Variações morfométricas de abelhas solitárias Centris tarsata e Centris analis (Hymenoptera, Apidae, Centridini) em regiões de Cerrado
Date
2022
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
As abelhas solitárias Centris tarsata e Centris analis pertencem à tribo Centridini, são
amplamente distribuídas pelo Brasil e são frequentes em levantamentos de abelhas que
nidificam em cavidades pré-existentes, além de serem consideradas efetivas na polinização de
sistemas naturais e agrícolas. As análises comparativas de populações de abelhas podem ser
feitas com o estudo da caracterização da forma e o tamanho de seus corpos, e uma forma de
avaliar essas variações é através da morfometria, tanto a morfometria tradicional, que utiliza
medidas lineares de estruturas ou partes dos organismos, quanto a morfometria geométrica,
que é baseada em marcos anatômicos. Apesar de existir uma base genética para a variação
corporal dos indivíduos, essa variação pode ser influenciada por fatores como vegetação,
bioma, sazonalidade e a alimentação das abelhas durante o estágio larval. Nesse contexto, o
objetivo deste trabalho foi analisar, através da morfometria linear das cabeças e morfometria
geométrica das asas, populações de abelhas solitárias C. tarsata e C. analis, em diferentes
áreas de Cerrado, situadas na Cadeia do Espinhaço/MG. Além disso, objetivou-se estudar
populações entre os anos de 2012 e 2019, assim como caracterizar os recursos polínicos
consumidos pelos imaturos. No capítulo 1, foram utilizadas abelhas C. tarsata e C. analis
coletadas de ninhos-armadilha de cinco áreas diferentes: duas áreas dentro do Campus JK da
UFVJM e três áreas protegidas dentro de Parques Estaduais. Para as análises morfométricas,
foram utilizados fêmeas e machos de C. tarsata e C. analis. Para análise do material polínico
foram utilizados 50 ninhos de C. tarsata e 28 ninhos de C. analis. Observamos que as
populações de C. tarsata apresentaram diferenças morfométricas entre as áreas e a
diversidade polínica na alimentação larval dessas abelhas parece interferir no maior tamanho
corporal. No entanto, as populações de C. analis apresentaram muito pouca ou nenhuma
variação entre as diferentes áreas, o que nos leva a acreditar que essas abelhas possuem menor
modificação morfológica entre locais distintos, muito provavelmente por terem uma
alimentação polínica mais constante baseada em Malpighiacea. No capítulo 2, analisamos
populações de abelhas em diferentes anos, e para isso, foram utilizadas abelhas de ninhos-armadilha
de C. tarsata coletados dentro do Campus JK entre os anos de 2013 e 2019, e de C.
analis coletados no Parque Estadual do Rio Preto, entre 2012 e 2013, sendo 226 abelhas C.
tarsata (103 fêmeas e 123 machos) e 169 abelhas C. analis (61 fêmeas e 108 machos). Para
análise do material polínico foram utilizados 43 ninhos de C. tarsata e 11 ninhos de C. analis.
As populações de C. tarsata apresentaram pouca diferença entre os anos, e as abelhas de 2012 de C. analis foram maiores. Observamos que fatores como a sazonalidade (precipitação e
temperatura) não interfere na morfologia corporal das abelhas C. tarsata e C. analis entre os
anos analisados. Porém, a diferença no tamanho corporal de C. analis está diretamente
relacionada à diversidade polínica na alimentação dos imaturos, que se mostra um fator muito
importante para morfologia corporal dessas abelhas.
Description
O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) – Convênio 5310/15.
Keywords
Citation
NOVAES, Cinthia Soares. Variações morfométricas de abelhas solitárias Centris tarsata e Centris analis (Hymenoptera, Apidae, Centridini) em regiões de Cerrado. 2022. 127 p. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2022.