Pós-Graduação em Estudos Rurais
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PPGER - Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais
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Item O Batuque como ferramenta de resistência territorial e identitária na Comunidade Quilombola Baú, Araçuaí/MG(UFVJM, 2020) Gonzaga, Paulo Henrique Lacerda; Sulzbacher, Aline Weber; Neves, Antônio Cosme das; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sulzbacher, Aline Weber; Neves, Antonio Cosme das; Santos, Renato Emerson Nascimento dos; Vittoretto, Bruno Novelino; Figueiredo, Ana Flávia Andrade de; Santos, Rosanea dosA pesquisa aborda o batuque e a sua contribuição na organização e manutenção do território e da identidade das comunidades quilombolas, analisando a origem do batuque na África e no Brasil, compreendendo sua relação com as danças, cantos, toques de tambor, religiosidade e os saberes quilombolas. O estudo foi desenvolvido na Comunidade Quilombola Baú, onde busco entender sua dinâmica de resistência territorial histórica em Araçuaí, Vale do Jequitinhonha, MG. A metodologia adotada para esse trabalho foi a etnografia participativa.Item Transformações nos ecossistemas da comunidade tradicional de Monte Alegre: estratégias socioambientais de existência, resistência e reinvenção(UFVJM, 2020) Silva, Roberta Alves; Rech, André Rodrigo; Cambraia, Rosana Passos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rech, André Rodrigo; Cambraia, Rosana Passos; Galizoni, Flávia Maria; Islas, Camila Alvez; Salgado, Hebert CanelaA pesquisa aqui apresentada está voltada à questão socioambiental na perspectiva da ecologia política e foi desenvolvida na comunidade quilombola Monte Alegre, município de Veredinha (Minas Gerais, Brasil). A comunidade estudada se encontra em processo de certificação quilombola pela Fundação Palmares. O objetivo geral foi estimar as mudanças na percepção e uso dos bens naturais nessa comunidade nos últimos 40 anos e como esse processo afetou a vida dos moradores. O desenvolvimento da pesquisa envolveu dialogicamente todos os participantes (pesquisadores, orientadores e comunidade), levantando com eles as informações, dados e inferências de acordo com os princípios do método da pesquisa participante, com a utilização de instrumentos variados nas atividades de campo, como observações diretas, questionários e outros. A pesquisa revelou as versões da comunidade dispostas no tempo, resultantes de períodos históricos distintos (escravocrata, pós escravocrata, regionalização do capital, tempos atuais), todos marcados por mudanças socioambientais. Ao longo dos últimos 40 anos a comunidade tem lidado com a redução de parte dos serviços ecossistêmicos de provisão alimentar e de matéria prima, além de fornecimento de água, todas advindas das alterações ambientais. As mudanças no meio natural levaram a comunidade extrativista - que teve historicamente os locais de coleta como parte do seu território e modo de vida - às mudanças em sua estrutura social. Ao mesmo tempo em que a comunidade é esvaziada pela migração/êxodo rural, os comunitários que permanecem desenvolvem estratégias para continuar em seu território, e assim a comunidade se ressignifica a partir das novas condições.Item Comunidade Cabeceira do Piabanha, território de resistência: “Nossa identidade, parte da gente”(UFVJM, 2018) Lopes, Edivaldo Ferreira; Fávero, Claudenir; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fávero, Claudenir; Costa Filho, Aderval; Sulzbacher, Aline WeberA presente pesquisa foi realizada com o objetivo de investigar os processos de ocupação e o domínio fundiário na comunidade tradicional Cabeceira do Piabanha, localizada em Salto da Divisa, no Baixo Vale do Jequitinhonha. Buscou identificar os fatores que vêm desencadeando diversos conflitos e as formas de organização e estratégias de resistências que a comunidade tem empreendido para defender o seu território frente às pressões sofridas historicamente. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, ancorada na abordagem metodológica da pesquisa participante e da observação participante. Utilizamos ainda a pesquisa bibliográfica e outras técnicas, como estudo de documentos relacionados a comunidade e entrevistas com moradores. A história da comunidade tradicional em pauta se insere, de maneira contundente, nas formas que o capital utiliza para se expandir no campo. Na maioria dos casos, o capital, apoiado pelo Estado, se vale de meios lícitos e ilícitos para garantir sua reprodução ampliada. Desde o ano de 1952, data em que ocorreu a ocupação do território pelos pioneiros, até a atualidade, a comunidade tem sido vítima de processos de exploração e expropriação, em sua maioria, praticadas por fazendeiros. Mais do que ser conivente com essa situação, o Estado brasileiro tem impulsionado alguns desses processos de forma direta ou indireta. Na pesquisa empreendida, observamos que, diante dos diversos processos de exploração e expropriação sofridos, a comunidade tem efetivado estratégias de lutas e de resistência que, até o momento, têm garantido sua permanência no território. Concluímos que o território tradicional Cabeceira do Piabanha pode ser descrito como um produto das diversas territorialidades ali imbricadas historicamente, considerando o fator espaço-tempo. O conjunto de territorialidades da comunidade, para além de possibilitar a constituição da identidade coletiva do grupo, apresenta-se como estratégias de resistência frente aos seus antagonistas.Item Território da água, território da vida: comunidades tradicionais e a monocultura do eucalipto no Alto Jequitinhonha(UFVJM, 2018) Almeida, Clebson Souza de; Sulzbacher, Aline Weber; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Sulzbacher, Aline Weber; Fávero, Claudenir; Perpetua, Guilherme Marini; Costa Filho, AdervalO espaço rural do Alto Vale do Jequitinhonha, Nordeste de Minas Gerais, possui dentre suas características uma expressiva presença de comunidades tradicionais que sofreram a partir da década de 1970 a expropriação de grande parte de seu território tradicionalmente ocupado, que sob a condução do Estado brasileiro, foi destinado aos grandes projetos de desenvolvimento ligadas à produção energética, dentre eles a monocultura de eucalipto para a produção de carvão e atendimento ao setor siderúrgico. A partir deste contexto, este estudo se desenvolveu nos municípios de Carbonita, Capelinha, Itamarandiba, Minas Novas, Turmalina e Veredinha, com destaque para os dois últimos. O seu objetivo geral foi: Analisar os efeitos socioambientais gerados pela implantação da monocultura do eucalipto na microrregião do Alto Vale do Jequitinhonha incluindo a sua relação com os processos de alteração no modo de vida pela expropriação territorial das comunidades tradicionais. Como percurso metodológico utilizamos os procedimentos assentados sob a perspectiva da Pesquisa Participante, buscando a inserção e interação do pesquisador no grupo/comunidade dos sujeitos pesquisados, considerando a concretude, a totalidade e a dinâmica dos fenômenos sociais para a promoção coletiva de conhecimentos como patrimônio dos grupos historicamente invisibilizados. A pesquisa desenvolvida nos anos 2017 e 2018 utilizou técnicas como: a realização de 31 entrevistas em 11 comunidades camponesas, com o uso de questionário semiestruturado; a observação participante; a análise documental primária e a revisão bibliográfica. Como resultados, identificamos que os danos gerados pela atividade de monocultura do eucalipto são diversos, a citar: I) erosão genética das espécies nativas do Cerrado, com destaque para a extinção das flores Sempre-vivas das áreas de veredas; II) a destruição de espécies protegidas por lei, como os pequizeiros, que são sufocados no meio da monocultura e danificados no ato da colheita mecanizada da madeira de eucalipto; III) o uso abusivo de agrotóxicos, até mesmo aqueles proibidos por lei, gerando o risco de contaminação das fontes de água que abastecem a população; IV) desrespeito e degradação das áreas de preservação permanente (APPs) nas bordas de chapada; V) poluição do ar com gases tóxicos emitidos no processo de carbonização da madeira, colocando em risco a saúde da população do entorno e a estabilidade do clima global; VI) o ressecamento de inúmeras nascentes de água ampliando a escassez hídrica da região; VII) a expropriação territorial de comunidades Quilombolas e Tradicionais, desestabilizando sua autonomia sociocultural e seus modos de vida.