Metodologias ativas no ensino superior: perfil e percepções dos estudantes do curso de Medicina

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2020

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UFVJM

Abstract

O objetivo do presente trabalho foi analisar a percepção dos discentes do curso de Medicina da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK sobre a utilização de metodologias ativas no âmbito da formação acadêmica. O referencial teórico é norteado por três eixos, quais sejam: o ensino superior, processo e sujeitos; a formação do profissional de medicina e as metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Trata-se de um estudo qualitativo, cuja coleta de dados foi realizada no segundo semestre de 2019, por meio de um questionário on-line. Participaram da pesquisa 140 estudantes, cujo perfil predominante é do sexo feminino, de cor/raça branca, com faixa etária de 21 a 24 anos, solteiros, sem filhos, oriundos de escola pública e provenientes do Estado de Minas Gerais. Foi possível verificar que a grande parte dos estudantes não possui experiência anterior com as metodologias ativas e a consideram uma prática inovadora. Dentre as principais metodologias ativas utilizadas no curso, destacam-se PBL, Grupos de discussão, Seminários, TBL e Fishbowl, com as quais os estudantes relataram dificuldades como participação, adequação da rotina de estudos e adaptação ao novo papel, recorrendo, principalmente à ajuda de outros discentes e o apoio dos tutores/professores a fim de superá-las. Os discentes indicaram como vantagens das metodologias ativas a capacidade de estimular o autoestudo, o desenvolvimento do sujeito crítico-reflexivo e o dinamismo do processo educacional; e consideraram como principais fragilidades a exigência de maturidade discente, as lacunas no processo de ensino, a carência de suporte dos docentes no processo de adaptação aos métodos de ensino e a insegurança quanto à aprendizagem. Para além dos objetivos propostos, o trabalho empírico, ao ouvir os estudantes, revelou que são necessárias transformações epistemológicas relativas às posturas de professores e alunos. Além disso, os métodos ativos, sozinhos, não se configuram como a panaceia para todos os problemas da formação inicial de novos médicos e, se utilizados de forma inadequada e sem direcionamento efetivo, causam cansaço e fadiga nos estudantes, sobrecarregando-os ao invés de aprimorar a formação de futuros médicos. Observa-se que é importante o aprimoramento das metodologias ativas, por meio de capacitação para docentes e discentes, busca de coerência metodológica do processo de avaliação da aprendizagem, bem como a reflexão sobre a prática educativa a partir da inclusão e valorização dos feedbacks dos sujeitos do processo.

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OLIVEIRA, Sarah Beatriz Soares de. Metodologias ativas no ensino superior: perfil e percepções dos estudantes do curso de Medicina. 2020. 147 p. Dissertação (Mestrado Profissional em Ciências Humanas) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.

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