Efeitos do óleo de pequi (Caryocar brasiliense) em elementos da resposta imune da mucosa intestinal de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica
Date
2020
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
Evidências científicas apontam que compostos da dieta, tais como ácidos graxos
monoinsaturados (MUFA) e carotenoides, em sua forma isolada ou extraída, parecem modular
a resposta imune da mucosa intestinal. O óleo de pequi (OP) é rico em MUFA e carotenoides.
Nós mostramos previamente efeito imunomodulador do OP na mucosa intestinal de
camundongos saudáveis e com colite ulcerativa aguda. Entretanto, este efeito ainda não foi
investigado no contexto da obesidade. O objetivo deste estudo foi investigar efeitos do óleo de
pequi sobre elementos da resposta imune da mucosa intestinal de camundongos alimentados
com dieta hiperlipídica. Para tal, 48 camundongos C57BL/6 machos foram distribuídos em
quatro grupos: C, que recebeu dieta controle, CP que recebeu dieta C e OP; HL que recebeu
dieta hiperlipídica e HLP, que recebeu dieta HL e OP. O OP foi ofertado diariamente em uma
dose de 150 mg. O experimento teve duração de 10 semanas. Foram avaliados indicadores
clínicos da obesidade, biomarcadores metabólicos sanguíneos e os fenótipos de leucócitos do
compartimento intraepitelial e das placas de peyer da mucosa do intestino delgado e dos
linfonodos mesentéricos. As massas corporais finais do grupo HLP se igualaram às dos grupos
C e CP e foram igualmente inferiores ao grupo HL (p<0,05). Apesar de o ganho de massa
corporal do grupo HLP ter sido inferior ao HL (p<0,05), não se igualou ao C e ao CP. A ingestão
alimentar diária dos grupos HLP e CP foi igualmente menor que a do grupo C e ambas
superiores ao HL (p<0,05). A menor ingestão calórica foi a do grupo CP (p<0,05) e não houve
diferença entre HL e HLP. Os animais que ingeriram OP (CP e HLP) tiveram a adiposidade
visceral semelhante ao grupo C e inferior ao HL (p<0,05). A tolerância à glicose foi menor para
os animais dos grupos HL e HLP em comparação aos controles (C e CP) (p<0,05). O OP na
dieta controle reduziu a contagem global de leucócitos no sangue (p<0,05), mas este efeito foi
perdido quando ele foi ingerido na dieta hiperlipídica. No compartimento intraepitelial, o OP
elevou os leucócitos totais tanto no grupo CP quanto no grupo HLP e não afetou os linfócitos
intraepiteliais em comparação ao HL (p<0,05). Por outro lado, a dieta hiperlipídica elevou os
linfócitos Tγδ e não houve efeito do OP (p<0,05). Nos linfonodos mesentéricos, houve aumento
percentual dos linfócitos para o grupo HLP em relação aos grupos C e HL, porém não foi
significativo. Houve uma redução dos lintócitos T auxiliares no grupo CP em relação ao C
(p<0,05). Nas placas de peyer os leucócitos totais aumentaram no grupo HLP em relação aos
grupos HL e C (p<0,05). Não houve alterações expressivas nos demais tipos celulares entre os
tratamentos. O óleo de pequi promoveu um aumento de leucócitos totais no epitélio intestinal
do grupo HLP, possivelmente células da imunidade inata, como os macrófagos M2, com
consequente reparo do epitélio intestinal, uma vez que os animais alimentados com dieta
hiperlipídica e óleo de pequi apresentaram redução da massa corporal.
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Citation
PRATES, Rodrigo Pereira. Efeitos do óleo de pequi (Caryocar brasiliense) em elementos da resposta imune da mucosa intestinal de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica. 2020. 95 p. Dissertação (Mestrado Multicêntrico em Ciências Fisiológicas) – Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.