Diamantes de capa verde do distrito de Diamantina - Brasil: contribuições sobre a gênese do diamante, ascensão e proveniência
Date
2022
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
Os diamantes do distrito de Diamantina não foram amplamente estudados quanto à sua
gênese. Ainda há uma falta de informação sobre os processos que estes diamantes foram
submetidos no manto e na ascensão do kimberlito, como a dissolução do carbono. Além
disso, a rocha fonte destes depósitos de diamantes permanece desconhecida e, sua origem
proximal ou distal tem sido objeto de intenso debate científico por décadas. Este trabalho visa
fornecer contribuições sobre a gênese, ascenção e proveniência dos diamantes do distrito de
Diamantina, estudando 13 amostras da região de São João da Chapada (SJ) e 11 do Rio
Jequitionha (JR). Através da análise de suas inclusões minerais, da caracterização das feições
de superfície destes cristais e de suas propriedades espectrais por FTIR, este trabalho pretende
revelar alguns fragmentos de sua história. Em resumo, os dados obtidos sugerem que um
ambiente mantélico peridotitico precedeu o momento de cristalização dos diamantes, uma vez
que, uma inclusão de forsterita foi encontrada entre os diamantes do lote JR. O período de
permanência destes cristais no manto cratônico foi assumido como de aproximadamente 3 Ga,
uma vez que seu estado de agregação de nitrogênio é maduro sob uma temperatura (modelo)
de ~1170°C. Além disso, a presença de trigons de fundo plano na superfície indica que,
ambos lotes reagiram com magmas ricos em H2O no último estágio do evento kimberlítico.
Encontramos também uma correlação entre a formação de ruts das amostras JR e a
cristalização de um kimberlito vulcanoclástico muito oxidado, sob uma temperatura de
~1040ºC. Após a cristalização e erosão do kimberlito, o transporte de diamantes deixou
marcas de abrasão presentes em todos os diamantes JR. Entretanto, a ausência de tais marcas
nos diamantes SJ, indica que sua fonte pode estar próxima (dentro de uma distância inferior a
50km), apesar de permanecer desconhecida. Finalmente, a exumação destes diamantes e a
cristalização dos kimberlitos são eventos que datam de pelo menos 1,7Ga, uma vez que esta é
a idade das rochas hospedeiras dos diamantes da formação Sopa Brumadinho. Dado que os
diamantes cratônicos permancem por cerca de 3 bilhões de anos armazenados no manto
litosférico, isto sugere que a idade de cristalização dos diamantes SJ e JR foi
aproximadamente durante o período NeoProterozoico.
Description
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Keywords
Citation
MÜLLER, Anna Cecília. Diamantes de capa verde do distrito de Diamantina - Brasil: contribuições sobre a gênese do diamante, ascensão e proveniência. 2022. 110 p. Dissertação (Mestrado em Geologia) – Programa de Pós-graduação em Geologia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2022.