Pós-graduação em Ciência Florestal
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PPGCF - Programa de Pós-graduação em Ciência Florestal
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Item Comparação florística e estrutural entre os diferentes estratos de uma floresta estacional decidual no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu(UFVJM, 2016) Gonçalves, Thamyres Sabrina; Gonzaga, Anne Priscila Dias; Gonzaga, Anne Priscila Dias; Mucida, Danielle Piuzana; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Oliveira, Marcio Leles Romarco de; Catuzzo, HumbertoAs florestas estacionais deciduais exercem grande importância para biodiversidade brasileira pela imensa diversidade biológica apesar das inúmeras adversidades a que são impostas. No entanto, por terem solos ricos e demandados para agricultura têm sido submetidas à intensa fragmentação e ameaças. A diversidade beta dessa vegetação é imensa por ocorrer geralmente em áreas ecotonais e por isso a singularidade florística é o destaque na fitogeografia dessas formações. O objetivo desse estudo foi avaliar as variações florístico-estruturais entre os estratos de uma floresta estacional decidual no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, na região norte de Minas Gerais. Os dados desse trabalho são provenientes da amostragem de 25 parcelas totalizando um hectare. No estrato arbóreo, foram mensurados os indivíduos com Diâmetro a Altura do Peito ≥ 5 cm (1,3m do solo) excluindo-se indivíduos mortos, lianas e trepadeiras, mensurando-se a circunferência à altura do peito. Para amostragem dos dois estratos da regeneração, foi alocada de forma padronizada dentro de cada parcela do arbóreo uma parcela de 5x5 m para a amostragem das arvoretas, os indivíduos com a altura superior a 1m, e dentro desta uma de 2x2m para a amostragem dos juvenis, tendo-se como critério de inclusão indivíduos com altura até 1m. Em todos os estratos os indivíduos amostrados foram mensurados quanto à altura total. Foram encontrados 2.383 indivíduos, 28 famílias, 64 gêneros e 92 espécies entre os três estratos, sendo no arbóreo, 24 famílias, 54 gêneros e 71 espécies, nas arvoretas 21 famílias, 42 gêneros e 58 espécies, e nos juvenis 15 famílias, 24 gêneros e 38 espécies. O índice de diversidade de Shannon variou de 2,62 a 3,53 e a Equabilidade de Pielou foi de 0,72 a 0,84 indicando uma maior aproximação entre o estrato arbóreo e as arvoretas bem como uma menor diversidade e maior dominância de espécies nos juvenis. As famílias mais bem representadas na comunidade entre os três estratos, foram Fabaceae, Myrtaceae, Anacardiaceae, Bignoniaceae e Combretaceae respectivamente. As espécies de maior destaque em Valor de Importância Ampliado foram Myracroduon urundeuva, Campomanesia sessiliflora, Combretum duarteanum, Anadenanthera colubrina, Bauhinia caatingae, Caesalpinia pluviosa, Inga cylindrica, Bauhini cheilantha, Machaerium floridum e Myrciaria floribunda. As espécies do estrato arbóreo que não possuíam indivíduos representados nos demais tiveram importância menor na comunidade com relação ao VIA, por outro lado, as espécies dos demais estratos que também foram encontradas no arbóreo aumentaram sua importância na comunidade a partir da análise do VIA.Item Esperança - Comunidade “Tradiçional” Mãe Natureza: da ocupação ao cumprimento da função social(UFVJM, 2023) Morais, Isabela Angélica de; Cambraia, Rosana Passos; Sousa, Claudiane Aparecida de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)Essa investigação busca a partir de uma pesquisa empírica, compreender a liberdade dita por Paulo Freire, relacionando-a com o Acampamento Rural Esperança, situado na região do Vale do Rio Doce, no município de Açucena (MG), em que foi verificada como se dá a conquista da terra como forma de educação emancipatória e de resistência entre os trabalhadores e trabalhadoras rurais acampados, nos seus modos de vida, suas identidades e suas culturas. Foi proposto um deslocamento da in(eficácia) da legislação além do texto constitucional de 1988. Tal escolha justifica-se devido à necessidade de, no acampamento acender, entre os trabalhadores e trabalhadoras rurais acampados um tipo de identidade em que eles se reconheçam, superando assim a falta de adesão que eles padecem. Dito isso, o corpus de análise compreendeu os questionários semiestruturados aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa quanto ao surgimento do acampamento, de onde vieram os acampados, qual a pretensão com a conquista da terra, o conceito de qualidade de vida/boa alimentação, a reforma agrária e por derradeiro o significado de educação. Enquanto nos itinerários de campo, foram 08 (oito) idas no acampamento, in loco, além de ter recebido por whatssap fotos e relatos dos momentos de chuva pelo qual os acampados viveram em 2022. A metodologia foi uma abordagem qualitativa de propensão etnográfica, cuja coleta de dados teve como instrumento a observação participante e as entrevistas com as famílias acampadas. Os dados foram analisados pelo método de análise de conteúdo, que por sua vez destinou-se a interpretação do objeto de estudo por meio de métodos empíricos divididos em fases: a) a pré-análise do material selecionado b) o exame do material e c) os tratamentos dos resultados, em que contextos micro e macro se trespassam e se inter-relacionam para articular os eixos que percorrem a pesquisa (reforma agrária, direitos fundamentais, educação, trabalho, movimentos sociais, alimentação saudável, saberes e culturas e comunidades tradicionais). Logo, a investigação teve encaminhamentos distintos quanto aos resultados alcançados. Como por exemplo, a maioria dos acampados são pardos e negros; existe dificuldade de sobreviver da terra, uma vez que estão acampados em um parque estadual; a sua grande maioria é composta por mulheres e mães solos; plantar, colher e produzir foi para a maioria sinônimo de qualidade de vida e boa alimentação e ainda a educação como forma de respeito.Item Classificação de estágios sucessionais em floresta estacional semidecidual usando Aeronave Remotamente Pilotada(UFVJM, 2023) Oliveira, Adéliton da Fonseca de; Görgens, Eric Bastos; Pereira, Israel Marinho; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)A classificação da vegetação é uma etapa fundamental em processos de intervenção em área de Mata Atlântica, condicionada a identificação dos estágios da vegetação inicial, médio e avançado. Assim, o objetivo deste trabalho consistiu em propor um método de classificação de estágios sucessionais da vegetação em inicial, médio e avançado dos fragmentos de floresta estacional semidecidual de três municípios (São João Evangelista, Sabinópolis e Conceição do Mato Dentro) do estado de Minas Gerais utilizando atributos de imagens aéreas obtidas com RPAs. Nas últimas décadas, as imagens obtidas por Aeronave Remotamente Pilotada (RPA), vêm apresentando grande potencial em diversas áreas do conhecimento, dentre elas o setor florestal. As RPAs surgiram como alternativa às imagens obtidas por satélite e aerofotogrametria tripulada, devido a flexibilidade quando ao transporte, manuseio, planejamento, execução de voos e ao refinamento da resolução espacial das imagens. Foram adotadas duas abordagens: a primeira consistiu em utilizar atributos espectrais e texturais de imagens aéreas multiespectrais (bandas red, green, rededge e nir), juntamente com atributos espectrais, estruturais e texturais de imagens RGB (bandas, red, green e blue). Uma segunda abordagem apenas com dados RGB foi realizada, ou seja, as bandas espectrais, atributos texturais e estruturais dos dados RGB. Em seguida, aplicou-se a análise de agrupamento pela técnica k-means (distância euclidiana e método Gap Statistic), com o intuito de agrupar atributos semelhantes e desta forma discriminar e classificar os estágios sucessionais da vegetação. Os resultados indicam que a inclusão de atributos multiespectrais juntamente com atributos RGB melhora a classificação dos fragmentos florestais. Entretanto, é importante ressaltar que apenas com a utilização de atributos extraídos de imagens RGB foi possível obter uma distinção e classificação promissora dos diferentes estágios sucessionais da floresta estacional semidecidual.Item A produção do mel de aroeira do Vale do Jequitinhonha como alternativa ecológica e socioeconômica na agricultura familiar(UFVJM, 2023) Silva, Mayra Conceição Meira; Rech, André Rodrigo; Macedo, Adriana Nori de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)No Vale do Jequitinhonha grande parte da população se encontra em vulnerabilidade socioeconômica, contrastando com uma rica biodiversidade e práticas tradicionais de convivência com o clima semiárido que incluem a apicultura. No que tange aos processos organizativos deste setor, na região destaca-se a Cooperativa dos Apicultores do Vale do Jequitinhonha (COOAPIVAJE) que realiza a gestão do entreposto de mel e cera, divulgação da marca coletiva e facilitação do acesso aos mercados. O mel de abelha, além de ser nutritivo, possui propriedades terapêuticas e benéficas à saúde. Dependendo da origem do mel, algumas propriedades específicas podem ser atribuídas ao produto final, permitindo agregação de valor. O mel de aroeira do Norte de Minas Gerais, já indicado geograficamente (IG) vem ganhando destaque, devido as suas propriedades medicinais e organolépticas diferenciadas. Esse diferencial viabiliza uma valorização comercial de até 42% em relação aos méis de outras origens. Os méis uniflorais, como o de aroeira, são encontrados em ambientes que possuem florações em massa de apenas uma espécie, o que é raro. Embora seja encontrado no Vale do Jequitinhonha, o mel de aroeira é pouco estudado nessa região. Essa lacuna nos levou a investigar o que é e como se dá a produção do mel de aroeira como instrumento ecológico e socioeconômico para os apicultores do Vale do Jequitinhonha. Portanto, o presente trabalho foi dividido em dois pilares: 1. Caracterização do perfil socioeconômico dos apicultores produtores de mel de aroeira associados a Cooperativa dos Apicultores do Vale do Jequitinhonha – COOAPIVAJE com vistas a entender a participação da comercialização do mel de aroeira na renda anual dos apicultores associados e 2. Determinação da origem botânica e pureza do mel de aroeira oriundo do Vale do Jequitinhonha e comparação da composição e das características químicas com amostras do Norte de Minas Gerais. A caracterização socioeconômica foi realizada com entrevistas semiestruturadas realizadas por telefone em virtude da pandemia de Covid 19. As entrevistas revelaram uma produção média anual de 1,4 toneladas de mel por apicultor, 46% de sua renda média anual advindo exclusivamente da apicultura, com a aroeira representando 75% dessa produção. Na segunda parte da dissertação avaliamos o grau de pureza botânica do mel de aroeira (Myracrodruon urundeuva), a partir de análises polínicas realizadas em laboratório utilizando o método da acetólise. As amostras analisadas apresentaram em média 98,75% de pólen de aroeira, caracterizando um mel unifloral (> 93%). Nas análises para comparação das propriedades químicas do mel utilizamos uma abordagem metabolômica, com cromatografia líquida e espectrometria de massas. Verificamos que as amostras de mel de aroeira provenientes da mesorregião do Vale do Jequitinhonha e da mesorregião do Norte de Minas não possuem composição química que permita sua diferenciação de acordo com a origem geográfica. Com este estudo interdisciplinar fica clara a importância da produção do mel da florada da aroeira para os apicultores da região do Vale do Jequitinhonha. Concluímos que esta é uma atividade consolidada pelos agricultores familiares, geradora de renda expressiva e dependente da biodiversidade, amparando a apicultura da região em bases sustentáveis. O mel especial de aroeira é produzido no pico da estação seca, fator ecológico fortemente demarcado pela sazonalidade ambiental que contribui para produção de amostras homogêneas/uniflorais. Tais características ambientais e sociais relacionadas à organização e manejo apícola, sustentam a possibilidade de expansão do registro de Indicação Geográfica (IG) do mel especial de aroeira para toda a região semiárida de Minas Gerais.Item O Cadastro Ambiental Rural na adesão ao Programa de Regularização Ambiental na bacia hidrográfica do Ribeirão Almas em Bonfinópolis de Minas(UFVJM, 2023) Oliveira, Juliana Gracieli Resende de; Melo, Thiago Vasconcelos; Reis, Alessandra Terezinha Chaves Cotrim; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)O Cadastro Ambiental Rural é um importante instrumento agrário de planejamento ambiental, econômico, monitoramento da propriedade rural e combate ao desmatamento. A presente pesquisa visou compreender e realizar levantamentos da adesão dos produtores rurais através do Cadastro Ambiental Rural ao Programa de Regularização Ambiental. A área delimitada para estudo é a bacia hidrográfica do Ribeirão Almas, porção hídrica enquadrada como “Declaração de Área de Conflito”, no município de Bonfinópolis de Minas/MG. Com a utilização de ferramentas de geotecnologias, utilizou-se o software Qgis e arquivos de shapefiles gratuitos disponíveis nas plataformas dos principais órgãos ambientais para obtenção de informações acerca de registros de uso da terra, levantamento das áreas de reserva legal com dados secundários do Sistema Nacional de Cadastro Rural, percentual de áreas consolidadas e remanescentes de vegetação nativa até 28/02/2022 representados através de cartas cartográficas. Com instrumentos de cunho quantitativo, as informações acessadas foram obtidas através de entrevistas com aplicação de questionário estruturado, elaborado pela autora com os agentes alvos, além de contar com entrevistas não estruturadas realizadas com representantes de órgãos públicos, produtores rurais em geral e famílias tradicionais visando obter elementos que contribuíssem para uma melhor explanação da origem e história do município. Os dados foram tabulados por meio do programa Microsoft Excel 2019 MSO, (versão 2111 Build 16.0.14.701.20254) 64 bits, de modo a apresentar a análise estatística descritiva dos resultados. A análise de cluster foi realizada, utilizando-se o método hierárquico, pelo modelo Ward. Ao final do estudo, como resultados relevantes pôde-se verificar que todas as propriedades rurais possuem o Cadastro Ambiental Rural e que a maior parte delas foram adquiridas anterior a 22 de julho de 2008. A maioria dos produtores rurais entrevistados não possuíam conhecimento acerca do Programa de Regularização Ambiental e a adesão a este Programa se deu através dos serviços prestados pelas consultorias ambientais contratadas. Do total de 34 (trinta e quatro) entrevistados, apenas um produtor rural afirmou possuir déficit de reserva legal por ter desmatado de forma irregular. Alguns produtores rurais relataram ter possuído passivos ambientais no passado relacionados a reserva legal, áreas de preservação permanente, porém regularizaram estes junto ao órgão ambiental competente.Item Avaliação do crescimento de um povoamento florestal amazônico manejado e enriquecido com paricá (Schyzolobium amazonicum Huber ex. Ducke)(UFVJM, 2022) Oliveira, Felipe de Souza; Nogueira, Gilciano Saraiva; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)O estudo ocorreu na propriedade Shet em Dom Eliseu - PA, que possui uma floresta degradada devido à exploração intensas até o início dos anos 90. Em seguida, ocorreu a primeira colheita via manejo em 1993/1994 seguido do enriquecimento florestal com Paricá (Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby), e posteriormente, ocorreu um segundo ciclo de corte 18 anos depois nos anos de 2013 e 2014. Diante deste histórico, a pesquisa busca investigar o crescimento e a produção após uma colheita seletiva, considerando diâmetro mínimo de corte de 25 cm, de um povoamento florestal amazônico manejado e enriquecido com paricá. A floresta foi analisada em relação a um grupo de espécies comerciais (53 espécies de interesse comercial), e também para a comunidade arbórea total (208 espécies no total). Foi utilizado métodos de modelagem (Cadeia de Markov e IPA em volume) para projetar a distribuição diamétrica e a produção volumétrica após uma colheita via manejo de 29,99 m³.ha-¹. Conforme a projeção estimada, foi analisada a distribuição diamétrica e a recuperação de volume após a colheita visando adequar um ciclo de corte compatível com o crescimento e produção da floresta. Para a recuperação de volume aplicou-se os conceitos da Resolução n° 406/2009 (Conama) que define o tempo de recuperação do volume colhido como Ciclo de Corte – CC, sendo aplicado a proposta de manejo inovador adotado (Manejo com Diâmetro Mínimo de Corte - DMC de 25 cm e outros critérios racionais para colheita). Como resultado, considera que: a colheita seletiva não alterou de forma significativa a estrutura diamétrica da floresta, mantendo uma distribuição em forma de j invertido por todo o período projetado; a floresta apresentou uma recuperação rápida do volume colhido, obtendo-se um ciclo de corte estimado de 13 anos para o grupo contendo apenas as árvores comerciais e um ciclo de corte de 8 anos quando se considera toda a comunidade arbórea; As estimativas de ciclo de corte obtidas pela matriz de transição não diferiram das estimativas obtidas com base no incremento periódico anual em volume.Item Dipteryx alata: predição de ocorrência, fragilidade ambiental e distribuição espacial(UFVJM, 2023) Paz, Ana Janaína Alves; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Evandro Luiz Mendonça; Costa, Thaís Ribeiro; Bruzinga, Josiane SilvaA distribuição geográfica de espécies vegetais é influenciada por diversos fatores ambientais, como a variação climática e a dinâmica da paisagem. A compreensão da distribuição de espécies se torna cada vez mais importante com o aumento das mudanças ambientais. A Dipteryx alata Vog. (baru), é uma árvore frutífera nativa do Cerrado brasileiro com grande valor socioeconômico e ecológico. No entanto, as populações dessa espécie têm sido afetadas pelas transformações ambientais, acarretadas por mudança climática e alteração da paisagem. Compreender a dinâmica da paisagem e a disponibilidade de áreas para D. alata é extremamente importante, bem como, expressar a afinidade pessoal da autora desta dissertação com a espécie. A pesquisadora nasceu em uma família de pequenos extrativistas da castanha de baru. Nesta pesquisa de mestrado, a autora busca elucidar os fatores que estão afetando a distribuição e sobrevivência de D. alata e contribuir a conservação da espécie e de seus habitats em diferentes escalas. O trabalho foi estruturado em dois capítulos. O primeiro capítulo tem como objetivo verificar a disponibilidade de áreas com potencial de distribuição geográfica do baruzeiro, diante das mudanças climáticas e da dinâmica multitemporal de uso e cobertura do solo, a fim de contribuir para a conservação da espécie. Nesse capítulo foram construídos modelos preditivos da distribuição geográfica potencial de D. alata com base em dados botânicos e ambientais, utilizando o método de máxima entropia do algoritmo Maxent por meio do aplicativo Wallace em linguagem "R". O modelo selecionado para a projeção da distribuição geográfica potencial da espécie indicou que a máxima adequação ambiental está relacionada à temperatura média anual de aproximadamente 30° C e ao mês mais chuvoso do ano com precipitação de aproximadamente 100 mm. O modelo preditivo também mostrou que a área com potencial de ocorrência da espécie teve crescimento significativo do período LGM até o Holoceno, mas no futuro, sob cenários pessimistas, ocorre redução geográfica de distribuição da espécie. Além disso, a conversão de ambientes naturais em espaços de uso antrópico afeta diretamente áreas potenciais do baruzeiro, tornando a espécie susceptível à dinâmica humana de uso e cobertura do solo. Neste contexto, foi estruturado o capítulo 2 que tem como objetivo compreender a dinâmica multitemporal da paisagem local e seus efeitos na biodiversidade florestal, com foco em D. alata, no município de Buritizeiro-MG. Foram utilizadas imagens do Mapbiomas para analisar a evolução temporal do uso e cobertura do solo no município. Além disso, foram escolhidas áreas com histórico de práticas extrativistas de Baru em diferentes usos do solo para avaliar a distribuição e abundância de D. alata. Foi encontrada uma perda significativa de áreas naturais no município ao longo do tempo, com a conversão para pastagem, agricultura e silvicultura. A densidade de indivíduos de D. alata na formação savânica foi muito superior à encontrada em áreas de pastagem. A densidade, estrutura das populações remanescentes e distribuição espacial da espécie foram afetadas pela dinâmica multitemporal da paisagem. Esta dissertação demonstra que o baruzeiro é altamente dependente de áreas com condições climáticas específicas, sendo vulnerável a transformações ambientais naturais e antrópicas, em escala continental e local. Portanto, é crucial a implementação de estratégias embasadas em pesquisas científicas, como esta, que elucidem as influências das mudanças ambientais espaço-temporais na distribuição de D. alata. Dessa forma, será possível garantir a sobrevivência a longo prazo da espécie de políticas de conservação da espécie que incluam a criação de reservas naturais, regulamentações para o controle do corte, e a sensibilização da comunidade sobre a importância da espécie.Item Diversidades florística e funcional de Campo Rupestre na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço(UFVJM, 2023) Roberto, Bruno Gomes; Gonzaga, Anne Priscila Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gonzaga, Anne Priscila Dias; Rech, André Rodrigo; Morais, Marcelino Santos deEste trabalho teve como objetivo verificar se os parâmetros da teoria dos OCBIL, como a dispersibilidade de espécies reduzida, alto endemismo local e raridade comum, explicariam os padrões de diversidades taxonômica e funcional da flora entre micro-habitats de um Campo Rupestre quartzítico na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Para isso comparou-se as diversidades taxonômica e funcional entre os micro-habitats rocha, fenda, areia, cupinzeiro e forófito. A hipótese assume que a diversidade taxonômica entre os micro-habitats é diferente, enquanto que a diversidade funcional é similar. Isso porque os Campos Rupestres, mesmo em áreas próximas, possuem alta diversidade taxonômica. Porém, os filtros ambientais similares resultariam em adaptações convergentes nos traços funcionais. A área de estudo encontra-se próxima ao distrito de Extração, Diamantina, Minas Gerais, Brasil. No local foi alocada uma parcela de 100x50 metros e subdivida em 50 subparcelas de 10x10 metros. Nestas foi realizado o censo das angiospermas adultas vivas, indicando o micro-habitat em que se encontravam. As plantas coletadas foram depositas no Herbário Dendrológico Jeanine Felfili. A análise da diversidade taxonômica foi medida pelos índices de similaridade de Jaccard e Czekanowski, e pelo índice de diversidade de Shannon e Equabilidade de Pielou. Na diversidade funcional utilizou-se os índices multidimensionais: riqueza, equabilidade, divergência e dispersão funcional. Foi verificado, através de modelos nulos para a riqueza e dispersão funcionais, se a montagem da comunidade é influenciada por fatores abióticos. Foram encontrados 14600 indivíduos, compreendendo 35 famílias e 110 espécies. Os táxons mais ricos e abundantes foram a família Velloziaceae e o gênero Vellozia. Muitas espécies endêmicas foram amostradas. O micro-habitat mais diverso taxonomicamente foi a areia e o menos os forófitos. O índice de Jaccard mostrou que as espécies dos cupinzeiros e dos forófitos são dissimilares dos outros micro-habitats, exceto na comparação cupinzeiro x rocha. No restante dos micro-habitats, as espécies foram similares. Enquanto que, o índice de Czekanowski indicou similaridade apenas entre areia e fenda. O índice de Shannon variou entre 3,98 na areia e 0,861 nos forófitos. A Equabilidade de Pielou evidenciou que os indivíduos se encontram melhor distribuídos no cupinzeiro e mais concentrados nos forófitos. A análise dos índices multidimensionais de diversidade funcional, baseou-se na forma de vida, consistência da folha e presença de tricomas, síndrome de dispersão de sementes e tipo de fruto. Eles demostraram que a areia obteve o maior valor de riqueza funcional, enquanto que o cupinzeiro mostrou ter a maior equabilidade funcional. Já os índices de divergência e dispersão funcionais foram maiores na rocha. As plantas epífitas alcançaram os menores valores em todos os quatro índices. Os modelos nulos confirmaram que o ambiente influencia na montagem das comunidades. Com isso, corroborou-se parcialmente a hipótese quanto à diversidade taxonômica e totalmente quanto à diversidade funcional. Foi atestado que o Campo Rupestre amostrado atende à expectativa da condição biótica para sua classificação como um OCBIL.Item Diagnose da composição nutricional de povoamentos clonais de eucalipto pelo método CND(UFVJM, 2022) Silva, Laís Graziele; Santana, Reynaldo Campos; Neves, Júlio César Lima; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santana, Reynaldo Campos; Neves, Júlio César Lima; Leite, Helio Garcia; Cantarutti, Reinaldo Bertola; Martins, Lafayete Gonçalves CampeloO monitoramento nutricional em plantios de eucalipto por meio da análise foliar subsidia ajustes no manejo nutricional para manter e/ou alcançar maiores produtividades. Dentre os métodos de interpretação da análise foliar destaca-se a Diagnose da Composição Nutricional (CND). O CND é uma expansão multivariada dos métodos univariados e bivariados que pode resultar em diagnósticos mais precisos e expressar o grau de equilíbrio nutricional da cultura, por considerar a interação entre todos os nutrientes. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência do método CND na diagnose nutricional de plantios clonais de eucalipto. O banco de dados foi composto de teores foliares de macro e micronutrientes e crescimento de plantios de eucalipto, compreendidos por diferentes genótipos e idades (de 0,4 a 72 meses). Estes, foram coletados de diversas empresas e situados em várias localidades do país. A população de referência foi obtida com base na abordagem da linha de fronteira superior do relacionamento entre o crescimento em altura em função da idade. As normas CND foram obtidas a partir desta população. Posteriormente, foram obtidos os índices CND e os nutrientes foram ordenados quanto ao grau de limitação nutricional de acordo com o potencial de resposta à adubação (PRA). Os índices CND também foram relacionados com o crescimento relativo em altura (CRH) e com o crescimento relativo em volume (CRV). Posteriormente, a região de fronteira superior destes relacionamentos foi utilizada para gerar as curvas de resposta potencial nutrientes específicas (CRPNE). Estas, foram ajustadas através de dois modelos: o polinomial de 2° grau e a regressão duplo linear com resposta platô (RDLP) a fim de comparar quais dos modelos se ajustariam melhor aos dados. A partir das CRPNE foram obtidas as faixas de suficiência (FSU) para os índices CND, utilizando tanto as equações ajustadas pelo modelo polinomial de 2° grau quanto as ajustadas pela RDLP. A diagnose nutricional dos plantios de eucalipto também foi realizada considerando as FSU. O estabelecimento de normas CND utilizando a população de alta produtividade estabelecida pela linha de fronteira demonstrou ser apropriada para a maioria dos nutrientes. As normas CND obtidas para macro e micronutriente, foram precisas para todos os nutrientes, exceto para P, Mn e S. A sequência de limitação por falta dos nutrientes dada pelo PRA foi Cu > Mg = S > Fe = Mn > Ca > Zn = B > N > P = K. As CRPNE foram explicativas, sendo que aquelas obtidas pela RDLP se ajustaram melhor ao relacionamento entre os índices CND e o CRH e o CRV. As FSU obtidas para o CND são assimétricas quanto aos seus limites e apresentaram intervalos bem amplos. Estas, foram adequadas para avaliar o status nutricional de povoamentos clonais de eucalipto e demonstraram que a maioria dos talhões avaliados enquadraram-se na classe normal.Item Dinâmica, florística e estrutura de um fragmento manejado na região do arco do desmatamento no Sudeste do Pará(UFVJM, 2022) Cardoso, Juliana Fonseca; Oliveira, Marcio Leles Romarco de; Nogueira, Gilciano Saraiva; Lafetá, Bruno Oliveira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Marcio Leles Romarco de; Nogueira, Gilciano Saraiva; Lafetá, Bruno Oliveira; Ruschel, Ademir RobertoInformações sobre a distribuição diamétrica de povoamentos florestais subsidiam o manejo florestal sustentável. Assim, neste trabalho objetivou-se avaliar a influência da exploração madeireira na composição, dinâmica e distribuição diamétrica, em um fragmento enriquecido de Floresta Tropical Amazônica antropizada, localizada na Fazenda Shet, Dom Eliseu – PA, no período de 11 anos. Foram analisados os dados do inventário florestal contínuo realizados em duas ocasiões, previamente (2009) e após (2020) a exploração madeireira (2014). Avaliou-se a composição florística, estrutura horizontal e dinâmica de mortalidade e ingresso, além do incremento periódico anual (IPA) e a distribuição diamétrica de toda a comunidade arbórea com DAP ≥ 5cm divididas em três situações, 1. todos os indivíduos inventariados; 2. indivíduos de Paricá e; 3. todos indivíduos inventariados, exceto Paricá. Foram destacadas 368 espécies distribuídas em 182 gêneros pertencentes a 56 famílias. A maior abundância foi encontrada para a família Fabaceae, sendo verificado os maiores valores de IVI para a espécie C. distachya, exceto no último inventário, o qual se destacou a S. racemosa. Todos os inventários realizados tiveram espécie Paricá com o segundo maior valor de IVI. A diversidade florística teve a média de 4,54 nats-¹ e equabilidade 0,78 J’ quando tratando das Situações 1 e 3. A taxa de mortalidade para a situação 1 foi de 1,92% e o ingresso, de 3,99%, e para a situação 2 apresentou taxa de mortalidade de 2,63% e ingresso 0,51%. O IPA em diâmetro da comunidade apresentou média de 0,32 cm ano-¹ e 1,58 cm ano-¹ para a espécie Paricá. A distribuição diamétrica para as situações 1 e 3 aderiram ao teste Komolgorov-Smirnov a 1%, a distribuição na situação 2, não aderiu em nenhum dos anos monitorados. A diversidade do componente arbóreo analisado apresentou-se de acordo com a média encontrada por outros estudos realizados na Amazônia. A função Weibull 3P descreu satisfatoriamente toda comunidade e a comunidade sem Paricá, no entanto não foi satisfatório para a distribuição somente da espécie Paricá.