A filosofia da mente de John R. Searle na perspectiva emergentista
Date
2017
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
Crítico dos modelos propostos para a Filosofia da Mente, John R. Searle, baseado na tradição da Filosofia Analítica Contemporânea e na Filosofia da Linguagem, inicia sua pesquisa sobre o problema da consciência dialogando com as Neurociências, com a Inteligência Artificial e com as Ciências Cognitivas. Searle defende que a mente é uma propriedade emergente do sistema nervoso. Com o naturalismo biológico ele propõe respostas acerca do problema mente-corpo aceitas e criticadas por muitos, além de apontar algumas falhas recorrentes em outras propostas. Objetiva-se nesta dissertação, tendo como ponto de partida o conceito de consciência, apontar contribuições das reflexões emergentistas sobre o problema da corporeidade da mente baseadas na teoria proposta por Searle. O presente procede pelo estudo de um renomado livro do autor intitulado A redescoberta da Mente. Para análise também foram utilizados alguns interlocutores que lhe são contemporâneos e comentadores, dando espaço para diálogos que se mostram pertinentes às elaborações conceituais de Searle. Metodologicamente esta pesquisa está fundamentada na análise conceitual a qual foi delineada pela Filosofia Analítica dos séc. XIX e XX. Sobre a organização da dissertação, o no primeiro momento do texto propõe expor uma breve síntese do autor e suas obras, bem como a análise do conceito de emergência. Neste capítulo destacam o diálogo entre Searle e Thompson quanto ao termo emergência. No segundo momento tratamos do problema da consciência e seu lugar no universo através da exposição de teorias sobre a relação mente e corpo. Destacaremos as críticas de Searle às abordagens que postulam tentativas de solucionar tal problema partindo de princípios reducionistas e dualistas. Analisaremos como que a partir destas críticas ele efetua um modo peculiar de conceitualizar a mente. Searle constrói um aparato teórico diferente de muitas tradições vistas até então. Analisa-se no terceiro e último momento a irredutibilidade da mente. O naturalismo biológico refuta argumentos reducionistas, defendendo que a mente não pode ser reduzida à sua estrutura, ao sistema nervoso. Searle refuta também qualquer possiblidade de compreensão da mente a partir de preceitos dualistas ou metafísicos que buscam a existência da mente para lá das relações causais dos elementos constituintes do encéfalo. De modo geral, do ponto de vista emergentista defendemos que o naturalismo biológico não perde sua força argumentativa, pelo contrário, ele se torna ainda mais consistente e abrangente. Destacamos que Searle definindo a mente como uma propriedade emergente do sistema nervoso foge do escopo epifenomenista, mas entende que, a exemplo da relação estômago/digestão, o cérebro em sua organização é capaz da emergência da consciência. Isto é, dado os elementos x em uma organização y, é possível predicar sobre uma propriedade a qual podemos chamar de consciência que emerge da relação entre x e y. Este é um dos pontos mais caros para nosso trabalho, ou seja, entender o naturalismo biológico a partir desta possibilidade emergentista. De modo conclusivo, Searle se apresenta bastante crente na possibilidade de definir a mente como uma propriedade ordinária de um sistema biológico aprofundando-se em uma visão naturalista em Filosofia da Mente e, mesmo que não tenha tido a vontade de ser descrito como um emergentista, mostramos que seus postulados estão alinhados com esta abordagem, herdando tanto de seus avanços quanto de suas limitações.
Description
Linha de pesquisa: Linguagem, Filosofia e Cultura.
O orientador do trabalho não mencionado na lista da Folha de Aprovação.
O orientador do trabalho não mencionado na lista da Folha de Aprovação.
Keywords
Citation
CASTRO, Frederico Fernandes de. A filosofia da mente de John R. Searle na perspectiva emergentista. 2017. 63 p. Dissertação (Mestrado Profissional) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2017.