PPGGEO - Mestrado em Geologia (Dissertações)
Permanent URI for this collectionhttps://repositorio.ufvjm.edu.br/collections/68d5527d-3db1-4895-bbfd-b5db4cd3f422
Browse
21 results
Search Results
Item O método pseudo-Thellier aplicado à arqueointensidade(UFVJM, 2023) Rocha, Mikaelly Gonçalves; Silva, Wilbor Poletti; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Silva, Wilbor Poletti; Brandt, Daniele; Hartmann, Gelvam AndréA intensidade do campo geomagnético é fundamental para o entendimento da evolução do dinamismo do núcleo externo da Terra, bem como suas implicações que ocorrem na superfície do planeta e nas formas de vida existentes. Apesar de haver diversas fontes de registro milenar da intensidade magnética (e.g. rochas, lavas, cerâmicas), observa-se que os dados disponíveis desse parâmetro para o hemisfério sul ainda são muito limitados. No Brasil, devido sua história, existe uma abundância de materiais cerâmicos provenientes, principalmente, de populações nativas. Esses materiais são uma fonte promissora para obtenção de dados de intensidade e compreensão da evolução do campo nos últimos milênios. Porém a utilização dos métodos atualmente estabelecidos para este tipo de material tende a gerar resultados errôneos, que não passam pelos critérios de seleção vigentes. O principal motivo está relacionado a alterações na mineralogia magnética devido aos ciclos de aquecimento que são realizados ao longo do experimento e, portanto, eles não podem ser publicados. Sob essa luz, abordagens alternativas vêm sendo rotineiramente testadas em busca de sanar esses problemas, como é o caso do método pseudo-Thellier. Entretanto vale ressaltar que o método em questão fornece valores de intensidade relativas, sendo necessário uma calibração dos dados para a conversão em valores absolutos. Neste trabalho, foi realizado uma série de experimentos com o objetivo de testar a aplicabilidade do método pseudo-Thellier na arqueointensidade. Para isso, um conjunto de amostras de dois diferentes polos ceramistas brasileiros (Turmalina, MG, e Cunha, SP) foram detalhadamente estudados em termos de mineralogia magnética e paleointensidade relativa. Parâmetros de magnetismo ambiental também foram explorados para avaliar possíveis correlações. O parâmetro S-ratio foi estabelecido como bom quantificador de coercividade magnética, e foi incorporado nos fatores de seleção de dados (entre 0,92 e 1,00). A influência da anisotropia de remanência também foi avaliada, porém utilizando uma abordagem nova. Os resultados demonstraram a influência dessa feição física, e foi estabelecido que a anisotropia deve ser corrigida e deve estar contida entre 0,75 e 1,25. Ao final, foram calculados e testados os fatores de calibração nas amostras estudadas, e sugerido que o melhor valor a ser utilizado é de 𝑓𝑐 = 2,39 ± 0,64. Por fim, o método pseudo-Thellier calibrado se mostrou uma importante ferramenta para a obtenção da intensidade absoluta e possibilitou o vislumbre de futuras aplicações do método em materiais cerâmicos.Item Sedimentação em cavernas da Serra de São José - Prados (MG)(UFVJM, 2023) Brandão, Liliane de Jesus; Silva, Alexandre Christófaro; Fraga, Lúcio Mauro Soares; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Silva, Alexandre Christófaro; Matosinhos, Cristiano Christofaro; Tassinari, DiegoAs cavernas representam espaços de nível de base local, portanto,são consideradas “armadilhas” naturais de sedimentos e outros materiais externos que normalmente são transportados e depositados em seu interior. Os materiais acumulados no seu interior encontram ambiente relativamente estável por muitos anos, proporcionando condições adequadas para estudos sedimentológicos e paleoambientais. No entanto, a abordagem acerca da estratigrafia de sedimentos presentes em cavernas quartzíticas são escassos e se constituem em ferramenta poderosa para a reconstituição paleoambiental. Este estudo teve como objetivo mapear a Caverna do Galo, situada no reverso do maciço quartzítico Serra São José (MG), no escopo de caracterizar física-, química- e cronologicamente um pacote de sedimentos acumulados no seu interior. No mapeamento da caverna foi dimensionado um pacote de sedimentos com 2,5 m de comprimento x 0,47 m de altura x 0,5 m de espessura, que foi descrito e amostrado in situ, com base nos atributos morfológicos, textura, composição mineralógica e cor de suas camadas. As 17 amostras coletadas foram caracterizadas por meio de análises granulométricas, geoquímicas e do teor de carbono orgânico. Em três amostras selecionadas de acordo com o posicionamento estratigráfico (base, centro e topo) e do seu teor de carbono orgânico foram realizadas datações radiocarbônicas. Os estudos geológicos e espeleológicos, aliados aos resultados analíticos revelam que a Caverna do Galo foi formada por águas meteóricas que permearam sobretudo o falhamento NNW/SSE e pela resposta ao intemperismo diferencial das litologias encaixantes, ou seja, quartzito e filito. O pacote de sedimentos foi acomodado sobre uma superfície convexa (obstáculo ao fluxo natural das águas) da lateral norte da caverna, que preencheu o espaço desde a base até o teto. A estratigrafia e variações granulométricas e químicas dos sedimentos e, conforme os resultados geocronológicos, evidenciam oscilações na intensidade e duração de eventos de precipitação pluviométrica, que podem estar associados a mudanças climáticas holocênicas.Item Avanços no uso do arqueomagnetismo como ferramenta de datação arqueométrica para a América do Sul(UFVJM, 2023) Maximiano, Paulo Felipe; Poletti, Wilbor; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Poletti, Wilbor; Hartmann, Gelvam André; Fagundes, MarceloA datação de materiais arqueológicos é essencial para entender, entre outras coisas, as mudanças comportamentais em diferentes sociedades. Para tanto, diferentes métodos de datação são utilizados em diversos materiais, como a cerâmica. A datação arqueomagnética é um método em desenvolvimento que tem rotineiramente dado resultados positivos. A premissa deste método é comparar o campo geomagnético registrado por materiais capazes de adquirir essa remanência (ou seja, inclinação, declinação e intensidade), com modelos matemáticos que descrevem a evolução do campo magnético da Terra. Diferentes modelos geomagnéticos regionais foram construídos visando a aplicação deste método de datação. Para regiões onde faltam modelos regionais, modelos geomagnéticos globais são usados rotineiramente. No entanto, a escolha acrítica de um modelo geomagnético global para usar o método de datação arqueomagnética pode resultar em valores de idade imprecisos. Além disso, é essencial ter uma compreensão a priori das incertezas intrínsecas dos modelos geomagnéticos, para maximizar a precisão da datação arqueomagnética. Neste contexto, este trabalho avaliou modelos geomagnéticos globais, especificamente na América do Sul e nos últimos 2000 anos, para escolher os mais precisos para esta finalidade. Com base em Casas e Tema (2019), foi realizada uma avaliação minuciosa das incertezas de idade dos modelos. As análises de precisão e exatidão dos parâmetros magnéticos dos modelos selecionados foram integradas nas análises de interseção entre diferentes modelos, para cada parâmetros magnéticos. A partir desse resultado, este estudo propõe uma abordagem multi-modelo geomagnético como a melhor configuração para trabalhos de datação arqueomagnética na América do Sul.Item Os plútons Amaros e Dois Córregos: magmatismo Mesoarqueano e Orosiriano no norte do Bloco Guanhães, Orógeno Araçuaí(UFVJM, 2022) Morais, Geysianne Ferreira de; Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Barbuena, Danilo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Amaral, Matheus Henrique Kuchenbecker do; Bersan, Samuel Moreira; Silva, Marco Antonio Delinardo daRochas graníticas são os litotipos mais comuns que formam as massas continentais da Terra e o estudo da ocorrência, composição e gênese dessas rochas fornece importantes evidências para a compreensão do crescimento da crosta continental e, consequentemente, dos ciclos supercontinentais ao longo da história da Terra. No extremo norte do Bloco Guanhães (BG) foi identificado a ocorrência de rochas graníticas em uma extensa região, até então, mapeada como unidades metassedimentares nos mapas geológicos regionais. O Bloco Guanhães é um dos blocos de embasamento do Paleocontinente São Francisco – Congo, remobilizados no interior do Orógeno Araçuaí. Apesar de preservar elementos da formação dos primeiros supercontinentes do nosso planeta, devido ao escasso acervo de dados geológicos disponíveis, o comportamento do Bloco Guanhães ao longo desses eventos tectônicos ainda é pouco compreendido. Tendo em vista a importância do estudo de rochas graníticas para a compreensão da evolução crustal, este trabalho de mestrado teve como objetivo o mapeamento e investigação a respeito da gênese e significado tectônico das rochas graníticas, recém identificadas, no extremo norte do BG. Para auxiliar nos trabalhos de mapeamento geológico foi feito o processamento e interpretação de dados aerogeofísicos. Esses dados permitiram a delimitação das rochas graníticas já identificadas e a descoberta de mais um plúton granítico, também em regiões mapeadas como unidades metassedimentares. Já para a investigação petrogenética dessas rochas, foram realizadas análises petrográficas, geoquímicas e geocronológicas. A integração dos dados obtidos neste trabalho permitiu a individualização das rochas graníticas da porção norte do BG em três grupos distintos: i) Complexo Guanhães; ii) Plúton Amaros; e iii) Plúton Dois Córregos. As rochas do Complexo Guanhães compreendem muscovita-biotita gnaisses, hornblenda-biotita gnaisses e clinopiroxênio-hornblenda-biotita gnaisses. Essas rochas apresentam características químicas distintas, sendo que os hornblenda-biotita gnaisses se assemelham às rochas da série TTG e os muscovita-biotita gnaisses aos granitoides híbridos do arqueano tardio. O Plúton Amaros, com idade de cristalização em c. 2916 Ma e metamorfismo em c. 531 Ma, definidas através de datação U-Pb em cristais de zircão, é o primeiro registro de magmatismo mesoarqueano delimitado e detalhado no BG. Esse plúton é composto por meta- biotita sienogranitos com muscovita. Essas rochas são cálcio-alcalinas de alto K, magnesianas e peraluminosas, mostram enriquecimento em LREE em relação aos HREE, vales em Eu, enriquecimento em LILEs e vales em Nb, Sr, P e Ti, e foram interpretadas como produto da fusão parcial de uma crosta félsica mais antiga com assinatura TTG. Magmatismo mesoarqueano semelhante foi descrito no Bloco Porteirinha, domínio de embasamento a norte do Bloco Guanhães, e abre questionamentos sobre uma conexão entre os dois blocos. O Plúton Dois Córregos é composto por meta- biotita sienogranitos com hornblenda, com idade de cristalização em c. 2045 Ma, definida através de datação U-Pb em cristais de zircão. Essas rochas são álcali-cálcicas a alcálicas, variam de magnesianas a ferroanas e peraluminosas a metaluminosas. Mostram enriquecimento em LREE em relação aos HREE, vales pouco pronunciados em Eu, enriquecimento em LILE e HFSE e vales em Sr, P e Ti. Através das características químicas e petrográficas o Plúton Dois Córregos foi interpretado como produto da fusão parcial de rochas metassedimentares da base da crosta continental espessada em um ambiente tardi- orogênico. Essa configuração tectônica é corroborada pela idade de cristalização do plúton, condizente com o cenário tectônico regional, e enquadra o Plúton Dois Córregos no Sistema Orogênico Minas-Bahia, através do qual vários blocos arqueanos foram acrescidos diacronicamente resultando na amalgamação do Paleocontinente São Franciso-Congo.Item Estudo multi-proxy de um registro de vereda do Parque Nacional de Brasília (DF) com fins de reconstituição do paleoambiente e paleoclima do Brasil Central(UFVJM, 2022) Viana, Carolina Batista de Oliveira; Horák-Terra, Ingrid; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Horák-Terra, Ingrid; Terra, Fabrício da Silva; Barral, Uidemar MoraisAs veredas são valiosos arquivos das mudanças ambientais e climáticas do passado. Esta dissertação apresenta atributos morfológicos, físicos e químicos, além da composição elementar e isotópica de um testemunho de vereda (286 cm) de idade Pleistocênica (superior a 28.000 anos) do Parque Nacional de Brasília (Distrito Federal, Brasil). A Análise por Componentes Principais foi aplicada aos dados obtidos para identificar os principais fatores e processos que controlam a evolução da vereda e inferir as principais alterações paleoambientais. Três componentes principais foram identificadas, onde CP1 está relacionada ao acúmulo relativo de matéria orgânica versus acúmulo de material mineral local, condição estritamente relacionada à estabilidade da bacia e vegetação associada (plantas C3 e C4); CP2 está relacionada à ação dos processos de decomposição da turfa; e CP3 está relacionada à incorporação de material inorgânico por meio de deposição de poeira de fontes regionais. Foram verificadas cinco fases de alterações paleoambientais: I) anterior a 28.917 anos cal AP; II) 28.917-17.942 anos cal AP; III) 17.942-10.384 anos cal AP; IV) 10.384-2.182 anos cal AP; e V) 2.182 anos cal AP até o presente. O cenário ao redor da vereda transitou de um ambiente com vegetação mais aberta sob condições mais secas (plantas C4) e grande instabilidade local e regional passando a momentos com misturas de plantas de condições secas e úmidas (plantas C3+C4). Depois disso, retorno ao predomínio de plantas C4 com alta expressão do processo de decomposição de turfa e alta entrada de material mineral regional, até momentos com aumento expressivo de plantas C3 com alto acúmulo de matéria orgânica e estabilidade ambiental (local e regional). Os resultados sugerem que esta vereda é um ecossistema complexo que apresenta grande potencial para estudos de reconstituição ambiental e mudanças climáticas e deve, portanto, ser protegido.Item Modelagem prospectiva dos depósitos auríferos do Greenstone Belt Pitangui (MG) integrando dados geológicos, geofísicos e geoquímicos(UFVJM, 2022) Ribeiro, Brener Otávio Luiz; Barbuena, Danilo; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barbuena, Danilo; Melo, Gustavo Henrique Coelho de; Monteiro, Lena Virgínia Soares; Souza Filho, Carlos Roberto deAtualmente, a exploração mineral tem se dedicado fortemente à elaboração de mapas de prospectividade mineral. Estes mapas são uma poderosa ferramenta em estudos regionais para a identificação de regiões com grande potencial exploratório. Pesquisas recentes apontam que a região do Greenstone Belt Pitangui, NW do Quadrilátero Ferrífero (MG), é bastante promissora no âmbito da exploração aurífera. Entretanto, essa região ainda carece de estudos que permitam a compreensão da distribuição destes depósitos e identificação de zonas de alta prospectividade. Sendo assim, o presente projeto de mestrado teve como principal objetivo a modelagem prospectiva do Greenstone Belt Pitangui (GBP) a partir de dados geológicos, geofísicos e geoquímicos. Os resultados apresentados aqui foram divididos em três capítulos. O primeiro deles, intitulado: “Geochemical multifractal modeling of soil and stream sediment data applied to gold prospectivity mapping of the Pitangui Greenstone Belt, northwest of Quadrilátero Ferrífero, Brazil” traz resultados quanto a utilização de dados de geoquímica de solos e de sedimentos de corrente, disponibilizados pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, na criação de mapas de evidência de anomalias geoquímicas associadas à mineralização. O resultado final deste estudo trouxe novas discussões sobre a associação geoquímica da mineralização, composta por Au, As, Bi, Mo e Sb, a dispersão dos elementos farejadores do ouro e a influência da dinâmica superficial nas anomalias mapeadas. O segundo capítulo de resultados é intitulado: “Gold prospective evidential maps based on airborne magnetic and radiometric data of the Pitangui Greenstone Belt, NW of Quadrilatero Ferrífero – MG”. Nesse capítulo foram utilizados dados aéreos de magnetometria e gamaespectrometria fornecidos pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG. Os dados de magnetometria permitiram a caracterização geofísico-estrutural da área de estudo, oferecendo novas informações quanto ao arcabouço de estruturas não mapeadas na superfície que possam ter operado como condutos para as mineralizações auríferas da região. Os dados de gamaespectrometria, por sua vez, foram utilizados no mapeamento de possíveis zonas de alteração hidrotermal através de técnicas que realçam as concentrações de K e U em detrimento do Th. Os resultados deste estudo ressaltaram a importância da geofísica na prospecção mineral, além de abrir discussões que concernem a relevância de determinados conjuntos de estruturas nos estudos prospectivos. Por fim, os dados gerados nos dois primeiros capítulos foram traduzidos em mapas de evidência utilizados na modelagem prospectiva dos depósitos de ouro do GBP. Os resultados da modelagem prospectiva encontram-se no capítulo final desse estudo: “Exploration targeting of gold mineralization using conceptual and empirical data: a new insight on the prospective potential of the Pitangui Greenstone Belt, Brazil “. A partir do modelo teórico do sistema mineral do GBP, foram identificadas as expressões mapeáveis capazes de indicar zonas favoráveis para a mineralização. O resultado final deste trabalho permitiu a identificação de domínios prospectivos que se mostram relacionados a fatores geológicos distintos. Tais observações permitem discussões quanto ao controle das mineralizações e a distribuição espacial das zonas de alta prospectividade. Além disso, os resultados apresentados aqui apontam novas zonas, ainda não investigadas em detalhe, com potencial para hospedarem mineralizações.Item Diamantes de capa verde do distrito de Diamantina - Brasil: contribuições sobre a gênese do diamante, ascensão e proveniência(UFVJM, 2022) Müller, Anna Cecília; Fontana, Eduardo; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fontana, Eduardo; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Fraga, Lucio Mauro Soares; Amorim, Lucas Eustáquio Dias; Cipriano, Ricardo Augusto ScholzOs diamantes do distrito de Diamantina não foram amplamente estudados quanto à sua gênese. Ainda há uma falta de informação sobre os processos que estes diamantes foram submetidos no manto e na ascensão do kimberlito, como a dissolução do carbono. Além disso, a rocha fonte destes depósitos de diamantes permanece desconhecida e, sua origem proximal ou distal tem sido objeto de intenso debate científico por décadas. Este trabalho visa fornecer contribuições sobre a gênese, ascenção e proveniência dos diamantes do distrito de Diamantina, estudando 13 amostras da região de São João da Chapada (SJ) e 11 do Rio Jequitionha (JR). Através da análise de suas inclusões minerais, da caracterização das feições de superfície destes cristais e de suas propriedades espectrais por FTIR, este trabalho pretende revelar alguns fragmentos de sua história. Em resumo, os dados obtidos sugerem que um ambiente mantélico peridotitico precedeu o momento de cristalização dos diamantes, uma vez que, uma inclusão de forsterita foi encontrada entre os diamantes do lote JR. O período de permanência destes cristais no manto cratônico foi assumido como de aproximadamente 3 Ga, uma vez que seu estado de agregação de nitrogênio é maduro sob uma temperatura (modelo) de ~1170°C. Além disso, a presença de trigons de fundo plano na superfície indica que, ambos lotes reagiram com magmas ricos em H2O no último estágio do evento kimberlítico. Encontramos também uma correlação entre a formação de ruts das amostras JR e a cristalização de um kimberlito vulcanoclástico muito oxidado, sob uma temperatura de ~1040ºC. Após a cristalização e erosão do kimberlito, o transporte de diamantes deixou marcas de abrasão presentes em todos os diamantes JR. Entretanto, a ausência de tais marcas nos diamantes SJ, indica que sua fonte pode estar próxima (dentro de uma distância inferior a 50km), apesar de permanecer desconhecida. Finalmente, a exumação destes diamantes e a cristalização dos kimberlitos são eventos que datam de pelo menos 1,7Ga, uma vez que esta é a idade das rochas hospedeiras dos diamantes da formação Sopa Brumadinho. Dado que os diamantes cratônicos permancem por cerca de 3 bilhões de anos armazenados no manto litosférico, isto sugere que a idade de cristalização dos diamantes SJ e JR foi aproximadamente durante o período NeoProterozoico.Item Distribuição granulométrica, mineralogia e geoquímica dos sedimentos de fundo do Rio Paraúna/MG(UFVJM, 2021) Mendes, Amanda Freitas; Matosinhos, Cristiano Christofaro; Baggio Filho, Hernando; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Matosinhos, Cristiano Christofaro; Horák Terra, Ingrid; Mucida, Danielle PiuzanaO estudo de sedimentos de fundo de rio é um tema de grande interesse na área ambiental. As análises granulométrica, mineralógica e geoquímica funcionam como ferramentas de suporte para avaliação da qualidade de sedimentos. O objetivo deste trabalho é avaliar a distribuição espacial e o comportamento sazonal das características e a influência de fatores naturais e antrópicos na geoquímica dos sedimentos de fundo da bacia hidrográfica do Rio Paraúna. A área de estudo localiza-se no médio-baixo Rio das Velhas, na região Central de Minas Gerais, onde é observado o comprometimento de recursos naturais, como solo, água e vegetação. A distribuição granulométrica indicou um ambiente de deposição fluvial arenoso. A cor dos sedimentos, na estação seca, sofre maior influência do grau de desenvolvimento pedogenético do solo e do grau de retrabalhamento dos sedimentos (proximidade/distância da nascente), enquanto, na estação chuvosa, a cor dos sedimentos apresenta maior influência do tipo de solo. Os sedimentos apresentaram na sua composição quartzo, zircão, microclina, magnetita, hematita, ilmenita, pirofanita, brookita, anatásio e cobre, com variações ao longo do perfil de amostragem. Dentre os elementos encontrados, Si, Al, Fe, K e Ti apresentam as maiores concentrações. Fe e Ca apresentam relação com a classe areia muito grossa, enquanto Al e Rb relacionam-se à classe silte. Os elementos Al, K, Y e Rb estão relacionados a solos e rochas que ocorrem principalmente nas regiões central e foz da bacia do Rio Paraúna e, os elementos Si, Fe, Ti e Ca demonstram relação com solos e rochas no trecho alto da bacia. Apenas os elementos Zr e Mn apresentam diferença significativa (p < 0,05) entre as estações do ano, com maiores concentrações no período chuvoso, indicando a relação com fenômenos intempéricos. As análises indicaram que os sedimentos provêm das unidades geológicas que afloram ao longo do rio e, portanto, possuem assinatura geoquímica natural. Os resultados podem contribuir para a compreensão da atual situação ambiental da bacia hidrográfica, embasando o diagnóstico de suas condições naturais e de impactos de ações antrópicas, auxiliando no monitoramento do meio ambiente.Item Adição do rejeito de minério de ferro da Barragem Candonga na produção de geopolímeros com a utilização de caulim da região de Diamantina/MG(UFVJM, 2021) Souza, Ítalo Paoli de; Reis, Arlete Barbosa dos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Reis, Arlete Barbosa dos; Battilani, Gislaine Amorés; Fontana, Eduardo; Prat, Bernat VinolasNo presente trabalho são apresentados resultados de beneficiamento do rejeito de minério de ferro retido na Barragem Candonga, pós-rompimento da barragem de rejeitos do Fundão, em Mariana-MG. O material foi avaliado com o auxílio de processos de sedimentação e flotação, de forma unitária e sequenciada, para obtenção de amostras com concentrados de sílica e de ferro. Foram adotados métodos da literatura, que utilizam da sedimentação sem reagente em pH neutro, e flotação aniônica direta com utilização de tanino e óleo de buriti saponificado. Os resultados mostraram que a concentração de silicatos foi eficiente no processo em série, onde o lodo da sedimentação seguiu para a flotação, obtendo material não-flotado com 74,7% de sílica. As amostras obtidas foram incrementadas na produção de um geopolímero a base de metacaulim, utilizando o caulim da região de Diamantina-MG como percursor. O mineral branco foi peneirado a seco, e apresentou alta pureza. Após calcinação a 850 ºC por 4 horas de platô, se converteu em metacaulim, fase amorfa do mineral, e mais reativa. O metaculim foi ativado alcalinamente com silicato de sódio alcalino e hidróxido de sódio. Os incrementos de rejeito na pasta geopolimérica mostraram que a presença do óxido de ferro influenciou na resistência a compressão do material. No entanto, apresentaram bons valores de carga máxima suportada, dentro do descrito pela literatura. Além disto, avaliações de absorção de água, massa específica e variação dimensional, resultaram valores que permitem a utilização do material na construção civil.Item Reconstituição paleoambiental por abordagem multi-proxy em um registro de uma vereda do noroeste de Minas Gerais(UFVJM, 2021) Soares, Victor Hugo Alves; Silva, Alexandre Christofaro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Silva, Alexandre Christofaro; Fraga, Lúcio Mauro Soares; Tassinari, DiegoRealizar a reconstituição paleombiental de paisagens é de grande importâncica para a compreensão do passado, do presente e poder projetar cenários futuros. O objetivo desse trabalho foi compreender o processo de formação de uma vereda localizada no Parque Nacional Grande Sertão Veredas, localizado Noroeste de Minas Gerais, fronteira com o Estado da Bahia. Com o uso de marcadores multiproxys pode-se compreender a dinâmica paleoclimática da região. Com uso de datação do Carbono-14, pode-se determinar o inicio da deposição de matéria orgânica do testemunho do solo da vereda, tendo isso iniciado em em 33.347 anos cal AP, o que indica que a deposição de matéria organica para a formação da turfa ocorreu no Pleistoceno tardio. Com a análise multiproxy, estabeleceu-se cinco grandes mudanças ambientais e ecológicas que ocorream no local. A Fase 01, mais antiga, ocorreu num perído de 3.500 anos, encerrando por volta de 27.400 anos cal AP, apresentou sinais de clima seco com um ambiente com forte instabilidade regional, com presença de plantas C3 e C4. A Fase 02 apresentou-se como mais longa entre as fases, iniciando logo após a Fase 01 e ocorrendo num período de 16.300 anos, os dados extraídos dela corroboram com dados relativos ao Último Máximo Glacial, com presença de um clima mais seco que o atual e ao anterior (Fase 01). A Fase 03 tem seu início por volta de 11.182 anos cal AP e duração de 5.000 anos, apresentando sinais de uma reversão climática, com aumento de umidade e com o retorno de plantas C3 para o ambiente. A Fase 04 durou por volta de 4.700 anos, tendo iniciado por volta de 6.043 anos cal AP. Essa fase ficou caracterizada por um clima mais úmido identificado no testemunho, com uma predominância maior de plantas C3. Nessa fase já são encontrados fitólitos de plantas Arecaceae, que podem indicar maior presença de buritis (Mauritia flexuosa). A Fase 05 incia em 1.291 anos cal AP e persiste até o presente, sendo caracterizada por um retorno a um clima mais seco que a fase anterior, redução da abundância de planas C3 e com sinais de maior instabilidade local.
- «
- 1 (current)
- 2
- 3
- »