Pós-graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas
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PMPGCF - Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas
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Item Avaliação dos efeitos do excesso de massa corporal em marcadores trombo-inflamatórios nas formas grave e leve de CoViD-19(UFVJM, 2022) Lucena, Daniel Macedo de; Rocha Vieira, Etel; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rocha Vieira, Etel; Villela, Daniel Campos; Costa, Karine BeatrizA CoViD-19 é uma doença que teve seus primeiros casos na cidade de Wuhan na China em dezembro de 2019, sendo causada pela infecção pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Essa doença se espalhou por todo o mundo causando, em alguns casos, problemas respiratórios e de coagulação, em decorrência de uma resposta inflamatória exacerbada, levando diversos indivíduos infectados ao óbito. Estudos indicam que indivíduos com obesidade possuem maior chance de desenvolver a CoViD-19 grave, tendo problemas respiratórios e de coagulação mais severos. Isso possa ocorrer devido ao acúmulo de tecido adiposo, que pode contribuir para um ambiente pró-inflamatório agravado e de maior replicação viral. Além disso, indivíduos com obesidade geralmente apresentam outras comorbidades e possuem complicações respiratórias, logo esses indivíduos são mais vulneráveis à infecção do pelo SARS-CoV-2. Nesse estudo foram comparados marcadores inflamatórios (contagem de leucócitos, neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos, basófilos) e de coagulação como o tempo de protrombina e tromboplastina parcialmente ativada (TP e APTT) e contagem de plaquetas, entre indivíduos eutróficos e indivíduos com sobrepeso e obesidade com CoViD-19 leve ou grave durante a fase aguda da doença. A gravidade da CoViD-19 foi determinada de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde. Participaram do estudo 98 voluntários, sendo desses 63 com CoViD-19 leve e 35 com CoViD-19 grave. Trinta e dois pacientes eram eutróficos e 66 tinham sobrepeso ou obesidade. Nossos resultados mostram que a contagem de neutrófilos foi maior e a de linfócitos menor (p < 0,05, Anova two-way, com post hoc de Sidak) nos pacientes com CoViD-19 grave, independente do excesso de peso. Já a contagem de monócitos e de plaquetas foi menor apenas nos pacientes com excesso de peso com CoViD-19 grave comparados aos casos com a forma leve da doença (p < 0,05, Anova two-way, com post hoc de Sidak). Concluímos com esse estudo que existem diferenças de percentual e contagem de células circulantes relacionadas a resposta imunológica e de coagulação entre indivíduos com CoViD-19 leve e CoViD-19 grave na fase aguda da doença, e que o sobrepeso e obesidade contribuem para alterações específicas na CoViD-19 grave.Item Efeitos do óleo de pequi (Caryocar brasiliense) em elementos da resposta imune da mucosa intestinal de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica(UFVJM, 2020) Prates, Rodrigo Pereira; Esteves, Elizabethe Adriana; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Esteves, Elizabethe Adriana; Moreno, Lauane Gomes; Martins, Helen RodriguesEvidências científicas apontam que compostos da dieta, tais como ácidos graxos monoinsaturados (MUFA) e carotenoides, em sua forma isolada ou extraída, parecem modular a resposta imune da mucosa intestinal. O óleo de pequi (OP) é rico em MUFA e carotenoides. Nós mostramos previamente efeito imunomodulador do OP na mucosa intestinal de camundongos saudáveis e com colite ulcerativa aguda. Entretanto, este efeito ainda não foi investigado no contexto da obesidade. O objetivo deste estudo foi investigar efeitos do óleo de pequi sobre elementos da resposta imune da mucosa intestinal de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica. Para tal, 48 camundongos C57BL/6 machos foram distribuídos em quatro grupos: C, que recebeu dieta controle, CP que recebeu dieta C e OP; HL que recebeu dieta hiperlipídica e HLP, que recebeu dieta HL e OP. O OP foi ofertado diariamente em uma dose de 150 mg. O experimento teve duração de 10 semanas. Foram avaliados indicadores clínicos da obesidade, biomarcadores metabólicos sanguíneos e os fenótipos de leucócitos do compartimento intraepitelial e das placas de peyer da mucosa do intestino delgado e dos linfonodos mesentéricos. As massas corporais finais do grupo HLP se igualaram às dos grupos C e CP e foram igualmente inferiores ao grupo HL (p<0,05). Apesar de o ganho de massa corporal do grupo HLP ter sido inferior ao HL (p<0,05), não se igualou ao C e ao CP. A ingestão alimentar diária dos grupos HLP e CP foi igualmente menor que a do grupo C e ambas superiores ao HL (p<0,05). A menor ingestão calórica foi a do grupo CP (p<0,05) e não houve diferença entre HL e HLP. Os animais que ingeriram OP (CP e HLP) tiveram a adiposidade visceral semelhante ao grupo C e inferior ao HL (p<0,05). A tolerância à glicose foi menor para os animais dos grupos HL e HLP em comparação aos controles (C e CP) (p<0,05). O OP na dieta controle reduziu a contagem global de leucócitos no sangue (p<0,05), mas este efeito foi perdido quando ele foi ingerido na dieta hiperlipídica. No compartimento intraepitelial, o OP elevou os leucócitos totais tanto no grupo CP quanto no grupo HLP e não afetou os linfócitos intraepiteliais em comparação ao HL (p<0,05). Por outro lado, a dieta hiperlipídica elevou os linfócitos Tγδ e não houve efeito do OP (p<0,05). Nos linfonodos mesentéricos, houve aumento percentual dos linfócitos para o grupo HLP em relação aos grupos C e HL, porém não foi significativo. Houve uma redução dos lintócitos T auxiliares no grupo CP em relação ao C (p<0,05). Nas placas de peyer os leucócitos totais aumentaram no grupo HLP em relação aos grupos HL e C (p<0,05). Não houve alterações expressivas nos demais tipos celulares entre os tratamentos. O óleo de pequi promoveu um aumento de leucócitos totais no epitélio intestinal do grupo HLP, possivelmente células da imunidade inata, como os macrófagos M2, com consequente reparo do epitélio intestinal, uma vez que os animais alimentados com dieta hiperlipídica e óleo de pequi apresentaram redução da massa corporal.