PPGCF - Doutorado em Ciência Florestal (Teses)

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    Diagnose da composição nutricional de povoamentos clonais de eucalipto pelo método CND
    (UFVJM, 2022) Silva, Laís Graziele; Santana, Reynaldo Campos; Neves, Júlio César Lima; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santana, Reynaldo Campos; Neves, Júlio César Lima; Leite, Helio Garcia; Cantarutti, Reinaldo Bertola; Martins, Lafayete Gonçalves Campelo
    O monitoramento nutricional em plantios de eucalipto por meio da análise foliar subsidia ajustes no manejo nutricional para manter e/ou alcançar maiores produtividades. Dentre os métodos de interpretação da análise foliar destaca-se a Diagnose da Composição Nutricional (CND). O CND é uma expansão multivariada dos métodos univariados e bivariados que pode resultar em diagnósticos mais precisos e expressar o grau de equilíbrio nutricional da cultura, por considerar a interação entre todos os nutrientes. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência do método CND na diagnose nutricional de plantios clonais de eucalipto. O banco de dados foi composto de teores foliares de macro e micronutrientes e crescimento de plantios de eucalipto, compreendidos por diferentes genótipos e idades (de 0,4 a 72 meses). Estes, foram coletados de diversas empresas e situados em várias localidades do país. A população de referência foi obtida com base na abordagem da linha de fronteira superior do relacionamento entre o crescimento em altura em função da idade. As normas CND foram obtidas a partir desta população. Posteriormente, foram obtidos os índices CND e os nutrientes foram ordenados quanto ao grau de limitação nutricional de acordo com o potencial de resposta à adubação (PRA). Os índices CND também foram relacionados com o crescimento relativo em altura (CRH) e com o crescimento relativo em volume (CRV). Posteriormente, a região de fronteira superior destes relacionamentos foi utilizada para gerar as curvas de resposta potencial nutrientes específicas (CRPNE). Estas, foram ajustadas através de dois modelos: o polinomial de 2° grau e a regressão duplo linear com resposta platô (RDLP) a fim de comparar quais dos modelos se ajustariam melhor aos dados. A partir das CRPNE foram obtidas as faixas de suficiência (FSU) para os índices CND, utilizando tanto as equações ajustadas pelo modelo polinomial de 2° grau quanto as ajustadas pela RDLP. A diagnose nutricional dos plantios de eucalipto também foi realizada considerando as FSU. O estabelecimento de normas CND utilizando a população de alta produtividade estabelecida pela linha de fronteira demonstrou ser apropriada para a maioria dos nutrientes. As normas CND obtidas para macro e micronutriente, foram precisas para todos os nutrientes, exceto para P, Mn e S. A sequência de limitação por falta dos nutrientes dada pelo PRA foi Cu > Mg = S > Fe = Mn > Ca > Zn = B > N > P = K. As CRPNE foram explicativas, sendo que aquelas obtidas pela RDLP se ajustaram melhor ao relacionamento entre os índices CND e o CRH e o CRV. As FSU obtidas para o CND são assimétricas quanto aos seus limites e apresentaram intervalos bem amplos. Estas, foram adequadas para avaliar o status nutricional de povoamentos clonais de eucalipto e demonstraram que a maioria dos talhões avaliados enquadraram-se na classe normal.
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    Métodos de potencial de uso conservacionista, fragilidade ambiental e perda de solo: estudo para a porção cimeira da bacia do rio Jequitinhonha, Minas Gerais
    (UFVJM, 2022) Neves, Lomanto Zogaib; Mucida, Danielle Piuzana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mucida, Danielle Piuzana; Gorgens, Eric Bastos; Oliveira, Marcio Leles Romarco de; Lafetá, Bruno Oliveira; Matosinhos, Cristiano Christofaro
    A conversão de paisagens naturais para antropizadas podem acarretar mudanças de processos vinculados à terra com consequências ambientais para a região de sua abrangência e, consequentemente, no equilíbrio entre a conservação do ecossistema e a produção de bens e serviços necessários à sociedade. O objetivo deste trabalho compreendeu desenvolver diagnósticos e analisar metodologias Potencial de Uso Conservacionista (PUC), PUCconflito, Fragilidade Ambiental Potencial (FAP) e Emergente (FAE), Potencial Natural de Erosão (PNE) e a Equação Universal de Perda de Solos (EUPS) no entendimento sobre as suas semelhanças e diferenças quanto a aptidão agrossilvipastoril, fragilidade ambiental e perda de solos para a porção cimeira da bacia do Alto Jequitinhonha (JQ1), Minas Gerais. Neste sentido, no primeiro capítulo é apresentada uma revisão sobre as metodologias PUC, FAP e PNE contemplando a revisão com a inserção do uso da terra, denominadas PUCconflito, FAE e a EUPS. No segundo capítulo são apresentadas metodologias aplicadas à área de estudo, a porção cimeira da Bacia do rio Jequitinhonha. O PUC foi obtido a partir de álgebra de mapas de declividade, litologias e classes de solos com atribuições de pesos referentes a aptidão agrícola. Para obtenção de FAP foram utilizadas as variáveis ambientais Declividade, Litologia, Classe de solo, pluviosidade e hierarquia fluvial com pesos referentes à vulnerabilidade ambiental. Já para PNE foram utilizados processos de Erosividade, Erodibilidade e do fator topográfico, denominado LS. A partir da adição do uso e ocupação da terra em cada metodologia obteve-se dados de uso conflitante da terra (pelo PUC); a FAE (a partir do FAP) e EUPS (pelo PNE). Foi realizada uma análise da probabilidade entre as metodologias analisadas com intuito de observar semelhanças ou discrepâncias entre classes dos métodos. Uma matriz de probabilidade foi confeccionada com as seguintes associações: PUC vs FAP, PUC vs PNE, PNE vs FAP, PUCconflito vs FAE, PUCconflito vs EUPS e EUPS vs FAE. Para a confecção desta matriz foram criados 2000 pontos de controle aleatórios na área de estudo. A área de estudo apresentou dados PUC indicativos de aptidão agrossilvipastoril predominantemente de média a baixa (~70%). Estas informações são de certa forma, complementares aos dados da FAP, que indicam a predominância de índices de alta e média fragilidades (~75%) com percentual significativo de fragilidade muito alta (~20%). Essa diferença se dá pela FAP utilizar duas variáveis adicionais, a hierarquia fluvial e pluviosidade. O PNE predominante apresentou valor muito baixo devido a pesos computados internamente na equação, em especial para os afloramentos rochosos, que apresentam baixo peso para perda de solo, mas computa altas ponderações para fragilidade ambiental. O acréscimo do mapa de uso e ocupação da terra para obtenção do PUCconflito indicou alto percentual de compatibilidade e baixa necessidade de controle e manejo ou de áreas incompatíveis. FAE demonstrou uma diminuição de áreas de alta e muito alta fragilidade, indicando que a cobertura do terreno conferiu uma estabilidade quanto ao uso. Dados semelhantes foram encontrados pelo uso da EUPS, que somaram significativamente as classes baixas e baixas moderadas quanto à perda de solo. As matrizes de compatibilidade evidenciaram que tanto o PUC quanto o PUCconflito apresentam resultados mais permissivos no que diz respeito ao uso de regiões quanto comparadas ao FAP e FAE, respectivamente. Tal fato evidencia que, na área de estudo, ocorrem divergências entre estas metodologias sem ou com a incorporação do fator uso e ocupação do terreno, mas estas são em menor expressão. As matrizes que se relacionavam ao PNE e EUPS não evidenciaram conflitos com PUC e PUCconflito, em virtude da predominância da região em classes com baixa perda de solo.
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    Estratificação do topsoil em camadas para aplicação na restauração florestal: funciona?
    (UFVJM, 2022) Pinheiro, André César; Pereira, Israel Marinho; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pereira, Israel Marinho; Oliveira, Marcio Leles Romarco de; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Guimarães, João Carlos Costa; Nunes, Yule Roberta Ferreira
    Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial de uso do banco de sementes para restauração florestal no domínio da Mata Atlântica, e responder sobre qual profundidade do solo a ser coletada quando se objetiva acelerar o processo de sucessão por meio do resgate e transposição do banco de sementes na restauração florestal; e se vale a pena estratificar verticalmente as camadas quando da remoção e, ou aplicação do topsoil em campo. A área de estudo está localizada na borda leste da Serra do Espinhaço Meridional. A primeira etapa deste estudo consistiu na amostragem do banco de sementes de um trecho (50 ×50 m) de Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração que foi destinado à supressão da vegetação. Dentro deste trecho, coletou-se partes do banco de sementes composto pela serapilheira e duas amostras de solo nas profundidades de 0-5 e 5-10 cm, em 12 pontos aleatórios anterior à supressão da vegetação. Após a supressão, removeu-se a camada superficial do solo (±30 cm) e armazenou-se por seis meses em campo, sendo coletada a outra amostra do banco de sementes logos após a transferência do topsoil para a área receptora (área a ser restaurada). A segunda etapa consistiu em um experimento realizado em ambiente controlado (casa de vegetação), na qual o banco de sementes foi avaliado em cinco tratamentos, sendo: T1 = camada de serapilheira; T2 = camada de 0-5 cm de solo; T3 = 5-10 cm de solo; T4 = camada de 0-10 cm solo + serapilheira; e T5 = topsoil pós-transferência (camada de 0-30 cm + serapilheira, armazenado em campo). Após dois anos, avaliou-se as variáveis: riqueza e composição de espécies e a densidade de plantas (nº de plantas.m-2). No total, registrou-se a densidade de 90 plantas.m-2 e 21 espécies distribuídas em 11 famílias botânicas. A densidade média e riqueza específica não foram significativas entre as diferentes camadas avaliadas. Isso se deve à ampla heterogeneidade espacial do banco de sementes, que se traduz em uma grande variação dos dados. Para comparar a composição florística dos tratamentos do banco de sementes, foi utilizado os índices de similaridade de Sørensen e Bray-Curtis. Considerando todo o conjunto de dados, para ambos os índices, a similaridade florística foi considerada alta para a maioria dos tratamentos. Os resultados deste estudo demonstraram que o topsoil, se coletado até 30 cm de profundidade, incluindo a serapilheira, apresenta o mesmo potencial para uso em técnicas de restauração florestal, independentemente da estratificação das camadas do banco de sementes.
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    História evolutiva da vegetação em ecótone Savana-Floresta: perspectivas para flutuações e variações climáticas
    (UFVJM, 2022) Costa, Thaís Ribeiro; Gonzaga, Anne Priscila Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gonzaga, Anne Priscila Dias; Chueng, Karina Ferreira; Pontara, Vanessa; Santos, Thiago; Machado, Evandro Luiz Mendonça
    Flutuações climáticas de períodos geológicos dinâmicos do Quaternário moldaram a diversidade de espécies e suas histórias demográficas nas transições de Savana-Floresta da América do Sul. No entanto, vivenciamos um cenário de "emergência climática", intensificado pelas atividades antrópicas de emissão de gases de efeito estufa e novos sistemas de uso da terra. Nesse contexto, a sobrevivência das espécies no futuro pode ocorrer por meio de uma combinação de três processos principais: rastrear habitas adequados, tolerar condições dentro de suas características ecológicas e/ou adaptar-se às novas condições por meio de evolução rápida. Portanto, para previsões mais precisas da resposta dos ecossistemas a este cenário de mudanças, é fundamental entender a influência de fatores contemporâneos e pretéritos sobre padrões de distribuição da vegetação. Assim, nesta tese utilizamos diferentes abordagens para compreender processos evolutivos da flora arbórea atual de Savanas e Florestas Sazonais, bem como suas flutuações durante mudanças climáticas na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE), sudeste do Brasil. Os artigos estão estruturados em ordem crescente na escala de tempo (Figura 1). No Artigo Científico I, utilizamos proxies bioindicadores fósseis (principalmente fitólitos) para rastrear mudanças da vegetação em resposta ao clima pretérito. No Artigo Científico II investigamos os padrões de estrutura e diversidade filogenética da flora arbórea e sua relação com o ambiente e clima atual. No Artigo Científico III identificamos a composição funcional de cada vegetação e existência de conservadorismo filogenético. Por fim, no Artigo Cientifico IV, utilizamos modelagem preditiva para identificar áreas ambientalmente adequadas para distribuição deste ecótone em diferentes cenários. No geral, demonstramos que numa porção da RBSE não houve mudanças nos limites entre Savana-Floresta durante o Holoceno, apenas redução na cobertura da vegetação no período prolongado de seca. Esta influência da disponibilidade hídrica (via clima e solo), associada à processos históricos, também foi verificada como determinante para os padrões de diversidade evolutiva da vegetação. Também encontramos que florestas e savanas divergiram em termos estrutura filogenética e composição funcional. Ainda, verificamos que espécies florestais foram governadas por estratégias ecológicas (compatíveis com áreas úmidas) evolutivamente conservadas. Corroborando à estes resultados, projeções futuras sugeriram que estas formações tendem a retrair para zonas de maior precipitação e menor temperatura na RBSE, porém sem perdas extensivas de áreas até o final deste século. Tais achados reforçam a importância das áreas ecotonais como refúgio climático, fundamentais para manutenção dos processos de evolução e fluxo gênico ao longo do tempo. Além disto demonstramos que cada formação é única, sendo responsáveis por salvaguardar diferentes componentes da biodiversidade numa mesma paisagem. A abordagem desta pesquisa traz, portanto, importantes resultados para fomentar o delineamento de ações prioritárias para conservação in situ de savanas e florestas, garantindo sua valiosa diversidade biológica e serviços ecossistêmicos no futuro.
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    Aspectos ecológicos de Richeria grandis Vahl. e seu desempenho na restauração de ecossistemas úmidos
    (UFVJM, 2022) Moura, Cristiane Coelho de; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Evandro Luiz Mendonça; Gonzaga, Anne Priscila Dias; Fonseca, Darliana da Costa; Milani, Jaçanan Eloisa de Freitas; Castro, Gislene Carvalho de
    Estudos sobre a ecologia de espécies autóctones de ambientes ripários conspícuos e características que conferem a estas a tolerância ou resistência a possíveis estresses ambientais, estão cada vez mais solicitados para melhoria de projetos de conservação e restauração, fundamentados nas preocupações ambientais atuais. Este estudo foi dividido em cinco pesquisas científicas relacionadas às características ecológicas de Richeria grandis Vahl., espécie arbórea dioica, em seu habitat natural (i. e., Capões de Mata), contidas nos capítulos 1, 2 e 3, e ao desenvolvimento desta espécie em substratos oriundos de agentes causadores de degradação ambiental (i. e., rejeito de minério de ferro e incêndios indiscriminados), contidas no capítulo 4 e 5. Os três primeiros capítulos englobam estudos relacionados ao padrão espacial das populações de R. grandis, suas interações, a identificação de possíveis variáveis ambientais e topográficas que favorecem e/ou determinam a presença desta espécie em locais específicos, à fenologia reprodutiva e vegetativa, além das possíveis diferenças entre os sexos e períodos sazonais na alocação de recursos e sua ecofisiologia. Ainda, analisamos a capacidade desta espécie em produzir fitólitos, que conferem tolerância e resistência a possíveis estresses ambientais. As pesquisas contidas nos capítulos 1, 2 e 3 desta Tese foram realizadas em dois Capões de Mata preservados contidos em duas unidades de conservação de proteção integral: Parque Nacional das Sempre-Vivas (PNSV) e Parque Estadual do Biribiri (PEBi), localizados na Serra do Espinhaço Meridional, região reconhecida como Reserva da Biosfera. E, as pesquisas apresentadas nos capítulos 4 e 5 foram realizadas em viveiros de produção mudas da companhia Anglo American Minério de Ferro e do Centro Integrado de Propagação de Espécies Florestais (CIPEF/UFVJM), respectivamente. Os resultados sobre os aspectos ecológicos mostraram que as populações de R. grandis avaliadas apresentaram-se hiperabundantes nos dois Capões, com desproporcionalidade na frequência entre os sexos, e equilibradas, o que reflete regeneração contínua dos indivíduos. O padrão espacial, em geral, foi agrupado independente da escala de distância analisada e do sexo. Indivíduos de R. grandis encontraram-se com uma interação repulsiva ou completa independência espacial entre os sexos, a depender do intervalo de distância analisado. De todos os fatores geradores destes padrões espaciais encontrados nos dois Capões, a distribuição da elevada umidade foi o que mais influenciou a maneira como R. grandis se distribui nos Capões. R. grandis apresentou floração por um período de 5 a 6 meses anual, regular, sincrônica entre os sexos e alta sazonalidade. A produção de frutos mostrou-se como supra-anual caracterizada pela variação de anos com alta e baixa produção. Além disso, o hábito vegetativo apresentou-se como sempre verde. Em relação à ecofisiologia, não foram observadas diferenças entre os sexos e os períodos sazonais no que diz respeito à turgescência celular, biomassa seca foliar e variáveis ecofisiológicas. Observou-se que esta espécie possui baixa plasticidade ecofisiológica e permaneceu sob níveis ótimos fisiológicos, demonstrou ausência de estresses ambientais, e foi caracterizada por ser alta produtora de fitólitos em Capões de Mata, característica esta que pode atenuar possíveis estresses ambientais. R. grandis além de ter sido capaz de sobreviver em rejeito de minério de ferro, produziu alta quantidade de fitólitos. Assim, mostrou-se eficiente e com um grande potencial para ser utilizada em projetos de restauração de áreas ripárias degradadas pelo derramamento de rejeito minério de ferro. Ainda, esta espécie possui capacidade de desenvolver-se em organossolos que foram degradados pelo fogo durante anos, e as características físicas e químicas dos organossolos pós-fogo não fornecem impedimentos para o seu desenvolvimento.
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    O papel de distúrbios sobre a estabilidade de comunidades florestais na Amazônia: integrando modelagem e sensoriamento remoto
    (UFVJM, 2021) Faria, Bruno Lopes de; Rech, André Rodrigo; Dantas, Vinícius de Lima; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rech, André Rodrigo; Silva, Bruno Vilela de Moraes e; Lopes, Emerson Delano; Mucida, Danielle Piuzana; Baronio, Gudryan Jackson
    As interações entre desmatamento, seca, fogo, extração de madeira e efeitos de borda têm causado incêndios florestais com alta intensidade e em extensas áreas, favorecendo a degradação florestal acelerada em grandes porções da Amazônia. Estes distúrbios aumentam direta e indiretamente a inflamabilidade da floresta. Diretamente eles promovem um microclima mais seco e reduzem a umidade do material combustível. Enquanto que indiretamente influenciam na diminuição da umidade do solo desencadeando a perda de biomassa viva, como a queda de folhas e a mortalidade de árvores, o que contribui para o aumento do material combustível. Esses efeitos diretos e indiretos podem causar incêndios florestais mais abrangentes e intensos com maior impacto nos estoques de carbono florestal da Amazônia influenciando no ciclo de carbono global. Estes processos tendem a se intensificar em cenários de mudanças climáticas sendo mais frequentes e intensos à medida que o clima global muda. Além disso, esta degradação pode expor grandes áreas de floresta à invasão por gramíneas que podem promover transições para florestas degradadas pobres em espécies e com estrutura similar a uma savana. No entanto, nossa capacidade de prever os locais na Amazônia que são mais vulneráveis a essas transições ainda é reduzida. Para este fim, expandimos e aperfeiçoamos um modelo ecossistêmico de fogo acoplado para melhor representar como a seca, as mudanças climáticas e os efeitos de borda associados ao desmatamento podem afetar a probabilidade de invasão de gramíneas após um incêndio florestal na Amazônia. Buscamos também identificar onde as retroalimentações provocadas pelas interações fogo-gramíneas podem promover a persistência de florestas degradadas com estrutura similar a uma savana, mantido pela recorrência de fogo. Em condições climáticas atuais, 14% da Amazônia é vulnerável à invasão de gramíneas, com o sudeste sendo a região mais vulnerável. Sob cenário de mudanças climáticas, até o final do século, cerca de 21% da Amazônia apresenta alta probabilidade de invasão de por gramíneas após fogo. Nossos resultados também indicam que em cerca de 3% da Amazônia (mais de 100.000 km2), os intervalos de retorno do fogo já são mais curtos do que o tempo que seria necessário para o fechamento do dossel, implicando em um alto risco de uma mudança irreversível para uma degradação mantida pelo fogo. Embora a resiliência na regeneração do dossel seja evidente em áreas com baixa frequência de fogo, o aumento de sua frequência pode inibir a regeneração do dossel e favorecer a aproximação de um ponto de inflexão para algumas partes da Amazônia, fazendo com que grandes áreas de floresta façam a transição para uma floresta degradada com baixa cobertura de árvores. Ademais, nossas simulações de crescimento florestal também sugerem que regiões gravemente afetadas pelos distúrbios e suas sinergias podem ter perda significativa de biomassa, levando dezenas de anos para sua recuperação integral. Os valores máximos atingem 184 anos para recompor o estoque de carbono inicial. Nosso estudo mostra como modelos, combinados com dados de sensoriamento remoto, podem ser usados como ferramentas para complementar os estudos de campo sobre a recuperação florestal, possibilitando avaliar em escalas mais largas a dinâmica espacial e temporal dos processos de recuperação florestal. Isso contribui para o planejamento, decisão e formulação de políticas de mitigação e adaptação as ameaças presentes na Amazônia atual e futuramente.
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    Implicações do controle químico de gramíneas na cultura do eucalipto
    (UFVJM, 2021) Barroso, Gabriela Madureira; Santos, José Barbosa dos; Silva, Ricardo Siqueira da; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, José Barbosa dos; Silva, Ricardo Siqueira da; Brunharo, Caio Augusto de Castro Grossi; Silva, Daniel Valadão; Mucida, Danielle Piuzana
    O eucalipto apesar de ser uma árvore exótica, é a espécie mais cultivada no Brasil. A sua adaptação às condições climáticas e topográficas do país contribuíram para o sucesso das plantações, que mantém altas produtividades ao longo dos anos. No período inicial do plantio uma das maiores preocupações é com o controle da matocompetição, que pode diminuir drasticamente o crescimento do eucalipto, e, consequentemente, a produção final. O controle de plantas daninhas nos cultivos é feito por meio de herbicidas aplicados em pré e pós plantio. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar as implicações do controle químico de gramíneas na cultura do eucalipto. Por meio de três capítulos, foram abordados os principais temas relacionados ao uso de agrotóxicos nesta cultura: a mistura de agrotóxicos em tanque, a sensibilidade do eucalipto a herbicidas pré-emergentes e avalição do risco de resistência de Digitaria insularis, por meio de modelagem climática. Observamos que os relatos de misturas de agrotóxicos são predominantes para efeitos aditivos, com 45% dos casos, 40% para efeitos sinergísticos e apenas 15% para misturas antagônicas. No segundo capítulo, observamos que mudas de eucalipto foram mais sensíveis aos herbicidas indaziflam e glyphosate + S-metolachlor. A aplicação sequencial de herbicida e fertilizante foliar diminuiu a intoxicação causada pelo indaziflam ao Clone AEC 056. O fertilizante foliar intensificou os sintomas nos tratamentos com clomazine e diuron + sulfentrazone no Clone AEC 144 e com sulfentrazone e diuron + sulfentrazone no Clone AEC 2034. Em relação aos resultados do terceiro capítulo, confima-se que o Brasil apresenta alta adequabilidade climática para a ocorrência de Digitaria insularis durante todo o ano, com menores índices no inverno, principalmente no sul do país. Existe o risco da seleção de biótipos de D. insularis resistentes ao glyphosate em áreas de cultivo de eucalipto devido à adequabilidade climática e o uso expressivo do mesmo ingrediente ativo.
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    Prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde: uma contribuição para os profissionais da atenção primária à saúde.
    (UFVJM, 2021-09) Campos, Fernanda Fraga; Reis, Maria Leticia Costa; Lucas, Thabata Coaglio; Costa, Magnania Cristiane Pereira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
    Trata-se de um material didático atualizado, sobre a prevenção e o controle das infecções relacionadas à assistência à saúde, direcionado aos profissionais que atuam na atenção primária. Os autores utilizaram uma abordagem simples e direta, com sugestões de referências, para a implantação e/ou atualização dos procedimentos operacionais padrão dos temas que envolvem a segurança do paciente e da equipe, referente à prestação dos cuidados durante a assistência e o controle sanitário das unidades de saúde.
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    Diversidade florísca, filogenéca e estrutura em fragmentos de florestas estacionais semideciduais no Espinhaço Meridional
    (UFVJM, 2020) Silva, Leovandes Soares da; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Evandro Luiz Mendonça; Botrel, Rejane Tavares; Costa, Fabiane Nepomuceno da; Oliveira, Paula Alves; Mendonça Filho, Carlos Victor
    A heterogeneidade ambiental e os distúrbios antrópicos são capazes de influenciar a diversidade florística e filogenética em florestas tropicais. O objetivo desse trabalho foi avaliar a estrutura, diversidade florística e a diversidade filogenética em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual – FESD localizados no Planalto Diamantina, Reserva da Biosfera, Serra do Espinhaço e outras regiões do estado de Minas Gerais, com o propósito de identificar se a composição das espécies está relacionada com as variáveis edáficas, e se a diversidade filogenética varia entre regiões. Para isso, foram estudados dois fragmentos de FESD, sendo um localizado no Parque Nacional das Sempre-Vivas (PNSV), onde foram alocadas 30 parcelas de 400 m2 (20 × 20 m), o outro fragmento se encontra no Parque Estadual do Biribiri (PEB), onde foram alocadas 25 parcelas de 400 m2 (20 × 20 m), ambos distribuídas de forma sistemática. Em cada parcela foram identificados e mensurados os indivíduos vivos com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 5,0 cm. Foi calculada a distribuição diamétrica, índice de diversidade de Shannon (H’) e equabilidade de Pielou (J´). A diversidade filogenética foi determinada a partir da lista de espécies coletadas nos dois fragmentos (PNSV e PEB) representando o Planalto de Diamantina, e um banco de espécies regionais coletado em fragmentos de FESD, em diferentes regiões e bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais: bacia do Rio Doce, Bacia do Rio Jequitinhonha e do Rio São Francisco. Foi encontrada alta diversidade florística, as famílias que mais se destacaram em número de espécies foram: Fabaceae, Myrtaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae, Melastomataceae e Rubiaceae. As análises multivariadas de redundância (RDA) mostram que a composição de espécies foi pouco explicada pelo ambiente, o que reforça a ideia de que o padrão de distribuição das espécies ocorre por meio de eventos estocásticos como proposto pela Teoria Neutra. O índice de diversidade de Shannon (H’) variou entre 3,8 a 4,1 nats. Ind-1 e equabilidade de 0,85 (J). Os fragmentos do Planalto Diamantina são auto-regenerantes, onde a maioria dos indivíduos se concentram nas primeiras classes diamétricas. Nas comunidades do Planalto Diamantina, bacia do Rio Jequitinhonha e São Francisco as espécies apresentaram agregação filogenética, sendo o efeito da agregação mais pronunciado no Planalto Diamantina. No fragmento do Rio Doce as espécies tenderam a sobredispersão filogenética. No Planalto Diamantina as espécies são mais próximas, a distância média de pares padronizada (sesMPD < 0), enquanto que no fragmento da bacia do Rio Doce são distantes filogeneticamente. Por fim, a elevada diversidade florística bem como as espécies ameaçadas de extinção, tornam esses fragmentos importantes para conservação e manutenção da biodiversidade.
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    Recuperação de uma área de depósito de resíduos sólidos em Diamantina, MG
    (UFVJM, 2020) Silveira, Leonardo Palhares da; Mucida, Danielle Piuzana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mucida, Danielle Piuzana; Pereira, Israel Marinho; Santos, José Barbosa dos; Lafetá, Bruno Oliveira; Oliveira, Paula Alves
    Um dos maiores problemas da sociedade contemporânea vincula-se à geração excessiva de resíduos sólidos que, acompanhando o crescimento populacional, avança em quantidades cada vez mais alarmantes. Esses materiais, quando não são descartados adequadamente devido à falta de planejamento, causam sérias consequências para o ecossistema. Em Diamantina, no Campus Juscelino Kubitschek (JK) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), há um lixão desativado, que funcionou como depósito de resíduos sólidos da sede urbana entre 1993 e 2003. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo caracterizar os atributos químicos do substrato da área de deposito de resíduos sólidos desativado há 17 anos, analisar a composição do seu banco de sementes, mensurar as espécies de gramíneas dominantes quantificando sua biomassa e avaliar a eficácia, quanto à recuperação da área por meio da semeadura direta, de sementes de espécies nativas do Cerrado e de cobertura, via semeadura direta. O estudo foi realizado de janeiro de 2016 a julho de 2018, em uma área de 1 ha no campus JK da UFVJM, com a dominância de gramíneas exóticas Urochloa decumbes e Melinis minutiflora. Implantou-se quatro ambientes com predominância de gramíneas, com dimensões 11 m x 29 m (319 m2) cada e contendo dez parcelas de 5 x 5 m (25 m²). Cada ambiente apresentava características distintas, mas homogeneidade interna (parcelas aproximadamente semelhantes). Foram analisadas as propriedades químicas do substrato, o banco de sementes, a quantificação da biomassa das gramíneas dominantes. Foi realizado um controle químico e, por fim, a semeadura da mistura de sementes de espécies arbóreas do Cerrado e espécies de cobertura, em dez tratamentos que envolviam diferentes densidades de sementes do Cerrado e diferentes materiais para homogeneização (terra, serragem e adubo). Quanto aos dados químicos do substrato, todos os ambientes apresentaram baixas concentrações de macronutrientes e matéria orgânica (MO), com exceção do potássio (K) no Ambiente 3, que apontou concentração mediana. O Ferro (Fe) apresentou valores elevados, em especial, no ambiente 4. Verificou-se que o banco de sementes estudado é predominantemente composto por espécies herbáceas invasoras. Ao mensurar as espécies dominantes, observou-se média mais alta de biomassa fresca no ambiente 1. O conteúdo de massa seca não variou entre as áreas estudadas, mas o ambiente 4 apresentou a maior média de biomassa seca. Quanto à semeadura direta, os resultados mostraram uma menor taxa de estabelecimento (2,4 plantas.m- 2) e percentuais de sobrevivência (3,26 %) para as espécies arbóreas do Cerrado em contraponto com as espécies de cobertura, com taxa de estabelecimento de 71,3 plantas. m-2 e sobrevivência de 96,74% respectivamente. A Candeia (Eremanthus incanus) apresentou maior taxa de sobrevivência entre as espécies arbóreas e o Pau Santo (Kielmeyera coriacea) maior percentagem de estabelecimento nas diferentes densidades. Em relação aos indivíduos de espécies de cobertura, o Nabo Forrageiro (Raphanus sativus) estabeleceu em maiores quantidades. Pelas premissas do trabalho, o procedimento mais satisfatório foi o tratamento que utilizou densidade 2 + semeadura em solo sem esterco (T8), visto que houve uma maior taxa de germinação de espécies arbóreas do Cerrado e uma germinação satisfatória de espécies de cobertura.