História evolutiva da vegetação em ecótone Savana-Floresta: perspectivas para flutuações e variações climáticas
Date
2022
Authors
Journal Title
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Volume Title
Publisher
UFVJM
Abstract
Flutuações climáticas de períodos geológicos dinâmicos do Quaternário moldaram a
diversidade de espécies e suas histórias demográficas nas transições de Savana-Floresta da
América do Sul. No entanto, vivenciamos um cenário de "emergência climática",
intensificado pelas atividades antrópicas de emissão de gases de efeito estufa e novos sistemas
de uso da terra. Nesse contexto, a sobrevivência das espécies no futuro pode ocorrer por meio
de uma combinação de três processos principais: rastrear habitas adequados, tolerar condições
dentro de suas características ecológicas e/ou adaptar-se às novas condições por meio de
evolução rápida. Portanto, para previsões mais precisas da resposta dos ecossistemas a este
cenário de mudanças, é fundamental entender a influência de fatores contemporâneos e
pretéritos sobre padrões de distribuição da vegetação. Assim, nesta tese utilizamos diferentes
abordagens para compreender processos evolutivos da flora arbórea atual de Savanas e
Florestas Sazonais, bem como suas flutuações durante mudanças climáticas na Reserva da
Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE), sudeste do Brasil. Os artigos estão estruturados em
ordem crescente na escala de tempo (Figura 1). No Artigo Científico I, utilizamos proxies
bioindicadores fósseis (principalmente fitólitos) para rastrear mudanças da vegetação em
resposta ao clima pretérito. No Artigo Científico II investigamos os padrões de estrutura e
diversidade filogenética da flora arbórea e sua relação com o ambiente e clima atual. No
Artigo Científico III identificamos a composição funcional de cada vegetação e existência de
conservadorismo filogenético. Por fim, no Artigo Cientifico IV, utilizamos modelagem
preditiva para identificar áreas ambientalmente adequadas para distribuição deste ecótone em
diferentes cenários. No geral, demonstramos que numa porção da RBSE não houve mudanças
nos limites entre Savana-Floresta durante o Holoceno, apenas redução na cobertura da
vegetação no período prolongado de seca. Esta influência da disponibilidade hídrica (via
clima e solo), associada à processos históricos, também foi verificada como determinante para
os padrões de diversidade evolutiva da vegetação. Também encontramos que florestas e
savanas divergiram em termos estrutura filogenética e composição funcional. Ainda,
verificamos que espécies florestais foram governadas por estratégias ecológicas (compatíveis
com áreas úmidas) evolutivamente conservadas. Corroborando à estes resultados, projeções
futuras sugeriram que estas formações tendem a retrair para zonas de maior precipitação e
menor temperatura na RBSE, porém sem perdas extensivas de áreas até o final deste século.
Tais achados reforçam a importância das áreas ecotonais como refúgio climático,
fundamentais para manutenção dos processos de evolução e fluxo gênico ao longo do tempo. Além disto demonstramos que cada formação é única, sendo responsáveis por salvaguardar
diferentes componentes da biodiversidade numa mesma paisagem. A abordagem desta
pesquisa traz, portanto, importantes resultados para fomentar o delineamento de ações
prioritárias para conservação in situ de savanas e florestas, garantindo sua valiosa diversidade
biológica e serviços ecossistêmicos no futuro.
Description
Área de concentração: Recursos Florestais.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Keywords
Citation
COSTA, Thaís Ribeiro. História evolutiva da vegetação em ecótone Savana-Floresta: perspectivas para flutuações e variações climáticas. 2022. 184 p. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2022.