PPGBA - Mestrado em Biologia Animal (Dissertações)
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Item Partição de recursos entre carnívoros simpátricos (Didelphimorphia e Carnívora) em um arroio de Mata Atlântica no sul do Brasil(UFVJM, 2017) Andrade, Paula Cristina Barros; Lessa, Leonardo Guimarães; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lessa, Leonardo Guimarães; Santos, Thiago; Cáceres, Nilton CarlosInvestigar as relações ecológicas entre espécies simpátricas e suas interações com o habitat, são importantes para a compreensão dos mecanismos que controlam a estrutura da comunidade ecológica. Entretanto, informações a respeito dos mecanismos que permitam a coexistência entre mamíferos simpátricos são ainda escassas. Descrevemos no presente estudo, os padrões de dieta dos carnívoros simpátricos Chironectes minimus e Lontra longicaudis, analisamos os possíveis mecanismos de particionamento de recursos entre essas espécies, a partir das dimensões de nicho alimentar, temporal e espacial e discutimos o potencial para interações interespecíficas, como a competição e predação. Os hábitos alimentares dos carnívoros foram estudados a partir das análises de amostras de fezes coletadas entre novembro de 2008 e fevereiro de 2012, em fragmentos de Mata Atlântica no arroio Morungava, localizado no município de Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram coletadas 85 amostras de C. minimus e 21 amostras de Lontra longicaudis, distribuídas entre 23 latrinas encontradas ao longo das margens direita e esquerda do arroio. A cuíca d’água e a lontra neotropical apresentaram hábitos alimentares especialistas, porém, com dietas distintas, especialmente com relação as preferencias alimentares e à frequência dos itens consumidos, o que provavelmente se reflete no baixo índice de sobreposição de nicho trófico entre as espécies. Chironectes minimus apresentou uma dieta primordialmente carnivora, no entanto, bastante diversificada, consumindo principalmente crustáceos decápodos (100%), insetos (69%) e peixes (40%), enquanto L. longicaudis apresentou uma dieta baseada principalmente no consumo de peixes (95%), seguidos por insetos (71%), e anfíbios anuros (67%). Observamos um padrão de segregação espacial e temporal entre a cuíca d’água e a lontra neotropical na área de estudo, embora, evidências demonstrem que essas espécies coexistem em algum momento, tanto no espaço quanto no tempo, já que, registramos a predação da cuíca d’água pela lontra neotropical. Este é o primeiro estudo de particionamento de recursos entre C. minimus e L. longicaudis, fornecendo informações importantes sobre os hábitos alimentares destes mamíferos semiaquáticos e sobre os mecanismos ecológicos responsáveis pela estrutura desta guilda de carnívoros na Mata Atlântica.Item Padrão de escavação de túneis em Cortaritermes silvestrii (Termitidae: Nasutitermitinae)(UFVJM, 2017) Sant’ana, Luís Paulo; Santos, Thiago; Santos, Conceição Aparecida dos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Thiago; Schetino, Marco Antônio Alves; Haifig, Ives; Santos, Conceição Aparecida dosMuitos fatores têm sido pautados como atributos que podem ajudar a entender melhor o padrão de escavação de túneis em cupins. Dentre estes destacam-se o comportamento auto-organizado, fatores ambientais, características morfológicas dos operários, comunicação química e física, a escavação por “escavadores de topo”, e a teoria do forrageamento ótimo. Desta forma, através do presente trabalho objetivou-se investigar se o número de operários influencia no padrão de escavação de túneis em Cortaritermes silvestrii. Para as observações do comportamento de escavação foram utilizadas arenas bidimensionais preenchidas por areia com diferentes números de indivíduos em cada bateria, variando de 20 a 200 operários. Uma vez registrada a atividade de escavação, após 24 horas de experimento, foram medidos a área escavada, a taxa de escavação, o número total de túneis, o tempo para início da escavação (TIE), o tempo para início da bifurcação (TIB) e os ângulos entre as bifurcações observadas. Além disso, também foi feita uma simulação, utilizando dados empíricos, para estimar a eficiência de forrageio em C. silvestrii com diferentes números de operários e diferentes tipos de distribuição do recurso no substrato. Em relação aos resultados obtidos, observou-se que existe uma relação entre a área escavada (β= 0,4959, p < 0.001), a taxa de escavação, o número total de túneis escavados (β = 0,3917, p < 0.001), o TIE (β = -0,2935, p < 0,001), TIB (β = - 0,0729, p <0,001), e o número de operários em cada arena. Ao analisar os ângulos, observou-se uma frequência maior de ângulos menos redundantes (muito pequenos ou muito maiores). Os resultados obtidos na simulação indicam que o número de operários não influencia no retorno energético obtido durante a escavação, e que provavelmente C. silvestrii explora recursos distribuídos de forma aglomerada ou aleatória, muito mais eficiente do que recursos distribuídos uniformemente no substrato. Portanto, concluiu-se que o número de operários está relacionado ao padrão de escavação de túneis em C. silvestrii e que este padrão observado possivelmente está ligado à forma com que esta espécie explora seus recursos.Item Partição de recursos entre duas espécies simpátricas de Gracilinanus (Didelphimorphia: Didelphidae) em uma área de mata ciliar savânica: relação com o uso de ambiente e a dieta(UFVJM, 2017) Paula, Camilla de Souza; Azevedo, Cristiano Schetini de; Lessa, Leonardo Guimarães; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Azevedo, Cristiano Schetini de; Santos, Thiago; Talamoni, Sônia AparecidaDiversas espécies de pequenos mamíferos Neotropicais ocorrem em simpatria ao longo de suas áreas de distribuição e é relevante compreender os mecanismos que favorecem a coexistência das espécies e que controlam a estrutura da comunidade ecológica. O objetivo do presente estudo foi analisar os possíveis mecanismos de particionamento de recursos entre as espécies simpátricas Gracilinanus agilise G. microtarsus, avaliando o nicho alimentar e o nicho espacial.O estudo foi realizado no período de maio de 2016 a janeiro de 2017 em uma área de mata ciliar savânica, no Parque Estadual do Rio Preto, Minas Gerais. Analisamos a dieta das duas espécies através da frequência de ocorrência dos itens alimentares presentes nas fezes, além disso, estudamos o uso do espaço realizado pelas espécies e a relação com a heterogeneidade e complexidade ambiental. Analisamos a dieta das duas espécies através da frequência de ocorrência dos itens alimentares presentes nas fezes. As espécies apresentaram uma alta sobreposição de nicho no consumo de itens alimentares (CH=0,96), com algumas diferenças na frequência de ocorrência dos itens consumidos. Apesar dos itens mais frequentes nas amostras fazer parte da categoria dos invertebrados (Hymenoptera, Isoptera e Coleoptera), a proporção que esses itens apareceram nas amostras foi diferente para as duas espécies, além disso, a variedade de itens alimentares também diferiu entre as espécies, onde observamos a presença de flores nas amostras de G. agilis, e uma maior variedade de frutos nas amostras de G. microtarsus. Através das abundâncias relativas das espécies por estrato observamos que ambas utilizam preferencialmente o subbosque, além disso, observamos uma segregação espacial entre as espécies simpátricas de Gracilinanus, com G. agilis aparentemente ocorrendo mais na borda da mata e, sua congênere G. microtarsus, mais no interior da mata. Apesar da alta sobreposição de nicho alimentar observada, os resultados indicam que a coexistência das espécies simpátricas estudadas pode estar associada a dois mecanismos: a flexibilização no uso dos itens alimentares e particionamento no uso do espaço.Item Morfologia, integração e modularidade do aparato cefálico de defesa em soldados de Syntermitinae (Blattaria: Isoptera)(UFVJM, 2017) Cruz, Camila Cristina da; Marques, Rodrigo César; Santos, Thiago; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Marques, Rodrigo César; Lessa, Leonardo Guimarães; Rocha, Maurício Martins da; Santos, ThiagoA subfamília Syntermitinae (Blattaria: Isoptera), apresenta grande diversidade quanto a morfologia de seus membros, que varia desde soldados com nasus curto e mandíbulas robustas e retas, a soldados com nasus longo e mandíbulas estreitas e curvadas. Frente a essa diversidade morfológica e escassez de estudos relacionados a morfometria do grupo, este trabalho teve como objetivo analisar se existe integração e modularidade entre as estruturas que compõem o aparato cefálico de defesa de Syntermtinae, bem como analisar se existe correlação entre a morfologia e filogenia, além de investigar se a forma desses aparatos é influenciada por algum fator ecológico e se a morfologia da cabeça está relacionada ao tipo de mandíbula. Para a cabeça em vista lateral, a presença de dois módulos foi testada: a região do nasus e região de inserção da mandíbula. Para as mandíbulas direita e esquerda, dois módulos foram testados: as regiões apical e côndilo-molar. As hipóteses de modularidade foram testadas por meio do coeficiente RV de Escoufier. Para determinar a correlação entre a forma da cabeça e das mandíbulas com a filogenia do grupo, foi empregado o teste de Mantel entre as matrizes de distâncias morfométricas e distância filogenética entre as espécies. Uma Análise de Variância Multivariada Permutacional, foi realizada para avaliar a relação entre fatores ecológicos (grupo alimentar e bioma), e a morfologia da cabeça e mandíbulas, bem como a relação entre morfologia da cabeça e tipo de mandíbula. A hipótese de modularidade não foi suportada para a cabeça (coeficiente RV=0,98; proporção=0,5428), no entanto, para as mandíbulas direita e esquerda a hipótese foi corroborada (coeficiente RV=0,39 e proporção=0,0277; coeficiente RV=0,29 e proporção=0,0266, respectivamente). Para a cabeça, a ausência de modularidade pode estar relacionada ao tipo de defesa exercida pelos soldados de Syntermitinae: por serem soldados de defesa mista, o nasus age de forma coordenada com as mandíbulas e, dessa forma, as duas regiões estariam sujeitas às mesmas pressões seletivas. Já a análise feita para as mandíbulas direita e esquerda, indicou a existência de módulos constituídos pelas regiões apical e côndilo-mandibular. A região côndilo-mandibular se mantém mais estável ao longo do desenvolvimento do operário em soldado, no entanto a região apical varia mais em forma após a diferenciação e essa variação é diferente conforme as espécies. Foi observado que a filogenia explica parte da variação da morfologia da cabeça (r=0,3456; p<0,001), mas não explica a variação da forma das mandíbulas. Os fatores ecológicos, grupo alimentar e bioma, também não foram capazes de explicar a morfologia da cabeça e mandíbulas. A morfologia da cabeça está relacionada ao tipo de mandíbula (p<0,001). Em Syntermitinae, espécies filogeneticamente distantes possuem forma da cabeça semelhante, o que indica convergência. A forma das mandíbulas, portanto, está ligada a função exercida por elas e não a filogenia do grupo. O grupo alimentar não influencia a forma da cabeça e mandíbulas dos soldados, no entanto pode influenciar na morfologia dos operários, já que estes são responsáveis pelo forrageio. Além disso fatores como, predação e competição podem estar relacionados a variação da morfologia do grupo.Item Ação inseticida de extratos de folhas e cascas de Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand (Burseraceae) sobre Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912)(UFVJM, 2018) Sincurá, Yrllan Ribeiro; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Paz, Gustavo Fontes; Oliveira, Patricia Machado deA leishmaniose visceral (LV) é uma doença altamente letal quando não tratada e de caráter reemergente. É transmitida através da picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis, inseto com grande distribuição nas Américas. O controle vetorial é realizado através da aplicação de inseticidas piretróides sintéticos residuais de ação rápida sobre os insetos como a α-cipermetrina e a deltametrina. Nos últimos tempos tem se observado o surgimento de populações resistentes o que tem aumentado o interesse pela descoberta de novas moléculas que possam ser utilizadas no controle de vetores. As plantas são um importante e promissor campo de pesquisa, uma vez que já produzem moléculas com ação inseticida. Este estudo objetivou analisar a ação inseticida de extratos de folhas e cascas de Protium heptaphyllum sobre Lutzomyia longipalpis selvagens. Para isso foram confeccionados extratos hidroalcoólicos, etanólicos e ciclo- hexânicos das folhas e cascas de Protium heptaphyllum. Nestes foram realizados estudos fitoquímicos para prospecção de classes de compostos secundários com ação biológica. Os bioensaios foram realizados em potes plásticos adaptados e utilizou-se flebotomíneos Lu. longipalpis selvagens, oriundos da comunidade de Aroeira em Diamantina-MG. Obtivemos como resultado dos estudos fitoquímicos, diversas classes de metabólitos secundários como terpenos, esteroides, taninos, flavonoides, alcaloides e saponinas, com destaque para os extratos de folhas onde foi observado um maior número de classes em relação às cascas. Os bioensaios realizados evidenciaram uma ação inseticida dos extratos hidroalcoólicos e ciclo- hexânicos que tiveram resultados estatisticamente semelhantes à α-cipermetrina. Apesar de composição química semelhante as demais, os extratos etanólicos apresentaram uma baixa atividade sobre os insetos. Com isso, concluímos que Protium heptaphyllum, possui atividade inseticida sobre Lu. longipalpis. Dessa forma, este estudo contribui com o desenvolvimento de métodos de controle de insetos mais eficientes e menos agressivos aos humanos e outros animais.Item Dinâmica temporal e funcional da rede de interações entre plantas e beija-flores no Campo Rupestre da Serra do Espinhaço, Minas Gerais(UFVJM, 2018) Queiroz, Steffani Najara de Pinho; Santos, Thiago; Rech, André Rodrigo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Thiago; Rech, André Rodrigo; Mendonça Filho, Carlos Victor; Mendonça, Pietro Kiyoshi MaruyamaNa natureza, o que se encontra é uma rede complexa de interações bióticas, na qual várias espécies interagem numa dinâmica constante de benefícios e prejuízos que afetam diretamente a estrutura da comunidade promovendo ou restringindo a coexistência das espécies, o que Darwin chamou de “entangled bank”. Estudos envolvendo as plantas e seus polinizadores tem reconhecida importância ecológica, evolutiva e para a agricultura. Em ecossistemas tropicais muitas espécies necessitam destas interações mutualísticas em algum momento para completar seu ciclo de vida. No entanto, a dinâmica temporal pode regular sazonalmente as interações entre as espécies. Esta dissertação visa avançar no entendimento das redes planta-polinizador, utilizando como modelo as interações dos beija-flores e as plantas preenchendo algumas das lacunas existentes no que tange a organização e estruturação das comunidades biológicas. O primeiro capítulo intitulado “Polinizadores e visitantes florais da Cadeia do Espinhaço: o estado da arte”, é uma revisão do conhecimento acerca das interações planta-polinizador nos Campos Rupestres, abordando o perfil dos estudos de biologia e ecologia da polinização já desenvolvidos na Cadeia do Espinhaço. O segundo capítulo tem como título “Dinâmica temporal e determinantes da estrutura da rede de interações mutualísticas de plantas e beija-flores” e aborda os padrões da rede de interação de uma comunidade em área de Campo Rupestre, a variação temporal destes padrões e tenta explicar os processos biológicos que resultam nestes padrões. O terceiro capítulo aborda as consequências ou implicações dos padrões de visitação dos beija-flores sob a perspectiva das plantas, e tem como título “Limitação polínica versus deposição heteroespecífica de pólen em área de Campo Rupestre”. Com base no avanço que apresentamos fica evidente que novos trabalhos são necessários para conhecer a biota da área, as relações entre os organismos, os fatores que determinam essas interações e as consequência das interações para todo o ecossistema, de modo a promover de fato a conservação da biodiversidade.Item Avaliação do potencial inseticida de extratos de Caryocar brasiliense (Caryocaraceae) sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)(UFVJM, 2018) Baracho, Amanda de Oliveira; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Paz, Gustavo Fontes; Ruela, Fernando ArminiA leishmaniose visceral é uma doença parasitária de transmissão vetorial causada por protozoários do gênero Leishmania, com elevado grau de letalidade e que atinge milhões de pessoas no mundo. A busca por produtos alternativos para a eliminação do vetor tem como objetivo minimizar os impactos causados pelos inseticidas químicos sintéticos utilizados pelos programas de controle, sendo cada vez mais frequente a pesquisa em produtos de origem botânica com atividade inseticida. Organismos vegetais são capazes de produzir compostos orgânicos de comprovada toxicidade frente aos insetos e, diante disto, avaliou-se neste trabalho a atividade inseticida de extratos de Caryocar brasiliense, planta nativa do Cerrado popularmente conhecida como “pequi”, sobre flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis, principal transmissora da leishmaniose visceral. Extratos hidroetanólicos, etanólicos e ciclohexânicos de folhas e cascas de C. brasiliense foram preparados e diluídos em solução de Tween 80 a 3% para a obtenção de concentrações a 50, 100, 200 e 400 mg.mL-1, para a realização dos ensaios biológicos. Os flebotomíneos foram coletados em uma localidade rural do município de Diamantina/MG. Um número amostral de 30 flebotomíneos foi posto em contato com os extratos e a mortalidade foi avaliada após 1, 2, 4, 16, 24 48 e 72 horas de exposição, bem como grupos controle negativos (água destilada e Tween) e positivo (cipermetrina). A identificação dos constituintes químicos dos extratos também foi avaliada. Após 72h de experimento, foram registradas mortalidades de 93,3% pelo extrato hidroetanólico da casca a 400 mg.mL-1, 66,3% pelo etanólico da casca a 50 mg.mL-1 e 81,1% pelo ciclohexânico de folhas a 200 mg.mL-1. Os extratos hidroetanólicos da casca mostraram-se estatisticamente semelhantes à ação da cipermetrina em 72h de experimento, indicando que este extrato foi o mais eficiente quanto à atividade inseticida. Foram identificados triterpenos, esteroides, taninos, flavonoides, alcaloides e saponinas nos extratos. Os resultados obtidos sugerem que os extratos hidroetanólicos de C. brasiliense, sobretudo das cascas, são promissores na busca por compostos naturais com atividade inseticida sobre Lu. longipalpis.Item Efeito do aquecimento ambiental na morfofisiologia tegumentar do Lambari do Jequitinhonha - Astyanax brevirhinus (Characidae)(UFVJM, 2018) Martins, Fabiana Dias Trivelato; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Machado, Thaís Peixoto Gaiad; Schorer, MarianneA temperatura é um dos fatores abióticos que tem maior influência na vida dos organismos aquáticos, define os limites de sobrevivência, as adaptações comportamentais, fisiológicas e moleculares. Este trabalho teve o objetivo de relacionar o efeito do aumento da temperatura às respostas comportamentais e fisiológicas, além da descrição histológica do tegumento do Astyanax brevirhinus. Os animais foram submetidos a um experimento de aumento da temperatura, a partir da temperatura da coleta ambiental (20°C) sendo aumentada gradualmente (24°C, 28°C, 32°C), até a temperatura crítica de sobrevivência (TCS), representada por colapsos fisiológicos. Cada temperatura quando atingida era mantida por um período de 2h e feitas gravações de vídeo na última hora do experimento para análise comportamental. Foram analisados os parâmetros físico-químicos da água, o comportamento dos animais, posteriormente foram eutanasiados e extraído o tecido tegumentar da região latero-caudal dos animais para análises histológicas, histopatológicas, imuno-histoquímica e espécies reativas de oxigênio (EROs). A descrição histológica do tecido demonstrou que o tegumento possui escamas, é constituído por um tecido epitelial apresentando células epiteliais, células de muco (caliciformes), células de alarme (claviformes) e células de pigmentação (melanóforos), seguido por uma derme formada por uma camada de tecido conjuntivo frouxo e denso, de onde se origina a escama. Na histopatologia do aquecimento encontramos, infiltrados inflamatórios, recrutamento de neutrófilos e áreas de necrose. A análise da expressão da proteína VEGF no tecido demonstrou relação qualitativa em todas as temperaturas, com maior expressão nos animais submetidos a TCS. Nos resultados do estudo de EROs foi evidenciado que a pele apresentou dano oxidativo, alterações na concentração da enzima antioxidante SOD, antioxidante não enzimático FRAP e biomarcadores TBARS. Os parâmetros físico-químicos da água como oxigênio dissolvido (OD) e pH também apresentaram alterações com o aumento da temperatura, influenciando nas respostas fisiológicas dos peixes. Os resultados desse estudo mostram que o aumento gradual da temperatura ativa recrutamento de mecanismos fisiológicos para a homeostase celular e tecidual na espécie estudada, além do limite térmico tolerado geram colapsos fisiológicos podendo levar a morte do indivíduo.Item Identificação de Marsupiais (Didelphimorphia, Didelphidae) da Cadeia do Espinhaço através da microestrutura dos pelos-guarda(UFVJM, 2018) Silva, Fabiane Cristina da; Lessa, Leonardo Guimarães; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lessa, Leonardo Guimarães; Schetino, Marco Antônio Alves; Machado, Alex Sander DiasA identificação de espécies por meio da tricologia é uma ferramenta simples, rápida, não invasiva e de baixo custo que pode ser aplicada em distintos campos. Nesse trabalho, analisamos os pelos-guarda de 16 espécies de marsupiais didelfídeos da Cadeia do Espinhaço. De forma a facilitar a identificação de marsupiais com base no padrão dos pelos apresentamos uma chave dicotômica de identificação. Todas as espécies puderam ser diferenciadas, apresentando padrões cuticulares e medulares distintos. Apresentamos também as primeiras informações sobre os padrões tricológicos para 04 espécies, Marmosa murina que apresentou medula unisseriada escalariforme ½ e cutícula conoidal assimétrica – Marmosa demerare que apresentou a medula unisseriada escalariforme ¾ e a cutícula conoidal assimétrica, Cryptonanus agricolai com a medula escalariforme1/2 e cutícula imbricada folidácea intermediaria e o Thylamys karimii- medula unisseriada escalariforme 1/2 cutícula pavimentosa ondeada transversal. Com isso, foi possível preencher lacunas existentes em estudos tricológicos para pequenos mamíferos não voadores da Cadeia do Espinhaço, distinguindo com sucesso as espécies e aumentando assim o conhecimento deste grupo.Item Bioindicadores na avaliação da capacidade de autodepuração do Rio Grande, Diamantina - MG(UFVJM, 2018) Viana, Ana Maiza; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Ramos, Cíntia Lacerda; Schorer, MarianneO lançamento de efluentes urbanos sem nenhum tratamento em corpos d’água se destaca como um dos maiores contaminantes desses ecossistemas. No município de Diamantina mais de 60% dos domicílios apresentam rede de esgoto sanitário, que são carreados diretamente para o principal córrego do distrito, o Rio Grande. De acordo com o nível de poluição e características geográficas e físicas, os rios são capazes de neutralizar cargas poluidoras que recebem. Esse fenômeno é chamado de autodepuração. O objetivo deste trabalho foi avaliar através de bioindicadores a capacidade de autodepuração do Rio Grande - Diamantina. Foi aplicado Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) em seis pontos de coleta (P1 á P6), desde a cabeceira, próxima a nascente do rio, passando pela parte urbana e periurbana, em sua foz no Ribeirão do inferno e 100 m após a foz (aproximadamente 11 km). Foram coletados: água e sedimento nos seis pontos e peixes (brânquias) em quatro pontos. Foram realizadas análises de coliformes pela técnica de “Número Mais Provável” (NMP), os macroinvertebrados foram analisados de acordo os índices internacionais Biological Biomonitoring Work Party System - BWMP e Average Score Per Taxon - ASPT. Os peixes encontrados (Astyanax fasciatus e Poecilia reticulata) tiveram suas brânquias dissecadas, e submetidas à microscopia de luz para avaliação morfológica e imunohistoquimica para avaliação da expressão da proteína Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF) relacionado com a hipóxia tecidual. O protocolo de avaliação rápida revelou que os pontos P1 (cabeceira) e P6 (Ribeirão do Inferno) estão em condições naturais, o P2 (Urbano) encontra se impactado e os P4 (Periurbano) e P5 (Foz) estão alterados. Os resultados microbiológicos classificaram o rio como P1 Muito bom, pontos P2, P3, P4 e P5 impróprio e o P6 como satisfatório. Os macroinvertebratos apresentaram-se em baixa diversidade, a família mais predominante foi a Chironomidae, presente em todos os pontos revelando a contaminação. As alterações morfológicas foram encontradas nas duas espécies estudadas, em todos os pontos (P4, P5 e P6) tendo P6 apresentado maiores alterações. A expressão da proteína VEGF foi verificada nos pontos P5 e P6, sendo o P5 com a maior expressão, relacionando-se a baixo índice de oxigênio dissolvido da água. Através dos resultados obtidos foi possível constatar que o Rio Grande não restabelece seu equilíbrio normal, ou seja, não volta ao seu estágio inicial encontrado antes do lançamento de efluentes, apresentando características físicas que o auxiliam, mas não são capazes de eliminar toda a contaminação.Item Propostas de áreas de endemicidade para organismos fluviolacustres da América do Sul(UFVJM, 2018) Romeiro, Sinara Silva; Marques, Rodrigo César; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Marques, Rodrigo César; Lessa, Leonardo Guimarães; Silva, Márcio Bernardino daA região da América do Sul é reconhecida por apresentar uma enorme biodiversidade, incluindo a fauna das bacias hidrográficas, pois essa região abriga em suas águas a mais diversificada fauna de peixes de água doce do planeta. Nesse sentido, o estudo da biogeografia dessa região é fundamental, pois esta ciência estuda a distribuição dos organismos do passado e do presente. E esta distribuição muitas vezes não está disposta aleatoriamente, mas sim formando padrões de disjunção ou de sobreposição conhecido como simpatria, que faz parte de uma grande área do conhecimento da biodiversidade denominado Biogeografia, ciência multidisciplinar em suas relações com a geologia, filogenia, ecologia, entre outros. O continente é caracterizado pela sua geomorfologia e eventos climatológicos, associados a uma história com período longo de isolamento que serviu como cenário de diversas hipóteses biogeográficas em diversos grupos de animais e plantas, bem como em tradicionais divisões biogeográficas. No entanto, essas divisões focaram principalmente em ambientes terrestres, enquanto que em ambientes fluviolacustres o foco esteve direcionado para hipóteses derivadas de grupos de peixes. Dessa forma, duas perguntas estão centradas aqui: a) os diferentes tipos de organismos fluviolacustres são bons indicadores de áreas de endemicidade?; b) existem áreas de endemicidade válidas para as bacias restritas as bacias fluviais? O presente estudo visou formular hipóteses primárias de endemicidade com diversos organismos dulciaquícolas da América do Sul, tendo como base as principais bacias e sub-bacias hidrográficas ao longo do continente e utilizando métodos de simpatria estrita (PAE e sua variação PAE-PCE) e não estrita (análise de agrupamentos) que não exigem dados georeferenciados. Dessa forma, o levantamento bibliográfico dos dados resultou em 7.163 espécies fluviolacustres, 248 áreas primárias e 50 ecorregiões já propostas na literatura. Assim, foi possível visualizar a hierarquizações dessas áreas, além de alguns processos biogeográficos que estão envolvidos no endemismo das áreas de endemicidade e em ecorregiões do continente sul-americano.Item Efeitos do estresse térmico no comportamento e morfofisiologia muscular do Astyanax brevirhinus (Characidae)(UFVJM, 2018) Monteiro, Riccelly Cristina Alcântara; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Schorer, Marianne; Gomes, VicenteOs peixes por serem ectodérmicos são um excelente modelo para estudar as estratégias dos organismos frente as alterações da temperatura. O objetivo do presente trabalho foi relacionar o aquecimento ambiental às respostas comportamentais, alterações morfofisiológicas e a ativação de mecanismos moleculares de termoestabilidade celular em Astyanax brevirhinus. Para isso os animais foram submetidos ao aumento gradual da temperatura (+-2°C/h), a partir da temperatura ambiental (20°C) até 24°C, 28°C, 32°C. Após atingirem a temperatura de estudo os grupos experimentais foram mantidos por 2 horas nesta temperatura. Realizamos o experimento de Temperatura Crítica de Sobrevivência (TCS), onde os indivíduos foram expostos ao aumento de temperatura até o colapso fisiológico. Analisamos em relação ao aquecimento ambiental o comportamento, a morfologia e histopatologia do coração e músculo esquelético, a quantificação dos biomarcadores do estado redox e as expressões tecidual da proteína de estresse Hsp70 pela imuno-histoquímica. Os resultados mostraram que o A. brevirhinus apresentou comportamento agitado em relação ao aumento da temperatura até a temperatura de 33°C, quando passaram a ficar mais letárgicos. Os achados histopatológicos predominantes no músculo cardíaco e músculo esquelético relacionados ao aquecimento foram os infiltrados inflamatórios e necrose célular. No estudo do estado redox relacionado ao estresse térmico evidenciamos que o músculo cardíaco apresentou dano oxidativo, tanto na peroxidação lipídica como nos compostos carbonílicos resultantes de danos à proteínas. O músculo esquelético se manteve mais estável na produção de espécies reativas de oxigênio. A expressão da proteína Hsp70 aumentou com o aquecimento, contudo na TCS as Hsp70 também se desnaturaram. Concluímos que o aumento da temperatura causa danos morfológicos, fisiológicos e moleculares nos tecidos musculares, contudo mecanismos fisiológicos de termoestabilidade celular e tecidual são recrutados durante este processo e podem representar no A. brevirhinus possibilidades de adaptações orgânicas a novas temperaturas.Item Entomofauna associada a cultivos de milho transgênico e com aplicação de herbicidas(UFVJM, 2018) Reis, Lucilene Geralda dos; Soares, Marcus Alvarenga; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Soares, Marcus Alvarenga; Assis Júnior, Sebastião Lourenço de; Silva, Isabel Moreira daA Engenharia Genética tem sido utilizada para o melhoramento de muitos organismos. Os transgênicos são uma importante ferramenta de manejo integrado de pragas que tem como finalidade mitigar as injúrias causadas por insetos pragas diminuindo a utilização de agrotóxicos. Os herbicidas controlam as plantas daninhas, porém, podem causar danos ao habitat de insetos que utilizam tais plantas para sobrevivência. O objetivo desse trabalho foi avaliar a diversidade da entomofauna encontrada em cultivos de milho transgênico e com aplicação de herbicidas. O presente trabalho foi desenvolvido na Fazenda Experimental Rio Manso, pertencente à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM e no laboratório de Controle Biológico de insetos desta mesma instituição. Utilizou-se para a coleta armadilhas de queda (pitfall traps) que foram colocadas no centro das parcelas experimentais. Foram realizadas três avaliações ao longo da safra, nas quais as plantas se encontravam em diferentes fases fenológicas, época de emergência da plântula, de floração e enchimento de grãos. O total de indivíduos coletados no período de amostragem foi de 2.788, distribuídos em 8 ordens e 21 famílias. As principais, ordens coletadas foram Coleoptera, Hymenoptera, Hemiptera, Orthoptera, Diptera, Blattodea, Dermaptera e Araneae. Já às famílias mais abundantes no cultivo foram: Formicidae seguida de Bostrichidae, Cicadellidae, Cercopidae, Staphylinidae, Bruchidae, Muscidae, Crysomelidae, Scarabaeidae, Tenebrionidae, Gryliidae, Sphecidae, Carabidae, Lagriidae, Forficulidae, Ulidiidae, Cydnidae, Apidae, Vespidae, Termitidae e Tetrigidae. Verificou-se, que, apenas na segunda avaliação, ocorreram interações, e que essas foram entre a variedade Herculex e o herbicida Glufosinato de amônio com efeito na diversidade e entre Herculex e o Atrazine com efeito na riqueza de famílias. Constatou-se pouco impacto das variedades transgênicas e da aplicação de herbicidas na diversidade e na riqueza de espécies.Item Aquecimento x respostas fisiológicas: mecanismos de estabilidade térmica em Astyanax brevirhinus (Teleostei, Characidae)(UFVJM, 2018) Pereira, Caroline Reis; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Gomes, Vicente; Schorer, MarianneA temperatura é um dos fatores que mais influencia o funcionamento celular de organismos no meio aquático. Por serem ectotérmicos, as variações na temperatura da água interferem potencialmente todos os processos fisiológicos e comportamentais dos peixes. Este estudo teve como objetivo relacionar o aquecimento ambiental às respostas comportamentais, alterações histopatológicas e a ativação de mecanismos moleculares de termoestabilidade celular nas brânquias e fígado de peixes da espécie Astyanax brevirhinus. Os animais foram submetidos ao aquecimento controlado, partindo dos 20°C, temperatura ao qual foram coletados, até que cada tanque atingisse as temperaturas de 24°C, 28°C e 32°C, onde permaneceram por 120 minutos. Para determinar a temperatura crítica de sobrevivência, animais foram submetidos ao aquecimento gradual por tempo indeterminado, até apresentarem parada de batimento opercular. O comportamento foi analisado a partir de filmagens. Após o tempo de cada experimento, os animais foram eutanasiados e seus tecidos fixados para as análises de histologia, histopatologia, estado redox e imuno-histoquímica; para avaliar a expressão da proteína de estresse Hsp70. Os resultados demostraram que os animais apresentaram alterações em seu comportamento, respiração, equilíbrio e natação devido ao aquecimento. O aquecimento também promoveu alterações histopatológicas como hiperplasia e hipertrofia celular, vasodilatação, descolamento do epitélio, necrose celular e tecidual. O estudo do estado redox das brânquias demonstrou que o aumento da temperatura ocasionou maior peroxidação lipídica e dano oxidativo a proteínas, além de promover a diminuição da capacidade antioxidante não enzimática. No fígado, a peroxidação lipídica, a capacidade antioxidante não enzimática e a atividade antioxidante diminuíram com o aquecimento. A análise da expressão da Hsp70 nos tecidos demonstrou relação qualitativa com o aumento da temperatura. É possível concluir que o aquecimento ambiental promove alterações que provocam desiquilíbrio homeostático, refletido em todos os níveis orgânicos: comportamental, tecidual, estado redox e expressão de Hsp70 celular na espécie estudada.Item Biodiversidade e aspectos ecológicos de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) provenientes de cavernas brasileiras(UFVJM, 2019) Teodoro, Layane Meira; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Santos, Conceição Aparecida dos; Borges, Magno Augusto ZazáOs flebotomíneos são dípteros que costumam abrigar-se em troncos de árvores, tocas de animais, folhas caídas no solo, copa das árvores, frestas em rochas e em cavernas. No Brasil, no que se refere apenas à fauna flebotomínica em cavernas, sejam elas areníticas, calcárias, quartzíticas ou ferruginosas os dados são raros, existindo apenas estudos isolados. Este estudo objetivou determinar a fauna de flebotomíneos em cavernas localizadas nos estados de Minas Gerais, Pará e Tocantins. Os espécimes foram capturados nos anos de 2006, 2010, 2013, 2014 e 2015 em inventário de cavernas, realizados através de busca ativa e encontravam-se depositados na Coleção de Invertebrados Subterrâneos (ISLA) do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea/UFLA. Os flebotomíneos (machos e fêmeas) foram preparados e montados entre lâmina e lamínula, e identificados seguindo a classificação taxonômica de Galati (2003). A fauna de flebotomíneos das cavernas foi composta por 25 espécies: Evandromyia cortelezzii, Evandromyia saulensis, Evandromyia carmelinoi, Evandromyia monstruosa, Evandromyia termitophila, Evandromyia tupynambai, Migonemyia migonei, Micropygomyia goiana, Micropygomyia peresi, Micropygomyia oswaldoi, Lutzomyia renei, Lutzomyia ischyracantha, Lutzomyia longipalpis, Micropygomyia pilosa, Micropygomyia quinquefer, Nyssomyia umbratilis, Pintomyia gruta, Pintomyia serrana, Psathyromyia lutziana, Sciopemyia sordellii, Sciopemyia microps, Trichophoromyia brachipyga, Trichopygomyia dasypodogeton e Micropygomyia sp. totalizando 843 espécimes, sendo 382 machos e 461 fêmeas. Sciopemyia sordellii foi a espécie predominante com 58,72% dos flebotomíneos coletados. A fauna de flebotomíneos das cavernas mostrou-se diversa, com espécies de importância no ciclo de transmissão das leishmanioses. O encontro de Lu. longipalpis, Mg. migonei e Ny. umbratilis, espécies envolvidas no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral e tegumentar, respectivamente, indica que estas espécies podem estar participando do ciclo enzoótico, e circulando entre animais silvestres e humanos, que frequentemente, adentram ou estejam proximos ao ambiente cavernícola.Item Implicações anatômicas e morfométricas de Bartlettia stefanensis (MORICAND, 1856): um estudo comparativo entre bacias sul-americanas(UFVJM, 2019) Lopes, Ana Beatriz; Marques, Rodrigo César; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Marques, Rodrigo César; Machado, Alex Sander Dias; Vidigal, Teofânia Heloisa Dutra AmorimPropõe-se aqui um estudo taxonômico baseado em caracteres morfológicos e anatômicos de Bartlettia stefanensis (Bivalvia: Unionoida), espécie tradicionalmente conhecido como “ostras de rio” encontrada em duas grandes bacias hidrográficas sul-americanas – Bacia do Amazonas e Bacia do Paraná-Prata (principalmente na região do Pantanal) com o objetivo de testar a existência de integração e modularidade neste grupo, e se existem variações anatômicas regionalizadas a determinadas regiões. B. stefanensis é reconhecido pela sua grande variação do contorno das valvas, possivelmente relacionado a fatores ambientais. Os três primeiros componentes principais explicam aproximadamente 52% de toda a variação. O primeiro componente principal explica por volta de (24,5%) está associado à angulação da parte anterior. O segundo componente principal (13,9%), está relacionado com as variações da região anterior, conjuntamente a variação linha palial. O terceiro componente principal (12,8%) é referente ao desenvolvimento da parte anterior, e à altura das valvas. Não houve diferenças visíveis nos componentes principais entre as valvas e localidades. A variação canônica por grupos demonstrou um decréscimo nas distâncias de Mahalanobis, bem como aumento na sobreposição das distribuições de scores canônicos, tanto entre as bacias quanto entre as valvas para cada separação em módulos. Dessa forma os resultados apresentados, afirmam que as diferenças apontadas não suportam uma possível divisão entre as espécies para cada bacia. Mesmo sendo uma espécie com uma grande variação no contorno da concha, reconhecemos até três níveis de modularidade que possivelmente está relacionado ao modo de vida no substrato. Os resultados anatômicos permitiram-nos visualizar algumas estruturas que ainda não foram citadas na literatura, tais como: a) de uma assimetria no posicionamento gânglio pedioso; b) com a presença de uma projeção globulosa nas aurículas; c) estruturas renopericardiais, como o nefridióporo e nefróstoma; d) delimitação no número de aberturas dos divertículos digestivos na superfície interna do estômago. Além destas características não descritas, o que encontramos aqui é que muitas características dadas como típicas de Etheriidae, podem ser plesiomorfias em relação à Mycetopodidae.Item Desenvolvimento ontogenético de larvas de curimbatá (Prochilodus lineatus)(UFVJM, 2019) Queiroz, Neucy Teixeira; Pedreira, Marcelo Mattos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pedreira, Marcelo Mattos; Lessa, Leonardo Guimarães; Fonseca, Leonardo da SilvaProchilodus lineatus é uma espécie neotropical a qual suas larvas apresentam poucas características que possam distingui-las de diversas larvas de peixes que desovam na mesma época e local e com ecologia similar. Portanto, este trabalho teve como objetivo descrever o desenvolvimento ontogenético das larvas de P. lineatus por intermédio de caracteres e relações corporais associadas a diferentes estágios larvais; vitelínico, pós-vitelínico, flexão e pós-flexão, baseados na flexão da porção terminal da notocorda e consumo do vitelo. Larvas de uma mesma desova foram mantidas e coletadas de aquários durante 46 dias após eclosão. Para caracterização morfométrica foram obtidas medidas da cabeça, focinho, olho, ânus, nadadeiras, altura do corpo, além dos comprimentos total e padrão. Também foram observados os caracteres merísticos; raios e espinhos das nadadeiras, vértebras, sua sequência de calcificação, através do processo de coloração com azul de “alcian” e vermelho alizarina. Na fase larval-vitelino o saco vitelínico era grande, havia pouca pigmentação na porção superior da cabeça e apenas a nadadeira peitoral. Na pré-flexão com o enchimento da vesícula gasosa as larvas passam a nadar na coluna da água e inicia-se a busca pelo alimento exógeno, com o trato digestório ainda retilíneo, corpo transparente, aumento da altura do corpo e da cabeça, mas com a nadadeira peitoral ainda sem raios e espinhos. Na flexão, a pigmentação se intensificou, as nadadeiras caudal, anal e dorsal já formadas apresentam raios e espinhos, inicia e termina a formação das vértebras (43) e o trato digestório apresenta enovelamento. Na pós-flexão o corpo está intensamente pigmentado, nadadeiras estão todas presentes com raios e espinhos, exceto a adiposa, última a se formar e o trato digestório bastante enovelado. Ao longo do desenvolvimento, o comprimento padrão entre 3,20 a 24,25 mm, todas as estruturas mensuradas apresentaram crescimento lineares significativos (p ≤ 0,05) acompanhando o aumento do comprimento padrão. As nadadeiras se mantiveram na mesma posição em relação ao corpo ao longo do desenvolvimento, como pode ser verificado nas regressões entre o comprimento padrão e as porcentagens entre as distâncias das nadadeiras divididas pelo comprimento padrão. Essas proporções permitiram identificar o momento de mudanças corpóreas que estão associadas com passagens de fases do desenvolvimento do animal e, consequentemente, de sua ecologia. O consumo do vitelo juntamente com o aumento da nadadeira caudal, ainda em forma de nadadeira embrionária, indicou o fim do estágio vitelínico e o início de uma maior capacidade de natação, fuga de predador e busca por alimento. Posteriormente um aumento da proporção da cabeça, indicou uma maior capacidade de perceber o ambiente e capturar e assimilar o alimento. Neste sentido, as relações corporais associadas as demais descrições além de serem poderosas ferramentas para identificar o P. lineatus possibilitam um maior entendimento de sua ecologia nos estágios de desenvolvimento, permitindo que se desenvolva um manejo de cultivo vislumbrando estudos mais detalhados e efetivos trabalhos de repovoamento.Item Um cafezal em flor: o papel dos recursos tróficos, de nidificação e do entorno na manutenção do serviço de polinização do café inserido em uma matriz de campo rupestre em Diamantina-Minas Gerais(UFVJM, 2019) Machado, Ana Carolina Pereira; Rech, André Rodrigo; Barônio, Gudryan Jackson; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rech, André Rodrigo; Torres, Mariana Wolowski; Mendonça, Pietro Kiyoshi MaruyamaO serviço ecossistêmico de polinização é uma das mais importantes contribuições da biodiversidade para a produção de alimentos, possui valor estimado em 43 bilhões anuais só no Brasil. Dentre os responsáveis por esse serviço, se destacam as abelhas como sendo os principais polinizadores de cultivos agrícolas, contribuindo com a produção de alimentos. Este trabalho foi realizado em um gradiente vegetacional formado por áreas de cultivos de café imersas em matriz de vegetação nativa caracterizada como Campo Rupestre. Foram marcados pontos no interior do cafezal, no interior da vegetação nativa e na área transicional entre estes, com dez repetições distando pelo menos 1 km entre si. O objetivo do primeiro capítulo foi comparar os métodos de amostragem e analisar a riqueza, abundância, recorrência e composição de abelhas no período seco e chuvoso, que antecedem e sucedem a floração do café, respectivamente. Foram utilizadas três metodologias - pantraps, iscas de odor e coleta ativa, em todos os pontos. Os métodos de coleta atuaram de forma complementar. A riqueza e abundância de abelhas não diferiram entre as estações, mas diferiram quanto ao local amostrado. Contudo, a composição de abelhas diferiu entre as estações e entre os locais amostrados, sendo que apenas duas espécies foram recorrentes. Já o segundo capítulo, teve como objetivo avaliar o padrão de nidificação de abelhas solitárias nesta mesma região e a participação das abelhas na polinização das flores do café. Foram instaladas em setembro, estações de coleta em 30 pontos amostrais (dez no interior do cafezal, dez na borda e dez na vegetação nativa), contendo dez ninhos de bambu e dez ninhos de papel cartão preto cada, sendo estes ninhos monitorados semanalmente e recolhidos quando as abelhas fechavam a entrada do ninho. Quanto à polinização do café, na fase de botões florais, foram selecionados galhos na borda e no interior do cafezal, submetidos a dois tratamentos: polinização natural e autogamia. Durante a floração foram contabilizados o número de abelhas visitando as flores em sessões de dez minutos em cada galho, tanto na borda quanto no interior do cafezal. Os frutos maduros foram coletados, contabilizados, secados, pesados, medidos e, posteriormente, foram calculados os valores de densidade. As abelhas construíram 132 ninhos: 59,1% destes ninhos foram construídos na vegetação nativa, 40,2% na área de transição e apenas 0,7% dos ninhos foram contruídos no interior do cafezal pelas abelhas. Dos 132 ninhos construídos, cerca de 54% continham grãos de pólen de café. Na borda do cafezal, foram observadas mais visitas de abelhas que no seu interior. O tratamento de polinização natural gerou mais frutos que o tratamento de autogamia tanto na borda quanto no interior do cafezal. No entanto, no interior do cafezal, os frutos foram mais pesados, maiores e menos densos que os frutos da borda. No interior do cafezal, os frutos oriundos da polinização natural foram menores, entretanto mais densos que os frutos de autogamia. Na transição, os frutos gerados a partir da polinização natural possuíram maior massa, menor comprimento e maior densidade que os frutos de autogamia. Concluímos que os Campos Rupestres agem como reservatórios de abelhas que polinizam o cafezal quando florido, gerando maior quantidade de frutos e com melhor qualidade.Item Avaliação da atividade inseticida do óleo essencial de Trixis vauthieri DC sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)(UFVJM, 2020) Rosa, Graciela Aparecida; Barata, Ricardo Andrade; Oliveira, Patricia Machado de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Vieira, Thallyta Maria; Viana, Daniel José Silva; Kato, Kelly CristinaA leishmaniose visceral (LV) é uma doença grave, podendo apresentar altos índices de letalidade. No Brasil, encontra-se em franca expansão geográfica em virtude da urbanização facilitada pela adaptação do seu principal vetor, o flebotomíneo da espécie Lutzomyia longipalpis. O controle vetorial tem sido realizado através da higiene ou manejo ambiental e aplicação de inseticidas de ação residual nos domicílios e abrigos de animais. Apesar do esforço realizado na execução destas e de outras medidas não se consegue a erradicação da doença. Adicionalmente, a resistência de Lu. longipalpis aos inseticidas convencionais vem sendo relatada. As plantas tornaram-se uma importante alternativa como fonte de produtos naturais biologicamente ativos, com vasta aplicação na agropecuária e na saúde pública. Este estudo teve como objetivo avaliar a atividade inseticida de óleo essencial de Trixis vauthieri sobre adultos selvagens de Lutzomyia longipalpis, identificar os compostos fitoquímicos do óleo essencial e verificar a influência do ritmo circadiano da planta sobre a mortalidade dos insetos. Para isso, folhas frescas de T. vauthieri foram coletadas em junho de 2019, em três horários distintos (7, 13 e 19 horas) em um mesmo dia, para obtenção de óleos essenciais através de arraste a vapor por Clevenger. Estes foram diluídos em solução de Tween 80 a 3% para a obtenção de concentrações a 5, 10 e 20 mg.mL-1. Os flebotomíneos foram coletados com utilização de armadilha luminosa HP, em uma localidade rural do município de Diamantina/MG. Vinte espécimes (10 machos e 10 fêmeas em triplicata) foram transferidos para cada recipiente, onde foram aplicados os óleos essenciais nas diferentes concentrações. A mortalidade foi avaliada após 1, 2, 4, 12, 24, 48 e 72 horas de tratamento. A investigação fitoquímica presente no óleo essencial de T. vauthieri foi realizada de acordo com a metodologia de prospecção preliminar proposta por Matos (1997). O óleo essencial de T. vauthieri extraído da coleta das 7h na concentração de 20 mg.mL-1 mostrou uma atividade inseticida sobre Lu. longipalpis mais eficiente, com 98,33% de mortalidade sobre os insetos adultos após 72h de tratamento. A análise dos constituintes químicos revelou a presença de triterpenos e/ou esteróides, taninos, flavonóides, alcalóides, saponinas e cumarinas. Os resultados obtidos sugerem que o óleo essencial de T. vauthieri é promissor na busca por compostos naturais ativos e puros com atividade inseticida sobre Lu. longipalpis.Item A associação de C. minensis (Werderm) F. Ritter (Cactaceae) à ninhos de cupim (Blattodea:Isoptera:Termitidae) aumenta a produção de frutos dos cactos em uma área de Campo Rupestre(UFVJM, 2020) Souza, Julya Pires; Santos, Thiago; Mendonça Filho, Carlos Victor; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Thiago; Carrijo, Tiago Fernandes; Rech, André RodrigoInterações interespecíficas que mudam o fitness das espécies, são um dos fatores mais importantes que contribuem para a estrutura ecológica da comunidade e o funcionamento dos ecossistemas. Para compreender como a interação entre cupins/ninhos de cupim e uma espécie de cacto (observando como a planta cresce em um ninho) mudam a produção de estruturas reprodutivas da planta (indiretamente ligada com o fitness e suas interações com outras espécies como polinizadores e dispersores de sementes) e a fenologia em uma área de Campo Rupestre, esse estudo investigou: i) quais espécies de cupim habitam os ninhos associados aos cactos; ii) se a interação cacto-cupim muda a fenologia da planta e produção de estruturas reprodutivas; iii) se a interação ocorre ao acaso. Dados de fenologia e produção de frutos, flores e botões florais foram coletados de Junho de 2018 à Março de 20202 (semanalmente) em 62 indivíduos de Cipocereus minensis (31 crescendo sobre o cupinzeiro e 31 sobre o substrato rochoso/areia) em uma área de Campo Rupestre. Amostras de cupim dos 31 ninhos com cacto foram feitas. Para compreender se a associação ocorria ao acaso, todos os ninhos e C. minensis (e se eram associados ou não) foram contados em duas parcelas previamente marcadas. Nove espécies de cupim foram coletadas entre construtores e inquilinos (foram encontradas até três espécies por ninho). O substrato não afetou a fenologia do cacto, contudo, cactos que crescem sobre cupinzeiros aumentaram a produção de frutos em C. minensis em comparação com aqueles que crescem sobre o substrato rochoso/areia. Não há evidências indicando que a interação cacto-cupim não ocorre ao acaso. Contudo, esse estudo mostrou que a interação dos cactos à ninhos de cupim potencialmente aumenta o fitness da planta e pode resultar em mais recursos para a fauna do Campo Rupestre dependente.
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