Diversidade florísca, filogenéca e estrutura em fragmentos de florestas estacionais semideciduais no Espinhaço Meridional
Date
2020
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
A heterogeneidade ambiental e os distúrbios antrópicos são capazes de influenciar a
diversidade florística e filogenética em florestas tropicais. O objetivo desse trabalho foi
avaliar a estrutura, diversidade florística e a diversidade filogenética em fragmentos de
Floresta Estacional Semidecidual – FESD localizados no Planalto Diamantina, Reserva da
Biosfera, Serra do Espinhaço e outras regiões do estado de Minas Gerais, com o propósito de
identificar se a composição das espécies está relacionada com as variáveis edáficas, e se a
diversidade filogenética varia entre regiões. Para isso, foram estudados dois fragmentos de
FESD, sendo um localizado no Parque Nacional das Sempre-Vivas (PNSV), onde foram
alocadas 30 parcelas de 400 m2 (20 × 20 m), o outro fragmento se encontra no Parque
Estadual do Biribiri (PEB), onde foram alocadas 25 parcelas de 400 m2 (20 × 20 m), ambos
distribuídas de forma sistemática. Em cada parcela foram identificados e mensurados os
indivíduos vivos com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 5,0 cm. Foi calculada a distribuição
diamétrica, índice de diversidade de Shannon (H’) e equabilidade de Pielou (J´). A
diversidade filogenética foi determinada a partir da lista de espécies coletadas nos dois
fragmentos (PNSV e PEB) representando o Planalto de Diamantina, e um banco de espécies
regionais coletado em fragmentos de FESD, em diferentes regiões e bacias hidrográficas do
estado de Minas Gerais: bacia do Rio Doce, Bacia do Rio Jequitinhonha e do Rio São
Francisco. Foi encontrada alta diversidade florística, as famílias que mais se destacaram em
número de espécies foram: Fabaceae, Myrtaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae,
Melastomataceae e Rubiaceae. As análises multivariadas de redundância (RDA) mostram que
a composição de espécies foi pouco explicada pelo ambiente, o que reforça a ideia de que o
padrão de distribuição das espécies ocorre por meio de eventos estocásticos como proposto
pela Teoria Neutra. O índice de diversidade de Shannon (H’) variou entre 3,8 a 4,1 nats. Ind-1
e equabilidade de 0,85 (J). Os fragmentos do Planalto Diamantina são auto-regenerantes, onde
a maioria dos indivíduos se concentram nas primeiras classes diamétricas. Nas comunidades
do Planalto Diamantina, bacia do Rio Jequitinhonha e São Francisco as espécies apresentaram
agregação filogenética, sendo o efeito da agregação mais pronunciado no Planalto
Diamantina. No fragmento do Rio Doce as espécies tenderam a sobredispersão filogenética.
No Planalto Diamantina as espécies são mais próximas, a distância média de pares
padronizada (sesMPD < 0), enquanto que no fragmento da bacia do Rio Doce são distantes
filogeneticamente. Por fim, a elevada diversidade florística bem como as espécies ameaçadas de extinção, tornam esses fragmentos importantes para conservação e manutenção da biodiversidade.
Description
Em todas as partes que compõem a obra, consta o título: "Diversidade florística, filogenética e estrutura de fragmentos de florestas estacionais semideciduais no Espinhaço Meridional".
Keywords
Citation
SILVA, Leovandes Soares da. Diversidade florísca, filogenéca e estrutura em fragmentos de florestas estacionais semideciduais no Espinhaço Meridional. 2020. 119 p. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.