Peixes, macroinvertebrados bentônicos e bactérias no biomonitoramento de rio urbano em Diamantina - MG, Brasil

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2021

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UFVJM

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A água é um recurso indispensável para a manutenção da vida, porém, os ecossistemas hídricos têm sido afetados pelo desenvolvimento urbano e aumento populacional. Nos cursos d’água brasileiros o maior problema é o despejo de efluentes domésticos sem tratamento. O objetivo do estudo foi avaliar reconhecidos bioindicadores, nos períodos de seca (2019) e chuva (2020), para diagnosticar o estado ecológico do Córrego da Prata, Diamantina - MG. Foram selecionados seis pontos de amostragem do Córrego da Prata (P1 a P6) e um ponto no Córrego Formação (P0), considerado como referencial ecológico. Para avaliação do nível visual de conservação dos trechos foi utilizado um Protocolo de Avaliação Rápida de Diversidade de Habitats (PARDH). Análises físicas e químicas da água (pH, OD e temperatura) foram medidas utilizando o aparelho Hanna® HI 9828 e os resultados avaliados pelo teste de comparação de médias Scott-Knott. Para as análises de coliformes totais e termotolerantes foi utilizada a técnica dos tubos múltiplos (NMP). Nos testes de cultura e antibiograma utilizou-se a técnica de difusão de disco. Para classificar a qualidade da água com base nos macroinvertebrados bentônicos foi utilizado o índice Biological Monitoring Working Party/Average Score per Taxon (BMWP/ASPT). Para análises morfofisiológicas foram capturados 6 peixes em cada ponto, sendo as brânquias dissecadas e analisadas na microscopia de luz pela coloração Hematoxilina- Eosina (HE) para identificar lesões histopatológicas. Para análises de proteômica foi utilizada a técnica de imunohistoquímica para avaliar a expressão da proteína fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). As pontuações do PARDH diminuíram no sentido à jusante do curso d’água. Foram identificados impactos ambientais evidentes nos pontos urbanos como odor indesejável da água e ausência de mata ciliar. As análises físicas, químicas e microbiológicas da água também demonstraram que a qualidade da água foi inferior nos pontos que sofriam maior interferência humana. Foram identificados 6070 macroinvertebrados bentônicos, as famílias mais abundantes foram Chironomidae (65,83%), Simuliidae (20,15%), Baetidae (5,44%) e Hydroptilidae (2,64%). O índice biótico BMWP/ASPT classificou a água nos pontos P0, P1e P2 como boa, P3 de regular a boa, P4 regular, P5 de regular a péssima e P6 de regular a ruim. Foram encontradas lesões histopatológicas em peixes do ponto P1, podendo estar associado ao excesso de nutrientes na água, e nos pontos P4, P5 e P6, devido ao lançamento de esgoto doméstico nesses ambientes. Todos os peixes apresentaram expressão da proteína VEGF, porém, elas foram mais evidentes nos pontos mais próximos à foz no córrego da Palha. Os resultados demonstram que tanto as bactérias como os macroinvertebrados bentônicos e peixes foram excelentes bioindicadores evidenciando os impactos negativos causados pela urbanização e despejo de esgoto no Córrego da Prata, degradando seu estado ecológico, e o fazendo representar risco à saúde humana e animal.

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Citation

VITORINO, Letícia de Melo. Peixes, macroinvertebrados bentônicos e bactérias no biomonitoramento de rio urbano em Diamantina - MG, Brasil. 2021. 77 p. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2021.

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