Da existência ilhada ao território: estratégias e trajetórias da comunidade de Croatá, MG na busca de conquistar seu território
Date
2018
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
A dinâmica territorial experienciada e engendrada pelos sujeitos sociais coletivos da
Comunidade Quilombola, Pesqueira e Vazanteira de Croatá, em Januária - MG, constitui o
escopo investigativo desta pesquisa. Nesta perspectiva, investiga-se os processos de
apropriação-expropriação-reapropriação do território, abordando as territorialidades nos
múltiplos lugares etnográficos que compõem o território da comunidade, às margens do rio
São Francisco. Os processos sociais de expropriação instituído pelo desenvolvimentismo na
década de 1970 materializou-se na restrição da terra, água e na violência contra a
comunidade. Frente a esta experiência e outras ameaças existentes, estes sujeitos têm
emergido aglutinados e configurando processos de intensa resistência, demonstrando o seu
projeto instituinte ao defender e garantir a apropriação física, simbólica e a reprodução da
vida a partir de sua organização étnica quilombola que se associa a uma política de identidade
pesqueira e vazanteira, por eles anunciadas. A partir da abordagem etnográfica esta pesquisa
desenvolve uma interpretação densa e compartilhada viabilizada pelas incursões de campo na
comunidade e em outros ambientes de articulação política compreendidos como espaços de
exercício de sua territorialidade. Os resultados das análises apontam para um processo de
reprodução social territorializante na interface da expropriação pela formação de fazendas
sobre a terras tradicionalmente ocupadas. A emergência destes sujeitos coletivos tradicionais
tem protagonizado processos de articulação em sua múltipla/indivisa identidade: pesqueiraquilombola-vazanteira cujo modo de vida está imerso nas dinâmicas ambientais do rio São
Francisco. A posse sobre o território se dá a partir das práticas de sociabilidades em rituais de
instituição que institui, autentica e atualiza a posse em comum no grupo de interconhecimento
pela nomeação e apropriação pelo trabalho. As territorialidades exercidas em vista da
ampliação do território pelos comunitários são construídas pelo engajamento no projeto
instituinte de territorialização do Movimento de Pescadores (as) do Brasil. Tal engajamento
tem colocado em questão, na esfera da insitucionalidade, o desvelamento das relações de
poder no conflito entre a comunidade e as empresas rurais no cotidiano e nos órgãos de
Estado direito, seja pela sua ação ou inação deste último.
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Citation
SANTOS, Rafael Pereira. Da existência ilhada ao território: estratégias e trajetórias da comunidade de Croatá, MG na busca de conquistar seu território. 2018. 237 p. Dissertação (Mestrado em Estudos Rurais) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2018.