PPGCFAR - Mestrado em Ciências Farmacêuticas (Dissertações)
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Item Crescimento apical e síntese de carboidrases em fungos filamentosos: uma análise bioquímica e morfológica(UFVJM, 2014) Silva, Tiago José da; Vanzela, Ana Paula de Figueiredo Conte; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Said, Suraia; Pantoja, Lilian de AraújoA produção biotecnológica de enzimas por fungos filamentosos requer o conhecimento das suas características de crescimento, fisiologia e metabolismo porque a compreensão das respostas biológicas e nutricionais contribui para o ajuste dos bioprocessos. Neste trabalho foram analisados o crescimento apical e alguns parâmetros bioquímicos e fisiológicos da resposta das linhagens Aspergillus tubingensis AN1257 e Talaromyces trachyspermus T10.5 a fontes de carbono complexas indutoras de carboidrases. Foi utilizada uma abordagem polifásica de identificação baseada em características fenotípicas e moleculares. As linhagens foram cultivadas em meio suplementado com glicose (controle), amido e carboximetilcelulose (CMC). O crescimento apical foi avaliado quanto aos eventos iniciais, hidratação, polarização e extensão do tubo germinativo, bem como foi investigado o papel da via de PKC nestes processos. As linhagens diferiram quanto ao potencial de produção de carboidrases sendo o T. trachyspermus T10.5 o mais eficiente para a expressão de amilase. A produção de celulase foi verificada apenas em meio sólido. Os eventos iniciais do crescimento apical de T. trachyspermus T10.5 foram atrasados pelos carboidratos poliméricos em meio sólido: após 14h de cultivo a proporção de conídios apolares, polares e com tubo germinativo foi de 31,0 ± 5,7%; 34,0 ± 0,0% e 35,0 ± 5,7% (glicose) contra 40,0 ± 0,0%; 45,0 ± 0,8% e 14,0 ± 1,6% (amido) ou 90,0 ± 4,9%; 6,0 ± 1,6% e 4,0 ± 3,3% (CMC). A biomassa de T. trachyspermus T10.5 foi formada exponencialmente no período de 24 a 48h em cultivo submerso e não foi diminuída por nenhuma fonte de carbono. Nas culturas submersas, a fase exponencial de crescimento foi simultânea ao consumo exponencial do substrato; o esgotamento das fontes de carbono precedeu o início da fase estacionária; a atividade de α-amilase (239,2 ± 11 U/min.mL) induzida por amido coincidiu com o crescimento exponencial, permaneceu estável durante a fase estacionária e foi reprimida por glicose. O crescimento apical de A. tubingensis AN1257 respondeu mais rapidamente à fonte de carbono: 36,0 ± 4,3% dos conídios cultivados em meio suplementado com glicose estavam polarizados após 6h, contra 1,3 ± 0,9% (amido) e 2,7 ± 1,9% (CMC). A extensão do tubo germinativo da linhagem AN1257 também foi atrasada e reduzida por amido e CMC. A formação de biomassa de A. tubingensis AN1257 nas culturas submersas foi fortemente reduzida por CMC, que apresentou um efeito tamponante no meio. Nas demais culturas submersas, o crescimento exponencial de A. tubingensis AN1257 ocorreu entre 0 a 24h (glicose) ou 12 a 24h (amido) coincidindo com forte acidificação do meio e consumo acentuado de substrato. O efeito da ativação de PKC foi distinto nas duas linhagens: a ativação dessa enzima não parece modular a germinação em A tubingensis AN1257, mas inibe fortemente a germinação de T. trachyspermus T10.5. Assim, as duas espécies apresentaram respostas diferentes à fonte de carbono e à ativação de PKC, com fisiologia, germinação e crescimento apical peculiares, cuja compreensão permitirá direcionar a aplicação biotecnológica das linhagens AN1257 e T10.5 de forma mais eficiente.Item Avaliação da produção de espécies reativas de oxigênio e da citotoxicidade in vitro mediada pelo sistema 2,4-pentanodiona/horseradish peroxidase/oxigênio(UFVJM, 2014) Pinheiro, Náthale Rodrigues; Rodrigues, Ana Paula; Martins, Helen Rodrigues; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rodrigues, Ana Paula; Santana, Marcos Aurélio de; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim deO sistema ADEPT (antibody-directed enzyme prodrug therapy) é uma terapia antitumoral que envolve a ativação catalítica de um pró-fármaco, nas proximidades do sítio tumoral, por uma enzima conjugada a um anticorpo monoclonal com afinidade para antígenos específicos das células tumorais. O sistema composto pela enzima Horseradish peroxidase (HRP) e ácido indol-3-acético (IAA) tem sido estudado para o emprego na terapia ADEPT, e associado à indução de apoptose de células tumorais. A 2,4-pentanodiona (PD) também atua como substrato da HRP sendo oxidada por ela através de uma reação cuja cinética é semelhante à da catálise do IAA e, portanto, pode representar uma alternativa para essa terapia. Este trabalho teve como objetivo realizar uma avaliação da citotoxicidade mediada pelos produtos provenientes da oxidação da PD pela HRP frente a diferentes linhagens celulares, utilizando para isso diferentes metodologias que determinam a viabilidade celular como o azul de Trypan, MTT e vermelho neutro assim, como a análise microscópica das alterações celulares induzidas por esses sistemas; estabelecer uma comparação com a citotoxicidade mediada pela oxidação do IAA catalisada pela mesma enzima; verificar a incidência de morte celular por apoptose mediada pelos sistemas IAA/HRP/O2 e PD/HRP/O2; além de verificar a produção e os tipos de espécies reativas de oxigênio (ERO) produzidas pelos dois sistemas. Os experimentos permitiram evidenciar que as combinações PD/HRP/O2 e IAA/HRP/O2 levam a formação de ERO, sendo as espécies provavelmente formadas pela oxidação da PD o radical ânion superóxido e o peróxido de hidrogênio (H2O2) e pela oxidação do IAA o H2O2. Foi observado, somente para o IAA, um aumento na formação de ERO com o uso de uma maior concentração do substrato. Quanto ao estudo de viabilidade celular, esse permitiu evidenciar, através das três metodologias, o efeito citotóxico dos sistemas PD/HRP/O2 e IAA/HRP/O2, no entanto, o ensaio do MTT mostrou-se mais sensível para esse estudo. A oxidação do IAA pela HRP induziu apoptose, contudo não foi possível identificar o tipo de morte celular mediada pelo sistema PD/HRP/O2, provavelmente devido a um problema técnico durante algumas análises em citometria de fluxo, o Quenhcing. Apesar de o sistema IAA/HRP/O2 ter apresentado uma destruição celular mais expressiva, o substrato IAA quando testado na ausência da enzima mostrou-se tóxico, o que não foi visto para a PD quando testada nas concentrações de 1; 1,5 e 2 mM, o que a torna um bom substrato para o emprego na terapia ADEPT.Item Caracterização dos materiais e estudo do processamento de blendas PHB/PCL na forma de microesferas para aplicação em sistemas de liberação controlada de fármacos(UFVJM, 2014) Torres, Lívia Mara Fontes Costa; Santos, Wallans Torres Pio dos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Assunção, Rosana Maria Nascimento de; Costa, Ione Andriani; Rodrigues, Ana PaulaSistemas de liberação modificada de fármacos possibilitam controlar a taxa de liberação das substâncias ativas e direcioná-las aos seus locais de ação evitando outras regiões onde o fármaco exerce toxicidade, dessa forma é possível reduzir a ocorrência de efeitos adversos, o que aumenta a aceitabilidade do tratamento pelo paciente, além de torná-lo mais eficaz. Com o propósito de verificar a possibilidade de utilização do sistema polimérico PHB/PCL (poli(3-hidroxibutirato) / poli(ε‑caprolactona)) em sistemas de liberação controlada, o presente trabalho tem como objetivo preparar filmes poliméricos e microesferas a partir de blendas PHB/PCL compatibilizadas com o copolímero P(HB-co-CL), e caracterizar esses materiais, uma vez que os perfis de liberação associam-se a propriedades físico-químicas inerentes aos materiais que o constituem, através de técnicas de análise térmica, difração de raios-x e microscopia eletrônica de varredura. Com a realização deste trabalho foi possível verificar que a adição do compatibilizante em blendas PHB/PCL(20/80) e PHB/PCL(80/20) é capaz de aumentar a interação entre os componentes poliméricos dos sistemas, favorecendo a obtenção de materiais com propriedades intermediárias às apresentadas pelos homopolímeros. Além disso, verificou-se que o elevado grau de cristalinidade apresentado por determinados materiais poliméricos, que dificulta sua aplicação em sistemas de liberação de fármacos, pode ser alterado por meio de uma simples mistura física entre diferentes polímeros. Tanto através da associação dos polímeros PHB e PCL na forma de blendas quanto pela compatibilização desses materiais com a adição do copolímero à formulação foi possível modificar o perfil de cristalinidade apresentando por esses sistemas poliméricos. Verificou-se que o PCL associado ao copolímero apresentou perfil cristalino muito semelhante ao PCL puro, mas o mesmo evento não foi observado para o PHB compatibilizado, que apresentou menor cristalinidade se comparado ao homopolímero. Em relação às blendas PHB/PCL(20/80) e PHB/PCL(80/20) observou-se menor cristalinidade para estes sistemas se comparados aos homopolímeros puros, no entanto a presença do copolímero em ambas as blendas modifica a cristalinidade aumentando a intensidade de picos cristalinos. Essa alteração de cristalinidade é capaz de influenciar a degradação da matriz polimérica, propriedade que pode ter aplicabilidade na modulação da liberação de ativos em sistemas de liberação controlada. Estes sistemas podem ser desenvolvidos mediante a formulação de microesferas poliméricas e incorporação de ativos em sua matriz. Neste trabalho, pela primeira vez, foi possível obter microesferas a partir de blendas PHB/PCL(80/20) e PHB/PCL(80/20) compatibilizada com o copolímero P(HB-co-CL), que devido às propriedades de biocompatibilidade e biodegradabilidade apresentadas pelos materiais constituintes, representam sistemas promissores para aplicação em sistemas de liberação controlada de fármacos.Item Triagem fitoquímica e atividade antiproliferativa do extrato diclorometano-etanólico de raízes de Eriosema crinitum (Kunth) G. Don (Leguminosae)(UFVJM, 2014) Santos, Michaelle Geralda dos; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Stancioli, Edel Figueiredo Barbosa; Oliveira, Patrícia Machado deA Eriosema crinitum (Kunth) G. Don é utilizada no Vale do Jequitinhonha como planta anti-inflamatória na forma de decocção de suas raízes. Tendo em vista a complexidade do processo inflamatório, o qual envolve a ativação de células do sistema imune e produção de diversos mediadores, o objetivo desse estudo foi realizar uma triagem fitoquímica e avaliar a possível atividade anti-inflamatória, in vitro, do extrato diclorometano-etanólico de raízes de E. crinitum, através da avaliação do efeito do mesmo sobre a proliferação de linfócitos, a produção de citocinas e da ciclooxigenase 2 (COX-2). A triagem fitoquímica do extrato foi realizada por meio de reações cromogênicas, fluorogênicas e de precipitação, seguidas da análise em cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodos (CLAE-DAD). A citotoxicidade do extrato sobre hemácias, após 4 horas de cultura, e sobre leucócitos do sangue periférico humano, após 24 horas ou 5 dias de cultura, foi avaliada por meio do teste de atividade hemolítica e pelo método de exclusão com azul de Tripan, respectivamente. Na avaliação do efeito do extrato sobre a proliferação de linfócitos, por citometria de fluxo, células mononucleares do sangue periférico humano (PBMC) foram incubadas, por 5 dias, em meio de cultura contendo o mitógeno Fitohemaglutinina (PHA), na presença ou ausência do extrato nas concentrações de 25 μg/mL, 12,5 μg/mL e 6,25 μg/mL. Essas mesmas culturas foram realizadas no tempo de 36 horas para análise da citocina IL-2, por ELISA. Para análise da produção das citocinas TNF-α e IFN-γ, culturas de sangue total foram estimuladas com Miristato Acetato de Forbol (PMA) e tratadas com o extrato nas concentrações de 50 μg/mL, 25 μg/mL e 12,5 μg/mL. Essas concentrações foram utilizadas em culturas de sangue total estimuladas com lipopolissacarídeo (LPS) para investigação do efeito do extrato sobre a expressão de COX-2. A produção de citocinas e de COX-2 foi analisada por citometria de fluxo. Os resultados evidenciaram a presença de terpenos e das subclasses dos flavonoides: flavonas e flavonóis no extrato. O extrato, nas concentrações iguais ou inferiores a 50 μg/mL, não foi tóxico para culturas celulares de 24 horas e, para culturas de 5 dias, as concentrações não tóxicas foram iguais ou inferiores a 25 μg/mL. Quanto à ação anti-inflamatória, o extrato não inibiu a produção das citocinas TNF-α e IFN-γ e também não foi capaz de reduzir a expressão de COX-2. No entanto, o extrato inibiu a proliferação de linfócitos e suas subpopulações T CD4 e TCD8, tendo uma eficácia em relação à Dexametasona de 71,65%, 53,14% e 167,94% para linfócitos totais, T CD4 e T CD8, respectivamente. O extrato também reduziu os níveis de IL-2 nas culturas estimuladas com PHA. Esses achados sugerem que o extrato apresenta um efeito inibidor, principalmente sobre a proliferação de células T CD8, associado à inibição na produção de IL-2. Diante dos resultados apresentados, os princípios ativos presentes na planta parecem exercer suas funções anti-inflamatórias regulando a proliferação de linfócitos T, principalmente os linfócitos T CD8. Essa função poderia ser explorada em desordens de natureza inflamatória-linfoproliferativa, bem como prevenção da rejeição de transplantes de órgãos. Para tal, ensaios adicionais são necessários para investigar e identificar os constituintes ativos e os mecanismos moleculares envolvidos na ação inibitória apresentada pelo extrato.Item Pesquisa de dados botânicos de plantas úteis coletadas por naturalistas europeus no século XIX no norte/nordeste de Minas Gerais: dados botânicos, químicos e ensaios antioxidantes de Erythroxylum suberosum A. St.-Hil (Erythroxylaceae)(UFVJM, 2014) Oliveira, Fernanda de Fátima Souza de; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Pinto, Nísia Andrade Villela Dessimoni; Okuma, Adriana AkemiNo século XIX o Brasil foi visitado por naturalistas europeus, atraídos pelas riquezas naturais do país. O francês Saint-Hilaire, em sua obra Plantas Usuais dos Brasileiros descreveu plantas que eram usadas pelos habitantes da região norte/nordeste de Minas Gerais. Dentre estas, encontra-se a Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. (Erythroxylaceae), conhecida popularmente como “galinha-choca” e “mercúrio do campo”, abundante nas proximidades da cidade de Diamantina (MG). Os objetivos do presente trabalho foram o resgate de informações sobre as espécies botânicas descritas por Saint-Hilaire no norte/nordeste de Minas Gerais, no século XIX, incluídas em sua obra Plantas usuais dos brasileiros e a realização de estudo fitoquímico e determinação da atividade antioxidante de extratos das folhas de E. suberosum. Foram realizadas pesquisas em herbários virtuais para detecção de coletas, nos séculos XIX, XX e XXI, de quinze espécies descritas por Saint-Hilaire no norte/nordeste de Minas Gerais, em sua obra. Estas informações foram usadas no direcionamento de coletas destas espécies na região de Diamantina e na verificação da ocorrência atual de tais plantas. Algumas espécies são encontradas, ainda na atualidade, nos locais citados pelo naturalista ou em localidades muito próximas: quatro, das quinze espécies encontradas por Saint-Hilaire, foram coletadas e georreferenciadas nas proximidades de Diamantina. Para realização de estudo fitoquímico e determinação de atividade antioxidante, as folhas de E. suberosum foram coletas em Diamantina-MG. O material, seco e pulverizado, foi usado para maceração com os solventes hexano, acetato de etila e etanol e extração pelo Método Stas-Otto, para pesquisa de alcaloides. A triagem fitoquímica dos extratos sugeriu a presença de alcalóides, cumarinas, flavonoides (incluindo antocianidinas), taninos condensados e triterpenos/esteroides e análises por CLAE/DAD sugeriram a presença de compostos fenólicos nas amostras. Os extratos preparados pelo Método Stas-Otto foram analisados por CG/EM, sendo sugerida a presença de 23 substâncias, dentre as quais encontrase o alcaloide tropânico tropacocaína. Quanto à atividade antioxidante os extratos de E. suberosum, quando comparados ao padrão (ácido gálico), não apresentaram pronunciada atividade de retirada de radical DPPH; no entanto, o extrato etanólico apresentou uma maior quantidade de fenólicos totais, maior poder de redução do íon metálico Fe3+ e maior capacidade antioxidante pela análise por voltametria cíclica. Assim este trabalho contribuiu para a recuperação e disponibilização de informações sobre plantas úteis coletadas por naturalistas europeus no norte/nordeste de Minas Gerais e para o conhecimento sobre a composição química e atividade antioxidante da espécie E. suberosum.Item Desenvolvimento de um imunosensor para detecção de anticorpos anti-Trypanosoma cruzi por meio da espectroscopia de ressonância de plásmons de superfície(UFVJM, 2014) Luz, João Gabriel Guimarães; Martins, Helen Rodrigues; Damos, Flavio Santos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins Filho, Olindo de Assis; Santos, Wallans Torres Pio dosO objetivo desse trabalho foi desenvolver um imunosensor fundamentado em espectroscopia de ressonância de plásmons de superfície (SPR) para a detecção de anticorpos anti-Trypanosoma cruzi por meio da imobilização de antígenos brutos do parasito em monocamadas auto-organizadas mistas (SAMs) formadas por ácido 11-mercaptoundecanóico (11-MUA) e ácido 3-mercaptopropiônico (3-MPA). Na sua construção, as concentrações de cada alcanotiol, bem como a proporção de cada um deles na composição das SAMs mistas foram definidas através de cálculos de cobertura de superfície Posteriormente, o antígeno em diferentes concentrações foi imobilizado sobre as SAMs mistas ativadas construídas em disco de ouro e, a variação do ângulo de SPR (∆θSPR) decorrente dessa etapa foi monitorada em tempo real. O imunosensor desenvolvido foi então eletroquimicamente caracterizado por voltametria cíclica (VC) e espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) e as respostas do mesmo frente a um pool de soros de indivíduos infectados e não infectados pelo T. cruzi foram avaliadas. Em seguida, foram determinados parâmetros para otimização do dispositivo, incluindo tempo de imobilização e concentração do antígeno, bloqueio e regeneração da superfície sensora e tempo envolvido nas análises do imunoensaio. Por fim, a diluição de trabalho do soro e o ponto de corte do imunosensaio foram escolhidos e os índices de desempenho do mesmo como técnica para o imunodiagnóstico da DC foram calculados empregando 171 soros, sendo 99 de indivíduos infectados pelo T. cruzi, 30 de não infectados e 42 portadores de outras infecções. Os maiores valores de foram encontrados para a concentração 1.0 mmol L-1 de 11-MUA e 3-MPA e para as SAMs mistas formadas na proporção de 1:10. A imobilização dos antígenos foi conduzida com êxito, de modo que houve linearidade entre a concentração utilizada e o ∆θSPR. Por VC e EIE, foi demonstrado que a ligação covalente das proteínas aumentou a resistência à transferência eletrônica quando comparado com o comportamento da sonda eletroquímica sobre as SAMs mistas. Ademais, o imunosensor se mostrou, semelhante ao ELISA, capaz de detectar anticorpos anti-T. cruzi em amostras de soros diluídas até 1280 vezes. Já em relação aos soros negativos, o dispositivo detectou ∆θSPR significativas apenas até a diluição 1:160, o que demonstrou razoável capacidade do método em distinguir indivíduos infectados de não infectados. Dentre os parâmetros analíticos avaliados ficou definido o tempo de imobilização e a concentração do antígeno em 20 minutos e 30 µg mL-1, o bloqueio da superfície por 10 minutos com solução de BSA 1.0%, a regeneração pela injeção de SDS 1.0% e o tempo de avaliação da resposta do dispositivo em 20 minutos. A diluição do soro em 1:320 e o ponto de corte a 17.2 mº foram os critérios metodológicos definidos para o imunosensaio. Os índices de desempenho calculados determinaram um excelente potencial do imunosensor no diagnóstico sorológico da doença de Chagas, com valores de sensibilidade de 100%, especificidade de 97.2%, valor preditivo positivo igual a 98%, valor preditivo negativo de 100% e acurácia global estimada em 99.6%. O número de reações cruzadas em soros de indivíduos com leishmaniose visceral foi menor no método proposto (1/7) do que no ELISA (6/7). A partir dos resultados é possível afirmar que foi desenvolvido com êxito um imunosensor sensível, específico, rápido, simples e de fácil execução para o diagnóstico sorológico da doença de Chagas.Item Desenvolvimento de lipossomas pH-sensíveis contendo paclitaxel: aspectos farmacotécnicos e avaliação da atividade citotóxica in vitro(UFVJM, 2014) Barbosa, Marcos Vinícius; Leite, Elaine Amaral; Carvalho Júnior, Álvaro Dutra de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Leite, Elaine Amaral; Rodrigues, Ana Paula; Giuberti, Cristiane dos SantosO paclitaxel (PTX) é um agente quimioterápico usado no tratamento de vários tipos de tumores sólidos como câncer de próstata, mama e ovário. Devido a sua baixa solubilidade aquosa, o PTX (Taxol®) é formulado em um veículo constituído por Cremophor EL® e álcool desidratado. No entanto, reações de hipersensibilidade aguda, nefrotoxicidade e neurotoxicidade, além de problemas de instabilidade físico-química têm sido relatados com o uso do Taxol®. Diante disso, o objetivo desse estudo foi desenvolver um novo sistema lipossomal multifuncionalizado para veicular o PTX e avaliar a citotoxicidade em linhagens tumorais de câncer de mama (MCF-7 e MDA-MB-231). Inicialmente foi desenvolvido e validado um método analítico para quantificação do PTX por espectrofotometria derivada no ultravioleta. O método apresentou linearidade adequada e permitiu a quantificação do PTX na formulação com adequada precisão, exatidão e especificidade. As formulações propostas foram compostas por dioleilfosfatidiletanolamina (DOPE), hemisuccinato de colesterila (CHEMS), e diestearoilfosfatidiletanolamina associado ao polietilenoglicol 2000 (DSPE-PEG2000); ou por fosfatidilcolina de soja (SPC), DOPE, CHEMS e DSPE-PEG e preparadas pelo método de hidratação do filme lipídico. A influência da composição lipídica qualitativa e quantitativa (10 e 20 mM) e da concentração do PTX (0,5; 1,0 ou 20 mg/mL) nas características físico-químicas dos lipossomas foi avaliada. Uma redução no teor de encapsulação foi verificada na formulação composta por DOPE:CHEMS:DSPE-PEG a medida que a concentração de PTX foi aumentada (p<0,05), relação que não foi observada para a formulação com SPC. A associação com o PTX promoveu aumento significativo no diâmetro médio das vesículas em comparação com a formulação sem PTX e o aumento na concentração do fármaco também levou a um aumento no diâmetro. O potencial zeta de todas as formulações apresentou valores próximos da neutralidade. Essa preparação apresentou boa estabilidade, com manutenção do diâmetro médio, teor de encapsulação e potencial zeta durante 100 dias de armazenamento. Modificações da organização supramolecular da DOPE indicativas de mudanças de fase lamelar para não-lamelar em função da redução do pH foram observadas nas preparações compostas por DOPE:CHEMS:DSPE-PEG. A inclusão da SPC na bicamada, alterou a pH-sensibilidade do sistema e maior retenção do PTX foi observada em pH mais ácido quando comparada à formulação sem a SPC (p<0,05). A análise morfológica demonstrou a existência de partículas esféricas regulares com diâmetros heterogêneos para as formulações contendo ou não PTX. A atividade citotóxica in vitro mostrou que o PTX associado aos lipossomas com folato (LpHSF-PTX) foi mais ativo que o PTX encapsulado nos lipossomas sem associação ao folato (LpHS-PTX) e que o PTX livre. Em suma, esses resultados sugerem que os LpHSF-PTX representam uma alternativa promissora para entrega intracelular do PTX no tratamento do câncer de mama.Item Atividade ansiolítica e antidepressiva do extrato bruto das partes aéreas da Kielmeyera rubriflora em camundongos(UFVJM, 2014) Pimenta, Amine Becheleni; Seixas, Sérgio Ricardo Stuckert; Santos, Cynthia Fernandes Ferreira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Cynthia Fernandes Ferreira; Oliveira, Guilherme Nogueira Mendes de; Rocha, Alessandra DuarteAs plantas do gênero Kielmeyera, cujos efeitos farmacológicos já foram demonstrados, são plantas nativas da região do Vale do Jequitinhonha e conhecidas como Pau Santo. A Kielmeyera rubriflora é utilizada na medicina caseira, entretanto, até o momento não existem dados disponíveis na literatura de estudos farmacológicos a seu respeito. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos ansiolíticos e antidepressivos do extrato bruto das partes aéreas da K. rubriflora sobre a atividade do sistema nervoso central (SNC) de camundongos suíços albinos machos. O extrato bruto das partes aéreas foi administrado via oral nas doses de 100 mg/Kg, 250 mg/Kg e 500 mg/Kg em camundongos albinos, suíços, machos, com idade entre 9 e 13 semanas, com peso entre 25 e 40 g. Foram utilizados os testes de triagem farmacológica comportamental (agudo), movimentação espontânea (agudo), potencialização do tempo de sono induzido por tiopental sódico (agudo), placa perfurada (agudo), labirinto em cruz elevado (agudo), nado forçado (crônico) e suspensão da cauda (crônico). Na de triagem farmacológica comportamental, foram detectados efeitos de depressão do SNC pela dose de 100mg/Kg e de estímulo do SNC nas doses de 250 e 500 mg/Kg. O tempo de sono que foi reduzido pelo extrato em 20 e 26% nas doses de 100 e 500 mg/Kg respectivamente. A ambulação foi significativamente aumentada nas doses de 100 e 500 mg/Kg sugerindo efeito ansiolítico e significativamente diminuída na dose de 250 mg sugerindo efeito sedativo. As propriedades ansiolíticas foram investigadas nos testes da placa perfurada e do labirinto em cruz elevado, onde houve diminuição do tempo de permanência nos braços fechados com a doses de 100mg/Kg e aumento significativo de entradas no braço aberto na doses de 250mg/Kg sugerindo atividade ansiolítica nestas doses. No teste da placa perfurada houve diminuição significativa de mergulhos de cabeça na dose de 250mg/Kg e 500mg/Kg sugerindo ação sedativa e aumento significativo de mergulhos de cabeça na dose de 100 mg/Kg sugerindo ação ansiolítica. A atividade antidepressiva foi investigada com os testes de suspensão da cauda e nado forçado. No teste da suspensão da cauda houve diminuição dose-dependente, porém não significativa do tempo de imobilidade. No teste de nado forçado houve diminuição significativa do tempo de imobilidade em todas as doses investigadas sugerindo atividade antidepressiva, principalmente na dose de 100 mg/Kg. Sendo assim os dados encontrados sugerem ação sedativa, ansiolítica e antidepressiva dose-dependente do extrato bruto da Kielmeyera rubriflora.Item Nanoesferas de blendas de poli(3-hidroxibutirato)/ poli-ε-caprolactona contendo sinvastatina: desenvolvimento e caracterização físico-química(UFVJM, 2015) Malaquias, Dalila Pinto; Leite, Elaine Amaral; Carvalho Júnior, Álvaro Dutra de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Leite, Elaine Amaral; Verly, Rodrigo Moreira; Roa, Juan Pedro Bretas; Carvalho Júnior, Álvaro Dutra deSistemas de liberação controlada são capazes de modificar a taxa de liberação de fármacos e direcioná-los aos locais de ação específicos, tornando-os mais eficazes além de reduzir a ocorrência de efeitos adversos, o que aumenta a aceitabilidade do tratamento pelo paciente. Polímeros biocompatíveis, seus copolímeros e blendas têm apresentado vantagens na formação destes sistemas mostrando resposta positiva quanto ao aprimoramento da terapêutica. O presente estudo visou desenvolver nanoesferas a partir de blendas de poli- (3- hidroxibutirato) (PHB) e poli-(ε-caprolactona) (PCL) e avaliar o seu potencial como carreadoras de sinvastatina. Para tanto, parâmetros físico-quimicos como tamanho, índice de polidispersão, potencial zeta, quantidade de fármaco encapsulada, liberação in vitro e morfologia foram avaliados. As nanoesferas contendo sinvastatina foram preparadas pela técnica emulsão/evaporação do solvente, variando-se a quantidade de sinvastatina adicionada na formulação. O doseamento foi realizado por cromatografia liquida de alta eficiência, após validação prévia do método analítico. A formulação que obteve maior quantidade de fármaco associado apresentou diâmetro médio 265 ± 10 nm com polidispersão média de 0,091 ± 0,026. Esses valores revelam um sistema nanométrico, com uma distribuição estreita de tamanho e uma homogeneidade das nanoesferas. O potencial zeta médio foi de - 31,8 ± 3,59 mV, sugestivo de predomínio de forças repulsivas, as quais previnem agregações em função da colisão entre as partículas. Os resultados de DSC e liberação in vitro sugerem transporte por difusão e a maior parte do fármaco estar associada à superfície da esfera. Os testes de estabilidade preliminar não indicam degradação dos componentes e aglomeração das partículas. A análise morfológica das nanoesferas, realizada por microscopia de força atômica demonstrou a presença de partículas esféricas e de superfície rugosa. Dessa forma, os dados sugerem que a preparação de nanoesferas utilizando a blenda PHB-PCL é um sistema promissor para carrear a sinvastatina.Item Fitoquímica e atividades biológicas de Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae)(UFVJM, 2015) Barroso, Poliana Ribeiro; Gregório, Luiz Elídio; Martins, Helen Rodrigues; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gregório, Luiz Elídio; Martins, Helen Rodrigues; Santana, Marcos Aurélio; Grael, Cristiane Fernanda FuzerAs plantas medicinais são fontes promissoras de novas drogas, em que a região do Cerrado se destaca pela sua vasta biodiversidade. Dentre as plantas medicinais utilizadas nesta região se encontra a espécie Miconia ferruginata DC. que é conhecida como pixirica-do-campo ou babatenão. Esta espécie é utilizada no tratamento de doenças de pele, e outras de origens inflamatórias, parasitárias e infecciosas, porém os estudos químicos são escassos. Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar o perfil químico e o potencial biológico da M. ferruginata (Melastomataceae). A espécie foi coletada no município de Diamantina, MG do qual foram preparados os extratos aquosos e etanólicos das folhas/flores e do caule. Por meio da triagem fitoquímica e das análises de CLAE-DAD-EM obteve-se um perfil químico rico em compostos fenólicos. Foi possível a identificação da presença de taninos, ácidos fenólicos, flavonoides, e derivados glicosilados da quercetina. Pela análise dos constituintes voláteis por CG-EM foi possível identificar a presença de quatorze compostos, sendo eles pertencentes as classes dos sesquiterpenos, hidrocarbonetos, monoterpenos, fenilpropanoides e alcoóis. No qual os sesquiterpenos β-cariofileno e α-humuleno foram os compostos majoritários, os quais são associados na literatura a diversas atividades biológicas, em especial a ações anti-inflamatórias, antifúngicas e antitumorais. A análise das frações por CG-EM e CLAE-DAD foi possível identificar catequinas, ácido gálico e flavonóis nos extratos aquosos e ésteres graxos e as subclasses das flavonas e flavonóis nos extratos etanólicos. Nas avaliações biológicas os extratos etanólicos e aquosos apresentaram baixa toxicidade em células de mamíferos, em que a concentração selecionada para a avaliação das demais atividades biológicas foi de até 500 μg/mL. Para a atividade antitumoral, os extratos apresentaram um grande potencial concentração dependente, com valores de IC50 variando de 56,44 a 180,4 μg/mL. Bem como o tempo de exposição aumentou a potência de todos os extratos. Também foi observado que os extratos aquosos promoveram a inibição da proliferação de linfócitos estimulados por mitógenos, apresentando uma eficácia em relação à dexametasona, de 39,94% para o extrato das folhas a 45 μg/mL, e de 57,3%, 137,4% e 251,8% para os extratos do caule a 15, 20 e 30 μg/mL, respectivamente. Este efeito proliferativo pode estar relacionado ao potencial anti-inflamatório da M. ferruginata, relatada na medicina popular. Possivelmente, as atividades biológicas estão relacionadas ao rico perfil químico desta espécie, principalmente em compostos fenólicos. Para as atividades antimicrobianas, tripanocida 9 e leishmanicida não foram observadas a inibição do crescimento ou toxicidade frentes as cepas avaliadas. Desta forma este trabalho contribuiu para o conhecimento químico e biológico da M. ferruginata. Porém ensaios futuros utilizando as frações e substâncias isoladas, se fazem necessários para fortalecer os dados aqui apresentados e para demonstrar quais os mecanismos moleculares envolvidos nas atividades biológicas investigadas.Item Desenvolvimento de nanoemulsões contendo ácido retinoico funcionalizadas com ácido hialurônico como alternativa para o tratamento de câncer(UFVJM, 2016) Tinoco, Letícia Márcia da Silva; Carneiro, Guilherme; Leite, Elaine Amaral; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mesquita, João Paulo; Verly, Rodrigo MoreiraO ácido retinoico (AR), um derivado da vitamina A, é um dos exemplos mais bem-sucedidos de fármacos usados na terapia de diferenciação do câncer. O AR é um fármaco altamente lipofílico (log P 4,6) que apresenta baixa solubilidade aquosa, limitando sua utilização parenteral. Dessa forma, sua incorporação em nanocarreadores lipídicos tem sido proposta como uma alternativa promissora para a administração desse fármaco. O maior direcionamento dos nanossistemas para as células tumorais pode ser obtido por meio de modificações na superfície deste, como o revestimento com ácido hialurônico (AH), que se liga a receptor CD44 sobre-expresso em alguns tumores. Assim sendo, este trabalho teve por objetivo principal desenvolver, caracterizar e avaliar a atividade antineoplásica in vitro de nanoemulsões contendo AR revestidas e não revestidas com AH para tratamento de câncer de mama. Primeiramente, foi desenvolvido um método espectrofotométrico, com detecção do AR em 324 nm, que foi validado em relação à seletividade em relação aos componentes de matriz e aos produtos de degradação forçada, linearidade, precisão, exatidão e robustez, conforme a legislação pertinente. Em seguida, foram desenvolvidas e caracterizadas nanoemulsões (NE) preparadas por emulsificação espontânea e revestidas eletrostaticamente com AH em diferentes concentrações. Após o revestimento com 0,5 mg/mL de AH, a NE escolhida apresentou tamanho de 158 ± 5 nm, distribuição monodispersa e potencial zeta de -19,7 ± 1,20 mV e um teor de encapsulação de 99,2 ± 0,5%, estando compatível com a administração parenteral. Além disso, as formulações revestidas permaneceram estáveis ao longo de 60 dias armazenadas a 4°C. O perfil de liberação do AR a partir dos nanossistemas foi avaliado e observou-se que segue uma cinética de primeira ordem, de forma que a taxa de liberação depende da concentração do fármaco ainda presente na matriz. Foram, por fim, avaliados os efeitos citotóxicos em linhagens de células de câncer de mama (MCF-7 e MDA-MB-231) e fibroblastos normais (L929) e observou-se que a formulação revestida promove aumento de atividade anticâncer do AR, especialmente nas células que expressam mais os receptores CD44 (MDA-MB-231) e reduzida toxicidade em relação às células normais. Desta forma, a encapsulação do AR em NE revestida por AH pode ser uma abordagem interessante para aumentar a eficácia e a biodisponibilidade do AR no tratamento do câncer de mama e outros tipos de câncer que sobre-expressam esse receptor.Item Avaliação do comportamento eletroquímico da cotinina no eletrodo de diamante dopado com boro e estudos para sua determinação em saliva por amperometria pulsada em fluxo(UFVJM, 2016) Alecrim, Morgana Fernandes; Santos, Wallans Torres Pio dos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Wallans Torres Pio dos; Munoz, Rodrigo Alejandro Abarza; Dornellas, Rafael MachadoA Cotinina (CO) é o principal metabólito da nicotina, sendo utilizada como biomarcador para monitorar a exposição de um indivíduo ao tabaco. Os métodos comumente utilizados para a determinação desse composto em amostras biológicas são baseados na cromatografia líquida, os quais, em geral, são dispendiosos e requerem tratamentos tediosos dessas amostras. Dessa maneira, torna-se necessário o desenvolvimento de novos métodos mais simples e rápidos para determinação da CO. Nesse contexto, o presente trabalho propõe o uso eletrodo de diamante dopado com boro (BDD) para detecção e caracterização eletroquímica da CO por técnicas voltamétricas, bem como sua quantificação em amostras de saliva por meio da amperometria de múltiplos pulsos (MPA) em sistema de análise por injeção em fluxo (FIA). Em meio de tampão fosfato a 0,1 mol L-1 (pH 7) a CO apresentou dois processos eletroquímicos, um anódico em +1,8 V e um catódico em -1,2 V (vs. Ag/ AgCl), sendo o segundo dependente do primeiro e ambos de caráter irreversível. Foi verificado que o processo de transporte de massas para a oxidação da CO é preferencialmente difusional sobre o eletrodo de BDD e que 2 elétrons e prótons estão envolvidos na reação eletroquímica. O coeficiente de difusão calculado para a CO foi de 5,7 x 10 -2 cm2 s-1. Para determinação da CO em saliva, MPA foi utilizada aplicando-se 4 pulsos de potencial, sendo: (1) em +1,8 V/ 400 ms potencial gerador (EG) para oxidação da CO; (2) em -1,0 V/ 500 ms potencial para eliminação de interferentes na amostra de saliva, (3) em -1,2 V/ 30 ms potencial coletor para reduzir e quantificar a CO gerada pelo EG; (4) em -145/ 300 ms potencial para limpeza da superfície do BDD. A freqüência analítica teórica foi obtida de 24 determinações por hora com uma vazão otimizada em 3,0 mL min-1 e a alça de amostragem de 300 μL no sistema FIA. Além disso, um baixo desvio padrão relativo de 1,46% foi obtido para 10 determinações consecutivas de CO 10 μmol L-1. Nessas condições, foi obtida uma faixa linear de 0,5 a 100 μmol L-1 (R= 0,998) com limite de detecção calculado em 0,18 μmol L-1 para CO. Os estudos de adição e recuperação da CO em amostras de saliva foram de 96,77%, Portanto, mediante a caracterização eletroquímica e os estudos por FIA-MPA usando eletrodo de BDD, este trabalho apresenta uma alternativa simples, rápida e de baixo custo para monitoramento do grau de exposição ao tabaco pela determinação da CO em amostras de saliva.Item Desenvolvimento de nanopartículas lipídicas contendo paclitaxel(UFVJM, 2016) Marcial, Sara Pacelli de Sousa; Leite, Elaine Amaral; Carneiro, Guilherme; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Leite, Elaine Amaral; Carneiro, Guilherme; Verly, Rodrigo Moreira; Carvalho Jr, Álvaro Dutra deO paclitaxel (PTX) é um agente quimioterápico que tem uma importante função no tratamento de vários tipos de câncer, especialmente o câncer de mama. No entanto, a baixa solubilidade do PTX em meio aquoso (coeficiente de partição log = 3,96) representa uma limitação para a administração intravenosa. A formulação convencional do PTX contém uma alta concentração de Cremofor-EL® (derivado polietoxilado do óleo de rícino), o qual induz significante toxicidade, restringindo sua utilização clínica. A encapsulação do PTX em sistema de liberação de fármacos pode melhorar a absorção e aumentar a sua eficácia terapêutica. Neste estudo, três diferentes nanossistemas lipídicos contendo PTX, nanopartículas lipídicas sólidas (NLS), nanoemulsão (NE) e carreadores lipídicos nanoestruturados (CLN) foram preparados e as propriedades físico-químicas e a atividade citotoxicidade in vitro foram avaliadas. Em relação ao diâmetro médio, o CLN branco mostrou valor de diâmetro aproximadamente 2 e 1,7 vezes menor que os obtidos para NLS e NE, respectivamente. A presença de PTX levou a um aumento significativo no diâmetro das partículas em todos os sistemas avaliados, exceto no NE. Além disso, o aumento da concentração do fármaco (0,01% para 0,025%) produziu um aumento do diâmetro para a preparação de CLN. Todas as formulações com PTX mostraram índice de polidispersão superior a 0,3, exceto para NE-PTX na concentração do fármaco igual a 0,01% (p/v). Valores negativos de potencial zeta foram observados para todas as formulações avaliadas. CLN-PTX foi o sistema mais estável após armazenado por 30 dias a 4 ºC. O estudo de citotoxicidade nas linhagens celulares de câncer de mama (MDA-MB-231 e MCF-7) demonstrou atividade citotóxica mais pronunciada para CLN-PTX do que para o PTX livre em ambos as linhagens celulares do tumor. Baseado nesses resultados, CLN-PTX parece ser uma ferramenta potencial para o tratamento do câncer de mama.Item Avaliação da capacidade antioxidante dos extratos etanólicos de plantas do cerrado: Ageratum fastigiatum (GARDN.) R. M. KING et H. ROB., Croton antisyphiliticus MART., Kielmeyera rubriflora CAMB., Miconia ferruginata DC. e Norantea adamantium CAMB.(UFVJM, 2016) Lima, Philipe Dias de Ávila; Rodrigues, Ana Paula; Sivieri, Rubia Regina Gonçalves; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rodrigues, Ana Paula; Oliveira, Patrícia Machado de; Grael, Cristiane Fernanda FuzerNos últimos anos, um número crescente de pesquisas tem demonstrado o papel chave das espécies reativas (ERs) na aceleração do processo de envelhecimento e agravamento de doenças inflamatórias e crônico-degenerativas. Tais espécies, altamente reativas, podem oxidar várias biomoléculas e provocar graves lesões no organismo. O efeito das ERs é equilibrado no organismo por ação de antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos, sendo estes últimos, representados em sua maioria pelos compostos fenólicos, sendo os flavonóides os principais representantes. Os flavonóides podem ser consumidos na dieta diária através de vários alimentos como frutas, legumes, vinhos etc., porém, o principal alvo para busca de tais compostos são as plantas medicinais que são constantemente utilizadas pela população. Tendo em vista a importância de desenvolvimento e busca de novos compostos antioxidantes naturais, o presente estudo teve como principal objetivo avaliar a atividade antioxidante dos extratos etanólicos de algumas espécies vegetais que vêm sendo utilizadas na medicina popular, dentre outras finalidades, como antiinflamatórias, cicatrizantes e outros usos relacionados a atividade antioxidante. As espécies vegetais utilizadas foram: Ageratum fastigiatum (GARDN.) R. M. KING et H. ROB., Croton antisyphiliticus MART., Kielmeyera rubriflora CAMB., Miconia ferruginata DC., e Norantea adamantium CAMB., coletadas no município de Diamantina – MG e regiões subjacentes, áreas de predominância do bioma Cerrado. Avaliando a atividade antioxidante e teor de fenólicos totais (FT) nos extratos, pode-se observar que todos os extratos, exceto da A. fastigiatum (partes aéreas) apresentaram altos teores de compostos fenólicos, determinado pelo método colorimétrico de Folin-Ciocalteau (FC) e eficiente poder redutor (PR), com destaque para a N. adamantium (partes aéreas), que apresentou o maior teor de FT (684,59 mg EAG/g extrato) e o menor valor para o PR (EC50 = 66,77 μg/mL). Quanto à captura das espécies radicalares DPPH• e ABTS•+, os extratos seguiram uma correlação positiva, determinada pelo coeficiente de Pearson, ou seja, os extratos com maiores teores de FT também apresentaram as melhores atividades de captura das espécies radicalares com destaque para a N. adamantium (partes aéreas) e C. antisyphiliticus (caule) que apresentaram resultados de EC50 estatisticamente semelhantes ao padrão ácido gálico (AG) para a captura de ambas as espécies radicalares utilizadas. Para a captura dos reagentes HOCl e H2O2 todos os extratos foram eficientes, porém apresentaram melhores resultados apenas em altas concentrações (>100μg/mL), sendo necessário um estudo de citotoxicidade para avaliar se tais concentrações não são tóxicas às células humanas. Por fim, foi realizada uma avaliação de interferência dos extratos no burst oxidativo produzidos por neutrófilos humanos isolados ativados com PMA e todos os extratos apresentaram atividade protetora frente às espécies produzidas pelo burst oxidativo com destaque para C. antisyphiliticus (caule) e A. fastigiatum (partes aéreas) que apresentaram menores valores de EC50, igual a 8,51 e 5,74 μg/mL respectivamente.Item Desenvolvimento e validação de metodologias eletroanalíticas para determinação de fármacos antituberculose(UFVJM, 2016) Ferraz, Bruno Regis Lyrio; Malagutti, Andréa Renata; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Malagutti, Andréa Renata; Ferreira, Lucas Franco; Santos, Wallans Torres Pio dosRESUMO Etionamida e pirazinamida são antibióticos úteis no tratamento da tuberculose multirresistente. O presente trabalho descreve o desenvolvimento e validação de metodologias eletroanalíticas para determinação de etionamida e pirazinamida em formulações farmacêuticas e em urina humana empregando um eletrodo de diamante dopado com boro e um eletrodo de carbono vítreo modificado comum filme de poli glicina. Durante o desenvolvimento de ambas as metodologias, a voltametria cíclica foi empregada para verificar a influência do pH, da velocidade de varredura e do eletrólito suporte no comportamento eletroquímico de ambos os analitos, bem como foram calculados os números de prótons e elétrons envolvidos em cada uma das reações eletroquímicas. A voltametria de onda quadrada com os parâmetros otimizados foi utilizada para construir curvas analíticas para a ETO e PZA. Para a ETO foi obtido um intervalo linear de 1,0 a 80,0 μmol L1, com LOD e LOQ iguais a 0,294 e 0,980 μmol L1, respectivamente. Para a PZA foi obtido um intervalo linear de 0,47 a 6,16 μmol L1, com LOD e LOQ iguais a 0,035 e 0,12 μmol L1, respectivamente. A precisão foi avaliada pelo registro de voltamogramas no mesmo dia e em dias diferentes, obtendo-se desvios padrões relativos, inferiores a 5,0% em ambos os métodos. Os resultados dos estudos de interferentes mostraram que nenhuma das substâncias testadas interferiu de maneira significativa na determinação de ambos os fármacos. Os métodos desenvolvidos foram comparados estatisticamente com os protocolos oficiais da farmacopeia através do teste-t e do teste-F, e os resultados mostraram que os valores de t e F calculados foram menores do que os valores de t e F críticos, indicando que não houve diferença estatística entre as médias. A exatidão de ambos os métodos foi avaliada também por estudos de adição e recuperação, obtendo-se como resultados percentuais de recuperação próximos a 100% para ambos os métodos. A validação das metodologias desenvolvidas foi realizada pela avaliação dos parâmetros analíticos como sensibilidade, seletividade, limite de detecção, limite de quantificação, faixa linear, exatidão e precisão e os resultados obtidos foram satisfatórios. Portanto, os métodos desenvolvidos podem ser aplicados com sucesso na determinação dos fármacos ETO e PZA em medicamentos e urina humana.Item Preparação e caracterização de sistemas de liberação controlada de sinvastatina a partir de poli (3-hidroxibutirato)(UFVJM, 2016) Dourado, Lays Fernanda Nunes; Roa, Juan Pedro Bretas; Carvalho Júnior, Álvaro Dutra de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Roa, Juan Pedro Bretas; Carvalho Júnior, Álvaro Dutra de; Patrício, Patrícia Santiago de Oliveira; Oliveira, Eduardo de JesusNa indústria farmacêutica, os polímeros são capazes de desempenhar a função de matriz para liberação controlada de fármacos. Isto tem como vantagem a minimização dos efeitos adversos dos medicamentos e a otimização do tratamento. Entre os polímeros utilizados para tal finalidade, tem-se o poli(3-hidroxibutirato) (PHB) conhecido por sua origem natural, um material que se degrada a produtos não tóxicos para o organismo, o que garante o seu emprego como biomaterial. Quando utilizado em associação a outros polímeros, são denominados Blendas, essas misturas modificam as características físico-químicas dos polímeros para serem empregados em finalidades diversas. Desta forma este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de uma matriz polimérica capaz de ser utilizada para liberação controlada de fármacos. Para tal, foram produzidas duas membranas diferentes uma de PHB e outra de Blenda Poli (3-hidroxibutirato)/Polipropilenoglicol, PHB/PPG (90:10), com concentrações diferentes de fármaco, contendo 5% e 25% em massa. O fármaco modelo foi a Sinvastatina. Estes dispositivos foram produzidos por dissolução seguida de evaporação do solvente, formando filmes de 0,5 mm de diâmetro que foram analisados quanto a sua degradação in vitro e in vivo, em implantes subcutâneos. Os materiais foram analisados utilizando espectroscopia na região do infravermelho, termogravimetria, microscopia eletrônica de varredura e por testes histológicos. Os filmes à base de PHB, apresentaram degradação in vitro e in vivo mais lenta quando comparados às blendas, no entanto em ambos os casos, os materiais que continham maior percentual de Sinvastatina apresentaram maior degradação e liberação do fármaco. As lâminas histológicas revelam a presença do tecido em torno dos dispositivos e ausência de inflamação o que comprova a biocompatibilidade dos materiais estudados.Item Efedrina altera a ansiedade e locomoção de ratos Wistar tratados desde a lactação com dietas de cafeteria ou restrição calórica(UFVJM, 2016) Gomes, Arthur Rocha; Seixas, Sergio Ricardo Stuckert; Riul, Tania Regina; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Seixas, Sergio Ricardo Stuckert; Riul, Tania Regina; Santos, Antonio Sousa; Leite, Hércules RibeiroO objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da efedrina no comportamento de ratos tratados com ração padrão (comercial), dieta de cafeteria ou dieta de restrição calórica desde a lactação. Foramutilizadas 12 ninhadas de ratos da linhagem Wistar (Rattus novergicus). Os animais foram alojados em gaiolas individuais, sob condições padrões (umidade natural; temperatura de 23 °C ± 2; e ciclo claro/escuro de 12 horas). Os ratos machos de cada ninhada formaram, da lactação até a fase adulta, osgrupos: Controle (C) –receberamração padrão eáguaadlibitum(n = 24);Cafeteria (CAF)–receberam dieta de cafeteria e água ad libitum (n = 24); Restrição (R) –receberam 50%daraçãoconsumidapelo grupoControle e águaadlibitum (n = 24). Entre o 113º e o 117º dia de vida, os animais foram subdividos (n = 12) para receberemo tratamento com salina (C, CAF e R) ou efedrina (C-E, CAF-E e R-E) e realizarem os testes comportamentais. No 118º foram anestesiados e eutanasiados por exsanguinação. Foram avaliados: o peso corporal, ganho de peso, consumo de ração, ingestão calórica, coeficiente de eficiência alimentar, comprimento naso-anal e índice de massa corporal; peso dos órgãos e tecido adiposo abdominal; comprimento do fêmur e tíbia, e teor de minerais totais; teores de colesterol total e frações, triacilglicerol e glicemia do soro; teor de lipídios, colesterol total e triacilglicerol do fígado; e os efeitos no comportamento pelos testes Labirinto em Cruz Elevado (LCE) eCampo Aberto. O grupo CAF demonstrou maior ingestão calórica, configurando em maior CEA e acúmulo de tecido adiposo abdominal, além de uma tendência em aumento do peso e do IMC. Ademais, CAF obteve elevação dos níveis de triacilglicerol plasmático e hepático, que possivelmente foram fatores responsáveis pelo aumento do tecido adiposo. Ao mesmo tempo, houve uma relação ruim entre as frações do colesterol plasmático (HDL-c, LDL-c e VLDL-c), com desenvolvimento de dislipidemia. Portanto, a dieta de cafeteria foi capaz de reproduzir um modelo de obesidade humana e de síndrome metabólica em CAF. Os animais de dieta de restrição obtiveram menor peso corporal e dos órgãos, apresentando ainda retardo no crescimento (menor CNA, da tíbia e do fêmur), e menores valores de IMC. O quadro nutricional desse grupo de animais indica que foi possível desenvolver um modelo de desnutrição. O grupo CAF obteve maior número de entradas nos braços fechados do LCE e uma tendência em atravessar maior número de quadrantes no início do teste de Campo Aberto, sugerindoaumento da locomoção. A efedrina proporcionou: maior número de entradas nos braços fechados; de entradas e tempo de permanência nos braços abertos do LCE; maior número de entradas, tempo de permanência no centro do e número de quadrantes atravessados no campo aberto; para ambos os tratamentos (CAF-E e R-E), sugerindo um efeito ansiolítico e de aumento da locomoção. As alterações no comportamento frente à efedrina indicam que os animais CAF e R possuem uma alteração no sistema dopaminérgico, que culmina com aumento do efeito ansiolítico e de locomoção da droga.Item Plantas do cerrado brasileiro: triagem fitoquímica e de atividades biológicas de espécies nativas do município de Diamantina, região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais(UFVJM, 2016) Cunha, Letícia Figueiredo; Martins, Helen Rodrigues; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Oliveira, Eduardo de Jesus; Freitas, Bethânia Alves de AvelarAs plantas, por serem fonte de substâncias biologicamente ativas, são utilizadas com a finalidade terapêutica desde o início da civilização humana. O Brasil, por sua vez, é detentor de uma vasta diversidade biológica e possui uma grande quantidade de espécies vegetais com potencial medicinal. Dentre os diversos biomas do território brasileiro, o Cerrado representa o segundo maior, registrando-se muitas espécies medicinais. Apesar de sua rica biodiversidade muitas plantas endêmicas deste bioma foram pouco estudadas do ponto de vista químico e biológico. Consequentemente, é necessário maior investimento em pesquisas com plantas medicinais para tratamento de doenças, principalmente, as crônicas degenerativas e parasitárias, como Doença de Chagas, Leishmanioses, Câncer e as infecções causadas por bactérias e fungos, cujo o tratamento apresenta importantes limitações. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar a triagem fitoquímica e de atividades biológicas de extratos etanólicos de 12 espécies de plantas oriundas do Cerrado, coletadas no munícipio de Diamantina, Vale do Jequitinhonha/MG. Para a triagem fitoquímica preliminar destes extratos foram realizadas reações cromogênicas, de precipitações e análises em cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC). A citotoxicidade para células normais de mamíferos foi avaliada em fibroblastos de camundongos (L929). A linhagem celular de câncer de mama MDA-MB-231 foi a utilizada para a avaliação da atividade antitumoral dos extratos. A avaliação da atividade antitripanossomatídeo foi realizada sobre formas epimastigotas da cepa Colombiana de Trypanossoma cruzi e, sobre as formas promastigotas das cepas BH46 de Leishmania (leishmania) infantum e cepa M2269 de Leishmania (leishmania) amazonensis. Para a avaliação destas atividades foi empregada a técnica colorimétrica de MTT. A avaliação das atividades antibacteriana e antifúngica foi realizada por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), empregando a técnica colorimétrica da Resazurina. As espécies de bactérias utilizadas foram Escherichia coli, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Na atividade antifúngica foram utilizadas quatro espécies de leveduras (Candida albicans, Candida famata, Candida krusei e Candida tropicalis) e duas espécies de fungos filamentosos (Aspergillus niger e Penicillium expansum). Dos 13 extratos avaliados com relação a citotoxicidade sobre fibroblastos de camundongos da linhagem L929, todos apresentaram algum grau de citotoxicidade. Alguns destes extratos apresentaram elevada toxicidade sobre esta linhagem celular, sendo que o extrato etanólico das folhas de E. erythropappus foi o mais tóxico. Na avaliação da atividade antitumoral, com exceção do extrato etanólico das folhas de P. rigida, todos os outros extratos avaliados apresentaram atividade. Destes o mais promissor também foi o extrato etanólico das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade tripanocida sobre formas epimastigotas da cepa Colombiana de T. cruzi, nove extratos foram ativos contra este parasito. Destes os mais promissores foram os extratos das folhas de A. aculeata e das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade leishmanicida para a cepa M2269 os extratos etanólicos das folhas de E. erythropappus e das folhas de B. oxyclada apresentaram como os mais promissores e, para a cepa BH46 o extrato etanólico de toda espécie T. catahartica foi o mais promissor, seguido também do extrato etanólico das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade antibacteriana somente os extratos etanólicos das folhas de B. oxyclada, de P. tomentosa e S. rugosa foram ativos e, as únicas bactérias sensíveis foram P. aeruginosa e S. aureus. Destes o extrato etanólico de P. tomentosa inibiu um maior número de bactérias com ação bactericida. Os fungos filamentosos, A. niger e P. expansum, se mostraram resistentes a todos os extratos avaliados e C. krusei foi a levedura mais sensível. Os extratos das folhas de B. oxyclada e das folhas de P. tomentosa foram os extratos que inibiram o maior número de espécies fúngicas com os menores valores de CIM. Através destes resultados, sugere-se que os extratos etanólicos das folhas de Eremanthus erythropappus, de Peixotoa tomentosa e de Banisteriopsis oxyclada apresentaram o maior número de atividades biológicas e com os melhores resultados, o que torna estas espécies as mais promissoras como fontes potenciais de moléculas bioativas para o tratamento de Câncer, Doença de Chagas, Leishmanioses e infeções bacterianas e fúngicas, necessitando de mais estudos a fim de identificar as substâncias responsáveis por tais atividades e pela citotoxicidade e, validá-las através de outros modelos in vitro e in vivo.Item Triagem da atividade antitumoral e antimicrobiana de plantas nativas do cerrado da região de Diamantina - Vale do Jequitinhonha/Minas Gerais(UFVJM, 2016) Oliveira, Fabrício de; Martins, Helen Rodrigues; Gregório, Luíz Elídio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Ruela, Fernando Armini; Martins, Helen RodriguesO uso de plantas com fins terapêuticos é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. O Brasil hospeda aproximadamente 20% de toda biodiversidade mundial e concentra o maior número de espécies endêmicas do mundo. As plantas medicinais representam uma promissora fonte de novas drogas, sendo que a região do Cerrado se destaca neste contexto devido a sua vasta biodiversidade. Apesar de sua importância, as plantas endêmicas desse bioma são ainda pouco exploradas. Assim, o país necessita de maiores investimentos em pesquisas com plantas medicinais, especialmente quando se tratam de doenças cujo arsenal terapêutico é limitado e/ou apresenta restrições como eficácia e efeitos colaterais, como é o caso do câncer, doenças negligenciadas como a Doença de Chagas e as Leishmanioses e, doenças infecciosas causadas por bactérias. Desta forma, este estudo propõe uma triagem de atividades biológicas de extratos etanólicos de 20 plantas do Cerrado. Foram avaliados 24 extratos etanólicos das plantas da região de cerrado de Diamantina, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais: Agarista oleifolia (partes aéreas), Ageratum fastigiatum (partes aéreas), Byrsonima dealbata (partes aéreas), Byrsonima lancifolia (folhas e caule), Byrsonima verbascifolia (partes aéreas), Croton antisyphiliticus (caule), Gomphrena arborescens (partes aéreas), Gomphrena scapigera (partes aéreas), Gomphrena vaga (caule), Gomphrena virgata (raízes), Kielmeyera lathrophyton (folhas e caule), Kielmeyera rubriflora (partes aéreas), Lafoensia pacari (folhas e caule), Myrsine emarginella (folhas), Norantea adamantium (partes aéreas), Qualea dichotoma (partes aéreas), Salvertia convallariodora (folhas e caule), Schefflera macrocarpa (folhas), Vochysia elliptica (partes aéreas) e Zeyheria Montana (partes aéreas). Estes foram obtidos por meio de maceração e secagem por rotaevaporação. A toxicidade para células normais de mamíferos foi avaliada utilizando fibroblastos de camundongo, linhagem L929. A avaliação das atividades antitripanossomatídeos foi realizada sobre formas promastigotas das cepas BH46 de Leishmania (leishmania) infantum, M2269 de Leishmania (leishmania) amazonensis e contra formas epimastigotas das cepas Y e Colombiana de Trypanosoma cruzi. A atividade antitumoral foi realizada sobre a linhagem MDA-MB-231. A avaliação da toxicidade sobre as linhagens celulares foi realizada por meio da técnica colorimétrica de MTT. A atividade antibacteriana foi avaliada sobre as espécies Staphylococcus aureus, Salmonella typhimurium, Escherichia coli, Klebsiella oxytoca, Proteus mirabilis, Streptococcus agalactiae, Listeria monocytogenes e Pseudomonas aeruginosa por meio da técnica da resazurina. Na avaliação in vitro da atividade biológica dos extratos etanólicos foi verificado que todos os extratos demonstraram alguma toxicidade sobre células normais de mamíferos da linhagem L929. Entre os extratos avaliados 22 apresentaram atividade antitumoral, sendo que o mais ativo foi o de Ageratum fastigiatum (partes aéreas). Atividade tripanocida foi verificada para sete extratos sobre a cepa Y e oito sobre a cepa Colombiana, sendo que dentre estes os extratos das partes aéreas de Ageratum fastigiatum e das partes aéreas Zeyheria montana foram os mais ativos sobre a cepa Colombiana de T. cruzi. Atividade leishmanicida foi verificada para 11 extratos sobre a cepa M2269 de Leishmania amazonensis e três sobre a cepa BH46 de Leishmania infantum, sendo que o mais ativo foi o extrato das partes aéreas de Ageratum fastigiatum. Atividade antibacteriana foi identificada para 11 extratos, os mais ativos foram o de Ageratum fastigiatum (partes aéreas) e Byrsonima lancifolia (folhas), sendo que a bactéria mais susceptível, por ser inibida pelo maior número de extratos avaliados, foi S. aureus (9 extratos) e a menos susceptível foi S. agalactiae (1 extrato). A partir dos resultados obtidos, sugere-se que os extratos etanólicos das partes aéreas de Ageratum fastigiatum e Zeyheria montana são os mais promissores para prosseguimento dos estudos, representando uma potencial fonte de substâncias com atividade antitripanossomatídeo e antitumoral, e os extratos de Ageratum fastigiatum (partes aéreas) e Byrsonima lancifolia (folhas) como antibacteriana, sendo necessária a realização do fracionamento destes extratos a fim de identificar as substâncias responsáveis por tais atividades e pela citoxicidade.Item Avaliação da atividade citotóxica in vitro dos extratos vegetais de Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) R. M. King & H. Rob, Miconia ferruginata DC e Ageratum fastigiatum (Gardn.) R. M. King sobre células tumorais Jurkat(UFVJM, 2017) Córdoba, María Angélica Mera; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Almeida, Valéria Gomes de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Martins, Helen Rodrigues; Vieira, Etel RochaO Cerrado mineiro possui muitas espécies vegetais utilizadas na medicina popular, dentre elas estão a Pseudobrickellia brasilensis , a Miconia ferruginata e Ageratum fastigiatum, plantas popularmente usadas como analgésico, cicatrizante e anti-inflamatório. Estudos realizados no Laboratório de Imunologia da UFVJM indicaram que extratos destas plantas possuem efeito inibitório sobre a ativação de linfócitos humanos in vitro. Em virtude disso, e com base em relatos populares sobre uma possível ação antitumoral, o objetivo principal deste trabalho foi pesquisar se estes extratos apresentariam ou não efeito citotóxico sobre a linhagem tumoral Jurkat, utilizando-se concentrações não tóxicas, já avaliadas sobre células mononucleares do sangue periférico humano (PBMC). Uma vez que os extratos vegetais foram diluídos no solvente Dimetilsulfóxido (DMSO), inicialmente investigou-se a concentração máxima de DMSO que não alteraria a viabilidade das células Jurkat após 24, 48 e 72 horas de cultura. O efeito citotóxico dos extratos foi avaliado sobre linfócitos tumorais (Jurkat) e sobre linfócitos humanos de voluntários hígidos pelo método de exclusão com azul de tripan, com exceção das culturas tratadas com P.brasilensis, onde a viabilidade foi avaliada por citometria de fluxo. Também foram calculados os índices de seletividade e percentuais de eficácia dos extratos com relação ao fármaco antineoplásico Paclitaxel. Foi avaliada também a interferência desses extratos sobre as fases do ciclo celular das células Jurkat, bem como os mecanismos de morte envolvidos na ação citotóxica dos extratos. De acordo com os resultados obtidos, o DMSO não apresentou efeito tóxico sobre as células Jurkat na concentração de 1%v/v nos três tempos de incubação, sendo esta a concentração de solvente utilizada em todos os ensaios realizados. Extratos etanólicos das folhas da P. brasilensis (PBf) a 200μg/mL, das partes aéreas da A. fastigiatum (Afpa) a 50μg/mL e extratos etanólicos e aquosos da M. ferruginata (Mfet, Mfaq) a 125μg/mL mostraram maior toxicidade sobre as células Jurkat principalmente após 72h de tratamento. O tratamento, por 24h, com extrato Afpa 50 μg/mL mostrou ser o mais seletivo e eficaz com relação aos outros extratos. Foi evidenciado em todos os extratos, que nas maiores concentrações, após de 24 horas de tratamento, houve uma inibição na progressão da fase G2M do ciclo celular. O extrato das partes aéreas de Ageratum fastigiatum também produziu uma retenção dessas células na fase G0-G1. Todos os extratos induziram a apoptose as células Jurkat, onde o número de células em apoptose tardio foi predominante em relação aos processos necróticos.