Rede de interações mutualísticas entre plantas e beija-flores na área urbana do município de Diamantina-MG
Date
2020
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
Estudos apontam uma tendência na redução gradativa dos ambientes naturais em todo o
planeta, em contrapartida a expansão das áreas urbanizadas vem aumentando em larga
escala. Como consequência da interferência antrópica no meio ambiente, as cidades
vem se tornando novos ecossistemas importantes para inúmeras espécies da avifauna,
incluindo beija-flores que são polinizadores relevantes na região Neotropical. Com a
redução dos habitats naturais, os beija-flores mais tolerantes as ações antrópicas
conseguem explorar esses novos ambientes a procura de recursos florais. Buscando
entender a influência da urbanização sobre a estrutura da rede de interações entre
plantas e beija-flores, amostramos interações entre beija-flores e plantas em seis pontos
na área urbana de Diamantina-MG comparando-as com áreas naturais do entorno da
cidade. Foram encontradas sete espécies de beija-flores visitando as flores de nove
espécies de plantas, sendo todas elas exóticas ao Campo Rupestre. Com o
comportamento exclusivamente territorialista, Eupetomena macroura foi o beija-flor
com mais visitas registradas no ambiente urbano contrastando com a dominância do
também territorialista Augastes scutatus nos ambientes naturais do entorno da cidade. A
rede de interações acumulada apresentou quatro módulos, estrutura não aninhada, com
conectância e especialização baixas. Enquanto a maioria dos beija-flores persiste em
áreas urbanizadas (em comparação a 9 spp na área natural), a riqueza da flora visitada é
drasticamente reduzida (50 spp de plantas) e apenas uma espécie de planta foi
encontrada nos dois ambientes. Nossos resultados sugerem que as áreas verdes urbanas
tem um limitado potencial em atenuar o drástico impacto da antropização sobre a
diversidade biótica. Esses locais possuem recursos alternativos consumidos pelos beija-flores
que conseguem ocupá-los. No entanto, as interações planta-beija-flor na cidade
são ainda mais generalistas que as registradas na área natural próxima. Concluímos que
a urbanização funciona como um filtro redutor da diversidade de plantas e
homogeneizador da biota cultivada que é utilizada por beija-flores como recurso
alimentar, sendo capaz de acomodar espécies de aves nectarívoras com dietas flexíveis
em comunidades diferentes das que são estruturadas em áreas naturais próximas.
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Keywords
Citation
FARIA, Welkley Barbosa de. Rede de interações mutualísticas entre plantas e beija-flores na área urbana do município de Diamantina-MG. 2020. 65 p. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.