Pós-Graduação em Biologia Animal
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PPGBA - Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Item Ação inseticida de extratos de folhas e cascas de Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand (Burseraceae) sobre Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912)(UFVJM, 2018) Sincurá, Yrllan Ribeiro; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Paz, Gustavo Fontes; Oliveira, Patricia Machado deA leishmaniose visceral (LV) é uma doença altamente letal quando não tratada e de caráter reemergente. É transmitida através da picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis, inseto com grande distribuição nas Américas. O controle vetorial é realizado através da aplicação de inseticidas piretróides sintéticos residuais de ação rápida sobre os insetos como a α-cipermetrina e a deltametrina. Nos últimos tempos tem se observado o surgimento de populações resistentes o que tem aumentado o interesse pela descoberta de novas moléculas que possam ser utilizadas no controle de vetores. As plantas são um importante e promissor campo de pesquisa, uma vez que já produzem moléculas com ação inseticida. Este estudo objetivou analisar a ação inseticida de extratos de folhas e cascas de Protium heptaphyllum sobre Lutzomyia longipalpis selvagens. Para isso foram confeccionados extratos hidroalcoólicos, etanólicos e ciclo- hexânicos das folhas e cascas de Protium heptaphyllum. Nestes foram realizados estudos fitoquímicos para prospecção de classes de compostos secundários com ação biológica. Os bioensaios foram realizados em potes plásticos adaptados e utilizou-se flebotomíneos Lu. longipalpis selvagens, oriundos da comunidade de Aroeira em Diamantina-MG. Obtivemos como resultado dos estudos fitoquímicos, diversas classes de metabólitos secundários como terpenos, esteroides, taninos, flavonoides, alcaloides e saponinas, com destaque para os extratos de folhas onde foi observado um maior número de classes em relação às cascas. Os bioensaios realizados evidenciaram uma ação inseticida dos extratos hidroalcoólicos e ciclo- hexânicos que tiveram resultados estatisticamente semelhantes à α-cipermetrina. Apesar de composição química semelhante as demais, os extratos etanólicos apresentaram uma baixa atividade sobre os insetos. Com isso, concluímos que Protium heptaphyllum, possui atividade inseticida sobre Lu. longipalpis. Dessa forma, este estudo contribui com o desenvolvimento de métodos de controle de insetos mais eficientes e menos agressivos aos humanos e outros animais.Item Adaptabilidade de juvenis de tilapia nos diferentes sistemas de cultivo(UFVJM, 2022) Rocha, Adriana de Fátima; Pedreira, Marcelo Mattos; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pedreira, Marcelo Mattos; Machado, Alex Sander Dias; Pelli, Afonso; Costa, Deliane CristinaA tilápia Oreochromis niloticus é o peixe mais cultivado no Brasil. Com a intensificação da aquicultura os sistemas de cultivo alternativos sustentáveis são essenciais no uso racional da água e vem sendo estudados. O objetivo desse trabalho foi comparar o rendimento de juvenis de tilápia submetidos a quatro diferentes sistemas de recirculação: controle, biofiltro, água verde e bioflocos, com quatro repetições cada, em um delineamento inteiramente casualizado. A qualidade da água manteve-se dentro dos níveis desejados nos diferentes sistemas utilizados. A alcalinidade foi superior, nos sistemas biofiltro (16,214±5,869 mg L−¹) e bioflocos (9,536±2,538 mg L−¹) quando comparadas ao controle indicando maior capacidade de tamponamento das flutuações (P<0,05). A dureza (159,367±62,692 mg L-¹) e o cálcio (111,554±51,061 mg L-¹) foram mais altos no sistema biofiltro em relação ao controle (P<0,05). A condutividade foi maior no bioflocos (0,507±0,193 mS/cm), do que no controle, devido aos flocos em suspensão que servem de alimento (P<0,05). Os valores de peso (39,35±14,81g; 41,22±14,14g), ganho de peso (35,41±16,07 g; 36,97±15,66 g) e taxa de crescimento específico (4,37±0,87 g;4,46±0,81 g), foram maiores para os juvenis sob os sistemas com biofiltro e bioflocos, respectivamente quando comparados com o controle, sendo os resultados do tratamento de água verde intermediários (P<0,05). A conversão alimentar foi menor para os juvenis sob os sistemas com biofiltro (1,3±0,1), água verde (1,3±0,3) e bioflocos (1,2±0,3) quando comparados com o controle (P<0,05). Foram realizados teste de estresse por salinidade e avaliação da cor dos juvenis de tilápia que não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos. Os sistemas intensivos de recirculação com biofiltro, água verde e bioflocos melhoram as condições de cultivo para juvenis de tilápia do Nilo devendo ser empregadas e aprimoradas como inovações tecnológicas amigáveis ao meio ambiente.Item Análise da variação individual nos hábitos alimentares de Monodelphis domestica (Didelphimorphia, Didelphidae) utilizando rede de interações consumidor-recursos(UFVJM, 2021) Carvalho, Rone Fernando de; Lessa, Leonardo Guimarães; Santos, Thiago; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lessa, Leonardo Guimarães; Santos, Thiago; Rech, André Rodrigo; Camargo, Nícholas Ferreira deInvestigamos a variação individual na seleção de recursos pelo marsupial Monodelphis domestica (Wagner, 1842) em uma área de Campo Rupestre do sudeste do Brasil. Avaliamos a variação individual na dieta entre as estações do ano e entre os sexos e analisamos o padrão de interações utilizando redes binárias de interações do tipo consumidor-recursos. Utilizamos uma amostra fecal por indivíduo capturado na formação das redes. Utilizamos a conectância, a sobreposição entre os indivíduos como medidas de rede e analisamos a ocorrência de padrões de aninhamento e modularidade. As redes apresentaram baixa conectância ao longo de todo o ano para ambos os sexos, interações fracamente aninhadas, menor sobreposição entre os indivíduos machos e durante a estação chuvosa. As redes durante a estação seca e de fêmeas não apresentaram evidências de padrões nas interações e apresentaram maior sobreposição entre os indivíduos. Os indivíduos apresentaram dieta onívora, com alta frequência de artrópodes, maior diversidade na estação chuvosa em relação a seca e entre os indivíduos machos em relação às fêmeas. Redes pouco conectadas indicam especialização na dieta, porém o aninhamento das interações na estação chuvosa e entre os machos indica a presença de indivíduos especialistas coexistindo com indivíduos mais generalistas. Uma maior diversidade na dieta e aninhamento foi observado na estação chuvosa e nos indivíduos machos indicando uma interação de fatores sazonal e sexual. O fraco aninhamento, a ausência de modularidade entre os indivíduos e a redução de sobreposição da estação seca para chuvosa, indicam um padrão de interações adequado ao modelo de seleção de recursos em que os indivíduos apresentam Preferências Compartilhadas.Item Análise morfométrica da variação na forma do crânio e mandíbula em marsupiais da tribo Thylamyini (Didelphimorphia: Didelphidae)(UFVJM, 2021) Carminate, Marina Magalhães; Lessa, Leonardo Guimarães; Santos, Thiago; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lessa, Leonardo Guimarães; Santos, Thiago; Diniz Filho, José Alexandre Felizola; Marques, Rodrigo CésarMarsupiais didelfídeos da tribo Thylamyini apresentam grande variação geográfica em sua distribuição, no uso do habitat e hábitos alimentares, embora apresentem uma estrutura craniana conservada, pode haver impacto das variáveis preditoras (habitat e hábitos alimentares) na forma craniana e mandibular. Neste sentido, os objetivos deste trabalho foram investigar as variações na forma do crânio correlacionadas a dieta, distribuição e hábito locomotor, além de estimar a força do sinal filogenético neste processo. Analisamos a forma do crânio e mandíbula, empregando a morfometria geométrica, para 186 espécimes de oito espécies da tribo Thylamyini (Thylamys macrurus, T. karimii, T. velutinus, Gracilinanus agilis, G. microtarsus, Marmosops incanus, M. paulensis, e Cryptonanus agricolai) e estabelecemos 96 marcos anatômicos, sendo 33 marcos em vista dorsal do crânio, 25 marcos em vista ventral, 19 marcos em vista lateral e 19 marcos em vista lateral da mandíbula. Em seguida, retiramos o efeito da alometria, e avaliamos os principais eixos de variação e diferenciação da forma por meio de análises de componentes principais e variáveis canônicas das coordenadas de Procrustes (PCA e CVA). Por fim, construímos uma filogenia a partir de dados moleculares de espécimes da tribo Thylamyini utilizando análises bayesianas, afim de avaliar a forma do ancestral da tribo. Nossos resultados indicaram que de maneira geral, não há diferenças significativas de forma entre as oito espécies de Thylamyini, mesmo considerando as diferenças de dieta e uso do habitat entre as espécies. Ainda assim, foi possível correlacionar algumas estruturas morfológicas com dieta e hábito locomotor. Somente a vista ventral do crânio e mandíbula apresentaram sinal filogenético, enquanto a vista dorsal e lateral não, indicando maior plasticidade na forma das regiões neurocranianas do que nas regiões orocranianas.Item Aquecimento x respostas fisiológicas: mecanismos de estabilidade térmica em Astyanax brevirhinus (Teleostei, Characidae)(UFVJM, 2018) Pereira, Caroline Reis; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Gomes, Vicente; Schorer, MarianneA temperatura é um dos fatores que mais influencia o funcionamento celular de organismos no meio aquático. Por serem ectotérmicos, as variações na temperatura da água interferem potencialmente todos os processos fisiológicos e comportamentais dos peixes. Este estudo teve como objetivo relacionar o aquecimento ambiental às respostas comportamentais, alterações histopatológicas e a ativação de mecanismos moleculares de termoestabilidade celular nas brânquias e fígado de peixes da espécie Astyanax brevirhinus. Os animais foram submetidos ao aquecimento controlado, partindo dos 20°C, temperatura ao qual foram coletados, até que cada tanque atingisse as temperaturas de 24°C, 28°C e 32°C, onde permaneceram por 120 minutos. Para determinar a temperatura crítica de sobrevivência, animais foram submetidos ao aquecimento gradual por tempo indeterminado, até apresentarem parada de batimento opercular. O comportamento foi analisado a partir de filmagens. Após o tempo de cada experimento, os animais foram eutanasiados e seus tecidos fixados para as análises de histologia, histopatologia, estado redox e imuno-histoquímica; para avaliar a expressão da proteína de estresse Hsp70. Os resultados demostraram que os animais apresentaram alterações em seu comportamento, respiração, equilíbrio e natação devido ao aquecimento. O aquecimento também promoveu alterações histopatológicas como hiperplasia e hipertrofia celular, vasodilatação, descolamento do epitélio, necrose celular e tecidual. O estudo do estado redox das brânquias demonstrou que o aumento da temperatura ocasionou maior peroxidação lipídica e dano oxidativo a proteínas, além de promover a diminuição da capacidade antioxidante não enzimática. No fígado, a peroxidação lipídica, a capacidade antioxidante não enzimática e a atividade antioxidante diminuíram com o aquecimento. A análise da expressão da Hsp70 nos tecidos demonstrou relação qualitativa com o aumento da temperatura. É possível concluir que o aquecimento ambiental promove alterações que provocam desiquilíbrio homeostático, refletido em todos os níveis orgânicos: comportamental, tecidual, estado redox e expressão de Hsp70 celular na espécie estudada.Item A associação de C. minensis (Werderm) F. Ritter (Cactaceae) à ninhos de cupim (Blattodea:Isoptera:Termitidae) aumenta a produção de frutos dos cactos em uma área de Campo Rupestre(UFVJM, 2020) Souza, Julya Pires; Santos, Thiago; Mendonça Filho, Carlos Victor; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Thiago; Carrijo, Tiago Fernandes; Rech, André RodrigoInterações interespecíficas que mudam o fitness das espécies, são um dos fatores mais importantes que contribuem para a estrutura ecológica da comunidade e o funcionamento dos ecossistemas. Para compreender como a interação entre cupins/ninhos de cupim e uma espécie de cacto (observando como a planta cresce em um ninho) mudam a produção de estruturas reprodutivas da planta (indiretamente ligada com o fitness e suas interações com outras espécies como polinizadores e dispersores de sementes) e a fenologia em uma área de Campo Rupestre, esse estudo investigou: i) quais espécies de cupim habitam os ninhos associados aos cactos; ii) se a interação cacto-cupim muda a fenologia da planta e produção de estruturas reprodutivas; iii) se a interação ocorre ao acaso. Dados de fenologia e produção de frutos, flores e botões florais foram coletados de Junho de 2018 à Março de 20202 (semanalmente) em 62 indivíduos de Cipocereus minensis (31 crescendo sobre o cupinzeiro e 31 sobre o substrato rochoso/areia) em uma área de Campo Rupestre. Amostras de cupim dos 31 ninhos com cacto foram feitas. Para compreender se a associação ocorria ao acaso, todos os ninhos e C. minensis (e se eram associados ou não) foram contados em duas parcelas previamente marcadas. Nove espécies de cupim foram coletadas entre construtores e inquilinos (foram encontradas até três espécies por ninho). O substrato não afetou a fenologia do cacto, contudo, cactos que crescem sobre cupinzeiros aumentaram a produção de frutos em C. minensis em comparação com aqueles que crescem sobre o substrato rochoso/areia. Não há evidências indicando que a interação cacto-cupim não ocorre ao acaso. Contudo, esse estudo mostrou que a interação dos cactos à ninhos de cupim potencialmente aumenta o fitness da planta e pode resultar em mais recursos para a fauna do Campo Rupestre dependente.Item Avaliação da atividade inseticida do óleo essencial de Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) R. M. King & H. Rob (arnica-do-campo) sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)(UFVJM, 2023) Silva, Sâmia Francielle; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)A leishmaniose visceral consiste em uma infecção parasitária zoonótica, capaz de afetar o homem e diversos animais, considerada um problema de saúde pública. No Brasil, sua transmissão se dá principalmente por meio da picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva). A estratégia de controle vetorial mais utilizada é a aplicação de inseticidas sintéticos, contudo, a resistência adquirida gera interesse no desenvolvimento de novos produtos. Neste contexto, as plantas podem ser uma alternativa, devido à biodiversidade de metabólitos secundários com potencial inseticida. O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade do óleo essencial de Pseudobrickellia brasiliensis (R.M. King & H. Rob) sobre Lu. longipalpis selvagens. Para isso, folhas frescas de P. brasiliensis foram usadas para obtenção do óleo essencial por hidrodestilação. Para o bioensaio, flebotomíneos selvagens coletados em uma comunidade rural do município de Diamantina-MG, foram expostos às diferentes concentrações do óleo essencial: 2,5mg/mL, 5mg/mL e 10mg/mL. Foram utilizados como grupos controles: água destilada e Tween® (controles negativos) e cipermetrina (controle positivo). Dez exemplares de flebotomíneos foram transferidos para potes plásticos cobertos por tecidos de organza. Na parte superior e inferior do pote foi inserido papel filtro embebido por 250μL do óleo, e a taxa de mortalidade foi acompanhada em 1h, 2h, 4h, 16h, 24h, 48h e 72h. A prospecção das classes de compostos secundários foi realizada por meio da análise de cromatografia em fase gasosa acoplada espectrômetro de massas (CG-EM). O estudo fitoquímico revelou a presença de terpenos, enquanto o CG detalhou a predominância de monoterpenos, sesquiterpenos e diterpenos. O bioensaio evidenciou ação inseticida do óleo essencial de P. brasiliensis sobre os flebotomíneos, em todas as concentrações testadas e apresentou elevada toxicidade sobre Lu. longipalpis, mostrando-se como um potencial inseticida natural que pode ser utilizado nas ações futuras de controle vetorial pelos órgãos responsáveis.Item Avaliação da atividade inseticida do óleo essencial de Trixis vauthieri DC sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)(UFVJM, 2020) Rosa, Graciela Aparecida; Barata, Ricardo Andrade; Oliveira, Patricia Machado de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Vieira, Thallyta Maria; Viana, Daniel José Silva; Kato, Kelly CristinaA leishmaniose visceral (LV) é uma doença grave, podendo apresentar altos índices de letalidade. No Brasil, encontra-se em franca expansão geográfica em virtude da urbanização facilitada pela adaptação do seu principal vetor, o flebotomíneo da espécie Lutzomyia longipalpis. O controle vetorial tem sido realizado através da higiene ou manejo ambiental e aplicação de inseticidas de ação residual nos domicílios e abrigos de animais. Apesar do esforço realizado na execução destas e de outras medidas não se consegue a erradicação da doença. Adicionalmente, a resistência de Lu. longipalpis aos inseticidas convencionais vem sendo relatada. As plantas tornaram-se uma importante alternativa como fonte de produtos naturais biologicamente ativos, com vasta aplicação na agropecuária e na saúde pública. Este estudo teve como objetivo avaliar a atividade inseticida de óleo essencial de Trixis vauthieri sobre adultos selvagens de Lutzomyia longipalpis, identificar os compostos fitoquímicos do óleo essencial e verificar a influência do ritmo circadiano da planta sobre a mortalidade dos insetos. Para isso, folhas frescas de T. vauthieri foram coletadas em junho de 2019, em três horários distintos (7, 13 e 19 horas) em um mesmo dia, para obtenção de óleos essenciais através de arraste a vapor por Clevenger. Estes foram diluídos em solução de Tween 80 a 3% para a obtenção de concentrações a 5, 10 e 20 mg.mL-1. Os flebotomíneos foram coletados com utilização de armadilha luminosa HP, em uma localidade rural do município de Diamantina/MG. Vinte espécimes (10 machos e 10 fêmeas em triplicata) foram transferidos para cada recipiente, onde foram aplicados os óleos essenciais nas diferentes concentrações. A mortalidade foi avaliada após 1, 2, 4, 12, 24, 48 e 72 horas de tratamento. A investigação fitoquímica presente no óleo essencial de T. vauthieri foi realizada de acordo com a metodologia de prospecção preliminar proposta por Matos (1997). O óleo essencial de T. vauthieri extraído da coleta das 7h na concentração de 20 mg.mL-1 mostrou uma atividade inseticida sobre Lu. longipalpis mais eficiente, com 98,33% de mortalidade sobre os insetos adultos após 72h de tratamento. A análise dos constituintes químicos revelou a presença de triterpenos e/ou esteróides, taninos, flavonóides, alcalóides, saponinas e cumarinas. Os resultados obtidos sugerem que o óleo essencial de T. vauthieri é promissor na busca por compostos naturais ativos e puros com atividade inseticida sobre Lu. longipalpis.Item Avaliação do potencial inseticida de extratos de Caryocar brasiliense (Caryocaraceae) sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)(UFVJM, 2018) Baracho, Amanda de Oliveira; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Paz, Gustavo Fontes; Ruela, Fernando ArminiA leishmaniose visceral é uma doença parasitária de transmissão vetorial causada por protozoários do gênero Leishmania, com elevado grau de letalidade e que atinge milhões de pessoas no mundo. A busca por produtos alternativos para a eliminação do vetor tem como objetivo minimizar os impactos causados pelos inseticidas químicos sintéticos utilizados pelos programas de controle, sendo cada vez mais frequente a pesquisa em produtos de origem botânica com atividade inseticida. Organismos vegetais são capazes de produzir compostos orgânicos de comprovada toxicidade frente aos insetos e, diante disto, avaliou-se neste trabalho a atividade inseticida de extratos de Caryocar brasiliense, planta nativa do Cerrado popularmente conhecida como “pequi”, sobre flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis, principal transmissora da leishmaniose visceral. Extratos hidroetanólicos, etanólicos e ciclohexânicos de folhas e cascas de C. brasiliense foram preparados e diluídos em solução de Tween 80 a 3% para a obtenção de concentrações a 50, 100, 200 e 400 mg.mL-1, para a realização dos ensaios biológicos. Os flebotomíneos foram coletados em uma localidade rural do município de Diamantina/MG. Um número amostral de 30 flebotomíneos foi posto em contato com os extratos e a mortalidade foi avaliada após 1, 2, 4, 16, 24 48 e 72 horas de exposição, bem como grupos controle negativos (água destilada e Tween) e positivo (cipermetrina). A identificação dos constituintes químicos dos extratos também foi avaliada. Após 72h de experimento, foram registradas mortalidades de 93,3% pelo extrato hidroetanólico da casca a 400 mg.mL-1, 66,3% pelo etanólico da casca a 50 mg.mL-1 e 81,1% pelo ciclohexânico de folhas a 200 mg.mL-1. Os extratos hidroetanólicos da casca mostraram-se estatisticamente semelhantes à ação da cipermetrina em 72h de experimento, indicando que este extrato foi o mais eficiente quanto à atividade inseticida. Foram identificados triterpenos, esteroides, taninos, flavonoides, alcaloides e saponinas nos extratos. Os resultados obtidos sugerem que os extratos hidroetanólicos de C. brasiliense, sobretudo das cascas, são promissores na busca por compostos naturais com atividade inseticida sobre Lu. longipalpis.Item Biodiversidade e aspectos ecológicos de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) provenientes de cavernas brasileiras(UFVJM, 2019) Teodoro, Layane Meira; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Santos, Conceição Aparecida dos; Borges, Magno Augusto ZazáOs flebotomíneos são dípteros que costumam abrigar-se em troncos de árvores, tocas de animais, folhas caídas no solo, copa das árvores, frestas em rochas e em cavernas. No Brasil, no que se refere apenas à fauna flebotomínica em cavernas, sejam elas areníticas, calcárias, quartzíticas ou ferruginosas os dados são raros, existindo apenas estudos isolados. Este estudo objetivou determinar a fauna de flebotomíneos em cavernas localizadas nos estados de Minas Gerais, Pará e Tocantins. Os espécimes foram capturados nos anos de 2006, 2010, 2013, 2014 e 2015 em inventário de cavernas, realizados através de busca ativa e encontravam-se depositados na Coleção de Invertebrados Subterrâneos (ISLA) do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea/UFLA. Os flebotomíneos (machos e fêmeas) foram preparados e montados entre lâmina e lamínula, e identificados seguindo a classificação taxonômica de Galati (2003). A fauna de flebotomíneos das cavernas foi composta por 25 espécies: Evandromyia cortelezzii, Evandromyia saulensis, Evandromyia carmelinoi, Evandromyia monstruosa, Evandromyia termitophila, Evandromyia tupynambai, Migonemyia migonei, Micropygomyia goiana, Micropygomyia peresi, Micropygomyia oswaldoi, Lutzomyia renei, Lutzomyia ischyracantha, Lutzomyia longipalpis, Micropygomyia pilosa, Micropygomyia quinquefer, Nyssomyia umbratilis, Pintomyia gruta, Pintomyia serrana, Psathyromyia lutziana, Sciopemyia sordellii, Sciopemyia microps, Trichophoromyia brachipyga, Trichopygomyia dasypodogeton e Micropygomyia sp. totalizando 843 espécimes, sendo 382 machos e 461 fêmeas. Sciopemyia sordellii foi a espécie predominante com 58,72% dos flebotomíneos coletados. A fauna de flebotomíneos das cavernas mostrou-se diversa, com espécies de importância no ciclo de transmissão das leishmanioses. O encontro de Lu. longipalpis, Mg. migonei e Ny. umbratilis, espécies envolvidas no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral e tegumentar, respectivamente, indica que estas espécies podem estar participando do ciclo enzoótico, e circulando entre animais silvestres e humanos, que frequentemente, adentram ou estejam proximos ao ambiente cavernícola.Item Bioindicadores na avaliação da capacidade de autodepuração do Rio Grande, Diamantina - MG(UFVJM, 2018) Viana, Ana Maiza; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Ramos, Cíntia Lacerda; Schorer, MarianneO lançamento de efluentes urbanos sem nenhum tratamento em corpos d’água se destaca como um dos maiores contaminantes desses ecossistemas. No município de Diamantina mais de 60% dos domicílios apresentam rede de esgoto sanitário, que são carreados diretamente para o principal córrego do distrito, o Rio Grande. De acordo com o nível de poluição e características geográficas e físicas, os rios são capazes de neutralizar cargas poluidoras que recebem. Esse fenômeno é chamado de autodepuração. O objetivo deste trabalho foi avaliar através de bioindicadores a capacidade de autodepuração do Rio Grande - Diamantina. Foi aplicado Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) em seis pontos de coleta (P1 á P6), desde a cabeceira, próxima a nascente do rio, passando pela parte urbana e periurbana, em sua foz no Ribeirão do inferno e 100 m após a foz (aproximadamente 11 km). Foram coletados: água e sedimento nos seis pontos e peixes (brânquias) em quatro pontos. Foram realizadas análises de coliformes pela técnica de “Número Mais Provável” (NMP), os macroinvertebrados foram analisados de acordo os índices internacionais Biological Biomonitoring Work Party System - BWMP e Average Score Per Taxon - ASPT. Os peixes encontrados (Astyanax fasciatus e Poecilia reticulata) tiveram suas brânquias dissecadas, e submetidas à microscopia de luz para avaliação morfológica e imunohistoquimica para avaliação da expressão da proteína Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF) relacionado com a hipóxia tecidual. O protocolo de avaliação rápida revelou que os pontos P1 (cabeceira) e P6 (Ribeirão do Inferno) estão em condições naturais, o P2 (Urbano) encontra se impactado e os P4 (Periurbano) e P5 (Foz) estão alterados. Os resultados microbiológicos classificaram o rio como P1 Muito bom, pontos P2, P3, P4 e P5 impróprio e o P6 como satisfatório. Os macroinvertebratos apresentaram-se em baixa diversidade, a família mais predominante foi a Chironomidae, presente em todos os pontos revelando a contaminação. As alterações morfológicas foram encontradas nas duas espécies estudadas, em todos os pontos (P4, P5 e P6) tendo P6 apresentado maiores alterações. A expressão da proteína VEGF foi verificada nos pontos P5 e P6, sendo o P5 com a maior expressão, relacionando-se a baixo índice de oxigênio dissolvido da água. Através dos resultados obtidos foi possível constatar que o Rio Grande não restabelece seu equilíbrio normal, ou seja, não volta ao seu estágio inicial encontrado antes do lançamento de efluentes, apresentando características físicas que o auxiliam, mas não são capazes de eliminar toda a contaminação.Item Um cafezal em flor: o papel dos recursos tróficos, de nidificação e do entorno na manutenção do serviço de polinização do café inserido em uma matriz de campo rupestre em Diamantina-Minas Gerais(UFVJM, 2019) Machado, Ana Carolina Pereira; Rech, André Rodrigo; Barônio, Gudryan Jackson; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rech, André Rodrigo; Torres, Mariana Wolowski; Mendonça, Pietro Kiyoshi MaruyamaO serviço ecossistêmico de polinização é uma das mais importantes contribuições da biodiversidade para a produção de alimentos, possui valor estimado em 43 bilhões anuais só no Brasil. Dentre os responsáveis por esse serviço, se destacam as abelhas como sendo os principais polinizadores de cultivos agrícolas, contribuindo com a produção de alimentos. Este trabalho foi realizado em um gradiente vegetacional formado por áreas de cultivos de café imersas em matriz de vegetação nativa caracterizada como Campo Rupestre. Foram marcados pontos no interior do cafezal, no interior da vegetação nativa e na área transicional entre estes, com dez repetições distando pelo menos 1 km entre si. O objetivo do primeiro capítulo foi comparar os métodos de amostragem e analisar a riqueza, abundância, recorrência e composição de abelhas no período seco e chuvoso, que antecedem e sucedem a floração do café, respectivamente. Foram utilizadas três metodologias - pantraps, iscas de odor e coleta ativa, em todos os pontos. Os métodos de coleta atuaram de forma complementar. A riqueza e abundância de abelhas não diferiram entre as estações, mas diferiram quanto ao local amostrado. Contudo, a composição de abelhas diferiu entre as estações e entre os locais amostrados, sendo que apenas duas espécies foram recorrentes. Já o segundo capítulo, teve como objetivo avaliar o padrão de nidificação de abelhas solitárias nesta mesma região e a participação das abelhas na polinização das flores do café. Foram instaladas em setembro, estações de coleta em 30 pontos amostrais (dez no interior do cafezal, dez na borda e dez na vegetação nativa), contendo dez ninhos de bambu e dez ninhos de papel cartão preto cada, sendo estes ninhos monitorados semanalmente e recolhidos quando as abelhas fechavam a entrada do ninho. Quanto à polinização do café, na fase de botões florais, foram selecionados galhos na borda e no interior do cafezal, submetidos a dois tratamentos: polinização natural e autogamia. Durante a floração foram contabilizados o número de abelhas visitando as flores em sessões de dez minutos em cada galho, tanto na borda quanto no interior do cafezal. Os frutos maduros foram coletados, contabilizados, secados, pesados, medidos e, posteriormente, foram calculados os valores de densidade. As abelhas construíram 132 ninhos: 59,1% destes ninhos foram construídos na vegetação nativa, 40,2% na área de transição e apenas 0,7% dos ninhos foram contruídos no interior do cafezal pelas abelhas. Dos 132 ninhos construídos, cerca de 54% continham grãos de pólen de café. Na borda do cafezal, foram observadas mais visitas de abelhas que no seu interior. O tratamento de polinização natural gerou mais frutos que o tratamento de autogamia tanto na borda quanto no interior do cafezal. No entanto, no interior do cafezal, os frutos foram mais pesados, maiores e menos densos que os frutos da borda. No interior do cafezal, os frutos oriundos da polinização natural foram menores, entretanto mais densos que os frutos de autogamia. Na transição, os frutos gerados a partir da polinização natural possuíram maior massa, menor comprimento e maior densidade que os frutos de autogamia. Concluímos que os Campos Rupestres agem como reservatórios de abelhas que polinizam o cafezal quando florido, gerando maior quantidade de frutos e com melhor qualidade.Item Desenvolvimento ontogenético de larvas de curimbatá (Prochilodus lineatus)(UFVJM, 2019) Queiroz, Neucy Teixeira; Pedreira, Marcelo Mattos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pedreira, Marcelo Mattos; Lessa, Leonardo Guimarães; Fonseca, Leonardo da SilvaProchilodus lineatus é uma espécie neotropical a qual suas larvas apresentam poucas características que possam distingui-las de diversas larvas de peixes que desovam na mesma época e local e com ecologia similar. Portanto, este trabalho teve como objetivo descrever o desenvolvimento ontogenético das larvas de P. lineatus por intermédio de caracteres e relações corporais associadas a diferentes estágios larvais; vitelínico, pós-vitelínico, flexão e pós-flexão, baseados na flexão da porção terminal da notocorda e consumo do vitelo. Larvas de uma mesma desova foram mantidas e coletadas de aquários durante 46 dias após eclosão. Para caracterização morfométrica foram obtidas medidas da cabeça, focinho, olho, ânus, nadadeiras, altura do corpo, além dos comprimentos total e padrão. Também foram observados os caracteres merísticos; raios e espinhos das nadadeiras, vértebras, sua sequência de calcificação, através do processo de coloração com azul de “alcian” e vermelho alizarina. Na fase larval-vitelino o saco vitelínico era grande, havia pouca pigmentação na porção superior da cabeça e apenas a nadadeira peitoral. Na pré-flexão com o enchimento da vesícula gasosa as larvas passam a nadar na coluna da água e inicia-se a busca pelo alimento exógeno, com o trato digestório ainda retilíneo, corpo transparente, aumento da altura do corpo e da cabeça, mas com a nadadeira peitoral ainda sem raios e espinhos. Na flexão, a pigmentação se intensificou, as nadadeiras caudal, anal e dorsal já formadas apresentam raios e espinhos, inicia e termina a formação das vértebras (43) e o trato digestório apresenta enovelamento. Na pós-flexão o corpo está intensamente pigmentado, nadadeiras estão todas presentes com raios e espinhos, exceto a adiposa, última a se formar e o trato digestório bastante enovelado. Ao longo do desenvolvimento, o comprimento padrão entre 3,20 a 24,25 mm, todas as estruturas mensuradas apresentaram crescimento lineares significativos (p ≤ 0,05) acompanhando o aumento do comprimento padrão. As nadadeiras se mantiveram na mesma posição em relação ao corpo ao longo do desenvolvimento, como pode ser verificado nas regressões entre o comprimento padrão e as porcentagens entre as distâncias das nadadeiras divididas pelo comprimento padrão. Essas proporções permitiram identificar o momento de mudanças corpóreas que estão associadas com passagens de fases do desenvolvimento do animal e, consequentemente, de sua ecologia. O consumo do vitelo juntamente com o aumento da nadadeira caudal, ainda em forma de nadadeira embrionária, indicou o fim do estágio vitelínico e o início de uma maior capacidade de natação, fuga de predador e busca por alimento. Posteriormente um aumento da proporção da cabeça, indicou uma maior capacidade de perceber o ambiente e capturar e assimilar o alimento. Neste sentido, as relações corporais associadas as demais descrições além de serem poderosas ferramentas para identificar o P. lineatus possibilitam um maior entendimento de sua ecologia nos estágios de desenvolvimento, permitindo que se desenvolva um manejo de cultivo vislumbrando estudos mais detalhados e efetivos trabalhos de repovoamento.Item Dinâmica temporal e funcional da rede de interações entre plantas e beija-flores no Campo Rupestre da Serra do Espinhaço, Minas Gerais(UFVJM, 2018) Queiroz, Steffani Najara de Pinho; Santos, Thiago; Rech, André Rodrigo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Thiago; Rech, André Rodrigo; Mendonça Filho, Carlos Victor; Mendonça, Pietro Kiyoshi MaruyamaNa natureza, o que se encontra é uma rede complexa de interações bióticas, na qual várias espécies interagem numa dinâmica constante de benefícios e prejuízos que afetam diretamente a estrutura da comunidade promovendo ou restringindo a coexistência das espécies, o que Darwin chamou de “entangled bank”. Estudos envolvendo as plantas e seus polinizadores tem reconhecida importância ecológica, evolutiva e para a agricultura. Em ecossistemas tropicais muitas espécies necessitam destas interações mutualísticas em algum momento para completar seu ciclo de vida. No entanto, a dinâmica temporal pode regular sazonalmente as interações entre as espécies. Esta dissertação visa avançar no entendimento das redes planta-polinizador, utilizando como modelo as interações dos beija-flores e as plantas preenchendo algumas das lacunas existentes no que tange a organização e estruturação das comunidades biológicas. O primeiro capítulo intitulado “Polinizadores e visitantes florais da Cadeia do Espinhaço: o estado da arte”, é uma revisão do conhecimento acerca das interações planta-polinizador nos Campos Rupestres, abordando o perfil dos estudos de biologia e ecologia da polinização já desenvolvidos na Cadeia do Espinhaço. O segundo capítulo tem como título “Dinâmica temporal e determinantes da estrutura da rede de interações mutualísticas de plantas e beija-flores” e aborda os padrões da rede de interação de uma comunidade em área de Campo Rupestre, a variação temporal destes padrões e tenta explicar os processos biológicos que resultam nestes padrões. O terceiro capítulo aborda as consequências ou implicações dos padrões de visitação dos beija-flores sob a perspectiva das plantas, e tem como título “Limitação polínica versus deposição heteroespecífica de pólen em área de Campo Rupestre”. Com base no avanço que apresentamos fica evidente que novos trabalhos são necessários para conhecer a biota da área, as relações entre os organismos, os fatores que determinam essas interações e as consequência das interações para todo o ecossistema, de modo a promover de fato a conservação da biodiversidade.Item Distribuição espacial, índices e relação ecológica de artrópodes como bioindicadores em plantas de Sapindus saponaria L. (Sapindales: Sapindacea) para recuperação de área degradada(UFVJM, 2023) Souza, Rafael Fernandes Abreu de; Leite, Germano Leão Demolin; Soares, Marcus Alvarenga; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)Sapindus saponaria L. (Sapindaceae) é uma espécie pioneira que consegue colonizar áreas com condições pouco favoráveis. Essa espécie é utilizada em programas de recuperação de áreas degradadas, pois possui características reprodutivas eficientes, como uma alta taxa de produção de sementes, que lhes permitem colonizar rapidamente áreas com poucos recursos naturais. Também auxiliam no controle de alguns insetos pragas devido à composição de tripsina e saponina em suas folhas. Além disso, esses componentes químicos têm importância para a produção de produtos farmacêuticos. O objetivo foi avaliar o impacto da distribuição espacial, índices e relações ecológicas de artrópodes nas folhas de S. saponaria, a fim de preservar o equilíbrio da biodiversidade. Observou-se distribuição agregada; os números de artrópodes fitófagos foram maiores na face adaxial da folha do que na parte abaxial. Apenas indivíduos de Aleyrodidae (Hemiptera), tiveram maior presença na face abaxial das folhas, em mudas de S. saponaria. Abundância, diversidade e riqueza de espécies de inimigos naturais correlacionaram-se positivamente com insetos fitófagos e polinizadores. Por outro lado, o número de minas de Liriomyza sp. correlacionou-se negativamente com o de Pseudomyrmex termitarius (Smith) (Hymenoptera: Formicidae). Todas essas informações podem ser usadas para auxiliar e orientar programas de manejo integrado de pragas.Item Efeito do aquecimento ambiental na morfofisiologia tegumentar do Lambari do Jequitinhonha - Astyanax brevirhinus (Characidae)(UFVJM, 2018) Martins, Fabiana Dias Trivelato; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Machado, Thaís Peixoto Gaiad; Schorer, MarianneA temperatura é um dos fatores abióticos que tem maior influência na vida dos organismos aquáticos, define os limites de sobrevivência, as adaptações comportamentais, fisiológicas e moleculares. Este trabalho teve o objetivo de relacionar o efeito do aumento da temperatura às respostas comportamentais e fisiológicas, além da descrição histológica do tegumento do Astyanax brevirhinus. Os animais foram submetidos a um experimento de aumento da temperatura, a partir da temperatura da coleta ambiental (20°C) sendo aumentada gradualmente (24°C, 28°C, 32°C), até a temperatura crítica de sobrevivência (TCS), representada por colapsos fisiológicos. Cada temperatura quando atingida era mantida por um período de 2h e feitas gravações de vídeo na última hora do experimento para análise comportamental. Foram analisados os parâmetros físico-químicos da água, o comportamento dos animais, posteriormente foram eutanasiados e extraído o tecido tegumentar da região latero-caudal dos animais para análises histológicas, histopatológicas, imuno-histoquímica e espécies reativas de oxigênio (EROs). A descrição histológica do tecido demonstrou que o tegumento possui escamas, é constituído por um tecido epitelial apresentando células epiteliais, células de muco (caliciformes), células de alarme (claviformes) e células de pigmentação (melanóforos), seguido por uma derme formada por uma camada de tecido conjuntivo frouxo e denso, de onde se origina a escama. Na histopatologia do aquecimento encontramos, infiltrados inflamatórios, recrutamento de neutrófilos e áreas de necrose. A análise da expressão da proteína VEGF no tecido demonstrou relação qualitativa em todas as temperaturas, com maior expressão nos animais submetidos a TCS. Nos resultados do estudo de EROs foi evidenciado que a pele apresentou dano oxidativo, alterações na concentração da enzima antioxidante SOD, antioxidante não enzimático FRAP e biomarcadores TBARS. Os parâmetros físico-químicos da água como oxigênio dissolvido (OD) e pH também apresentaram alterações com o aumento da temperatura, influenciando nas respostas fisiológicas dos peixes. Os resultados desse estudo mostram que o aumento gradual da temperatura ativa recrutamento de mecanismos fisiológicos para a homeostase celular e tecidual na espécie estudada, além do limite térmico tolerado geram colapsos fisiológicos podendo levar a morte do indivíduo.Item Efeito do imidacloprido na modulação da expressão de genes de resposta imune, desenvolvimento e estresse oxidativo em abelhas sem ferrão Melipona quadrifasciata anthidiodes(UFVJM, 2023) Costa, Mayra Ruas da; Lourenço, Anete Pedro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)O crescente uso indiscriminado de agroquímicos tem causado graves prejuízos aos organismos não-alvo, entre eles as abelhas sem ferrão, que são os principais polinizadores nativos da região Neotropical. Entretanto, sabemos pouco sobre sua biologia, especialmente como o sistema imunológico desses insetos responde a presença de inseticidas usados nos agrossistemas. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, e esse status vem acompanhado de outro, o de maior consumidor de agrotóxicos. Entre eles estão os neonicotinoides, compostos sistêmicos produzidos para agir sobre o sistema nervoso dos insetos alvo, podendo gerar consequências desconhecidas aos não-alvos. Esse grupo de inseticidas está relacionado ao declínio das populações de abelhas pelo mundo. A presença de quantidades residuais de pesticidas nas fontes alimentares pode ser capaz de alterar os mecanismos moleculares que controlam as vias de imunidade, desenvolvimento e estresse oxidativo fundamentais para a sobrevivência e reprodução dos insetos. Nesse trabalho investigamos o efeito de uma concentração subletal do inseticida neonicotinóide imidacloprido na expressão de genes da resposta imune e estresse oxidativo de abelhas nativas eussociais Melipona quadrifasciata anthidioides e os possíveis efeitos dessa exposição sobre o fitness e sistema imunológico dessa espécie. Abelhas forrageiras de três colônias foram expostas, em laboratório, ao inseticida por via oral durante 72h. Após essa exposição, realizamos a extração de RNA e síntese de cDNA para analisar o perfil de expressão gênica de marcadores associados ao estresse fisiológico, imunidade, desenvolvimento e estresse oxidativo através da quantificação relativa da expressão gênica por qPCR. Doses subletais do imidacloprido foram capazes de causar a desregulação da expressão de genes relacionados ao sistema imunológico e de resposta ao estresse oxidativo nessas abelhas. Estes resultados mostram que este inseticida pode ser prejudicial à resposta imune das abelhas, podendo resultar em comprometimento do fitness e maior susceptibilidade a doenças.Item Efeitos do estresse térmico no comportamento e morfofisiologia muscular do Astyanax brevirhinus (Characidae)(UFVJM, 2018) Monteiro, Riccelly Cristina Alcântara; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Schorer, Marianne; Gomes, VicenteOs peixes por serem ectodérmicos são um excelente modelo para estudar as estratégias dos organismos frente as alterações da temperatura. O objetivo do presente trabalho foi relacionar o aquecimento ambiental às respostas comportamentais, alterações morfofisiológicas e a ativação de mecanismos moleculares de termoestabilidade celular em Astyanax brevirhinus. Para isso os animais foram submetidos ao aumento gradual da temperatura (+-2°C/h), a partir da temperatura ambiental (20°C) até 24°C, 28°C, 32°C. Após atingirem a temperatura de estudo os grupos experimentais foram mantidos por 2 horas nesta temperatura. Realizamos o experimento de Temperatura Crítica de Sobrevivência (TCS), onde os indivíduos foram expostos ao aumento de temperatura até o colapso fisiológico. Analisamos em relação ao aquecimento ambiental o comportamento, a morfologia e histopatologia do coração e músculo esquelético, a quantificação dos biomarcadores do estado redox e as expressões tecidual da proteína de estresse Hsp70 pela imuno-histoquímica. Os resultados mostraram que o A. brevirhinus apresentou comportamento agitado em relação ao aumento da temperatura até a temperatura de 33°C, quando passaram a ficar mais letárgicos. Os achados histopatológicos predominantes no músculo cardíaco e músculo esquelético relacionados ao aquecimento foram os infiltrados inflamatórios e necrose célular. No estudo do estado redox relacionado ao estresse térmico evidenciamos que o músculo cardíaco apresentou dano oxidativo, tanto na peroxidação lipídica como nos compostos carbonílicos resultantes de danos à proteínas. O músculo esquelético se manteve mais estável na produção de espécies reativas de oxigênio. A expressão da proteína Hsp70 aumentou com o aquecimento, contudo na TCS as Hsp70 também se desnaturaram. Concluímos que o aumento da temperatura causa danos morfológicos, fisiológicos e moleculares nos tecidos musculares, contudo mecanismos fisiológicos de termoestabilidade celular e tecidual são recrutados durante este processo e podem representar no A. brevirhinus possibilidades de adaptações orgânicas a novas temperaturas.Item Entomofauna associada a cultivos de milho transgênico e com aplicação de herbicidas(UFVJM, 2018) Reis, Lucilene Geralda dos; Soares, Marcus Alvarenga; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Soares, Marcus Alvarenga; Assis Júnior, Sebastião Lourenço de; Silva, Isabel Moreira daA Engenharia Genética tem sido utilizada para o melhoramento de muitos organismos. Os transgênicos são uma importante ferramenta de manejo integrado de pragas que tem como finalidade mitigar as injúrias causadas por insetos pragas diminuindo a utilização de agrotóxicos. Os herbicidas controlam as plantas daninhas, porém, podem causar danos ao habitat de insetos que utilizam tais plantas para sobrevivência. O objetivo desse trabalho foi avaliar a diversidade da entomofauna encontrada em cultivos de milho transgênico e com aplicação de herbicidas. O presente trabalho foi desenvolvido na Fazenda Experimental Rio Manso, pertencente à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM e no laboratório de Controle Biológico de insetos desta mesma instituição. Utilizou-se para a coleta armadilhas de queda (pitfall traps) que foram colocadas no centro das parcelas experimentais. Foram realizadas três avaliações ao longo da safra, nas quais as plantas se encontravam em diferentes fases fenológicas, época de emergência da plântula, de floração e enchimento de grãos. O total de indivíduos coletados no período de amostragem foi de 2.788, distribuídos em 8 ordens e 21 famílias. As principais, ordens coletadas foram Coleoptera, Hymenoptera, Hemiptera, Orthoptera, Diptera, Blattodea, Dermaptera e Araneae. Já às famílias mais abundantes no cultivo foram: Formicidae seguida de Bostrichidae, Cicadellidae, Cercopidae, Staphylinidae, Bruchidae, Muscidae, Crysomelidae, Scarabaeidae, Tenebrionidae, Gryliidae, Sphecidae, Carabidae, Lagriidae, Forficulidae, Ulidiidae, Cydnidae, Apidae, Vespidae, Termitidae e Tetrigidae. Verificou-se, que, apenas na segunda avaliação, ocorreram interações, e que essas foram entre a variedade Herculex e o herbicida Glufosinato de amônio com efeito na diversidade e entre Herculex e o Atrazine com efeito na riqueza de famílias. Constatou-se pouco impacto das variedades transgênicas e da aplicação de herbicidas na diversidade e na riqueza de espécies.Item Evolução na recuperação de área degradada utilizando-se plantas de Acacia mangium Willd (Fabales: Fabaceae): produção de massa foliar e insetos e aranhas como bioindicadores(UFVJM, 2021) Lima, Jéssika Silva de; Leite, Germano Leão Demolin; Soares, Marcus Alvarenga; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Leite, Germano Leão Demolin; Soares, Marcus Alvarenga; Alves, Pedro Guilherme LemesAcacia mangium Willd. (Fabaceae) é uma espécie pioneira, de rápido crescimento e rusticidade, além de apresentar potencial nitrificador, sendo utilizadas em programas de recuperação de áreas degradadas. Os objetivos deste trabalho foram estudar a evolução na recuperação de área degradada utilizando-se plantas jovens de A. mangium, sua produção de produção de massa foliar e de seus insetos e aranhas como bioindicadores (abundância, diversidade e riqueza de espécies) e as interações entre os grupos de artrópodos, durante 24 meses. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 24 repetições (plantas jovens), sendo os tratamentos o primeiro e o segundo ano após o plantio. As plantas de A. mangium, no segundo ano de desenvolvimento, apresentaram maiores números de folhas/galho, galhos/árvore e de cobertura do solo (serapilheira, plantas herbáceas e gramíneas), abundâncias de Hemiptera Phenacoccus sp. (Pseudococcidae) e Pachycoris torridus Scopoli (Scutelleridae); Hymenoptera Tetragonisca angustula Latreille e Trigona spinipes Fabricius (Apidae) e Brachymyrmex sp., Camponotus sp. e Cephalotes sp. (Formicidae); Blattodea Nasutitermes sp. (Termitidae) e Neuroptera Chrysoperla sp. (Chrysopidae); e maiores abundâncias e riquezas de espécies de insetos polinizadores e de formigas cuidadoras, e abundância de predadores de Sternorrhyncha comparada com o primeiro ano. Maiores abundâncias de Hemiptera Aethalium reticulatum L. (Aethalionidae), Hymenoptera Camponotus sp., Cephalotes sp., Polybia sp. (Vespidae), T. angustula, T. spinipes, e abundâncias de formigas cuidadoras, insetos polinizadores, predadores totais e de Sternorrhyncha e riqueza de espécies de formigas cuidadoras foram observadas em plantas de A. mangium com mais folhas ou galhos. As maiores abundâncias de T. spinipes e de Pheidole sp. se correlacionaram de forma positiva com aqueles de A. reticulatum; as de Tropidacris collaris Stoll. (Orthoptera: Romaleidae) e de Parasyphraea sp. (Coleoptera: Chrysomelidae) com as de Araneidae. As maiores diversidade e riqueza de espécies de Hemiptera fitófagos incrementaram aqueles de predadores de Sternorrhyncha e a abundância de insetos mastigadores a de aranhas. Por outro lado, as maiores abundâncias de insetos mastigadores apresentaram correlação negativa com as de Bemisia sp. (Hemiptera: Aleyrodidae); as de formigas cuidadoras com as de T. spinipes e as de Dolichopodidae (Diptera); e as de predadores totais com as de T. spinipes. A idade das plantas de Acacia mangium influenciou no aumento da população de artrópodes e cobertura do solo, indicando ser uma boa alternativa para a recuperação de áreas degradadas.
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