PPGGEO - Mestrado em Geologia (Dissertações)
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Item Coprocessamento de rejeitos de mineração de ferro em argila para produção de cerâmica vermelha(UFVJM, 2019) Amaral, Igor Brumano Coelho; Reis, Arlete Barbosa dos; Prat, Bernat Vinolas; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Reis, Arlete Barbosa dos; Souza, Solange de; Silveira, João Vinícios Wirbitzki da; Battilani, Gislaine AmorésA indústria de fabricação de materiais cerâmicos possui enorme potencial para o uso de matérias-primas alternativas e resíduos de processos industriais, como da mineração. A mina de Alegria, situada em Mariana/MG, propriedade da mineradora Samarco S.A., é responsável por 7,86% da produção nacional de minério de ferro. A barragem de rejeitos dessa mina rompeu em novembro de 2015, espalhando 43,7 milhões de metros cúbicos de lama ao longo do Rio Doce, ficando 10,5 milhões de metros cúbicos retidos na barragem de Candonga da hidrelétrica Risoleta Neves, em Santa Cruz do Escalvado. Dessa forma, buscou-se avaliar a utilização tecnológica de amostras do rejeito à base de ferro da barragem de Candonga para produção de cerâmica vermelha, agregando valor aos materiais de maneira a gerar impactos sociais e econômicos positivos na região de produção desses materiais, além de diminuir o volume de rejeitos em barragens. Inicialmente, foram realizados processos de beneficiamento do rejeito por sedimentação e flotação. Em seguida foram realizados experimentos de caracterização das porções da sedimentação e da flotação a partir da análise de composição química, mineralógica e granulométrica. Foram, enfim, produzidas 78 amostras com uma mistura de argila, coletada na olaria Cerâmica Baixio Ltda, em São João do Oriente/MG, e resíduo nas proporções 10, 20, 30, 50 e 75 (% p/p), conformadas em molde de 60x20 mm e expostas ao processo de sinterização à temperatura de 950 °C. Para avaliar a eficácia do uso dos resíduos, os corpos de prova foram expostos a ensaios de retração linear, perda ao fogo, coloração na carta de Munsell, absorção de água, porosidade e massa específica aparente, resistência à flexão e microscopia eletrônica de varredura. Os resultados apontaram que o coprocessamento dos resíduos de mineração de ferro pode ser considerado viável no aspecto de melhoria tanto das propriedades tecnológicas quanto na diminuição do volume explorado de jazidas de solo e de barragens de rejeito; trazendo, por conseguinte, ganhos econômicos e ambientais. A utilização dos processos de separação se apresentou como uma inovação no coprocessamento do tipo de rejeito utilizado, de maneira a agrupar melhor minerais com características semelhantes. O teor máximo de resíduo indicado foi de 30% para qualquer uma das porções utilizadas, mesmo para as amostras que apresentaram diminuição acentuada da absorção de água, percebendo-se que a partir dessa concentração as peças se tornam muito frágeis, principalmente pelo alto teor de quartzo e baixo teor de argilominerais no rejeito.Item Geoquímica ambiental no estudo da qualidade da água na Bacia Ribeirão do Chiqueiro em Gouveia - MG(UFVJM, 2019) Freitas, Allison Augusto Gonçalves de; Matosinhos, Cristiano Christofaro; Baggio Filho, Hernando; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Franco, Débora Vilela; Pedreira, Marcelo Mattos; Baggio Filho, Hernando; Matosinhos, Cristiano ChistofaroO Ribeirão do Chiqueiro fornece água para o abastecimento dos municípios de Gouveia e Datas e pequenas comunidades ao seu entorno, recebendo grande parte da carga poluidora gerada por esses municípios, comprometendo seus usos pelas populações locais. Este estudo teve como objetivo realizar uma avaliação geoquímica das águas da bacia do Ribeirão do Chiqueiro, considerando as possíveis influências naturais e antrópicas. Os parâmetros de qualidade da água foram analisados nos períodos seco e úmido do ano de 2018, em 14 trechos da bacia do Ribeirão do Chiqueiro, e comparados aos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05. Foram monitorados 28 parâmetros de qualidade da água: Turbidez, Sólidos Totais Dissolvidos, Condutividade, Oxigênio Dissolvido, Temperatura, pH, Al, Cu, Fe, Nitrito, Nitrato, Sulfato e Detergente Las, bem como os metais pesados Al, Ba, Ca, Cd, Co, Cu, Cr, Fe, Mg, Mn, Ni, Pb, Ti e Zn. Os parâmetros turbidez, cor, temperatura e ferro total apresentaram aumento significativo em direção à foz, enquanto o alumínio apresentou redução significativa ao longo do curso d’água. Cor, alumínio, ferro, zinco e detergente descumpriram os padrões legais de qualidade avaliados em alguns pontos. Foram observadas contaminações em alguns trechos do rio para os metais Al, Fe, Mn e Ti. A maior parte dos parâmetros avaliados nas águas da bacia do Ribeirão Chiqueiro se encontram dentro dos limites de qualidade definidos para rios de classes 1, sendo verificadas contaminações localizadas e intermitentes. A degradação da qualidade da água do ribeirão do Chiqueiro pode ser associada a atividades antrópicas como a remoção da cobertura vegetal nas áreas de preservação permanente, processos erosivos e lançamentos de efluentes domésticos.Item Os plutóns Felício e Mercês: registros da orogênese Riaciana-Orosiriana no bloco Guanhães(UFVJM, 2019) Grochowski, Julia Dias; Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Novo, Tiago Amâncio; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Viana, Rúbia Ribeiro; Tedeschi, Mahyra FerreiraAs rochas graníticas que ocorrem na região norte do bloco Guanhães - um dos blocos do embasamento presentes no Orógeno Araçuaí - foram pioneiramente investigadas no início do século XX, e desde então eram consideradas como parte de um único corpo ígneo, identificado como Batólito Rio Itanguá nos mapas geológicos regionais. No âmbito deste projeto de mestrado, investigações de campo e análises petrográficas e geofísicas subsidiaram a subdivisão dessas rochas em dois diferentes plútons - nomeados como Felício e Mercês - bem como uma revisão de sua área de ocorrência. O Plúton Felício contém granodioritos mesocráticos de granulação fina, com a mineralogia principal composta por biotita, plagioclásio, K-feldspato, epidoto e quartzo, e allanita, apatita, titanita e zircão como minerais acessórios. Essas rochas são metaluminosas, de baixo potássio, magnesianas e cálcicas a calc-alcalinas, para as quais foi obtida uma idade de concórdia U-Pb em zircões de 2151 ± 12 Ma. O Pluton Mercês, por sua vez, contém monzogranitos e sienogranitos de granulação fina a média, leucocráticos e com variedades porfiríticas e equigranulares. Os principais minerais constituintes dos monzogranitos são biotita, muscovita, plagioclásio, K-feldspato e quartzo, e dos sienogranitos são quartzo, K-feldspato, hornblenda e plagioclásio. Essas rochas são ricas em potássio, peraluminosas, ferroanas e alcálicas a álcali-cálcicas, cujos dados apresentaram uma discórdia com interceptos superior de 2014 ± 11 Ma e inferior de 539 ± 13 Ma, interpretados como idade de cristalização e metamorfismo, respectivamente. Apesar de terem assinaturas geoquímicas e geocronológicas distintas, os plútons Felício e Mercês apresentam algumas características comuns, como o enriquecimento em LILE, ETR leves e elementos HFS altamente incompatíveis, além de anomalias negativas de Ti, Ta, Nb, e P, o que pode indicar uma fonte comum para os magmas que deram origem aos dois plútons. As idades de cristalização dos plutons são compatíveis com o evento orogênico Paleoproterozóico que amalgamou o paleocontinente São Francisco-Congo, que apresenta registros dentro do cráton São Francisco e em blocos do embasamento contidos no Orógeno Araçuaí. O Plúton Felício é atribuído ao estágio acrescionário do evento, apresentando possível correlação com o Arco Mantiqueira. Por sua vez, o Plúton Mercês está relacionado ao estágio tardi a pós-colisional da orogenia, contemporâneo ao processo de colapso gravitacional da cadeia de montanhas. Sugere-se que a cunha mantélica metassomatizada por fluidos provenientes da desidratação da litosfera subductada tenha atuado como fonte para ambos os plútons, ao passo que a espessa crosta continental resultante da colisão parece ter atuado como fonte secundária do magma que originou o Plúton Mercês. Pela primeira vez, registros da orogenia Paleoproterozóica são relatados no bloco Guanhães. Essas informações contribuem para o aumento do nosso conhecimento de processos tectônicos que levaram à agregação do bloco continental São Francisco-Congo, uma peça chave no cenário Pré-Cambriano global.Item Caracterização geológica das metabrechas quartzíticas da formação Sopa Brumadinho-MG: um estudo de caso das lavras Brumadinho e Córrego Novo(UFVJM, 2019) Miranda, Renato Ferreira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)A Serra do Espinhaço Meridional (SdEM) está localizada na borda sudeste do cráton do São Francisco e é edificada principalmente por rochas do Supergrupo Espinhaço de idade paleoa meso-proterozoica. A exploração de diamantes na SdEM teve início no século XXVIII, quando foi estabelecido o Distrito Diamantino, tornando-se o maior produtor mundial de diamantes até meados do Século XIX. As discussões acerca da rocha e área fonte dos diamantes da região é motivo de polêmicas desde o século XIX, em torno de duas propostas: (1) a área fonte dos diamantes seriam kimberlitos externos à Bacia Espinhaço, inseridos a oeste do cráton do São Francisco; (2) vulcanismo sinsedimentar no âmbito da Bacia Espinhaço seria responsável pela mineralização dos diamantes da SdEM. As metabrechas quartzíticas da Formação Sopa Brumadinho (FmSB) são um dos litotipos diamantíferos clássicos da SdEM e representam de acordo com a linha de pensamento da origem interna vent breccias resultantes de magmatismo freatomagmático contemporâneo à evolução da bacia Espinhaço. Por outro lado, a proposta de origem externa a bacia considera as metabrechas quartzíticas como de origem sedimentar, resultado de depósitos de fluxos gravitacionais do tipo debris flows em ambiente continental fluvial, responsável por transportar os diamantes do interior do Cratón do São Francisco até a bacia Espinhaço. O presente trabalho desenvolveu estudos de caracterização genética das metabrechas quartzíticas das lavras Córrego Novo e Brumadinho localizadas na região de Diamantina – MG, os trabalhos envolveram mapeamento geológico detalhado e estudos geoquímicos integrados à análise de imagens geofísicas (aeromagnetometria) da CODEMIG. Os resultados obtidos a partir do mapeamento geológico demonstram que as metabrechas quartzíticas são estruturalmente controladas por falhas/fraturas e ocorrem associadas aos filitos hematíticos. Os estudos petrográficos identificaram feições típicas de ação de fluídos pressurizados na formação das brechas, como a presença de clastos intensamente fraturados e preenchidos pela matriz da rocha, feições de recristalização e corrosão. Os estudos geoquímicos evidenciaram uma matriz enriquecida em elementos incompatíveis tais como o bário e o potássio, além de um padrão de ETR muito enriquecido em elementos terras raras leves, similar ao padrão observados por diferentes autores nos filitos hematíticos e em lamproítos e kimberlitos. As características identificadas nas metabrechas quartzíticas corroboram com a hipótese de que essas rochas teriam sido geradas a partir de erupções freáticas ocasionadas pela descompressão de magmas em um ambiente sedimentar rico em água. Palavras chave: Metabrechas quartzíticas. Serra do Espinhaço. Diamante.ABSTRACT The Southern Serra do Espinhaço (SdEM) is located on the southeastern edge of the São Francisco Craton and extends from the Quadrilátero Ferrífero to the north for approximately 300 km, composed mainly of rocks of the Paleo-meso-proterozoic Espinhaço Supergroup (Almeida Abreu & Renger 2002). Diamond mining in SdEM dates back to the early 18th century, when the Diamantino District was established, becoming the world's largest diamond producer until the mid-19th century. Discussions about the rock and source areas of the Diamonds of SdEM have been the subject of controversy since the 19th century, around two proposals: (1) kimberlites from source area outside the Espinhaço Basin, inserted to the west in the São Francisco craton; (2) Contemporary volcanism sedimentation within the Espinhaço Basin would be responsible for the mineralization of SdEM diamonds. The quartzites breccias of FmSB are classic diamond lithotypes of SdEM and represent according to the autocton proposal vent breccias resulting from contemporary freatomagmatic magmatism to the evolution of the Espinhaço basin (Almeida Abreu,1996). However, the aloctone proposal considers quartzites breccia as sedimentar origin, resulting from depositis debris-flow in a fluvial continental deposits (Chaves,1997, Uhlein, 1991), that would transport the Diamonds of São Francisco Craton to the Espinhaço Basin. The presente dissertation carried a geological characterization study of the quartzites breccia of the Córrego Novo mining, obtained from the detailed geological mapping and geochistry studies integrated to the CODEMIG geophysical image analysis. The results obtained from the geological mapping show that the occurrence of the quartzites breccia are in the upper of the FmSB, and they are structurally controlled by fractures/faults where quartzites breccia occur associated with intrusions of hematitic phylites. The petrographic studies have identified characteristic features of magmatic breccias caused descompression volatile gases, as intense fracturing and filing of the clasts by the rock matrix, as welll recrystalization, corrosion and intense alteration of the primary mineralogy of quartzites breccias. Geochemical studies show tha quartzites breccia have a matrix enriched with incompatible elements such barium and potassium, and are very enriched of LREE and similar to the signature of hematitic phylites and other Diamond mineralized rochs such as lamproites and kimberlites. Thus, the geological characterization of the quartzites breccia mines indicated that rocks are generated from freatomagmatic eruptions caused by decompression of volatile gas magmas in water-rich sedimentary deposits.Item A proveniência dos sedimentos de rochas glaciogênicas da Glaciação Macaúbas, Serra do Espinhaço Meridional(UFVJM, 2019) Faria, Ícaro Corrêa Gondim; Almeida Abreu, Pedro Angelo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Almeida Abreu, Pedro Angelo; Fraga, Lúcio Mauro Soares; Senna, Juliano Alves deO presente trabalho trata do estudo de proveniência sedimentar de rochas glaciogênicas do Grupo Macaúbas, oriundas de evento glacial homônimo. Tal evento glacial surge como um tema de grande discussão no campo das geociências, sendo sua idade e seu contexto de ocorrência e dispersão objetos de estudo ainda não completamente estabelecidos. As rochas glaciogênicas do Grupo Macaúbas estão no contexto da Serra do Espinhaço Meridional e da Serra do Cabral, essas compostas por sequências de rochas paleo- e mesoproterozoicas sobre um embasamento cristalino arqueano, caracterizando as rochas do Supergrupo Espinhaço. As rochas do Grupo Macaúbas assentam-se e formam uma configuração de franjas no entorno dessas duas estruturas supracitadas, apresentando contatos com discordância angular e erosiva com as mesmas, assim como com o Grupo Bambuí sobrejacente. Para embasar o entendimento da proveniência desse material sedimentar e condições de sua formação e transporte foram elucidadas questões acerca do clima pré-Cambriano e durante a deposição do Supergrupo Espinhaço, assim como a relevância e aplicabilidade dos estudos de proveniência sedimentar em rochas glaciogênicas. Estudos de petrografia microscópica, minerais pesados, análises geoquímicas, caracterização e contabilização de clastos das rochas glaciogênicas foram utilizados neste trabalho. As conclusões deste artigo trouxeram elucidações acerca do evento glacial formador das rochas glaciogênicas do Grupo Macaúbas, a dispersão dos glaciares, o contexto da Serra do Espinhaço Meridional no momento desses eventos e questões sobre as relações estratigráficas das rochas da região.Item Evolução estratigráfica e quimoestratigráfica (C, O, Sr) da borda sul do aulacógeno de Pirapora (Cráton do São Francisco), a partir de dados de subsuperfície(UFVJM, 2019) Matos, Lara Carneiro; Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Reis, Humberto Luiz Siqueira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Santos, Gustavo Macedo de Paula; Battilani, Gislaine AmorésAulacógenos são riftes abortados comumente preservados em domínios cratônicos, que podem ser sucessivamente reativados ao longo do tempo, registrando assim, evidencias sedimentares, climáticas e tectônicas a respeito da evolução de seu continente hospedeiro. No Cráton do São Francisco – umas das peças chave da geologia precambriana da América do Sul – dois aulacógenos registram sucessivos ciclos da Bacia do São Francisco ocorridos entre o Paleoproterozóico e o Neoproterozóico. Um deles, o aulacógeno de Pirapora, está quase inteiramente coberto por rochas sedimentares neoproterozóicas e mesozóicas, e por isso permanece quase sem estudos. Com base em dados de subsuperfície não publicados, recentemente adquiridos, pela primeira vez descrevemos três sequencias de 1ª ordem, Espinhaço-Superior, Macaúbas e Bambuí, limitadas por discordâncias erosivas, depositadas na margem sul da Bacia do São Francisco. A sequência de 1a ordem basal Espinhaço-Superior registra a reativação Steniana do aulacógeno, e engloba fácies siliciclásticas e carbonáticas arranjadas em tendência progradacional. Um intervalo basal siciliciclástico rico em matéria orgânica foi reconhecido como um forte candidato a rocha fonte no sistema petrolífero precambriano da Bacia do São Francisco, reforçado pela presença de dolomitas em sela/barrocas e betume residual. Pela primeira vez, dois diamictitos sobrepostos foram descritos na mesma seção dentro da Bacia do São Francisco. A Formação Jequitaí, a mais antiga, provavelmente representa um registro da glaciação sturtianacriogeniana, e está correlacionada a sequência de 1ª ordem Macaúbas, enquanto o diamictito mais jovem é atribuído à Formação Carrancas (sequência de 1ª ordem Bambuí). A Formação Jequitaí foi submetida a alteração pós-deposicional pedogênica/freática, anterior a deposição da sequência sobrejacente, indicada por feições petrográficas e valores isotópicos de C e O. A Formação Carrancas, por outro lado, compreende depósitos diamictíticos maciços, cobertos por carbonados de capa da Formação Sete Lagoas, e tem sido considerada um registro da glaciação ediacarana tardia. A sequência de 1ª ordem Bambuí compreende uma plataforma siliciclástica-carbonática, arranjadas em um Trato de Sistema Transgressivo de 2ª ordem, correlata ao Intervalo-Quimioestratigráfico-1 e base do Intervalo-Quimioestratigráfico-2, e uma Trato de Sistema de Mar Alto, que está em acordo com as correlações intrabasinais. Na Formação Sete Lagoas, os estromatólitos associados a valores negativos de δ13C, descritos após o diamictito, podem ser o registro precoce da atividade biológica na bacia. Dois intervalos aragoníticos registram diferentes processos de supersaturação na água do mar, e ambos produzem maiores relações Sr/Ca em relação a seções adjacentes, as quais apresentam as maiores razões Mg/Ca. Processos diagenéticos precoces poderiam estar condicionados pelos parâmetros ambientais predominantes no momento da deposição. Os dados também esclarecem a evolução diagenética do aulacógeno de Pirapora através dos três estágios de reativação, que parecem ter forte influência pelo arcabouço estrutural da bacia. Um estágio hidrotermal tardio, relacionado ao fraturamento tectônico ocorrido durante o seu último ciclo de reativação, causou remobilização da matéria orgânica e percolação de fluido enriquecido em Fe, indicando o potencial de tal unidade para os sistemas petrolíferos e metalogenéticos da Bacia do São Francisco.Item Paleoinundações do rio Peruaçu-MG e sua relação com eventos climáticos de escala global durante o Holoceno médio(UFVJM, 2020) Santos, Matheus Simões; Baggio Filho, Hernando; Stríkis, Nicolás Misailidis; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Baggio Filho, Hernando; Matosinhos, Cristiano Christófaro; Neves, Soraya de CarvalhoDepósitos fluviais formados em fases pretéritas de agradação sedimentar são frequentes junto a lateral dos condutos de cavernas. Esses depósitos constituem importantes marcadores paleoclimáticos e paleoambientais da variação climática e do regime fluvial do Vale do Peruaçu localizado no norte do Estado de Minas Gerais, onde se encontra o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Sedimentos provenientes de Terraço Fluvial depositado na Lapa do Janelão preservam registros de grande parte da história agradacional no cânion do rio Peruaçu durante os períodos de precipitação extrema na região. Desde modo, em resposta a recarga pluvial surgem se as paleoinundações. As paleoinundações são importantes para se ter a dimensão desses eventos intensos de precipitação e a sua alteração na paisagem. Nesse contexto, buscou se explorar a relação entre a história agradacional da Lapa do Janelão e os depósitos vegetais da Lapa Brejal e Arco do André ao longo do rio Peruaçu de forma integrada com os dados paleoclimáticos produzidos localmente a fim de estabelecer possíveis relações climáticas entre as paleoinundações com eventos climáticos de escala global. Estes registros associados aos lenhos fósseis depositados nas cavernas ao longo do rio Peruaçu contribuem de forma positiva para compreender a hidrodinâmica do rio durante esses eventos de precipitação. A partir dos resultados obtidos das idades dos níveis de areia (entre 3.7 e 5.5 mil anos AP) analisados através da Luminescência Opticamente Estimulada – LOE, relacionados com analises granulométricas e a descrição estratigráfica do terraço fluvial, integrado com as idades dos troncos fosseis com idades entre 3.16 e 4.2 mil anos AP) através das analises de 14C, copilados com os registros isotópicos de espeleotema da região, inferiu-se que, a partir dos resultados encontrados é possível conectar diretamente as paleoinundações com os eventos climáticos globais Bond 2 (~ 2.6 – 3.4 mil anos AP), Bond 3 (~3.8 – 4.6 mil anos AP) e Bond 4 (~5.2 – 5.9 mil anos AP) ocorridos durante o Holoceno Médio. Contudo, a intensidade desses eventos climáticos na região, está integrada a eventos extremos de precipitação ligados a atividades convectivas da Zona de Convergência Intertropical, uma vez que, o esfriamento do Atlântico Norte proporciona deslocamento para sul da Zona de Convergência Intertropical afetando o regime pluviométrico no Norte de Minas Gerais.Item Integração de mapeamento geológico e análise geofísica na Serra do Espinhaço Meridional(UFVJM, 2020) Féres, William Medina Leite; Almeida Abreu, Pedro Ângelo; Poletti, Wilbor; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Almeida Abreu, Pedro Ângelo; Barbosa, Maria Sílvia Carvalho; Knauer, Luiz GuilhermeA Serra do Espinhaço Meridional (SdEM), na região de Diamantina-MG, compõe uma faixa montanhosa de 300 km de extensão norte-sul. A área de estudo, localizada na transição entre a borda noroeste dessa faixa e a borda sudeste do Cráton São Francisco, contempla metassedimentos paleo-mesoproterozoicos do Supergrupo Espinhaço, rochas glaciogênicas do Grupo Macaúbas, metassedimentos neoproterozoicos do Grupo Bambuí e rochas metabásicas tonianas da Suíte Pedro Lessa. Visando uma pesquisa integrada que forneça novos olhares a respeito da estruturação crustal e evolução tectônica da SdEM, são apresentados resultados de trabalho de campo detalhado, processamento de dados gamaespectrométricos e aquisição de dados gravimétricos terrestres. O mapeamento geológico é resultado de novos dados, incorporados aos mapas disponíveis na literatura. Os dados gamaespectrométricos são oriundos de recentes levantamentos aéreos realizados pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais. Mapas de cada radioelemento (K, Th e U) e imagem ternária RGB foram gerados e confrontados com o resultado do mapeamento geológico. Os dados gravimétricos foram adquiridos por meio de um gravímetro diferencial e compreendem 652 estações distribuídas nas regiões norte e nordeste da SdEM e domínios adjacentes, incluindo a Serra do Cabral. O arranjo estratigráfico e estrutural da área de pesquisa é controlado por uma sucessão de anticlinais e sinclinais abertas, de eixo norte-sul e culminações braquianticlinais e braquisinclinais. Os domínios gamaespectrométricos definidos ajustam-se bem às litologias e ao arcabouço estrutural das unidades estratigráficas. Anomalias Bouguer residuais, obtidas e interpoladas em mapas de superfície, demonstram uma amplitude de 27 mGal, variando de -12 a 15 mGal, concordando aproximadamente com os segmentos tectônicos regionais. É esboçada uma compartimentação gravimétrica definida por uma anomalia negativa central (CNA), cercada por anomalias positivas. A CNA concorda com o eixo principal da SdEM, definindo a cobertura metassedimentar residual da bacia Espinhaço. Seu centro, posicionado sob o Anticlinal do Lamarão, abriga o núcleo da bacia precursora do Grupo Conselheiro Mata. Além de instigar para novas questões, os dados geofísicos apresentados neste trabalho reforçam a geologia de superfície e fornecem ferramentas auxiliares na caracterização da estruturação crustal e evolução geológica das unidades pré-cambrianas.Item Geologia, química mineral e possíveis implicações genéticas do depósito diamantífero de Romaria (MG)(UFVJM, 2020) Vieira, Ana Carolina Batista; Almeida Abreu, Pedro Ângelo; Battilani, Gislaine Amorés; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Almeida Abreu, Pedro Ângelo; Viana, Rúbia Ribeiro; Gervasoni, FernandaA mina de diamante da Água Suja é a mais antiga do Triângulo Mineiro, sendo explorada desde 1888 em depósitos aluvionares. A presença de grandes diamantes nas drenagens da região motivou os primeiros trabalhos de prospecção de fontes primárias do diamante na região, como em Coromandel, Carmo do Paranaíba, e Abaeté. Embora os estudos na região venham de longa data, nota-se uma carência de informações sobre a fonte primária do diamante de Romaria, principalmente devido ao intenso intemperismo e ausência de rochas frescas próximas ao depósito diamantífero. O objetivo deste trabalho consiste na caracterização geológica do depósito diamantífero de Romaria com base na química mineral de minerais satélites do diamante e levantamentos de campo que buscam caracterizar os ambientes sedimentares e associações faciológicas dos níveis diamantíferos. As rochas kimberlíticas e lamproíticas na área pertencem a Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP) e são correlacionadas ao soerguimento do Arco do Alto Paranaíba, com magmatismo atribuído à interação das plumas mantélicas Tristão da Cunha e Trindade durante a abertura do Atlântico Sul, com magmas de afinidade alcalina. Grãos de granada, ilmenita e turmalina foram separados da brecha diamantífera de Romaria denomidada “Tauá” e foram analisados em microssonda eletrônica. As composições de granada são compatíveis com os tipos G10, G9 e G5. Os grãos de ilmenita apresentam alto teor de Mg e Mn, ao passo que os grãos de turmalina são do tipo dravita, rara associação com diamante em rochas de afinidade lamproítica. A sucessão vulcanoclástica da Mina da Água Suja tem sido correlacionada à Formação Marília ou à Formação Uberaba, com ambiente climático das bacias deposicionais reportado como árido a semi-árido, enquanto as rochas de Romaria indicam ambiente climático úmido devido à presença de clastos de caulim e a intercalação de pelitos e níveis conglomeráticos. A escassez de rocha fresca nas proximidades do depósito diamantífero de Romaria dificulta a interpretação e caracterização faciologica, habitualmente usada para rochas kimberlíticas e lamproíticas. As diferenças nas colunas litoestratigráficas e, possivelmente, na idade de deposição e características climáticas dos respectivos meios sedimentares, inviabiliza correlação entre a sucessão de Romaria com as Formações Marília e Uberaba. A assembleia mineralógica descrita permite associar o depósito a uma possível fonte lamproítica.Item Análise dos metais pesados nos sedimentos de fundo do Alto Jequitinhonha em áreas afetadas pela atividade de extração mineral, Diamantina – MG(UFVJM, 2020) Souza, Bruno Teles de; Baggio Filho, Hernando; Leal, José Maria; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Baggio Filho, Hernando; Matosinhos, Cristiano Christófaro; Neves, Soraya de CarvalhoA busca de ouro no leito do rio Jequitinhonha foi o principal motivo por atrair os primeiros bandeirantes a explorar e desbravar suas águas. Esta longa jornada iniciada em sua foz, trouxe resultados próximo a sua nascente no distrito de Serro Frio, local atualmente conhecido como Diamantina, no estado de Minas Gerais. Alguns anos após a sua colonização foram também descobertos os diamantes, e esta região ficou marcada pela presença da atividade mineral até os dias atuais. A atividade garimpeira é uma das responsáveis na mudança da paisagem da região, assim como a alteração na química dos sedimentos. Devido a estas caracteristicas o presente estudo busca encontrar contaminações por metais pesados em sedimentos. Para este trabalho foram levantados os contextos históricos e fisiográficos; Análise da geomorfologia fluvial onde se definiu o perfil do segmento fluvial, padrões de drenagem e fator de assimetria da bacia; Interpretação de imagens de satélite ao longo do tempo, apresentando a evolução da expansão da lavra em um período de 40 anos com imagens landsat 7 e 8; Análises fisico-químicas dos sedimentos caracterizando a granulometria, cor e a química presente na fração silto-argilosa dos sedimentos pelo método de ICP-OES. As análises das 39 amostras coletadas durante as duas estações do ano foram comparadas ao CONAMA 454/2012, índice de geo-acumulação e fator do enriquecimento percentual. Os resultados indicaram que os sedimentos com granulometria predominante areia fina a média e cor predominante 2.5Y. Quando comparados as normas do CONAMA 454 de 2012 apresentaram alterações no Pb, Zn e Cr, sendo que apenas o Pb ultrapassou o nível 2. Os elementos químicos com valores de índice de geo-acumulação superior a 3, classificados a partir de moderado a altamente poluído, para o período seco foram o Ti, Cu e Co, e para o período úmido foram o Cr, Zn, Ti, Mn e Co. O Fator de enriquecimento percentual indicou que os maiores aumentos das concentrações dos elementos químicos analisados foram o Pb, Ba, Mn e Ca. Através dos resultados encontrados, foi possível concluir que a contaminação está relacionada ao processo e uso de equipamentos na atividade de extração mineral.Item Petrogênese e significado tectônico das rochas metaígneas da sequência metavulcanossedimentar Riacho dos Machados, Bloco Porteirinha, Orógeno Araçuaí(UFVJM, 2020) Leal, Victor Luiz Silva; Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Barbuena, Danilo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Oliveira, Elson Paiva de; Tedeschi, Mahyra FerreiraBasaltos constituem o principal produto do vulcanismo na superfície terrestre, estando presente em uma grande variedade de ambientes geotectônicos. Compreender as particularidades deste magmatismo é essencial para a identificação e investigação da tectônica paleoambiental. O paleocontinente São Francisco-Congo é composto por núcleos arqueanos que foram amalgamados durante o paleoproterozoico, dando origem a arcos magmáticos siderianos-orosirianos. Registros dessas rochas estão preservados nos crátons São Francisco e Congo e nos embasamentos de seus orógenos neoproterozoicos marginais. No Bloco Porteirinha, um dos domínios arqueanos que compõem o embasamento do Orógeno Araçuaí, encontra-se a Sequência Metavulcanossedimentar Riacho dos Machados (SMRM). A porção metassedimentar dessa sequência é representada por xistos metapelíticos intercalados com formações ferríferas bandadas, metacherts e rochas cálcio-silicáticas. Xistos quartzo-feldspáticos são interpretados por alguns autores como sendo de protólito vulcânico ácido a intermediário. Associações de rochas metamáficas e metaultramáficas ocorrem nas unidades basais da sequência. As rochas metamáficas são constituídas principalmente por corpos anfibolíticos estirados segundo à foliação principal. Horneblenditos ocorrem como bandas centimétricas a métricas nos anfibolitos, enquanto epidoto-clorita-albita-actinolita xistos estão localizadas na porção oeste da sequência. As rochas metaultramáficas ocorre como lentes xistificadas contendo serpentina, clorita, tremolita e talco em proporções variadas. Análises de química mineral em microssonda eletrônica, apontam composição variando de Mg-horneblenda a Mg-tschemarquita para os anfibólios das rochas máficas, enquanto que a composição dos plagioclásios predominantemente varia entra albita e andesina. Nas rochas metaultramáficas todos os anfibólios foram classificados como tremolita e as os cristais de clorita como clinocloro. A partir das análises geoquímicas de rocha total, as rochas metamáficas foram agrupadas em duas categorias. As do Tipo I são basaltos toleíticos, apresentam afinidade T-MORB com padrão horizontal nos REE e enriquecimento de La, Rb e Cs. As rochas do Tipo II são classificas como basaltos toleíticos a cálcio-alcalinos, apresentam assinaturas de arco com enriquecimento nos LILE e LREE, e anomalias negativas de Nb, Ta, Zr, Ti e P. As rochas metaultramáficas foram classificadas como metakomatiitos, apresentando enriquecimento nos LREE e padrão em ‘zigzag’ nos diagramas spider multielementares. Análises geocronológicas UPb (LA-SF-ICP-MS) em zircão , conduzidas no horneblendito RM002B, apontam uma idade de cristalização concordante em 2.071 ± 10 Ma, e zircões herdados com uma idade discordante com intercepto superior em 2922 ± 22 Ma e intercepto inferior em 473 ± 48 Ma. A localização da SMRM e a idade de cristalização obtida, sugerem que essas rochas estão associadas ao contexto evolutivo da Arco Magmático do Oeste da Bahia (AMOB), que teria sido edificado entre o sideriano e o orosiriano. A composição híbrida das rochas metamáficas, com assinaturas de MORB e de arco, apontam para um magmatismo de bacia back-arc. Essa hipótese implica que em 2.07 Ga o AMOB estava sob um regime acrescionário. Além disso, a presença de zircões herdados indica que essa bacia de back-arc desenvolveu-se em substrato continental. Dois eventos tectônicos termais afetaram essas rochas. O evento riaciano-orisiriano metamorfizou a sequência em fácies epidoto-anfibolito, e provavelmente foi o responsável pela percolação dos fluidos auríferos da Mineração Riacho dos Machados. Já durante o Ciclo Brasialiano, de idade neoproterozoica, essas rochas foram retrabalhadas e localmente retrometamorfisadas em fácies xisto verde.Item Análise geoquímica ambiental multielementar na caracterização da qualidade da água superficial do lago da barragem de Três Marias-MG: contribuições naturais e antropogênicas para as concentrações e distribuições dos parâmetros de qualidade de água(UFVJM, 2020) Bento, Ciro Couto; Baggio Filho, Hernando; Horn, Adolf Heinrich; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Baggio Filho, Hernando; Marques, Eduardo Duarte; Matosinhos, Cristiano ChristofaroO Rio São Francisco é reconhecido nacionalmente como importante reserva de recurso hídrico. Sua água é utilizada tanto para relevantes atividades econômicas quanto para o uso pessoal dos habitantes que o margeiam. Nesse cenário, localiza-se a represa da hidrelétrica de Três Marias da CEMIG, a qual contribui para a região como importante impulsionador socioeconômico. O trabalho objetiva avaliar e caracterizar as águas superficiais do segmento fluvial represado pela hidrelétrica acerca das condições de qualidade quanto aos aspectos físico-químicos e obter uma análise geoquímica sobre o comportamento de componentes químicos indagando prováveis fontes de contaminantes. A amostragem foi realizada em 58 locais distribuídos ao longo do lago represado, e ocorreu no período seco do ano de 2018 e no úmido de 2019. Os parâmetros físico-químicos não conservativos foram determinados in situ. Consistem em: temperatura, potencial hidrogeniônico, turbidez, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, total de sólidos dissolvidos, potencial óxido-redução e cor. Em laboratório, foram analisadas as concentrações totais dos seguintes compostos químicos: alumínio, boro, ferro, zinco, manganês, amônia, nitrito, nitrato, sulfato e tensioativos. Foram analisados, ademais, com ICP-OES as concentrações dissolvidas dos seguintes metais: magnésio, alumínio, cálcio, cromo, ferro, cobalto, cobre, cádmio, titânio, manganês, níquel, zinco, bário, chumbo. Os resultados obtidos foram submetidos a tratamentos estatísticos, incluindo: análise de outliers, teste de correlação, análise fatorial, análise de componentes principais e análise de sazonalidade. As análises estatísticas agruparam três comportamentos geoquímicos para os componentes estudados na água, os quais foram apresentados em mapas multielementares. A análise de sazonalidade mostra que, via de regra, o período chuvoso tem forte influência na redução dos parâmetros analisados na represa. Os valores mensurados para os parâmetros de qualidade de água também foram comparados com as diretrizes da Resolução 357/05 do CONAMA. Em geral, os parâmetros estão de acordo com o que preconiza a legislação ambiental vigente. Entretanto, foram encontrados pontos isolados com poluentes de alumínio, zinco, manganês, boro ou tensioativos. As contaminações são, provavelmente, associadas às fontes antropogênicas e podem causar localmente desequilíbrios ecológicos. Os resultados podem contribuir como um panorama geral da represa e indicam localidades e componentes químicos que requerem uma estudo mais detalhado.Item Análise geoquímica ambiental da água superficial do Rio Jequitinhonha - Garimpo Areinha região de Diamantina-MG(UFVJM, 2020) Dias, Welberth Pereira; Baggio Filho, Hernando; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Baggio Filho, Hernando; Reis, Arlete Barbosa dos; Moura, Lúcio do CarmoA área de estudo, o Garimpo Areinha, possui uma extensão de aproximadamente 28 km no segmento fluvial do rio Jequitinhonha, considerando as particularidades naturais e as características antrópicas. A proposta principal deste trabalho é avaliar a situação ambiental da água superficial que drena as áreas urbanizadas e os latifúndios, com forte presença da agropecuária e de inúmeros garimpos que a impactam. Dentre os objetivos estão, analisar parâmetros físico-químicos de qualidade da água, como temperatura, pH, turbidez, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, cor aparente, sólidos totais dissolvidos, parâmetros químicos para os seguintes metais: Al, N3, N3, Zn, Fe e Hg e parâmetros microbilogicos. As leituras dos parâmetros físico-químicos foram feitas através de Sonda Multiparâmetro HANNA do modelo HI 9828, Portable Turbdimeter HANNA HI 98703 e o Fotocolorímetro ALFAKIT NCM/SH 90275020, para as leituras do parâmetros químicos foi usado o método de ICP-OES. Os resultados foram comparados aos indicadores estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/05. As análises realizadas neste trabalho estabeleceram que os valores de Turbidez, se encontram acima do preconizado pelo CONAMA nº 357/05 em 6 dos 19 pontos analisados. A cor da água, por exemplo, cujo valor de referência estabelecido é de até 75 mg Pt/L, em 50% dos pontos, está de acordo com o recomendado, e os valores de pH, encontrados ao longo do perfil longitudinal do rio Jequitinhonha, variaram entre 4.90 e 7,12. A Condutividade elétrica, em apenas um ponto, entrou em divergência com o valor máximo de referência. O Oxigênio Dissolvido analisado apresenta quatro pontos, indicadores superiores ao que se recomenda a legislação, em que o valor apropriado deve ser superior a 4,5 mg/L. A Temperatura, em todos os pontos, foi satisfatória, por estar com valores inferiores a 40°C. Dos valores de Alumínio e Ferro foi possível identificar que todos os pontos deram acima ao que determina a legislação. O Nitrato e Nitrito, em todos os pontos, deram abaixo, porém estes dois elementos requerem atenção, pois, seus valores estão próximos ao limite indicado. Do Zinco identificamos que 90% dos pontos de amostragem deram acima do que determina a legislação. O elemento Mercúrio foi encontrado em 5 pontos dos 19 amostrados. Por conseguinte, os resultados das análises mostraram que, na maioria dos pontos amostrados, os parâmetros analisados estão em desacordo com o que se estabelecem as legislações ambientais vigentes, sendo assim, o garimpo corrobora com a poluição ambiental do Rio Jequitinhonha.Item Distribuição granulométrica, mineralogia e geoquímica dos sedimentos de fundo do Rio Paraúna/MG(UFVJM, 2021) Mendes, Amanda Freitas; Matosinhos, Cristiano Christofaro; Baggio Filho, Hernando; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Matosinhos, Cristiano Christofaro; Horák Terra, Ingrid; Mucida, Danielle PiuzanaO estudo de sedimentos de fundo de rio é um tema de grande interesse na área ambiental. As análises granulométrica, mineralógica e geoquímica funcionam como ferramentas de suporte para avaliação da qualidade de sedimentos. O objetivo deste trabalho é avaliar a distribuição espacial e o comportamento sazonal das características e a influência de fatores naturais e antrópicos na geoquímica dos sedimentos de fundo da bacia hidrográfica do Rio Paraúna. A área de estudo localiza-se no médio-baixo Rio das Velhas, na região Central de Minas Gerais, onde é observado o comprometimento de recursos naturais, como solo, água e vegetação. A distribuição granulométrica indicou um ambiente de deposição fluvial arenoso. A cor dos sedimentos, na estação seca, sofre maior influência do grau de desenvolvimento pedogenético do solo e do grau de retrabalhamento dos sedimentos (proximidade/distância da nascente), enquanto, na estação chuvosa, a cor dos sedimentos apresenta maior influência do tipo de solo. Os sedimentos apresentaram na sua composição quartzo, zircão, microclina, magnetita, hematita, ilmenita, pirofanita, brookita, anatásio e cobre, com variações ao longo do perfil de amostragem. Dentre os elementos encontrados, Si, Al, Fe, K e Ti apresentam as maiores concentrações. Fe e Ca apresentam relação com a classe areia muito grossa, enquanto Al e Rb relacionam-se à classe silte. Os elementos Al, K, Y e Rb estão relacionados a solos e rochas que ocorrem principalmente nas regiões central e foz da bacia do Rio Paraúna e, os elementos Si, Fe, Ti e Ca demonstram relação com solos e rochas no trecho alto da bacia. Apenas os elementos Zr e Mn apresentam diferença significativa (p < 0,05) entre as estações do ano, com maiores concentrações no período chuvoso, indicando a relação com fenômenos intempéricos. As análises indicaram que os sedimentos provêm das unidades geológicas que afloram ao longo do rio e, portanto, possuem assinatura geoquímica natural. Os resultados podem contribuir para a compreensão da atual situação ambiental da bacia hidrográfica, embasando o diagnóstico de suas condições naturais e de impactos de ações antrópicas, auxiliando no monitoramento do meio ambiente.Item Adição do rejeito de minério de ferro da Barragem Candonga na produção de geopolímeros com a utilização de caulim da região de Diamantina/MG(UFVJM, 2021) Souza, Ítalo Paoli de; Reis, Arlete Barbosa dos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Reis, Arlete Barbosa dos; Battilani, Gislaine Amorés; Fontana, Eduardo; Prat, Bernat VinolasNo presente trabalho são apresentados resultados de beneficiamento do rejeito de minério de ferro retido na Barragem Candonga, pós-rompimento da barragem de rejeitos do Fundão, em Mariana-MG. O material foi avaliado com o auxílio de processos de sedimentação e flotação, de forma unitária e sequenciada, para obtenção de amostras com concentrados de sílica e de ferro. Foram adotados métodos da literatura, que utilizam da sedimentação sem reagente em pH neutro, e flotação aniônica direta com utilização de tanino e óleo de buriti saponificado. Os resultados mostraram que a concentração de silicatos foi eficiente no processo em série, onde o lodo da sedimentação seguiu para a flotação, obtendo material não-flotado com 74,7% de sílica. As amostras obtidas foram incrementadas na produção de um geopolímero a base de metacaulim, utilizando o caulim da região de Diamantina-MG como percursor. O mineral branco foi peneirado a seco, e apresentou alta pureza. Após calcinação a 850 ºC por 4 horas de platô, se converteu em metacaulim, fase amorfa do mineral, e mais reativa. O metaculim foi ativado alcalinamente com silicato de sódio alcalino e hidróxido de sódio. Os incrementos de rejeito na pasta geopolimérica mostraram que a presença do óxido de ferro influenciou na resistência a compressão do material. No entanto, apresentaram bons valores de carga máxima suportada, dentro do descrito pela literatura. Além disto, avaliações de absorção de água, massa específica e variação dimensional, resultaram valores que permitem a utilização do material na construção civil.Item Relação entre o índice de vegetação NDVI e a qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Araçuaí – Minas Gerais(UFVJM, 2021) Vieira, Fabianna Resende; Matosinhos, Cristiano Christofaro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Matosinhos, Cristiano Christofaro; Oliveira, Sílvia Maria Alves Corrêa; Andrade, André Medeiros deO monitoramento da qualidade da água é um dos principais instrumentos de gestão de recursos hídricos, possibilitando o acompanhamento do processo de uso dos corpos hídricos, e caracterizando os efeitos das atividades antrópicas sobre a qualidade das águas. Contudo, é um processo complexo e de alto custo, exigindo a aplicação de limitações espaciais e temporais. A associação entre dados de qualidade da água e variáveis mensuráveis por sensoreamento remoto pode contribuir para ampliar a cobertura espacial e temporal do monitoramento da qualidade da água. O presente trabalho avaliou a relação entre o índice de vegetação – NDVI e a qualidade das águas da bacia hidrográfica do rio Araçuaí (JQ2), em Minas Gerais. O rio Araçuaí tem uma extensão aproximada de 250 km, está localizado no Vale do Jequitinhonha, na região nordeste do Estado de Minas Gerais, representando o primeiro grande afluente, da margem direita, do rio Jequitinhonha. O NDVI trimestral, ao longo do período de 1998 a 2018, foi calculado a partir de imagens MODIS (MOD13Q1) considerando a área de influência de cada uma das sete estações de monitoramento, bem como suas áreas incrementais. A avaliação espaço-temporal da Bacia do Rio Araçuaí, apontou que os trechos mais altos do rio apresentam melhor qualidade da água e que E. coli apresentou o maior índice de violação dos padrões ambientais. Os rios Fanado (JE014) e Araçuaí (JE017) apresentaram tendência de aumento para o nitrogênio amoniacal, nitrato, nitrogênio total e SDT, indicando haver uma maior influência da poluição urbana. Os rios Gravatá (JE016) e Setúbal (JE018) apresentaram tendência de redução para o NDVI, indicando avanço das atividades agrícolas nesses rios. O NDVI apresentou sazonalidade significativa, com maiores valores na estação chuvosa, sendo verificada tendências de aumento nas estações JE012 e JE013_comp, relativas aos rios Itamarandiba e Araçuaí, respectivamente. O NDVI apresentou, ainda, relação significativa com os parâmetros Cor, SDT, SST, ST e turbidez. Essa relação foi mais forte quando consideradas as áreas incrementais das estações de monitoramento, indicando que os efeitos podem estar mais relacionados à escala local. Os resultados demonstram que a utilização de ferramentas de sensoriamento remoto podem contribuir para a ampliação espacial e temporal do monitoramento da qualidade da água da bacia do rio Araçuaí, com benefícios diretos para a gestão dos recursos hídricos da bacia.Item Reconstituição paleoambiental por abordagem multi-proxy em um registro de uma vereda do noroeste de Minas Gerais(UFVJM, 2021) Soares, Victor Hugo Alves; Silva, Alexandre Christofaro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Silva, Alexandre Christofaro; Fraga, Lúcio Mauro Soares; Tassinari, DiegoRealizar a reconstituição paleombiental de paisagens é de grande importâncica para a compreensão do passado, do presente e poder projetar cenários futuros. O objetivo desse trabalho foi compreender o processo de formação de uma vereda localizada no Parque Nacional Grande Sertão Veredas, localizado Noroeste de Minas Gerais, fronteira com o Estado da Bahia. Com o uso de marcadores multiproxys pode-se compreender a dinâmica paleoclimática da região. Com uso de datação do Carbono-14, pode-se determinar o inicio da deposição de matéria orgânica do testemunho do solo da vereda, tendo isso iniciado em em 33.347 anos cal AP, o que indica que a deposição de matéria organica para a formação da turfa ocorreu no Pleistoceno tardio. Com a análise multiproxy, estabeleceu-se cinco grandes mudanças ambientais e ecológicas que ocorream no local. A Fase 01, mais antiga, ocorreu num perído de 3.500 anos, encerrando por volta de 27.400 anos cal AP, apresentou sinais de clima seco com um ambiente com forte instabilidade regional, com presença de plantas C3 e C4. A Fase 02 apresentou-se como mais longa entre as fases, iniciando logo após a Fase 01 e ocorrendo num período de 16.300 anos, os dados extraídos dela corroboram com dados relativos ao Último Máximo Glacial, com presença de um clima mais seco que o atual e ao anterior (Fase 01). A Fase 03 tem seu início por volta de 11.182 anos cal AP e duração de 5.000 anos, apresentando sinais de uma reversão climática, com aumento de umidade e com o retorno de plantas C3 para o ambiente. A Fase 04 durou por volta de 4.700 anos, tendo iniciado por volta de 6.043 anos cal AP. Essa fase ficou caracterizada por um clima mais úmido identificado no testemunho, com uma predominância maior de plantas C3. Nessa fase já são encontrados fitólitos de plantas Arecaceae, que podem indicar maior presença de buritis (Mauritia flexuosa). A Fase 05 incia em 1.291 anos cal AP e persiste até o presente, sendo caracterizada por um retorno a um clima mais seco que a fase anterior, redução da abundância de planas C3 e com sinais de maior instabilidade local.Item Influência do uso e ocupação da terra na qualidade da água da bacia hidrográfica do Rio Paraúna - MG(UFVJM, 2021) Pacheco Neto, Wallace Maciel; Matosinhos, Cristiano Christófaro; Baggio Filho, Hernando; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Matosinhos, Cristiano Christófaro; Baggio Filho, Hernando; Catuzzo, Humberto; Barral, Uidemar MoraisA avaliação da relação entre o uso da terra e a qualidade de água pode fornecer informações importantes para o diagnóstico correto da situação ambiental de uma bacia hidrográfica, bem como para o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos nessas áreas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a influência do uso e ocupação da terra na qualidade das águas superficiais do Rio Paraúna. A bacia do rio Paraúna, pertencente à bacia do rio das Velhas, apresenta histórico de degradação pela mineração no passado, com predomínio atual da agropecuária. Foram analisados 28 parâmetros de qualidade de água nos períodos seco e chuvoso entre 2019 e 2020, em 14 estações de coleta na bacia do Rio Paraúna. Os dados de qualidade da água foram avaliados em relação à violação de padrões ambientais da Classe 1 e em relação à variabilidade espacial (testes de correlação de Spearman) e temporal (testes de sazonalidade de Wilcoxon) e análises multivariadas (análises dos componentes principais e agrupamento hieráqurico). A relação dos parâmetros de qualidade da água o percentual de ocupação das principais classes de uso e ocupação da terra foi feita a partir de testes de correlação de Spearman. Os parâmetros cor, turbidez, pH, manganês, zinco e ferro violaram os limites estabelecidos pela legislação. Os parâmetros temperatura, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, manganês e detergente LAS, apresentaram tendência significativa de aumento em direção à foz do rio Paraúna. As análises indicaram que a sazonalidade é o fator mais relevante para explicar a variabilidade dos dados de diversos parâmetros, com maiores teores no período chuvoso. A correlação dos parâmetros com o uso e ocupação da terra indicou que as áreas ocupadas por florestas e afloramentos rochosos contribuem para a melhoria da qualidade das águas, exceto para o oxigênio dissolvido, indicando influência da decomposição do material vegetal na redução desse parâmetro. Áreas de agricultura e pastagem, contribuem para o aumento do teor de grande parte dos parâmetros avaliados. As áreas urbanas, mesmo em pequena proporção na área de estudo, apresentaram correlação direta com aumento de detergente, amônia e, diferente do esperado, apresentaram maiores concentrações de oxigênio dissolvido, indicando que a capacidade de autodepuração dos rios da bacia ainda não foi superada. Os resultados demonstram que o controle de fontes difusas é o fator mais relevante para a manutenção da qualidade da água na bacia. De modo geral, a qualidade das águas na bacia do Rio Paraúna apresenta boa qualidade, mantendo sua condição de contribuir para a melhoria da qualidade das águas do Rio das Velhas.Item Desempenho dos modelos chuva-vazão TopModel e Dynamic TopModel no trecho alto da bacia hidrográfica do Rio Preto / MG(UFVJM, 2021) Pires, Og Jacy Caboaçu; Matosinhos, Cristiano Christófaro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Matosinhos, Cristiano Christófaro; Terra, Fabrício da Silva; Barral, Uidemar MoraisOs modelos hidrológicos de relação chuva-vazão são capazes de simular as vazões de bacias hidrográficas a partir de variáveis de chuva e evapotranspiração. Esses modelos destacam-se por sua facilidade de execução e produção de resultados satisfatórios, podendo incorporar a variabilidade espacial das características hidrológicas. Este estudo objetivou comparar o desempenho dos modelos TopModel (TM) e Dynamic TopModel (DTM) na bacia do rio Preto/MG, considerando a influência da resolução do modelo digital de elevação (MDE). A bacia do rio Preto pertence à bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha e está localizada no estado de Minas Gerais, apresentando cerca de 95,20% da sua área em unidade de conservação de proteção integral (Parque Estadual do Rio Preto). A calibração dos modelos foi realizada a partir de dados diários de chuva e evapotranspiração potencial de outubro do ano de 2000 a dezembro de 2009. Para a validação, foi considerado o intervalo entre dezembro de 2009 e outubro de 2018. Na calibração, considerando o MDE da imagem SRTM (resolução espacial de 30 metros), o modelo TM registrou coeficiente de eficiência de Nash-Sutcliffe (NSE) de 0,52 e R2 de 0,53, enquanto DTM apresentou NSE de 0,08 e R2 igual a 0,15. Os erros médios quadrático (RMSE) e absoluto (MAE) foram de, respectivamente, 3,56 e 1,34 mm para o TM e de 4,90 e 2,64 mm para o DTM. Na validação, TM apresentou NSE de 0,45 e R² de 0,46, enquanto DTM apresentou NSE de 0,13 e R2 de 0,18. Os erros médios quadrático (RMSE) e absoluto (MAE) foram de, respectivamente, 3,82 e 1,35 mm para o TM e de 4,83 e 2,00 mm para o DTM. A utilização da imagem ALOS-PALSAR (12,50 metros) indicou resultados ambíguos, com piora discreta de desempenho para TM e melhora representativa para DTM. A caracterização do relevo influenciou no resultado, com resoluções mais detalhadas, ocasionando em maiores efeitos relacionados ao DTM. De forma geral, a simplicidade adotada pelo modelo TM apresentou melhor desempenho, contudo com resultados abaixo do aceitável para a caracterização da relação chuva-vazão no alto da bacia do rio Preto. Neste contexto, sugere-se a utilização de modelos menos complexos como o TM para simular chuvas de longo prazo na região de estudo.Item Relação entre a temperatura de superfície e índices de vegetação na bacia do Alto Jequitinhonha(UFVJM, 2021) Silva, Renato Ferreira da; Andrade, André Medeiros de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Andrade, André Medeiros de; Santiago, Wesley Esdras; Matosinhos, Cristiano ChristofaroOs estudos ambientais voltados para análise da vegetação através de índices espectrais têm se tornado essenciais para a caracterização e obtenção de dados que possam subsidiar ações voltadas ao planejamento ambiental das áreas analisadas. Com o advento das geotecnologias através de técnicas de sensoriamento remoto torna-se possível realizar uma análise histórica-espacial de médio a longo prazo além de possibilitar o monitoramento contínuo acerca das características ambientais de uma determinada área. O objetivo desse trabalho é analisar a relação entre a temperatura de superfície (LST) e índices espectrais de vegetação (IV) na bacia hidrográfica do Alto Rio Jequitinhonha (JQ1). O LST e os índices de vegetação NDVI, EVI, SAVI, referente aos anos de 2000, 2006, 2012 e 2018 das principais classes vegetacionais da bacia foram gerados a partir de imagens do sensor MODIS do satélite Terra MOD11A2 e MOD13A2. A autocorrelação espacial dos dados foi realizada pelo uso do índice local de Moran (LISA) que identificou os agrupamentos de correlação espacial entre a LST e os IV.A partir das análises a área de estudo foi segmentada em áreas com correlação positiva, que denotam áreas com relação direta entre LST e IV, e com correlação negativa, em que há relação inversa entre LST e IVs. A bacia JQ1 apresentou aumento nos valores das medianas do NDVI quando comparados os anos de 2000 e 2018, com valores de 0,57 e 0,63 respectivamente. As classes que apresentaram os maiores índices foram a floresta plantada e a formação florestal natural, demarcando assim as áreas com maior vigor vegetativo. A pastagem e a formação savânica demarcaram principalmente a região oeste da bacia JQ1 caracterizada por vegetação de porte intermediário e a região sul apresentou os menores índices de vegetação principalmente por ser macarda por afloramento rochoso e formação campestre. Pode-se concluir a importância do uso de imagens de satélites para avaliação temporal de parâmetros biofísicos para bacias hidrográficas para grandes áreas geográficas. Os resultados indicam a necessidade da utilização de, dados com maior resolução espacial, a fim de se obter valores com maior acurácia para as classes vegetacionais.