Alto dos bois e os indígenas na província de Minas Gerais: civilização e progresso no ideário oitocentista

dc.contributor.advisorFagundes, Marcelo
dc.contributor.authorRuellas, Taciana Begalli de Oliveira
dc.contributor.institutionUniversidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)pt_BR
dc.contributor.refereeFagundes, Marcelo
dc.contributor.refereeAlves, Márcia Angelina
dc.contributor.refereeLage, Ana Cristina Pereira
dc.contributor.refereeMattos, André Luís Lopes Borges de
dc.date.accessioned2016-07-18T14:54:17Z
dc.date.available2016-07-18T14:54:17Z
dc.date.issued2015
dc.date.submitted2015-04
dc.descriptionÁrea de Concentração: Ciências Humanas. Linha de Pesquisa: História, Cultura e Poder.pt_BR
dc.description.abstractRESUMO Este trabalho consiste em compreender as relações entre índios e colonizadores em uma situação de avanço para os sertões de Minas Gerais. Durante o século XIX, a conquista dos Sertões do Leste de Minas foi pautada em um modelo civilizador por parte da administração indígena. A implementação desse modelo dialogou com o contexto da época em que se visava pesquisar o estado de civilização dos habitantes do sertão, e que para a consolidação da ideia de nação homogênea era necessário que esses povos fossem incorporados à sociedade considerada civilizada. Nesse sentido, esta dissertação pretende compreender a dinâmica dos grupos indígenas ao longo do processo de colonização na zona do Mucuri, Jequitinhonha e adjacências. Possui como foco principal uma região que se configura enquanto espaço de transição entre vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri, região denominada Alto dos Bois, hoje pertencente ao município de Angelândia, no Alto Jequitinhonha. Esta se caracterizou como aldeia e quartel militar ao longo do século XIX, onde a família de Antônio Gomes Leal, diretor de índios, aquartelou indígenas falantes do Maxacali que, em fuga dos Botocudos, procuraram refúgio na localidade. Almeja-se, assim, analisar de que maneira os indígenas em Alto dos Bois puderam reconfigurar seus espaços e práticas socioculturais, reconstruir suas identidades e se inserir ao contexto posto. As fontes trabalhadas, sendo elas: correspondências do primeiro diretor dos índios da província, Guido Marlière, correspondências da Diretoria Geral dos Índios, Relatórios de Presidente de Província e os relatórios da Companhia do Mucuri, revelam a estrutura administrativa do indigenismo da Província de Minas Gerais e a forma com que o modelo civilizador deveria ser realizado. Por outro lado, a situação indígena nos aldeamentos acompanhada, principalmente, através de relatos dos viajantes estrangeiros ilustrados, Saint-Hilaire, Johann Pohl e Spix e Martius, demonstra como esses povos adaptaram seu universo simbólico e sociopolítico ao novo contexto em que se inseriam. As três narrativas, sendo elas a dos viajantes ilustrados, do indigenismo e da Companhia do Mucuri possuem um fio condutor: o da civilização e do progresso. Demonstram, também, como as populações indígenas deveriam ser vistas neste processo. A pesquisa se desenvolve com preocupação em demonstrar a contribuição indígena no processo sociocultural da região, já que os vales do Jequitinhonha e Mucuri possuem grande concentração de etnias indígenas. Assim, enfatiza-se o papel dos aldeamentos como espaço de reconstrução social, cultural e de identidades, se constituindo, então, como espaço de resistência. Frente às adversidades do avanço colonizador, Alto dos Bois foi visto como espaço de sobrevivência e de menores perdas. Resistir era também se abrir ao novo, assumindo símbolos e discursos dos não-índios quando conveniente. Identidade e cultura passaram a ser vistas, portanto, como construções relacionais, se atualizando na relação com o Outro, sem a conotação de perda, mas sim de reelaborações. Pelo viés de compreensão de povos historicamente excluídos, por meio do diálogo entre a Antropologia e História ressalta-se a importância dos papéis desempenhados pelos índios nos processos históricos, dando visibilidade a esses povos.pt_BR
dc.description.abstractsABSTRACT This work is to understand the relationship between Indians and settlers in a forward position for the backlands of Minas Gerais. During the nineteenth century, the conquest of the East in the Minas Gerais Province was based on a civilizing model by indigenous administration. The implementation of this model spoke with the context of the time in which it was intended to find the state of civilization of the inhabitants of the hinterland, and that for the consolidation of the homogeneous nation idea was necessary that these people were incorporated into the considered civilized society. In this sense, this work aims to understand the dynamics of indigenous groups over the colonization process in the area of Mucuri, Jequitinhonha and vicinity. Has focused primarily on a region that is configured as an area of transition between the river valleys Jequitinhonha and Mucuri, region called Alto dos Bois, today in the Angelândia city in Jequitinhonha river valley. This was characterized as village and military barracks throughout the nineteenth century, where Antonio Gomes Leal‟s family harbored speakers of indigenous Maxacali that were fleeing Botocudo (other indigenous tribe), and they sought refuge in the town. So, this dissertation seek to analyze how the Indians in Alto dos Bois could reconfigure their spaces and cultural practices to reconstruct their identities and to enter the present context. The sources, which were: correspondence from the first director of the province's Indians, Guido Marlière, the General Directorate of Indians correspondence, Province of President reports and the Mucuri Company reports reveal the administrative structure of the indigenous movement of the Province of Minas Gerais and the way the civilizing model should be performed. On the other hand, the indigenous situation in the villages observed through reports of the foreign travelers in the nineteen century: Saint-Hilaire, Johann Pohl and Spix and Martius, demonstrates how these people adapted their symbolic and socio-political universe to the new context in which it operated. The three narratives (the foreign travelers, the indigenous, and the Mucuri's Company) have a common thread: the civilization and the progress. It shows how as indigenous peoples should be seen in this process. The research develops with concern to demonstrate the indigenous contribution to the socio-cultural process in the region, since the Jequitinhonha and Mucuri have large concentration of indigenous groups. Thus, we emphasize the role of settlements as social reconstruction space, and cultural identities, constituting then as space of resistance. Faced with the imminent advance of the colonizer, Alto dos Bois was seen as a survival space and lower losses. Resist was also open to the new, assuming symbols and discourses of non-Indians when convenient. Identity and culture came to be seen as relational constructs, an updating in the relationship with the Other, with no loss of meaning, but of reworkings. From the perspective of understanding people historically excluded, through dialogue between Anthropology and History emphasize the importance of the roles played by the Indians in the historical processes, giving visibility to these people.pt_BR
dc.description.sponsorshipConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)pt_BR
dc.description.thesisDissertação (Mestrado Profissional) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, 2015.pt_BR
dc.identifier.citationRUELLAS, Taciana Begalli de Oliveira. Alto dos bois e os indígenas na província de Minas Gerais: civilização e progresso no ideário oitocentista. 2015. 123 p. Dissertação (Mestrado Profissional) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2015.pt_BR
dc.identifier.urihttps://acervo.ufvjm.edu.br/items/629fa618-aeb0-44a3-a8b4-663902d4a880
dc.language.isopor
dc.publisherUFVJMpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.rights.licenseA concessão da licença deste item refere-se ao à termo de autorização impresso assinado pelo autor, assim como na licença Creative Commons, com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e o IBICT a disponibilizar por meio de seus repositórios, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, e preservação, a partir desta data.pt_BR
dc.subject.keywordAlto dos Boispt_BR
dc.subject.keywordIndígenaspt_BR
dc.subject.keywordCivilizaçãopt_BR
dc.subject.keywordProgressopt_BR
dc.subject.keywordJequitinhonhapt_BR
dc.subject.keywordMucuript_BR
dc.subject.keywordIndigenouspt_BR
dc.subject.keywordCivilizationpt_BR
dc.subject.keywordProgresspt_BR
dc.titleAlto dos bois e os indígenas na província de Minas Gerais: civilização e progresso no ideário oitocentistapt_BR
dc.title.alternativeAlto dos Bois and indigenous in the Minas Gerais province, Brazil: civilization and progress in the ideas of the nineteenth centurypt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR

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