Geologia, química mineral e possíveis implicações genéticas do depósito diamantífero de Romaria (MG)
Date
2020
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
A mina de diamante da Água Suja é a mais antiga do Triângulo Mineiro, sendo explorada desde
1888 em depósitos aluvionares. A presença de grandes diamantes nas drenagens da região
motivou os primeiros trabalhos de prospecção de fontes primárias do diamante na região, como
em Coromandel, Carmo do Paranaíba, e Abaeté. Embora os estudos na região venham de longa
data, nota-se uma carência de informações sobre a fonte primária do diamante de Romaria,
principalmente devido ao intenso intemperismo e ausência de rochas frescas próximas ao
depósito diamantífero. O objetivo deste trabalho consiste na caracterização geológica do
depósito diamantífero de Romaria com base na química mineral de minerais satélites do
diamante e levantamentos de campo que buscam caracterizar os ambientes sedimentares e
associações faciológicas dos níveis diamantíferos. As rochas kimberlíticas e lamproíticas na
área pertencem a Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP) e são correlacionadas ao
soerguimento do Arco do Alto Paranaíba, com magmatismo atribuído à interação das plumas
mantélicas Tristão da Cunha e Trindade durante a abertura do Atlântico Sul, com magmas de
afinidade alcalina. Grãos de granada, ilmenita e turmalina foram separados da brecha
diamantífera de Romaria denomidada “Tauá” e foram analisados em microssonda eletrônica.
As composições de granada são compatíveis com os tipos G10, G9 e G5. Os grãos de ilmenita
apresentam alto teor de Mg e Mn, ao passo que os grãos de turmalina são do tipo dravita, rara
associação com diamante em rochas de afinidade lamproítica. A sucessão vulcanoclástica da
Mina da Água Suja tem sido correlacionada à Formação Marília ou à Formação Uberaba, com
ambiente climático das bacias deposicionais reportado como árido a semi-árido, enquanto as
rochas de Romaria indicam ambiente climático úmido devido à presença de clastos de caulim
e a intercalação de pelitos e níveis conglomeráticos. A escassez de rocha fresca nas
proximidades do depósito diamantífero de Romaria dificulta a interpretação e caracterização
faciologica, habitualmente usada para rochas kimberlíticas e lamproíticas. As diferenças nas
colunas litoestratigráficas e, possivelmente, na idade de deposição e características climáticas
dos respectivos meios sedimentares, inviabiliza correlação entre a sucessão de Romaria com as
Formações Marília e Uberaba. A assembleia mineralógica descrita permite associar o depósito
a uma possível fonte lamproítica.
Description
Textos da obra em outro idioma: (Inglês) p. 39-52, p. 85-100.
Keywords
Citation
VIEIRA, Ana Carolina Batista. Geologia, química mineral e possíveis implicações genéticas do depósito diamantífero de Romaria (MG). 2020. 100 p. Dissertação (Mestrado em Geologia) – Programa de Pós-graduação em Geologia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.