PPGGEO - Mestrado em Geologia (Dissertações)
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Item Caracterização geológica das metabrechas quartzíticas da formação Sopa Brumadinho-MG: um estudo de caso das lavras Brumadinho e Córrego Novo(UFVJM, 2019) Miranda, Renato Ferreira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)A Serra do Espinhaço Meridional (SdEM) está localizada na borda sudeste do cráton do São Francisco e é edificada principalmente por rochas do Supergrupo Espinhaço de idade paleoa meso-proterozoica. A exploração de diamantes na SdEM teve início no século XXVIII, quando foi estabelecido o Distrito Diamantino, tornando-se o maior produtor mundial de diamantes até meados do Século XIX. As discussões acerca da rocha e área fonte dos diamantes da região é motivo de polêmicas desde o século XIX, em torno de duas propostas: (1) a área fonte dos diamantes seriam kimberlitos externos à Bacia Espinhaço, inseridos a oeste do cráton do São Francisco; (2) vulcanismo sinsedimentar no âmbito da Bacia Espinhaço seria responsável pela mineralização dos diamantes da SdEM. As metabrechas quartzíticas da Formação Sopa Brumadinho (FmSB) são um dos litotipos diamantíferos clássicos da SdEM e representam de acordo com a linha de pensamento da origem interna vent breccias resultantes de magmatismo freatomagmático contemporâneo à evolução da bacia Espinhaço. Por outro lado, a proposta de origem externa a bacia considera as metabrechas quartzíticas como de origem sedimentar, resultado de depósitos de fluxos gravitacionais do tipo debris flows em ambiente continental fluvial, responsável por transportar os diamantes do interior do Cratón do São Francisco até a bacia Espinhaço. O presente trabalho desenvolveu estudos de caracterização genética das metabrechas quartzíticas das lavras Córrego Novo e Brumadinho localizadas na região de Diamantina – MG, os trabalhos envolveram mapeamento geológico detalhado e estudos geoquímicos integrados à análise de imagens geofísicas (aeromagnetometria) da CODEMIG. Os resultados obtidos a partir do mapeamento geológico demonstram que as metabrechas quartzíticas são estruturalmente controladas por falhas/fraturas e ocorrem associadas aos filitos hematíticos. Os estudos petrográficos identificaram feições típicas de ação de fluídos pressurizados na formação das brechas, como a presença de clastos intensamente fraturados e preenchidos pela matriz da rocha, feições de recristalização e corrosão. Os estudos geoquímicos evidenciaram uma matriz enriquecida em elementos incompatíveis tais como o bário e o potássio, além de um padrão de ETR muito enriquecido em elementos terras raras leves, similar ao padrão observados por diferentes autores nos filitos hematíticos e em lamproítos e kimberlitos. As características identificadas nas metabrechas quartzíticas corroboram com a hipótese de que essas rochas teriam sido geradas a partir de erupções freáticas ocasionadas pela descompressão de magmas em um ambiente sedimentar rico em água. Palavras chave: Metabrechas quartzíticas. Serra do Espinhaço. Diamante.ABSTRACT The Southern Serra do Espinhaço (SdEM) is located on the southeastern edge of the São Francisco Craton and extends from the Quadrilátero Ferrífero to the north for approximately 300 km, composed mainly of rocks of the Paleo-meso-proterozoic Espinhaço Supergroup (Almeida Abreu & Renger 2002). Diamond mining in SdEM dates back to the early 18th century, when the Diamantino District was established, becoming the world's largest diamond producer until the mid-19th century. Discussions about the rock and source areas of the Diamonds of SdEM have been the subject of controversy since the 19th century, around two proposals: (1) kimberlites from source area outside the Espinhaço Basin, inserted to the west in the São Francisco craton; (2) Contemporary volcanism sedimentation within the Espinhaço Basin would be responsible for the mineralization of SdEM diamonds. The quartzites breccias of FmSB are classic diamond lithotypes of SdEM and represent according to the autocton proposal vent breccias resulting from contemporary freatomagmatic magmatism to the evolution of the Espinhaço basin (Almeida Abreu,1996). However, the aloctone proposal considers quartzites breccia as sedimentar origin, resulting from depositis debris-flow in a fluvial continental deposits (Chaves,1997, Uhlein, 1991), that would transport the Diamonds of São Francisco Craton to the Espinhaço Basin. The presente dissertation carried a geological characterization study of the quartzites breccia of the Córrego Novo mining, obtained from the detailed geological mapping and geochistry studies integrated to the CODEMIG geophysical image analysis. The results obtained from the geological mapping show that the occurrence of the quartzites breccia are in the upper of the FmSB, and they are structurally controlled by fractures/faults where quartzites breccia occur associated with intrusions of hematitic phylites. The petrographic studies have identified characteristic features of magmatic breccias caused descompression volatile gases, as intense fracturing and filing of the clasts by the rock matrix, as welll recrystalization, corrosion and intense alteration of the primary mineralogy of quartzites breccias. Geochemical studies show tha quartzites breccia have a matrix enriched with incompatible elements such barium and potassium, and are very enriched of LREE and similar to the signature of hematitic phylites and other Diamond mineralized rochs such as lamproites and kimberlites. Thus, the geological characterization of the quartzites breccia mines indicated that rocks are generated from freatomagmatic eruptions caused by decompression of volatile gas magmas in water-rich sedimentary deposits.Item Diamantes de capa verde do distrito de Diamantina - Brasil: contribuições sobre a gênese do diamante, ascensão e proveniência(UFVJM, 2022) Müller, Anna Cecília; Fontana, Eduardo; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fontana, Eduardo; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Fraga, Lucio Mauro Soares; Amorim, Lucas Eustáquio Dias; Cipriano, Ricardo Augusto ScholzOs diamantes do distrito de Diamantina não foram amplamente estudados quanto à sua gênese. Ainda há uma falta de informação sobre os processos que estes diamantes foram submetidos no manto e na ascensão do kimberlito, como a dissolução do carbono. Além disso, a rocha fonte destes depósitos de diamantes permanece desconhecida e, sua origem proximal ou distal tem sido objeto de intenso debate científico por décadas. Este trabalho visa fornecer contribuições sobre a gênese, ascenção e proveniência dos diamantes do distrito de Diamantina, estudando 13 amostras da região de São João da Chapada (SJ) e 11 do Rio Jequitionha (JR). Através da análise de suas inclusões minerais, da caracterização das feições de superfície destes cristais e de suas propriedades espectrais por FTIR, este trabalho pretende revelar alguns fragmentos de sua história. Em resumo, os dados obtidos sugerem que um ambiente mantélico peridotitico precedeu o momento de cristalização dos diamantes, uma vez que, uma inclusão de forsterita foi encontrada entre os diamantes do lote JR. O período de permanência destes cristais no manto cratônico foi assumido como de aproximadamente 3 Ga, uma vez que seu estado de agregação de nitrogênio é maduro sob uma temperatura (modelo) de ~1170°C. Além disso, a presença de trigons de fundo plano na superfície indica que, ambos lotes reagiram com magmas ricos em H2O no último estágio do evento kimberlítico. Encontramos também uma correlação entre a formação de ruts das amostras JR e a cristalização de um kimberlito vulcanoclástico muito oxidado, sob uma temperatura de ~1040ºC. Após a cristalização e erosão do kimberlito, o transporte de diamantes deixou marcas de abrasão presentes em todos os diamantes JR. Entretanto, a ausência de tais marcas nos diamantes SJ, indica que sua fonte pode estar próxima (dentro de uma distância inferior a 50km), apesar de permanecer desconhecida. Finalmente, a exumação destes diamantes e a cristalização dos kimberlitos são eventos que datam de pelo menos 1,7Ga, uma vez que esta é a idade das rochas hospedeiras dos diamantes da formação Sopa Brumadinho. Dado que os diamantes cratônicos permancem por cerca de 3 bilhões de anos armazenados no manto litosférico, isto sugere que a idade de cristalização dos diamantes SJ e JR foi aproximadamente durante o período NeoProterozoico.Item Geologia, química mineral e possíveis implicações genéticas do depósito diamantífero de Romaria (MG)(UFVJM, 2020) Vieira, Ana Carolina Batista; Almeida Abreu, Pedro Ângelo; Battilani, Gislaine Amorés; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Almeida Abreu, Pedro Ângelo; Viana, Rúbia Ribeiro; Gervasoni, FernandaA mina de diamante da Água Suja é a mais antiga do Triângulo Mineiro, sendo explorada desde 1888 em depósitos aluvionares. A presença de grandes diamantes nas drenagens da região motivou os primeiros trabalhos de prospecção de fontes primárias do diamante na região, como em Coromandel, Carmo do Paranaíba, e Abaeté. Embora os estudos na região venham de longa data, nota-se uma carência de informações sobre a fonte primária do diamante de Romaria, principalmente devido ao intenso intemperismo e ausência de rochas frescas próximas ao depósito diamantífero. O objetivo deste trabalho consiste na caracterização geológica do depósito diamantífero de Romaria com base na química mineral de minerais satélites do diamante e levantamentos de campo que buscam caracterizar os ambientes sedimentares e associações faciológicas dos níveis diamantíferos. As rochas kimberlíticas e lamproíticas na área pertencem a Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP) e são correlacionadas ao soerguimento do Arco do Alto Paranaíba, com magmatismo atribuído à interação das plumas mantélicas Tristão da Cunha e Trindade durante a abertura do Atlântico Sul, com magmas de afinidade alcalina. Grãos de granada, ilmenita e turmalina foram separados da brecha diamantífera de Romaria denomidada “Tauá” e foram analisados em microssonda eletrônica. As composições de granada são compatíveis com os tipos G10, G9 e G5. Os grãos de ilmenita apresentam alto teor de Mg e Mn, ao passo que os grãos de turmalina são do tipo dravita, rara associação com diamante em rochas de afinidade lamproítica. A sucessão vulcanoclástica da Mina da Água Suja tem sido correlacionada à Formação Marília ou à Formação Uberaba, com ambiente climático das bacias deposicionais reportado como árido a semi-árido, enquanto as rochas de Romaria indicam ambiente climático úmido devido à presença de clastos de caulim e a intercalação de pelitos e níveis conglomeráticos. A escassez de rocha fresca nas proximidades do depósito diamantífero de Romaria dificulta a interpretação e caracterização faciologica, habitualmente usada para rochas kimberlíticas e lamproíticas. As diferenças nas colunas litoestratigráficas e, possivelmente, na idade de deposição e características climáticas dos respectivos meios sedimentares, inviabiliza correlação entre a sucessão de Romaria com as Formações Marília e Uberaba. A assembleia mineralógica descrita permite associar o depósito a uma possível fonte lamproítica.