Pós-Graduação em Biologia Animal

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PPGBA - Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal

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    Rede de interações mutualísticas entre plantas e beija-flores na área urbana do município de Diamantina-MG
    (UFVJM, 2020) Faria, Welkley Barbosa de; Rech, André Rodrigo; Mendonça, Pietro Kiyoshi Maruyama; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rech, André Rodrigo; Souza, Camila Silveira de; Nunes, Carlos Eduardo Pereira
    Estudos apontam uma tendência na redução gradativa dos ambientes naturais em todo o planeta, em contrapartida a expansão das áreas urbanizadas vem aumentando em larga escala. Como consequência da interferência antrópica no meio ambiente, as cidades vem se tornando novos ecossistemas importantes para inúmeras espécies da avifauna, incluindo beija-flores que são polinizadores relevantes na região Neotropical. Com a redução dos habitats naturais, os beija-flores mais tolerantes as ações antrópicas conseguem explorar esses novos ambientes a procura de recursos florais. Buscando entender a influência da urbanização sobre a estrutura da rede de interações entre plantas e beija-flores, amostramos interações entre beija-flores e plantas em seis pontos na área urbana de Diamantina-MG comparando-as com áreas naturais do entorno da cidade. Foram encontradas sete espécies de beija-flores visitando as flores de nove espécies de plantas, sendo todas elas exóticas ao Campo Rupestre. Com o comportamento exclusivamente territorialista, Eupetomena macroura foi o beija-flor com mais visitas registradas no ambiente urbano contrastando com a dominância do também territorialista Augastes scutatus nos ambientes naturais do entorno da cidade. A rede de interações acumulada apresentou quatro módulos, estrutura não aninhada, com conectância e especialização baixas. Enquanto a maioria dos beija-flores persiste em áreas urbanizadas (em comparação a 9 spp na área natural), a riqueza da flora visitada é drasticamente reduzida (50 spp de plantas) e apenas uma espécie de planta foi encontrada nos dois ambientes. Nossos resultados sugerem que as áreas verdes urbanas tem um limitado potencial em atenuar o drástico impacto da antropização sobre a diversidade biótica. Esses locais possuem recursos alternativos consumidos pelos beija-flores que conseguem ocupá-los. No entanto, as interações planta-beija-flor na cidade são ainda mais generalistas que as registradas na área natural próxima. Concluímos que a urbanização funciona como um filtro redutor da diversidade de plantas e homogeneizador da biota cultivada que é utilizada por beija-flores como recurso alimentar, sendo capaz de acomodar espécies de aves nectarívoras com dietas flexíveis em comunidades diferentes das que são estruturadas em áreas naturais próximas.
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    Aquecimento x respostas fisiológicas: mecanismos de estabilidade térmica em Astyanax brevirhinus (Teleostei, Characidae)
    (UFVJM, 2018) Pereira, Caroline Reis; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Gomes, Vicente; Schorer, Marianne
    A temperatura é um dos fatores que mais influencia o funcionamento celular de organismos no meio aquático. Por serem ectotérmicos, as variações na temperatura da água interferem potencialmente todos os processos fisiológicos e comportamentais dos peixes. Este estudo teve como objetivo relacionar o aquecimento ambiental às respostas comportamentais, alterações histopatológicas e a ativação de mecanismos moleculares de termoestabilidade celular nas brânquias e fígado de peixes da espécie Astyanax brevirhinus. Os animais foram submetidos ao aquecimento controlado, partindo dos 20°C, temperatura ao qual foram coletados, até que cada tanque atingisse as temperaturas de 24°C, 28°C e 32°C, onde permaneceram por 120 minutos. Para determinar a temperatura crítica de sobrevivência, animais foram submetidos ao aquecimento gradual por tempo indeterminado, até apresentarem parada de batimento opercular. O comportamento foi analisado a partir de filmagens. Após o tempo de cada experimento, os animais foram eutanasiados e seus tecidos fixados para as análises de histologia, histopatologia, estado redox e imuno-histoquímica; para avaliar a expressão da proteína de estresse Hsp70. Os resultados demostraram que os animais apresentaram alterações em seu comportamento, respiração, equilíbrio e natação devido ao aquecimento. O aquecimento também promoveu alterações histopatológicas como hiperplasia e hipertrofia celular, vasodilatação, descolamento do epitélio, necrose celular e tecidual. O estudo do estado redox das brânquias demonstrou que o aumento da temperatura ocasionou maior peroxidação lipídica e dano oxidativo a proteínas, além de promover a diminuição da capacidade antioxidante não enzimática. No fígado, a peroxidação lipídica, a capacidade antioxidante não enzimática e a atividade antioxidante diminuíram com o aquecimento. A análise da expressão da Hsp70 nos tecidos demonstrou relação qualitativa com o aumento da temperatura. É possível concluir que o aquecimento ambiental promove alterações que provocam desiquilíbrio homeostático, refletido em todos os níveis orgânicos: comportamental, tecidual, estado redox e expressão de Hsp70 celular na espécie estudada.