Pós-Graduação em Biologia Animal

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PPGBA - Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal

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    Peixes, macroinvertebrados bentônicos e bactérias no biomonitoramento de rio urbano em Diamantina - MG, Brasil
    (UFVJM, 2021) Vitorino, Letícia de Melo; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Santos, Conceição Aparecida dos; Polignano, Marcus Vinícius
    A água é um recurso indispensável para a manutenção da vida, porém, os ecossistemas hídricos têm sido afetados pelo desenvolvimento urbano e aumento populacional. Nos cursos d’água brasileiros o maior problema é o despejo de efluentes domésticos sem tratamento. O objetivo do estudo foi avaliar reconhecidos bioindicadores, nos períodos de seca (2019) e chuva (2020), para diagnosticar o estado ecológico do Córrego da Prata, Diamantina - MG. Foram selecionados seis pontos de amostragem do Córrego da Prata (P1 a P6) e um ponto no Córrego Formação (P0), considerado como referencial ecológico. Para avaliação do nível visual de conservação dos trechos foi utilizado um Protocolo de Avaliação Rápida de Diversidade de Habitats (PARDH). Análises físicas e químicas da água (pH, OD e temperatura) foram medidas utilizando o aparelho Hanna® HI 9828 e os resultados avaliados pelo teste de comparação de médias Scott-Knott. Para as análises de coliformes totais e termotolerantes foi utilizada a técnica dos tubos múltiplos (NMP). Nos testes de cultura e antibiograma utilizou-se a técnica de difusão de disco. Para classificar a qualidade da água com base nos macroinvertebrados bentônicos foi utilizado o índice Biological Monitoring Working Party/Average Score per Taxon (BMWP/ASPT). Para análises morfofisiológicas foram capturados 6 peixes em cada ponto, sendo as brânquias dissecadas e analisadas na microscopia de luz pela coloração Hematoxilina- Eosina (HE) para identificar lesões histopatológicas. Para análises de proteômica foi utilizada a técnica de imunohistoquímica para avaliar a expressão da proteína fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). As pontuações do PARDH diminuíram no sentido à jusante do curso d’água. Foram identificados impactos ambientais evidentes nos pontos urbanos como odor indesejável da água e ausência de mata ciliar. As análises físicas, químicas e microbiológicas da água também demonstraram que a qualidade da água foi inferior nos pontos que sofriam maior interferência humana. Foram identificados 6070 macroinvertebrados bentônicos, as famílias mais abundantes foram Chironomidae (65,83%), Simuliidae (20,15%), Baetidae (5,44%) e Hydroptilidae (2,64%). O índice biótico BMWP/ASPT classificou a água nos pontos P0, P1e P2 como boa, P3 de regular a boa, P4 regular, P5 de regular a péssima e P6 de regular a ruim. Foram encontradas lesões histopatológicas em peixes do ponto P1, podendo estar associado ao excesso de nutrientes na água, e nos pontos P4, P5 e P6, devido ao lançamento de esgoto doméstico nesses ambientes. Todos os peixes apresentaram expressão da proteína VEGF, porém, elas foram mais evidentes nos pontos mais próximos à foz no córrego da Palha. Os resultados demonstram que tanto as bactérias como os macroinvertebrados bentônicos e peixes foram excelentes bioindicadores evidenciando os impactos negativos causados pela urbanização e despejo de esgoto no Córrego da Prata, degradando seu estado ecológico, e o fazendo representar risco à saúde humana e animal.
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    Impacto da área urbana de Diamantina na integridade ambiental e biota do Córrego da Palha
    (UFVJM, 2020) Salgueiro, Thiago Marques; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Spies, Marcia Regina; Kfoury Júnior, José Roberto
    O crescimento urbano das últimas décadas tem reduzido a qualidade ambiental de rios urbanos, afetando negativamente a biodiversidade local. A principal causa desse desequilíbrio é o lançamento de efluentes sem tratamentos. Em Diamantina-MG, cerca de 62% dos domicílios despejam esgoto diretamente no Córrego da Palha. O objetivo desse estudo foi avaliar a integridade ambiental do Córrego da Palha. Foram amostrados seis pontos ao longo do córrego e um ponto adicional adotado como referência no Córrego Formação, local com mínima influência antrópica. Para caracterizar o ambiente foi aplicado o Protocolo de Avaliação Rápida da Diversidade de Habitats (PARDH) e os parâmetros físico-químicos mensurados. A presença de coliformes totais e termotolerantes, em quatro pontos amostrais, foi verificada pela técnica de Número Mais Provável. Foi feito o levantamento e avaliação da comunidade de macroinvertebrados bentônicos. Peixes foram coletados e suas brânquias analisadas pelas técnicas de Hematoxilina e Eosina (H.E.) e Imuno-histoquímica (IHQ), para verificar a presença de histopatologias e a expressão de HSP70, respectivamente. Enquanto os escores do PARDH e o oxigênio dissolvido foram menores nos pontos urbanos, o pH foi maior, refletindo a urbanização no entorno. O ponto à montante da área urbana apresentou carga baixa de coliformes totais e termotolerantes, diferentemente dos pontos urbanos e à jusante que obtiveram valores máximos. Os macroinvertebrados apresentaram baixa diversidade nos pontos urbanos e à jusante, com dominância da família Chironomidae. Táxons mais sensíveis foram encontrados apenas nos pontos distantes da urbanização. A ordenação espacial indicou dois grupos de comunidade, sendo um composto pelo trecho referencial e o ponto à montante da área urbana e outro pelos pontos com maior influência urbana. Os índices bióticos classificaram os pontos com pouca influência urbana como “Bom” ou “Muito bom” e os pontos urbanizados como “Regular” ou “Ruim”. Foram encontradas as espécies Astyanax bimaculatus (à montante do urbano e referencial) e Poecilia reticulata (área urbana e à jusante). Apenas em P2 não foram encontrados peixes, ponto urbano com menor valor de oxigênio obtido (<2%). A coloração em H.E. revelou histopatologias apenas nas brânquias de peixes presentes nos pontos urbanos e à jusante, com maior severidade na estação chuvosa. A IHQ mostrou maior expressão imunohistoquímica de HSP70 em P. reticulata, presente nos pontos com maior influência urbana, com maior intensidade durante a época chuvosa. As análises branquiais demonstraram o estresse em que os peixes localizados na área urbana e à jusante se encontram, evidenciando o impacto negativo da urbanização sobre a ictiofauna local. Através de todas as análises realizadas é possível verificar a boa qualidade ambiental em que o Córrego da Palha se encontra antes de alcançar a área urbana de Diamantina e a baixa qualidade na região urbana. Apesar do impacto negativo, os pontos mais à jusante da mancha urbana apresentaram incremento na qualidade ambiental, indicando uma leve recuperação de seu estado ambiental à medida em que o córrego se distancia da urbanização. Dessa forma, os resultados devem servir como subsídio para elaboração de políticas públicas junto aos gestores municipais para mitigar impactos e melhor conservação do córrego.