Desenvolvimento social e econômico em Grão Mogol (MG) a partir da atuação de empresas de eucalipto
Date
2020
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
Neste trabalho, tomamos como referência espacial a bacia hidrográfica do Rio Jequitinhonha e,
como parte dela, o município de Grão Mogol-MG. Do ponto de vista histórico, a ocupação
colonial desta região se deu a partir da descoberta da mineração, inicialmente na região central
do estado, avançando pela Serra do Espinhaço até o alto Jequitinhonha. A partir desses fluxos
de ocupação, temos a formação de povos e comunidades tradicionais que se adaptaram na
convivência com o ambiente, no uso de grotas e chapadas. Entretanto, essa complexa relação
vem perpassando, há algumas décadas, por modificações, principalmente, por parte dos projetos
de desenvolvimento socioeconômico, incentivados pelo Estado, baseados na instalação da
monocultura de eucalipto e pinus, construção de grandes barragens de água para a geração de
energia elétrica, além das atividades minerárias. Considerando essa breve contextualização, a
pesquisa teve por objetivo principal analisar se a monocultura de eucalipto proporciona o
desenvolvimento econômico e social, no município de Grão Mogol. O percurso metodológico
envolveu pesquisas bibliográficas e documentais dos atores no município, de dados secundários
e do banco de dados do projeto Veredas Sol e Lares. Assim, os resultados indicam que, a partir
das décadas de 1970, as empresas monoculturas de eucalipto começam a se instalar em Grão
Mogol, seja por meio de compras, arrendamentos de áreas devolutas, ocupações de áreas
coletivas etc., mas a forma de utilização dos recursos naturais pelas empresas é completamente
oposta ao modo de vida já existente no local, inclusive das comunidades geraizeiras. A análise
de dados secundários indicou que o município não se destacou; pelo contrário, em alguns casos,
como aponta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, apesar de terem ocorrido
alterações, perderam-se posições quando comparado ao ranking estadual e nacional. Em análise
da situação das comunidades envolvidas no Projeto Veredas Sol e Lares - uma alternativa para
o múltiplo aproveitamento energético em reservatórios de usinas hidrelétricas na região do
semiárido mineiro, observamos que a monocultura de eucalipto não conseguiu proporcionar o
desenvolvimento social e econômico, pois a expropriação das terras tem comprometido todo
modo de vida tradicional geraizeiro, prejudicando a relação histórica com a condição de
existência das famílias, da agrobiodiversidade e de todo conjunto de relações sociais e
produtivas que caracterizavam o território.
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Keywords
Citation
FIDELIS, Vinicius Paulino. Desenvolvimento social e econômico em Grão Mogol (MG) a partir da atuação de empresas de eucalipto. 2020. 136 p. Dissertação (Mestrado Profissional em Ciências Humanas) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.