidos, como o distrito de Mendanha, que se percebia alijado do avanço turístico da sede do município. As discussões em torno dos resultados da pesquisa asseveram que a valorização da comida como atrativo turístico é mais complexa do que se imagina, indo além da possibilidade de geração de renda, da preservação da identidade local e da memória gustativa, perpassando pelo debate da introdução de inovações, autoestima das comunidades e perspectivas de médio e longo prazo. Trata-se de um prelúdio, e não do desfecho do debate, que permitem ainda contribuições para a retomada perene das raízes e memórias alimentares tradicionais de qualquer grupo social, sobretudo em comunidades rurais, como é o caso de Mendanha.
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    A Escola Família Agrícola de Veredinha e os desafios na formação das juventudes do campo
    (UFVJM, 2019) Moura, Natália Faria de; Lovo, Ivana Cristina; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lovo, Ivana Cristina; Pinto, Helder de Moraes; Souza, João Valdir Alves de; Nobre, José Cláudio Luiz
    O cenário da pesquisa foi a Escola Família Agrícola de Veredinha, localizada no município de Veredinha-MG, na região do Alto Vale do Jequitinhonha. A escola oferece o Ensino Médio integrado ao Curso Técnico Profissionalizante em Agropecuária, com ênfase em agroecologia e fundamentada no método educativo Pedagogia da Alternância. Tivemos como objetivo geral dessa pesquisa: Investigar a proposta pedagógica da EFAV na sua contribuição para a construção dos projetos de vida das juventudes do campo. E como objetivos específicos: Identificar as estratégias pedagógicas empregadas pela EFAV e analisar como essas estratégias influenciam na configuração da identidade institucional da escola, diante de um contexto de disputas entre modelos socioeconômicos na sociedade; pretendeu-se também verificar como essas estratégias pedagógicas influenciam os projetos de vida dos jovens estudantes da EFAV. A pesquisa desenvolvida entre 2018 e 2019 realizou 14 entrevistas semiestruturadas com jovens estudantes, monitores, colaboradores e membros da associação gestora da escola; a observação participante; a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica. Foi feita uma análise interpretativa e reflexiva sobre os dados. Como resultados desse estudo de caso identificamos que a Pedagogia Alternância é uma proposta educativa que pode ser inscrita numa leitura dialética da realidade, e que na EFAV essa dialética agrega elementos contraditórios entre uma prática educativa emancipadora e uma prática educativa neoliberal. Assim, identificamos que as práticas educativas realizadas pela EFAV, como o Plano de Estudos (PE), o Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão (GEPE) e as Práticas Agropecuárias, entre outras, de forma geral, se contrapõem a perspectiva educativa neoliberal e ao modelo de desenvolvimento do campo fundamentado no agronegócio, ao mesmo tempo em que as estratégias pedagógicas, como os Estágios, o Projeto Profissional do Jovem (PPJ) e até mesmo as Práticas Agropecuárias ao trazer elementos do discurso e a prática do empreendedorismo, das dinâmicas técnicas e tecnológicas da agricultura científica moderna e a realização de parcerias com grandes conglomerados empresariais na realização dos estágios, apresentam elementos de uma prática educativa neoliberal. Por fim, identificamos que algumas estratégias pedagógicas adotadas pela escola, como o GEPE, os Estágios, as Visitas as Famílias, o PE, o PPJ, as Visitas de Estudos e as Intervenções Externas, confirmam uma influência significativa da escola na elaboração e construção dos projetos de vida das juventudes estudantes da EFAV.
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    Mitos e logos: repensando as dicotomias da modernidade ocidental sob a perspectiva da educação escolar indígena
    (UFVJM, 2019) Cavalcante, Amanda Ottoni; Cambraia, Rosana Passos; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cambraia, Rosana Passos; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Queiroz, Henrique Almeida de; Paes, Sílvia Regina; Alves, Thamar Kalil de Campos; Silva, Nádia Maria Jorge Medeiros
    O processo educacional escolar como direito das comunidades indígenas vem sendo constituído, no século XXI, em contraposição à tradição assimilacionista e integracionista de experiências escolares que tinham como finalidades o apagamento das diferenças culturais. Essa pesquisa teve como foco a reinterpretação dos mitos como método pedagógico para reinvenção das tradições culturais com base no próprio meio de transmissão do conhecimento tradicional. Analisou-se as representações que os povos indígenas predominaram no imaginário dos estudantes do Ensino Médio, no sentido de problematizar a concepção genérica do “ser índio” para recriar outras concepções baseadas no método partilhado através da investigação sobre o conhecimento histórico dos próprios indígenas. A metodologia utilizada foi à revisão bibliográfica sobre as teorias decoloniais, o espaço rural brasileiro e a educação escolar indígena, e a análise do material didático “Rithioc Krenak” diferenciado e específico da educação escolar indígena - com foco na reinterpretação dos mitos para re-criar e re-significar a história do seu povo. Contribuindo para a “ressurgência” cultural no intuito de reverter o quadro de silenciamento da língua materna e análise das representações dos estudantes do ensino médio sobre os povos indígenas. Conclui-se que os mitos indígenas inseridos no processo educativo possuem uma linguagem específica da cultura e da vida social da comunidade. Contribuem para problematizar a temática indígena em sala de aula, uma vez que, toda representação social parte de uma naturalização de discursos construído ao longo do processo histórico.
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    Políticas públicas para agricultura familiar: um estudo na Comunidade Quilombola de Raiz, no município de Presidente Kubitschek, Minas Gerais
    (UFVJM, 2019) Ferreira, Maycon de Souza; Silva, Daniel Ferreira da; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Silva, Daniel Ferreira da; Redin, Ezequiel; Cambraia, Rosana Passos; Lima, Luiz Henrique Magnani Xavier de
    A proposta desta dissertação é investigar como uma comunidade quilombola consegue, por meio do acesso a políticas públicas voltadas ao fortalecimento da Agricultura Familiar aumentar as suas rendas. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é investigar, mais especificamente, o papel das Políticas Públicas de apoio a Agricultura Familiar, no caso o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em curso na comunidade Quilombola de Raiz no município de Presidente Kubitschek, Minas Gerais. A comunidade Quilombola de Raiz apresenta uma parcela significativa de agricultores que mantém suas tradições na prática de agricultura desde os seus ancestrais. A proposta metodológica utilizada nesta dissertação é a Análise Diagnóstico de Sistemas Agrários (ADSA). Com o uso da metodologia de ADSA pode-se analisar e compreender a dinâmica do sistema agrário no qual se desenvolveu a pesquisa. Foram realizadas entrevistas com informantes chave com o intuito de diagnosticar a tipologia de agricultores da comunidade bem como os que acessam e os que não acessam essas políticas públicas, ainda dentro desse contexto foram elaboradas e construídas uma relação entre a renda desses agricultores a partir do acesso às mesmas. Ao longo dos resultados obtidos observou-se que devido o declínio do período aurífero na região do Alto Jequitinhonha, notou-se que por consequência desse processo, uma forte impulsão migratória “forçada” da população em busca de áreas com terrenos férteis ditadas pelos fatores edofoclimáticos da região, na qual pudessem desenvolver suas atividades agrícolas. Conclui-se a dissertação destacando que a comunidade de Raiz percebe que o PNAE, enquanto Politica Pública de apoio a Agricultura Familiar é de suma importância na composição da renda, uma vez que a venda do artesanato local não anda muito rentável para os produtores.
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    As novas formas de alteração do/no espaço: o turismo e as alterações no modo de vida dos moradores de Tabuleiro do Mato Dentro distrito de Conceição do Mato Dentro-MG
    (UFVJM, 2019) Santana, Wellington Aguilar de; Sulzbacher, Aline Weber; Nascimento, Alan Faber do; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sulzbacher, Aline Weber; Nascimento, Alan Faber do; Lovo, Ivana Cristina; Salgado, Hebert Canela
    A pesquisa apresentada é uma dissertação de mestrado produzida no programa de pós-graduação em Estudos Rurais ofertado pela UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri). O trabalho contribui para uma elaboração teórica sobre as transformações ocorridas em uma comunidade rural com o advento do turismo. O contexto empírico da pesquisa acontece em Tabuleiro do Mato Dentro (distrito rural de Conceição do Mato Dentro- MG). Nossa proposição geral é que o turismo, estabelece novos nexos constitutivos nas relações sociais locais e que geram mais uma exclusão do pequeno produtor. Porém, embora as transformações venham a segregar muitos moradores, as possibilidades do homem do campo não se esvaem, e as atitudes de resistência oferecem um contorno de protagonismo destes sujeitos. Chamamos as práticas cotidianas dos produtores de modo de vida camponês. Entender esta relação do produtor com a terra, é perceber que as transformações ocorridas com o avanço do turismo geram transformações no modo de vida, porém, estas transformações não impedem sua reprodução enquanto sujeito do campo visto as artimanhas de resistência. Grosso modo, entender as características das relações camponesas é entender sua flexibilidade frente às intempéries colocada pelo atual modelo de produção. Daí sua capacidade de resiliência as transformações engendradas pelo capital. Para compreender o modo de vida camponês, as transformações ocorridas em função do avanço do turismo, as possibilidades e resistências a este processo, ocorreram trabalhos de campo com entrevistas abertas e observações participantes. Através da metodologia proposta percebemos as atitudes camponesas que dão fundamentos ao protagonismo quando conseguem, mesmo com as transformações colocadas pelo modo de vida urbano, sobreviver e reproduzir-se enquanto sujeitos, explorados pelo modelo vigente, mas com possibilidades criadoras para permanência de sua cultura. As discussões sobre a produção do espaço estão nos fundamentos da pesquisa, uma vez que entendemos que as contradições ocorrem no espaço e são do espaço. Ou melhor, o espaço é produto e produtor das relações sociais. Estudar a produção do espaço no local, foi necessário para compreender as diferentes territorialidades que estão em disputa. Por um lado, o modo de vida camponês que organiza a família a terra e o trabalho de forma entrelaçada e dialética e por outro, a fluidez necessária ao capitalismo que se expressa no fenômeno do turismo, que necessita fragmentar os espaços em forma de especulação de terras, de propriedade privada e de exploração da mão de obra.
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    Da existência ilhada ao território: estratégias e trajetórias da comunidade de Croatá, MG na busca de conquistar seu território
    (UFVJM, 2018) Santos, Rafael Pereira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Chaves, Edneila Rodrigues; Nascimento, Alan Faber do; Paes, Silvia Regina; Santos, Juracy Marques dos; Figueiredo, Ana Flávia Andrade de
    A dinâmica territorial experienciada e engendrada pelos sujeitos sociais coletivos da Comunidade Quilombola, Pesqueira e Vazanteira de Croatá, em Januária - MG, constitui o escopo investigativo desta pesquisa. Nesta perspectiva, investiga-se os processos de apropriação-expropriação-reapropriação do território, abordando as territorialidades nos múltiplos lugares etnográficos que compõem o território da comunidade, às margens do rio São Francisco. Os processos sociais de expropriação instituído pelo desenvolvimentismo na década de 1970 materializou-se na restrição da terra, água e na violência contra a comunidade. Frente a esta experiência e outras ameaças existentes, estes sujeitos têm emergido aglutinados e configurando processos de intensa resistência, demonstrando o seu projeto instituinte ao defender e garantir a apropriação física, simbólica e a reprodução da vida a partir de sua organização étnica quilombola que se associa a uma política de identidade pesqueira e vazanteira, por eles anunciadas. A partir da abordagem etnográfica esta pesquisa desenvolve uma interpretação densa e compartilhada viabilizada pelas incursões de campo na comunidade e em outros ambientes de articulação política compreendidos como espaços de exercício de sua territorialidade. Os resultados das análises apontam para um processo de reprodução social territorializante na interface da expropriação pela formação de fazendas sobre a terras tradicionalmente ocupadas. A emergência destes sujeitos coletivos tradicionais tem protagonizado processos de articulação em sua múltipla/indivisa identidade: pesqueiraquilombola-vazanteira cujo modo de vida está imerso nas dinâmicas ambientais do rio São Francisco. A posse sobre o território se dá a partir das práticas de sociabilidades em rituais de instituição que institui, autentica e atualiza a posse em comum no grupo de interconhecimento pela nomeação e apropriação pelo trabalho. As territorialidades exercidas em vista da ampliação do território pelos comunitários são construídas pelo engajamento no projeto instituinte de territorialização do Movimento de Pescadores (as) do Brasil. Tal engajamento tem colocado em questão, na esfera da insitucionalidade, o desvelamento das relações de poder no conflito entre a comunidade e as empresas rurais no cotidiano e nos órgãos de Estado direito, seja pela sua ação ou inação deste último.