Pós-Graduação em Biologia Animal

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PPGBA - Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal

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    Fauna de abelhas de orquídeas (Apidae: Euglossini) em ecossistema de turfeiras de altitude do Parque Estadual do Rio Preto
    (UFVJM, 2023) Viana, Renato Tadeu Silva; Lourenço, Anete Pedro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    As abelhas das orquídeas (Euglossini) desempenham um papel importante em ambientes tropicais polinizando plantas de uma série de famílias botânicas. Uma de suas características é a busca dos machos por substâncias aromáticas nas flores, principalmente nas Orchidaceae. Além disso, as abelhas das orquídeas possuem grande capacidade de voo e de dispersão. A maioria das espécies está associada a ambientes florestais, porém algumas são comuns em áreas abertas e perturbadas. Realizamos quatro campanhas para coletar machos de abelhas das orquídeas usando iscas aromáticas em garrafas PET. Duas campanhas foram realizadas no início da estação chuvosa (outubro) e as outras duas no final (março). Os levantamentos foram realizados no campo rupestre do Parque Estadual do Rio Preto (PERP) em capões de mata de duas áreas de turfeiras de altitude: protegida (RP) e desprotegida (ARA). Coletamos 672 machos pertencentes a três gêneros (Euglossa, Eulaema e Eufriesea) e doze espécies. Observamos maior abundância para RP e aproximadamente a mesma riqueza de espécies nas duas áreas amostradas. A menor abundância de abelhas das orquídeas na área não protegida pode ser atribuída a atividades humanas e perturbações. A espécie mais abundante foi Euglossa leucotricha seguida de Eulaema nigrita. Vale ressaltar que também registramos Euglossa cordata a qual ainda não havia sido amostrada no PERP. Esse registro aumentou o número de espécies conhecidas no parque para 16. Abelhas do gênero Eufriesea apresentaram ocorrência em campanhas diferentes, aparentemente devido a diferenças na atividade reprodutiva para evitar competição por recursos. As abelhas das orquídeas são responsáveis pela polinização de plantas pertencentes a diversas famílias nos ambientes tropicais, destacando seu papel significativo para manutenção e sucesso reprodutivo de muitas espécies relacionadas aos ambientes de turfeiras.
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    Efeito do imidacloprido na modulação da expressão de genes de resposta imune, desenvolvimento e estresse oxidativo em abelhas sem ferrão Melipona quadrifasciata anthidiodes
    (UFVJM, 2023) Costa, Mayra Ruas da; Lourenço, Anete Pedro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    O crescente uso indiscriminado de agroquímicos tem causado graves prejuízos aos organismos não-alvo, entre eles as abelhas sem ferrão, que são os principais polinizadores nativos da região Neotropical. Entretanto, sabemos pouco sobre sua biologia, especialmente como o sistema imunológico desses insetos responde a presença de inseticidas usados nos agrossistemas. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, e esse status vem acompanhado de outro, o de maior consumidor de agrotóxicos. Entre eles estão os neonicotinoides, compostos sistêmicos produzidos para agir sobre o sistema nervoso dos insetos alvo, podendo gerar consequências desconhecidas aos não-alvos. Esse grupo de inseticidas está relacionado ao declínio das populações de abelhas pelo mundo. A presença de quantidades residuais de pesticidas nas fontes alimentares pode ser capaz de alterar os mecanismos moleculares que controlam as vias de imunidade, desenvolvimento e estresse oxidativo fundamentais para a sobrevivência e reprodução dos insetos. Nesse trabalho investigamos o efeito de uma concentração subletal do inseticida neonicotinóide imidacloprido na expressão de genes da resposta imune e estresse oxidativo de abelhas nativas eussociais Melipona quadrifasciata anthidioides e os possíveis efeitos dessa exposição sobre o fitness e sistema imunológico dessa espécie. Abelhas forrageiras de três colônias foram expostas, em laboratório, ao inseticida por via oral durante 72h. Após essa exposição, realizamos a extração de RNA e síntese de cDNA para analisar o perfil de expressão gênica de marcadores associados ao estresse fisiológico, imunidade, desenvolvimento e estresse oxidativo através da quantificação relativa da expressão gênica por qPCR. Doses subletais do imidacloprido foram capazes de causar a desregulação da expressão de genes relacionados ao sistema imunológico e de resposta ao estresse oxidativo nessas abelhas. Estes resultados mostram que este inseticida pode ser prejudicial à resposta imune das abelhas, podendo resultar em comprometimento do fitness e maior susceptibilidade a doenças.
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    Avaliação da atividade inseticida do óleo essencial de Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) R. M. King & H. Rob (arnica-do-campo) sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)
    (UFVJM, 2023) Silva, Sâmia Francielle; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    A leishmaniose visceral consiste em uma infecção parasitária zoonótica, capaz de afetar o homem e diversos animais, considerada um problema de saúde pública. No Brasil, sua transmissão se dá principalmente por meio da picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva). A estratégia de controle vetorial mais utilizada é a aplicação de inseticidas sintéticos, contudo, a resistência adquirida gera interesse no desenvolvimento de novos produtos. Neste contexto, as plantas podem ser uma alternativa, devido à biodiversidade de metabólitos secundários com potencial inseticida. O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade do óleo essencial de Pseudobrickellia brasiliensis (R.M. King & H. Rob) sobre Lu. longipalpis selvagens. Para isso, folhas frescas de P. brasiliensis foram usadas para obtenção do óleo essencial por hidrodestilação. Para o bioensaio, flebotomíneos selvagens coletados em uma comunidade rural do município de Diamantina-MG, foram expostos às diferentes concentrações do óleo essencial: 2,5mg/mL, 5mg/mL e 10mg/mL. Foram utilizados como grupos controles: água destilada e Tween® (controles negativos) e cipermetrina (controle positivo). Dez exemplares de flebotomíneos foram transferidos para potes plásticos cobertos por tecidos de organza. Na parte superior e inferior do pote foi inserido papel filtro embebido por 250μL do óleo, e a taxa de mortalidade foi acompanhada em 1h, 2h, 4h, 16h, 24h, 48h e 72h. A prospecção das classes de compostos secundários foi realizada por meio da análise de cromatografia em fase gasosa acoplada espectrômetro de massas (CG-EM). O estudo fitoquímico revelou a presença de terpenos, enquanto o CG detalhou a predominância de monoterpenos, sesquiterpenos e diterpenos. O bioensaio evidenciou ação inseticida do óleo essencial de P. brasiliensis sobre os flebotomíneos, em todas as concentrações testadas e apresentou elevada toxicidade sobre Lu. longipalpis, mostrando-se como um potencial inseticida natural que pode ser utilizado nas ações futuras de controle vetorial pelos órgãos responsáveis.
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    Distribuição espacial, índices e relação ecológica de artrópodes como bioindicadores em plantas de Sapindus saponaria L. (Sapindales: Sapindacea) para recuperação de área degradada
    (UFVJM, 2023) Souza, Rafael Fernandes Abreu de; Leite, Germano Leão Demolin; Soares, Marcus Alvarenga; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    Sapindus saponaria L. (Sapindaceae) é uma espécie pioneira que consegue colonizar áreas com condições pouco favoráveis. Essa espécie é utilizada em programas de recuperação de áreas degradadas, pois possui características reprodutivas eficientes, como uma alta taxa de produção de sementes, que lhes permitem colonizar rapidamente áreas com poucos recursos naturais. Também auxiliam no controle de alguns insetos pragas devido à composição de tripsina e saponina em suas folhas. Além disso, esses componentes químicos têm importância para a produção de produtos farmacêuticos. O objetivo foi avaliar o impacto da distribuição espacial, índices e relações ecológicas de artrópodes nas folhas de S. saponaria, a fim de preservar o equilíbrio da biodiversidade. Observou-se distribuição agregada; os números de artrópodes fitófagos foram maiores na face adaxial da folha do que na parte abaxial. Apenas indivíduos de Aleyrodidae (Hemiptera), tiveram maior presença na face abaxial das folhas, em mudas de S. saponaria. Abundância, diversidade e riqueza de espécies de inimigos naturais correlacionaram-se positivamente com insetos fitófagos e polinizadores. Por outro lado, o número de minas de Liriomyza sp. correlacionou-se negativamente com o de Pseudomyrmex termitarius (Smith) (Hymenoptera: Formicidae). Todas essas informações podem ser usadas para auxiliar e orientar programas de manejo integrado de pragas.
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    Toxicidade do óleo essencial de Citrus sinensis sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae), vetor da leishmaniose visceral no Brasil
    (UFVJM, 2023) Santos, Fernanda Batista; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    A leishmaniose visceral (LV) é uma doença de caráter reemergente, com ampla distribuição geográfica e alta letalidade, quando não tratada. É transmitida principalmente pela picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis. O controle recomendado direcionado ao vetor é a aplicação de inseticida piretróide residual nos domicílios e anexos. Entretanto, tem sido observado o surgimento de populações resistentes aos inseticidas convencionais, o que tem fomentado a busca por novos compostos. O objetivo deste trabalho foi investigar o potencial tóxico do óleo essencial de Citrus sinensis (laranja-pêra-rio) sobre flebotomíneos selvagens da espécie Lutzomyia longipalpis. Para obtenção do óleo essencial, foram adquiridas 10 laranjas pêra-rio no comércio local do município de Diamantina-MG. O método utilizado foi a hidrodestilação com auxílio do aparelho de Clevenger. Para o bioensaio, o óleo essencial foi diluído em solução de polisorbato 80 (Tween®) a 3%, obtendo-se as concentrações de 100mg/mL, 200mg/mL e 400mg/mL. Foram usados como grupos controles: água destilada e Tween® a 3% (negativos) e cipermetrina 196μg/mL como controle positivo. Flebotomíneos foram capturados em área rural do município com auxílio de armadilhas luminosas tipo HP para serem utilizados nos testes de toxicidade. Dez exemplares foram transferidos para potes plásticos de 250mL cobertos por tecidos de organza. Na parte superior do pote (tampa) e na inferior (fundo) foram inseridos papel de filtro embebido por 250μL do óleo essencial. A taxa de mortalidade foi acompanhada por 1h, 2h, 4h, 8h, 12h, 20h, 24h, 48h e 72h após a exposição. Os dados foram analisados usando a incidência de morte por tempo avaliado entre as amostras. A análise estatística foi feita usando o Modelo de tempo de falha acelerado, com ajuste de curva Lognormal (ΔAICc = 0). A caracterização detalhada do óleo essencial foi feita por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa. O óleo essencial de C. sinensis foi tóxico para os flebotomíneos Lu. longipalpis em todas as concentrações testadas. A taxa de sobrevivência diminuiu com o aumento da concentração: 18% em 100mg/mL, 11% em 200mg/mL e 2% em 400mg/mL. A taxa de mortalidade foi significativamente maior na concentração de 400mg/mL em comparação com a água. O diluente Tween® não afetou a ação do óleo essencial, enquanto a cipermetrina 196μg/mL resultou em alta mortalidade. A DL(50) foi de 152,28 +- 52,102. Por cromatografia gasosa acoplado a espetrômetro de massas foram identificados nove componentes na amostra do OE de Citrus sinensis, sendo maioria monoterpenos e o constituinte majoritário o d-limoneno, com 95,11% da composição. Os resultados obtidos mostraram que o óleo essencial de cascas de laranja possui potencial tóxico sobre Lu. longipalpis. A presença de componentes como os terpenos em sua constituição, com conhecido poder inseticida, pode subsidiar o desenvolvimento de um produto eficiente e menos tóxico que ajude no controle destes vetores.
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    Investigação de roedores e marsupiais na cadeia de transmissão de Leishmania spp. em Diamantina, Minas Gerais, Brasil
    (UFVJM, 2022) Gusmão, Emerson Márcio; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Barata, Ricardo Andrade; Monteiro, Erika Michalsky
    As leishmanioses são doenças infecto-parasitárias que atingem o homem e os animais, causadas por protozoários do gênero Leishmania. A espécie Leishmania infantum e Leishmania braziliensis são responsáveis respectivamente pela maioria dos casos de leishmaniose visceral e leishmaniose tegumentar no Brasil. A infecção e interação do parasito com os hospedeiros vertebrados ocorre pela picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas. As alterações ambientais, naturais ou resultantes de ações antrópicas, representam a função de pressão seletiva que induz as populações vetoras versus parasita versus mamíferos a se adaptarem às novas circunstâncias a partir de mudanças comportamentais. Muitos estudos apontam a necessidade de investigações sobre o papel exato de novas espécies de animais no ciclo epidemiológico das leishmanioses. O objetivo desse estudo foi realizar um censo epidemiológico da prevalência de Leishmania spp. em roedores e marsupiais sinantrópicos capturados na área urbana de Diamantina, Minas Gerais, Brasil. Para isso foram coletadas amostras de sangue e fragmentos de baço de 24 roedores e 13 marsupiais sinantrópicos capturados em 10 pontos representantes de bairros da cidade. A pesquisa de Leishmania foi realizada através do diagnóstico parasitológico direto por meio do esfregaço sanguíneo e histopatológico de baço, além da PCR do DNA extraído a partir de sangue total e fragmentos do baço dos animais seguida de sequenciamento, e o PicroSirusRed, para evidenciação de fibras colágenas em região esplênica. Foram coletados um total de 37 espécimes, de quatro espécies, Didelphis albiventris, Mus musculus, Rattus norvegicus e Rattus rattus. As técnicas de diagnóstico direto (esfregaço sanguíneo, histopatológico) não revelaram amastigotas visíveis. Apesar da presença de alterações do aspecto macroscópico em região hepática e esplênica em alguns roedores e marsupiais, nas amostras analisadas não foi detectado Leishmania spp. pela PCR. Os cortes corados pelo PicrosiriusRed não demostraram alterações morfológicas em fibras colágenas. Embora não tenham sido identificados roedores e marsupiais positivos para Leishmania spp. neste estudo, não se descarta a participação destes animais no ciclo epidemiológico de transmissão das leishmanioses.
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    Adaptabilidade de juvenis de tilapia nos diferentes sistemas de cultivo
    (UFVJM, 2022) Rocha, Adriana de Fátima; Pedreira, Marcelo Mattos; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pedreira, Marcelo Mattos; Machado, Alex Sander Dias; Pelli, Afonso; Costa, Deliane Cristina
    A tilápia Oreochromis niloticus é o peixe mais cultivado no Brasil. Com a intensificação da aquicultura os sistemas de cultivo alternativos sustentáveis são essenciais no uso racional da água e vem sendo estudados. O objetivo desse trabalho foi comparar o rendimento de juvenis de tilápia submetidos a quatro diferentes sistemas de recirculação: controle, biofiltro, água verde e bioflocos, com quatro repetições cada, em um delineamento inteiramente casualizado. A qualidade da água manteve-se dentro dos níveis desejados nos diferentes sistemas utilizados. A alcalinidade foi superior, nos sistemas biofiltro (16,214±5,869 mg L−¹) e bioflocos (9,536±2,538 mg L−¹) quando comparadas ao controle indicando maior capacidade de tamponamento das flutuações (P<0,05). A dureza (159,367±62,692 mg L-¹) e o cálcio (111,554±51,061 mg L-¹) foram mais altos no sistema biofiltro em relação ao controle (P<0,05). A condutividade foi maior no bioflocos (0,507±0,193 mS/cm), do que no controle, devido aos flocos em suspensão que servem de alimento (P<0,05). Os valores de peso (39,35±14,81g; 41,22±14,14g), ganho de peso (35,41±16,07 g; 36,97±15,66 g) e taxa de crescimento específico (4,37±0,87 g;4,46±0,81 g), foram maiores para os juvenis sob os sistemas com biofiltro e bioflocos, respectivamente quando comparados com o controle, sendo os resultados do tratamento de água verde intermediários (P<0,05). A conversão alimentar foi menor para os juvenis sob os sistemas com biofiltro (1,3±0,1), água verde (1,3±0,3) e bioflocos (1,2±0,3) quando comparados com o controle (P<0,05). Foram realizados teste de estresse por salinidade e avaliação da cor dos juvenis de tilápia que não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos. Os sistemas intensivos de recirculação com biofiltro, água verde e bioflocos melhoram as condições de cultivo para juvenis de tilápia do Nilo devendo ser empregadas e aprimoradas como inovações tecnológicas amigáveis ao meio ambiente.
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    Variações morfométricas de abelhas solitárias Centris tarsata e Centris analis (Hymenoptera, Apidae, Centridini) em regiões de Cerrado
    (UFVJM, 2022) Novaes, Cinthia Soares; Lourenço, Anete Pedro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lourenço, Anete Pedro; Rocha Filho, Léo Correia da; Francoy, Tiago Maurício
    As abelhas solitárias Centris tarsata e Centris analis pertencem à tribo Centridini, são amplamente distribuídas pelo Brasil e são frequentes em levantamentos de abelhas que nidificam em cavidades pré-existentes, além de serem consideradas efetivas na polinização de sistemas naturais e agrícolas. As análises comparativas de populações de abelhas podem ser feitas com o estudo da caracterização da forma e o tamanho de seus corpos, e uma forma de avaliar essas variações é através da morfometria, tanto a morfometria tradicional, que utiliza medidas lineares de estruturas ou partes dos organismos, quanto a morfometria geométrica, que é baseada em marcos anatômicos. Apesar de existir uma base genética para a variação corporal dos indivíduos, essa variação pode ser influenciada por fatores como vegetação, bioma, sazonalidade e a alimentação das abelhas durante o estágio larval. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar, através da morfometria linear das cabeças e morfometria geométrica das asas, populações de abelhas solitárias C. tarsata e C. analis, em diferentes áreas de Cerrado, situadas na Cadeia do Espinhaço/MG. Além disso, objetivou-se estudar populações entre os anos de 2012 e 2019, assim como caracterizar os recursos polínicos consumidos pelos imaturos. No capítulo 1, foram utilizadas abelhas C. tarsata e C. analis coletadas de ninhos-armadilha de cinco áreas diferentes: duas áreas dentro do Campus JK da UFVJM e três áreas protegidas dentro de Parques Estaduais. Para as análises morfométricas, foram utilizados fêmeas e machos de C. tarsata e C. analis. Para análise do material polínico foram utilizados 50 ninhos de C. tarsata e 28 ninhos de C. analis. Observamos que as populações de C. tarsata apresentaram diferenças morfométricas entre as áreas e a diversidade polínica na alimentação larval dessas abelhas parece interferir no maior tamanho corporal. No entanto, as populações de C. analis apresentaram muito pouca ou nenhuma variação entre as diferentes áreas, o que nos leva a acreditar que essas abelhas possuem menor modificação morfológica entre locais distintos, muito provavelmente por terem uma alimentação polínica mais constante baseada em Malpighiacea. No capítulo 2, analisamos populações de abelhas em diferentes anos, e para isso, foram utilizadas abelhas de ninhos-armadilha de C. tarsata coletados dentro do Campus JK entre os anos de 2013 e 2019, e de C. analis coletados no Parque Estadual do Rio Preto, entre 2012 e 2013, sendo 226 abelhas C. tarsata (103 fêmeas e 123 machos) e 169 abelhas C. analis (61 fêmeas e 108 machos). Para análise do material polínico foram utilizados 43 ninhos de C. tarsata e 11 ninhos de C. analis. As populações de C. tarsata apresentaram pouca diferença entre os anos, e as abelhas de 2012 de C. analis foram maiores. Observamos que fatores como a sazonalidade (precipitação e temperatura) não interfere na morfologia corporal das abelhas C. tarsata e C. analis entre os anos analisados. Porém, a diferença no tamanho corporal de C. analis está diretamente relacionada à diversidade polínica na alimentação dos imaturos, que se mostra um fator muito importante para morfologia corporal dessas abelhas.
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    Revisão do conceito da facilitação social ao longo de 30 anos em insetos (Arthropoda: Insecta)
    (UFVJM, 2022) Fonseca, Andréa Aparecida; Santos, Conceição Aparecida dos; Giordani, Samuel Cunha Oliveira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Conceição Aparecida dos; Giordani, Samuel Cunha Oliveira; Lourenço, Anete Pedro; Isaac Júnior, José Bôsco
    A facilitação social trata de um fenômeno em que os indivíduos no grupo apresentam alterações comportamentais na presença de outros organismos da mesma espécie, em um determinado momento da vida ou em toda ela, quando realizam atividades grupais e estas aumentam em frequência ou intensidade. O estudo da facilitação social foi iniciado em seres humanos e depois expandido para outras espécies inclusive no grupo dos insetos. Este trabalho teve o objetivo de rever os conceitos sobre facilitação social utilizados ao longo dos últimos 30 anos nos insetos. Para atingir o objetivo proposto foi realizada uma pesquisa bibliográfica para definir quando surgiu o termo facilitação social e como esse termo foi descrito ao longo das pesquisas realizadas, onde e quando se aplica; e como ocorre a utilização desse conceito nos dias atuais. Durante as 3 décadas houve uma diminuição do número de trabalhos publicados conceituando o termo facilitação social, essa redução pode levar a pesquisas futuras para investigar as causas da redução nas publicações sobre facilitação social. As ordens Blattodea (baratas e cupins) e Hymenoptera (formigas, vespas e abelhas) foram as mais representadas, indicando a ocorrência da facilitação social, devido, a eussocialidade. Os organismos eussociais possuem interações sociais únicas e provavelmente essa característica faz com que eles sejam objetos de estudos para a facilitação social.
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    Riqueza de cupins (Isoptera) na América do Sul
    (UFVJM, 2022) Ávila, Laura Simões de; Santos, Thiago; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Thiago; Santos, Conceição Aparecida dos; Cunha, Hélida Ferreira da; Machado, Evandro Luiz Mendonça
    Cupins (Isoptera) são insetos eussociais distribuídos por todo o mundo, principalmente nas regiões tropicais, atualmente existem cerca de 3.176 espécies de cupins descritas, e a riqueza local das espécies de cupins é influenciada por fatores ambientais como altitude, clima, cobertura vegetal e outros. Há uma lacuna de conhecimento sobre a riqueza de cupins na América do Sul, assim este trabalho buscou descrever a riqueza de cupins da região usando metadados e compreender qual o conjunto de preditores ambientais (variáveis bioclimáticas, relevo, cobertura vegetal e esforço amostral) que melhor descreve essa riqueza. Foi realizada a busca por artigos científicos, por meio das plataformas Web of Science, PubMed, Scopus, Google Acadêmico e SciElo (termos de busca: levantamento, termit*, cupi*, isoptera, diversit*, richness), que fizeram levantamento de espécies e/ou estimaram a diversidade de cupins por todo o território da América do Sul. Os dados de espécies obtidos foram atualizados de acordo com as revisões sistemáticas recentes e descrições de novas espécies. Foram encontrados 172 artigos (132 eram do Brasil, 14 da Colômbia, 10 da Guiana Francesa, 8 da Argentina, 7 do Peru e 4 do Equador). Foram 536 pontos de coleta, com 431 espécies encontradas. A relação entre riqueza de cupins e os preditores ambientais foi modelada usando-se modelo aditivo generalizados (GAM), o qual indicou que precipitação do trimestre mais frio, sazonalidade de temperatura, sazonalidade de precipitação, precipitação do trimestre mais seco, índice de área foliar, zona da água na raiz, umidade do solo na zona da raiz, visitas e distância vertical à drenagem mais próxima formam o melhor conjunto de preditores e explicam 53,3% da deviância da riqueza de cupins encontrada nos trabalhos. A utilização de um conjunto de variáveis ambientais de grupos diferentes e a união de dados climáticos do WorldClim e dados de sensoriamento remoto, possibilitaram compreender as influencias dos preditores em diferentes escalas temporais e espaciais sobre a riqueza de cupins. O número de coletas é importante para a determinação do padrão de diversidade de cupins, e há uma escassez de estudos em grande escala sobre a riqueza de cupins e a relação dela com os fatores ambientais, assim, esse foi o primeiro trabalho desse tipo na região.