Pós-Graduação em Ciências Humanas

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PPGCH - Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas

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    A imprensa e a proscrição dos animais não-humanos da urbe diamantinense (1894-1912)
    (UFVJM, 2016) Lopes, Gustavo Leandro Nassar Gouvêa; Arruda, Rogério Pereira de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Costa, Ana Paula Pereira; Fonseca, Lilian Simone Godoy; Amaral, Roberto Antônio Penedo do; Arruda, Rogério Pereira de
    O presente trabalho investiga a participação da imprensa diamantinense no processo de rechaçamento dos animais não-humanos da urbe, durante a dinâmica de modernização deflagrada na virada do século XIX para o XX. Tal pesquisa analisa as intervenções de agentes modernizadores de Diamantina sobre animais não-humanos, faceta analisada apenas tangencialmente por dois autores precedentes: James William Goodwin Júnior e Marcos Lobato Martins. Essa leitura, que se enreda na compreensão das maneiras como agentes modernizadores se posicionavam em relação à presença animal na cidade, lança novas luzes e novas questões às outras facetas da modernização diamantinense, já bem estudadas. Além desse alcance mais estrito, o estudo pormenorizado desse processo de proscrição, por meio da análise dos textos publicados nos jornais diamantinenses (O Município, O Jequitinhonha, A Idéa Nova), entre 1894 e 1912, nos revela inversões, tensões e ambiguidades. Acredita-se que essa ação, para além de refletir muito localizadamente uma utopia modernizadora em conflito com a dependência da sociedade diamantinense em relação ao trabalho escravo dos animais “de tropa”, diz respeito a embates calcados numa longuíssima duração do (anti)relacionamento humananimal. Nesse sentido, tais embates informam e elucidam questões pertinentes aos dilemas humananimais da atualidade, marcadas pela emergência de um movimento vegano-abolicionista de alcance global.
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    Alto dos bois e os indígenas na província de Minas Gerais: civilização e progresso no ideário oitocentista
    (UFVJM, 2015) Ruellas, Taciana Begalli de Oliveira; Fagundes, Marcelo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fagundes, Marcelo; Alves, Márcia Angelina; Lage, Ana Cristina Pereira; Mattos, André Luís Lopes Borges de
    RESUMO Este trabalho consiste em compreender as relações entre índios e colonizadores em uma situação de avanço para os sertões de Minas Gerais. Durante o século XIX, a conquista dos Sertões do Leste de Minas foi pautada em um modelo civilizador por parte da administração indígena. A implementação desse modelo dialogou com o contexto da época em que se visava pesquisar o estado de civilização dos habitantes do sertão, e que para a consolidação da ideia de nação homogênea era necessário que esses povos fossem incorporados à sociedade considerada civilizada. Nesse sentido, esta dissertação pretende compreender a dinâmica dos grupos indígenas ao longo do processo de colonização na zona do Mucuri, Jequitinhonha e adjacências. Possui como foco principal uma região que se configura enquanto espaço de transição entre vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri, região denominada Alto dos Bois, hoje pertencente ao município de Angelândia, no Alto Jequitinhonha. Esta se caracterizou como aldeia e quartel militar ao longo do século XIX, onde a família de Antônio Gomes Leal, diretor de índios, aquartelou indígenas falantes do Maxacali que, em fuga dos Botocudos, procuraram refúgio na localidade. Almeja-se, assim, analisar de que maneira os indígenas em Alto dos Bois puderam reconfigurar seus espaços e práticas socioculturais, reconstruir suas identidades e se inserir ao contexto posto. As fontes trabalhadas, sendo elas: correspondências do primeiro diretor dos índios da província, Guido Marlière, correspondências da Diretoria Geral dos Índios, Relatórios de Presidente de Província e os relatórios da Companhia do Mucuri, revelam a estrutura administrativa do indigenismo da Província de Minas Gerais e a forma com que o modelo civilizador deveria ser realizado. Por outro lado, a situação indígena nos aldeamentos acompanhada, principalmente, através de relatos dos viajantes estrangeiros ilustrados, Saint-Hilaire, Johann Pohl e Spix e Martius, demonstra como esses povos adaptaram seu universo simbólico e sociopolítico ao novo contexto em que se inseriam. As três narrativas, sendo elas a dos viajantes ilustrados, do indigenismo e da Companhia do Mucuri possuem um fio condutor: o da civilização e do progresso. Demonstram, também, como as populações indígenas deveriam ser vistas neste processo. A pesquisa se desenvolve com preocupação em demonstrar a contribuição indígena no processo sociocultural da região, já que os vales do Jequitinhonha e Mucuri possuem grande concentração de etnias indígenas. Assim, enfatiza-se o papel dos aldeamentos como espaço de reconstrução social, cultural e de identidades, se constituindo, então, como espaço de resistência. Frente às adversidades do avanço colonizador, Alto dos Bois foi visto como espaço de sobrevivência e de menores perdas. Resistir era também se abrir ao novo, assumindo símbolos e discursos dos não-índios quando conveniente. Identidade e cultura passaram a ser vistas, portanto, como construções relacionais, se atualizando na relação com o Outro, sem a conotação de perda, mas sim de reelaborações. Pelo viés de compreensão de povos historicamente excluídos, por meio do diálogo entre a Antropologia e História ressalta-se a importância dos papéis desempenhados pelos índios nos processos históricos, dando visibilidade a esses povos.