Pós Graduação em Geologia
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PPGGEO - Pós Graduação em Geologia
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Item Caracterização geológica das metabrechas quartzíticas da formação Sopa Brumadinho-MG: um estudo de caso das lavras Brumadinho e Córrego Novo(UFVJM, 2019) Miranda, Renato Ferreira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)A Serra do Espinhaço Meridional (SdEM) está localizada na borda sudeste do cráton do São Francisco e é edificada principalmente por rochas do Supergrupo Espinhaço de idade paleoa meso-proterozoica. A exploração de diamantes na SdEM teve início no século XXVIII, quando foi estabelecido o Distrito Diamantino, tornando-se o maior produtor mundial de diamantes até meados do Século XIX. As discussões acerca da rocha e área fonte dos diamantes da região é motivo de polêmicas desde o século XIX, em torno de duas propostas: (1) a área fonte dos diamantes seriam kimberlitos externos à Bacia Espinhaço, inseridos a oeste do cráton do São Francisco; (2) vulcanismo sinsedimentar no âmbito da Bacia Espinhaço seria responsável pela mineralização dos diamantes da SdEM. As metabrechas quartzíticas da Formação Sopa Brumadinho (FmSB) são um dos litotipos diamantíferos clássicos da SdEM e representam de acordo com a linha de pensamento da origem interna vent breccias resultantes de magmatismo freatomagmático contemporâneo à evolução da bacia Espinhaço. Por outro lado, a proposta de origem externa a bacia considera as metabrechas quartzíticas como de origem sedimentar, resultado de depósitos de fluxos gravitacionais do tipo debris flows em ambiente continental fluvial, responsável por transportar os diamantes do interior do Cratón do São Francisco até a bacia Espinhaço. O presente trabalho desenvolveu estudos de caracterização genética das metabrechas quartzíticas das lavras Córrego Novo e Brumadinho localizadas na região de Diamantina – MG, os trabalhos envolveram mapeamento geológico detalhado e estudos geoquímicos integrados à análise de imagens geofísicas (aeromagnetometria) da CODEMIG. Os resultados obtidos a partir do mapeamento geológico demonstram que as metabrechas quartzíticas são estruturalmente controladas por falhas/fraturas e ocorrem associadas aos filitos hematíticos. Os estudos petrográficos identificaram feições típicas de ação de fluídos pressurizados na formação das brechas, como a presença de clastos intensamente fraturados e preenchidos pela matriz da rocha, feições de recristalização e corrosão. Os estudos geoquímicos evidenciaram uma matriz enriquecida em elementos incompatíveis tais como o bário e o potássio, além de um padrão de ETR muito enriquecido em elementos terras raras leves, similar ao padrão observados por diferentes autores nos filitos hematíticos e em lamproítos e kimberlitos. As características identificadas nas metabrechas quartzíticas corroboram com a hipótese de que essas rochas teriam sido geradas a partir de erupções freáticas ocasionadas pela descompressão de magmas em um ambiente sedimentar rico em água. Palavras chave: Metabrechas quartzíticas. Serra do Espinhaço. Diamante.ABSTRACT The Southern Serra do Espinhaço (SdEM) is located on the southeastern edge of the São Francisco Craton and extends from the Quadrilátero Ferrífero to the north for approximately 300 km, composed mainly of rocks of the Paleo-meso-proterozoic Espinhaço Supergroup (Almeida Abreu & Renger 2002). Diamond mining in SdEM dates back to the early 18th century, when the Diamantino District was established, becoming the world's largest diamond producer until the mid-19th century. Discussions about the rock and source areas of the Diamonds of SdEM have been the subject of controversy since the 19th century, around two proposals: (1) kimberlites from source area outside the Espinhaço Basin, inserted to the west in the São Francisco craton; (2) Contemporary volcanism sedimentation within the Espinhaço Basin would be responsible for the mineralization of SdEM diamonds. The quartzites breccias of FmSB are classic diamond lithotypes of SdEM and represent according to the autocton proposal vent breccias resulting from contemporary freatomagmatic magmatism to the evolution of the Espinhaço basin (Almeida Abreu,1996). However, the aloctone proposal considers quartzites breccia as sedimentar origin, resulting from depositis debris-flow in a fluvial continental deposits (Chaves,1997, Uhlein, 1991), that would transport the Diamonds of São Francisco Craton to the Espinhaço Basin. The presente dissertation carried a geological characterization study of the quartzites breccia of the Córrego Novo mining, obtained from the detailed geological mapping and geochistry studies integrated to the CODEMIG geophysical image analysis. The results obtained from the geological mapping show that the occurrence of the quartzites breccia are in the upper of the FmSB, and they are structurally controlled by fractures/faults where quartzites breccia occur associated with intrusions of hematitic phylites. The petrographic studies have identified characteristic features of magmatic breccias caused descompression volatile gases, as intense fracturing and filing of the clasts by the rock matrix, as welll recrystalization, corrosion and intense alteration of the primary mineralogy of quartzites breccias. Geochemical studies show tha quartzites breccia have a matrix enriched with incompatible elements such barium and potassium, and are very enriched of LREE and similar to the signature of hematitic phylites and other Diamond mineralized rochs such as lamproites and kimberlites. Thus, the geological characterization of the quartzites breccia mines indicated that rocks are generated from freatomagmatic eruptions caused by decompression of volatile gas magmas in water-rich sedimentary deposits.Item Geoquímica ambiental no estudo da qualidade da água na Bacia Ribeirão do Chiqueiro em Gouveia - MG(UFVJM, 2019) Freitas, Allison Augusto Gonçalves de; Matosinhos, Cristiano Christofaro; Baggio Filho, Hernando; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Franco, Débora Vilela; Pedreira, Marcelo Mattos; Baggio Filho, Hernando; Matosinhos, Cristiano ChistofaroO Ribeirão do Chiqueiro fornece água para o abastecimento dos municípios de Gouveia e Datas e pequenas comunidades ao seu entorno, recebendo grande parte da carga poluidora gerada por esses municípios, comprometendo seus usos pelas populações locais. Este estudo teve como objetivo realizar uma avaliação geoquímica das águas da bacia do Ribeirão do Chiqueiro, considerando as possíveis influências naturais e antrópicas. Os parâmetros de qualidade da água foram analisados nos períodos seco e úmido do ano de 2018, em 14 trechos da bacia do Ribeirão do Chiqueiro, e comparados aos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05. Foram monitorados 28 parâmetros de qualidade da água: Turbidez, Sólidos Totais Dissolvidos, Condutividade, Oxigênio Dissolvido, Temperatura, pH, Al, Cu, Fe, Nitrito, Nitrato, Sulfato e Detergente Las, bem como os metais pesados Al, Ba, Ca, Cd, Co, Cu, Cr, Fe, Mg, Mn, Ni, Pb, Ti e Zn. Os parâmetros turbidez, cor, temperatura e ferro total apresentaram aumento significativo em direção à foz, enquanto o alumínio apresentou redução significativa ao longo do curso d’água. Cor, alumínio, ferro, zinco e detergente descumpriram os padrões legais de qualidade avaliados em alguns pontos. Foram observadas contaminações em alguns trechos do rio para os metais Al, Fe, Mn e Ti. A maior parte dos parâmetros avaliados nas águas da bacia do Ribeirão Chiqueiro se encontram dentro dos limites de qualidade definidos para rios de classes 1, sendo verificadas contaminações localizadas e intermitentes. A degradação da qualidade da água do ribeirão do Chiqueiro pode ser associada a atividades antrópicas como a remoção da cobertura vegetal nas áreas de preservação permanente, processos erosivos e lançamentos de efluentes domésticos.Item O método pseudo-Thellier aplicado à arqueointensidade(UFVJM, 2023) Rocha, Mikaelly Gonçalves; Silva, Wilbor Poletti; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Silva, Wilbor Poletti; Brandt, Daniele; Hartmann, Gelvam AndréA intensidade do campo geomagnético é fundamental para o entendimento da evolução do dinamismo do núcleo externo da Terra, bem como suas implicações que ocorrem na superfície do planeta e nas formas de vida existentes. Apesar de haver diversas fontes de registro milenar da intensidade magnética (e.g. rochas, lavas, cerâmicas), observa-se que os dados disponíveis desse parâmetro para o hemisfério sul ainda são muito limitados. No Brasil, devido sua história, existe uma abundância de materiais cerâmicos provenientes, principalmente, de populações nativas. Esses materiais são uma fonte promissora para obtenção de dados de intensidade e compreensão da evolução do campo nos últimos milênios. Porém a utilização dos métodos atualmente estabelecidos para este tipo de material tende a gerar resultados errôneos, que não passam pelos critérios de seleção vigentes. O principal motivo está relacionado a alterações na mineralogia magnética devido aos ciclos de aquecimento que são realizados ao longo do experimento e, portanto, eles não podem ser publicados. Sob essa luz, abordagens alternativas vêm sendo rotineiramente testadas em busca de sanar esses problemas, como é o caso do método pseudo-Thellier. Entretanto vale ressaltar que o método em questão fornece valores de intensidade relativas, sendo necessário uma calibração dos dados para a conversão em valores absolutos. Neste trabalho, foi realizado uma série de experimentos com o objetivo de testar a aplicabilidade do método pseudo-Thellier na arqueointensidade. Para isso, um conjunto de amostras de dois diferentes polos ceramistas brasileiros (Turmalina, MG, e Cunha, SP) foram detalhadamente estudados em termos de mineralogia magnética e paleointensidade relativa. Parâmetros de magnetismo ambiental também foram explorados para avaliar possíveis correlações. O parâmetro S-ratio foi estabelecido como bom quantificador de coercividade magnética, e foi incorporado nos fatores de seleção de dados (entre 0,92 e 1,00). A influência da anisotropia de remanência também foi avaliada, porém utilizando uma abordagem nova. Os resultados demonstraram a influência dessa feição física, e foi estabelecido que a anisotropia deve ser corrigida e deve estar contida entre 0,75 e 1,25. Ao final, foram calculados e testados os fatores de calibração nas amostras estudadas, e sugerido que o melhor valor a ser utilizado é de 𝑓𝑐 = 2,39 ± 0,64. Por fim, o método pseudo-Thellier calibrado se mostrou uma importante ferramenta para a obtenção da intensidade absoluta e possibilitou o vislumbre de futuras aplicações do método em materiais cerâmicos.Item Sedimentação em cavernas da Serra de São José - Prados (MG)(UFVJM, 2023) Brandão, Liliane de Jesus; Silva, Alexandre Christófaro; Fraga, Lúcio Mauro Soares; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Silva, Alexandre Christófaro; Matosinhos, Cristiano Christofaro; Tassinari, DiegoAs cavernas representam espaços de nível de base local, portanto,são consideradas “armadilhas” naturais de sedimentos e outros materiais externos que normalmente são transportados e depositados em seu interior. Os materiais acumulados no seu interior encontram ambiente relativamente estável por muitos anos, proporcionando condições adequadas para estudos sedimentológicos e paleoambientais. No entanto, a abordagem acerca da estratigrafia de sedimentos presentes em cavernas quartzíticas são escassos e se constituem em ferramenta poderosa para a reconstituição paleoambiental. Este estudo teve como objetivo mapear a Caverna do Galo, situada no reverso do maciço quartzítico Serra São José (MG), no escopo de caracterizar física-, química- e cronologicamente um pacote de sedimentos acumulados no seu interior. No mapeamento da caverna foi dimensionado um pacote de sedimentos com 2,5 m de comprimento x 0,47 m de altura x 0,5 m de espessura, que foi descrito e amostrado in situ, com base nos atributos morfológicos, textura, composição mineralógica e cor de suas camadas. As 17 amostras coletadas foram caracterizadas por meio de análises granulométricas, geoquímicas e do teor de carbono orgânico. Em três amostras selecionadas de acordo com o posicionamento estratigráfico (base, centro e topo) e do seu teor de carbono orgânico foram realizadas datações radiocarbônicas. Os estudos geológicos e espeleológicos, aliados aos resultados analíticos revelam que a Caverna do Galo foi formada por águas meteóricas que permearam sobretudo o falhamento NNW/SSE e pela resposta ao intemperismo diferencial das litologias encaixantes, ou seja, quartzito e filito. O pacote de sedimentos foi acomodado sobre uma superfície convexa (obstáculo ao fluxo natural das águas) da lateral norte da caverna, que preencheu o espaço desde a base até o teto. A estratigrafia e variações granulométricas e químicas dos sedimentos e, conforme os resultados geocronológicos, evidenciam oscilações na intensidade e duração de eventos de precipitação pluviométrica, que podem estar associados a mudanças climáticas holocênicas.Item Avanços no uso do arqueomagnetismo como ferramenta de datação arqueométrica para a América do Sul(UFVJM, 2023) Maximiano, Paulo Felipe; Poletti, Wilbor; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Poletti, Wilbor; Hartmann, Gelvam André; Fagundes, MarceloA datação de materiais arqueológicos é essencial para entender, entre outras coisas, as mudanças comportamentais em diferentes sociedades. Para tanto, diferentes métodos de datação são utilizados em diversos materiais, como a cerâmica. A datação arqueomagnética é um método em desenvolvimento que tem rotineiramente dado resultados positivos. A premissa deste método é comparar o campo geomagnético registrado por materiais capazes de adquirir essa remanência (ou seja, inclinação, declinação e intensidade), com modelos matemáticos que descrevem a evolução do campo magnético da Terra. Diferentes modelos geomagnéticos regionais foram construídos visando a aplicação deste método de datação. Para regiões onde faltam modelos regionais, modelos geomagnéticos globais são usados rotineiramente. No entanto, a escolha acrítica de um modelo geomagnético global para usar o método de datação arqueomagnética pode resultar em valores de idade imprecisos. Além disso, é essencial ter uma compreensão a priori das incertezas intrínsecas dos modelos geomagnéticos, para maximizar a precisão da datação arqueomagnética. Neste contexto, este trabalho avaliou modelos geomagnéticos globais, especificamente na América do Sul e nos últimos 2000 anos, para escolher os mais precisos para esta finalidade. Com base em Casas e Tema (2019), foi realizada uma avaliação minuciosa das incertezas de idade dos modelos. As análises de precisão e exatidão dos parâmetros magnéticos dos modelos selecionados foram integradas nas análises de interseção entre diferentes modelos, para cada parâmetros magnéticos. A partir desse resultado, este estudo propõe uma abordagem multi-modelo geomagnético como a melhor configuração para trabalhos de datação arqueomagnética na América do Sul.Item A proveniência dos sedimentos de rochas glaciogênicas da Glaciação Macaúbas, Serra do Espinhaço Meridional(UFVJM, 2019) Faria, Ícaro Corrêa Gondim; Almeida Abreu, Pedro Angelo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Almeida Abreu, Pedro Angelo; Fraga, Lúcio Mauro Soares; Senna, Juliano Alves deO presente trabalho trata do estudo de proveniência sedimentar de rochas glaciogênicas do Grupo Macaúbas, oriundas de evento glacial homônimo. Tal evento glacial surge como um tema de grande discussão no campo das geociências, sendo sua idade e seu contexto de ocorrência e dispersão objetos de estudo ainda não completamente estabelecidos. As rochas glaciogênicas do Grupo Macaúbas estão no contexto da Serra do Espinhaço Meridional e da Serra do Cabral, essas compostas por sequências de rochas paleo- e mesoproterozoicas sobre um embasamento cristalino arqueano, caracterizando as rochas do Supergrupo Espinhaço. As rochas do Grupo Macaúbas assentam-se e formam uma configuração de franjas no entorno dessas duas estruturas supracitadas, apresentando contatos com discordância angular e erosiva com as mesmas, assim como com o Grupo Bambuí sobrejacente. Para embasar o entendimento da proveniência desse material sedimentar e condições de sua formação e transporte foram elucidadas questões acerca do clima pré-Cambriano e durante a deposição do Supergrupo Espinhaço, assim como a relevância e aplicabilidade dos estudos de proveniência sedimentar em rochas glaciogênicas. Estudos de petrografia microscópica, minerais pesados, análises geoquímicas, caracterização e contabilização de clastos das rochas glaciogênicas foram utilizados neste trabalho. As conclusões deste artigo trouxeram elucidações acerca do evento glacial formador das rochas glaciogênicas do Grupo Macaúbas, a dispersão dos glaciares, o contexto da Serra do Espinhaço Meridional no momento desses eventos e questões sobre as relações estratigráficas das rochas da região.Item Os plútons Amaros e Dois Córregos: magmatismo Mesoarqueano e Orosiriano no norte do Bloco Guanhães, Orógeno Araçuaí(UFVJM, 2022) Morais, Geysianne Ferreira de; Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Barbuena, Danilo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Bersan, Samuel Moreira; Silva, Marco Antonio Delinardo daRochas graníticas são os litotipos mais comuns que formam as massas continentais da Terra e o estudo da ocorrência, composição e gênese dessas rochas fornece importantes evidências para a compreensão do crescimento da crosta continental e, consequentemente, dos ciclos supercontinentais ao longo da história da Terra. No extremo norte do Bloco Guanhães (BG) foi identificado a ocorrência de rochas graníticas em uma extensa região, até então, mapeada como unidades metassedimentares nos mapas geológicos regionais. O Bloco Guanhães é um dos blocos de embasamento do Paleocontinente São Francisco – Congo, remobilizados no interior do Orógeno Araçuaí. Apesar de preservar elementos da formação dos primeiros supercontinentes do nosso planeta, devido ao escasso acervo de dados geológicos disponíveis, o comportamento do Bloco Guanhães ao longo desses eventos tectônicos ainda é pouco compreendido. Tendo em vista a importância do estudo de rochas graníticas para a compreensão da evolução crustal, este trabalho de mestrado teve como objetivo o mapeamento e investigação a respeito da gênese e significado tectônico das rochas graníticas, recém identificadas, no extremo norte do BG. Para auxiliar nos trabalhos de mapeamento geológico foi feito o processamento e interpretação de dados aerogeofísicos. Esses dados permitiram a delimitação das rochas graníticas já identificadas e a descoberta de mais um plúton granítico, também em regiões mapeadas como unidades metassedimentares. Já para a investigação petrogenética dessas rochas, foram realizadas análises petrográficas, geoquímicas e geocronológicas. A integração dos dados obtidos neste trabalho permitiu a individualização das rochas graníticas da porção norte do BG em três grupos distintos: i) Complexo Guanhães; ii) Plúton Amaros; e iii) Plúton Dois Córregos. As rochas do Complexo Guanhães compreendem muscovita-biotita gnaisses, hornblenda-biotita gnaisses e clinopiroxênio-hornblenda-biotita gnaisses. Essas rochas apresentam características químicas distintas, sendo que os hornblenda-biotita gnaisses se assemelham às rochas da série TTG e os muscovita-biotita gnaisses aos granitoides híbridos do arqueano tardio. O Plúton Amaros, com idade de cristalização em c. 2916 Ma e metamorfismo em c. 531 Ma, definidas através de datação U-Pb em cristais de zircão, é o primeiro registro de magmatismo mesoarqueano delimitado e detalhado no BG. Esse plúton é composto por meta- biotita sienogranitos com muscovita. Essas rochas são cálcio-alcalinas de alto K, magnesianas e peraluminosas, mostram enriquecimento em LREE em relação aos HREE, vales em Eu, enriquecimento em LILEs e vales em Nb, Sr, P e Ti, e foram interpretadas como produto da fusão parcial de uma crosta félsica mais antiga com assinatura TTG. Magmatismo mesoarqueano semelhante foi descrito no Bloco Porteirinha, domínio de embasamento a norte do Bloco Guanhães, e abre questionamentos sobre uma conexão entre os dois blocos. O Plúton Dois Córregos é composto por meta- biotita sienogranitos com hornblenda, com idade de cristalização em c. 2045 Ma, definida através de datação U-Pb em cristais de zircão. Essas rochas são álcali-cálcicas a alcálicas, variam de magnesianas a ferroanas e peraluminosas a metaluminosas. Mostram enriquecimento em LREE em relação aos HREE, vales pouco pronunciados em Eu, enriquecimento em LILE e HFSE e vales em Sr, P e Ti. Através das características químicas e petrográficas o Plúton Dois Córregos foi interpretado como produto da fusão parcial de rochas metassedimentares da base da crosta continental espessada em um ambiente tardi- orogênico. Essa configuração tectônica é corroborada pela idade de cristalização do plúton, condizente com o cenário tectônico regional, e enquadra o Plúton Dois Córregos no Sistema Orogênico Minas-Bahia, através do qual vários blocos arqueanos foram acrescidos diacronicamente resultando na amalgamação do Paleocontinente São Franciso-Congo.Item Estudo multi-proxy de um registro de vereda do Parque Nacional de Brasília (DF) com fins de reconstituição do paleoambiente e paleoclima do Brasil Central(UFVJM, 2022) Viana, Carolina Batista de Oliveira; Horák-Terra, Ingrid; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Horák-Terra, Ingrid; Terra, Fabrício da Silva; Barral, Uidemar MoraisAs veredas são valiosos arquivos das mudanças ambientais e climáticas do passado. Esta dissertação apresenta atributos morfológicos, físicos e químicos, além da composição elementar e isotópica de um testemunho de vereda (286 cm) de idade Pleistocênica (superior a 28.000 anos) do Parque Nacional de Brasília (Distrito Federal, Brasil). A Análise por Componentes Principais foi aplicada aos dados obtidos para identificar os principais fatores e processos que controlam a evolução da vereda e inferir as principais alterações paleoambientais. Três componentes principais foram identificadas, onde CP1 está relacionada ao acúmulo relativo de matéria orgânica versus acúmulo de material mineral local, condição estritamente relacionada à estabilidade da bacia e vegetação associada (plantas C3 e C4); CP2 está relacionada à ação dos processos de decomposição da turfa; e CP3 está relacionada à incorporação de material inorgânico por meio de deposição de poeira de fontes regionais. Foram verificadas cinco fases de alterações paleoambientais: I) anterior a 28.917 anos cal AP; II) 28.917-17.942 anos cal AP; III) 17.942-10.384 anos cal AP; IV) 10.384-2.182 anos cal AP; e V) 2.182 anos cal AP até o presente. O cenário ao redor da vereda transitou de um ambiente com vegetação mais aberta sob condições mais secas (plantas C4) e grande instabilidade local e regional passando a momentos com misturas de plantas de condições secas e úmidas (plantas C3+C4). Depois disso, retorno ao predomínio de plantas C4 com alta expressão do processo de decomposição de turfa e alta entrada de material mineral regional, até momentos com aumento expressivo de plantas C3 com alto acúmulo de matéria orgânica e estabilidade ambiental (local e regional). Os resultados sugerem que esta vereda é um ecossistema complexo que apresenta grande potencial para estudos de reconstituição ambiental e mudanças climáticas e deve, portanto, ser protegido.Item Modelagem prospectiva dos depósitos auríferos do Greenstone Belt Pitangui (MG) integrando dados geológicos, geofísicos e geoquímicos(UFVJM, 2022) Ribeiro, Brener Otávio Luiz; Barbuena, Danilo; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barbuena, Danilo; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Monteiro, Lena Virgínia Soares; Souza Filho, Carlos Roberto deAtualmente, a exploração mineral tem se dedicado fortemente à elaboração de mapas de prospectividade mineral. Estes mapas são uma poderosa ferramenta em estudos regionais para a identificação de regiões com grande potencial exploratório. Pesquisas recentes apontam que a região do Greenstone Belt Pitangui, NW do Quadrilátero Ferrífero (MG), é bastante promissora no âmbito da exploração aurífera. Entretanto, essa região ainda carece de estudos que permitam a compreensão da distribuição destes depósitos e identificação de zonas de alta prospectividade. Sendo assim, o presente projeto de mestrado teve como principal objetivo a modelagem prospectiva do Greenstone Belt Pitangui (GBP) a partir de dados geológicos, geofísicos e geoquímicos. Os resultados apresentados aqui foram divididos em três capítulos. O primeiro deles, intitulado: “Geochemical multifractal modeling of soil and stream sediment data applied to gold prospectivity mapping of the Pitangui Greenstone Belt, northwest of Quadrilátero Ferrífero, Brazil” traz resultados quanto a utilização de dados de geoquímica de solos e de sedimentos de corrente, disponibilizados pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, na criação de mapas de evidência de anomalias geoquímicas associadas à mineralização. O resultado final deste estudo trouxe novas discussões sobre a associação geoquímica da mineralização, composta por Au, As, Bi, Mo e Sb, a dispersão dos elementos farejadores do ouro e a influência da dinâmica superficial nas anomalias mapeadas. O segundo capítulo de resultados é intitulado: “Gold prospective evidential maps based on airborne magnetic and radiometric data of the Pitangui Greenstone Belt, NW of Quadrilatero Ferrífero – MG”. Nesse capítulo foram utilizados dados aéreos de magnetometria e gamaespectrometria fornecidos pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG. Os dados de magnetometria permitiram a caracterização geofísico-estrutural da área de estudo, oferecendo novas informações quanto ao arcabouço de estruturas não mapeadas na superfície que possam ter operado como condutos para as mineralizações auríferas da região. Os dados de gamaespectrometria, por sua vez, foram utilizados no mapeamento de possíveis zonas de alteração hidrotermal através de técnicas que realçam as concentrações de K e U em detrimento do Th. Os resultados deste estudo ressaltaram a importância da geofísica na prospecção mineral, além de abrir discussões que concernem a relevância de determinados conjuntos de estruturas nos estudos prospectivos. Por fim, os dados gerados nos dois primeiros capítulos foram traduzidos em mapas de evidência utilizados na modelagem prospectiva dos depósitos de ouro do GBP. Os resultados da modelagem prospectiva encontram-se no capítulo final desse estudo: “Exploration targeting of gold mineralization using conceptual and empirical data: a new insight on the prospective potential of the Pitangui Greenstone Belt, Brazil “. A partir do modelo teórico do sistema mineral do GBP, foram identificadas as expressões mapeáveis capazes de indicar zonas favoráveis para a mineralização. O resultado final deste trabalho permitiu a identificação de domínios prospectivos que se mostram relacionados a fatores geológicos distintos. Tais observações permitem discussões quanto ao controle das mineralizações e a distribuição espacial das zonas de alta prospectividade. Além disso, os resultados apresentados aqui apontam novas zonas, ainda não investigadas em detalhe, com potencial para hospedarem mineralizações.Item Diamantes de capa verde do distrito de Diamantina - Brasil: contribuições sobre a gênese do diamante, ascensão e proveniência(UFVJM, 2022) Müller, Anna Cecília; Fontana, Eduardo; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fontana, Eduardo; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Fraga, Lucio Mauro Soares; Amorim, Lucas Eustáquio Dias; Cipriano, Ricardo Augusto ScholzOs diamantes do distrito de Diamantina não foram amplamente estudados quanto à sua gênese. Ainda há uma falta de informação sobre os processos que estes diamantes foram submetidos no manto e na ascensão do kimberlito, como a dissolução do carbono. Além disso, a rocha fonte destes depósitos de diamantes permanece desconhecida e, sua origem proximal ou distal tem sido objeto de intenso debate científico por décadas. Este trabalho visa fornecer contribuições sobre a gênese, ascenção e proveniência dos diamantes do distrito de Diamantina, estudando 13 amostras da região de São João da Chapada (SJ) e 11 do Rio Jequitionha (JR). Através da análise de suas inclusões minerais, da caracterização das feições de superfície destes cristais e de suas propriedades espectrais por FTIR, este trabalho pretende revelar alguns fragmentos de sua história. Em resumo, os dados obtidos sugerem que um ambiente mantélico peridotitico precedeu o momento de cristalização dos diamantes, uma vez que, uma inclusão de forsterita foi encontrada entre os diamantes do lote JR. O período de permanência destes cristais no manto cratônico foi assumido como de aproximadamente 3 Ga, uma vez que seu estado de agregação de nitrogênio é maduro sob uma temperatura (modelo) de ~1170°C. Além disso, a presença de trigons de fundo plano na superfície indica que, ambos lotes reagiram com magmas ricos em H2O no último estágio do evento kimberlítico. Encontramos também uma correlação entre a formação de ruts das amostras JR e a cristalização de um kimberlito vulcanoclástico muito oxidado, sob uma temperatura de ~1040ºC. Após a cristalização e erosão do kimberlito, o transporte de diamantes deixou marcas de abrasão presentes em todos os diamantes JR. Entretanto, a ausência de tais marcas nos diamantes SJ, indica que sua fonte pode estar próxima (dentro de uma distância inferior a 50km), apesar de permanecer desconhecida. Finalmente, a exumação destes diamantes e a cristalização dos kimberlitos são eventos que datam de pelo menos 1,7Ga, uma vez que esta é a idade das rochas hospedeiras dos diamantes da formação Sopa Brumadinho. Dado que os diamantes cratônicos permancem por cerca de 3 bilhões de anos armazenados no manto litosférico, isto sugere que a idade de cristalização dos diamantes SJ e JR foi aproximadamente durante o período NeoProterozoico.