Pós-graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas
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PMPGCF - Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas
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Item Adiposidade, prática de esporte e exercícios e estresse são preditores para o desempenho de crianças e adolescentes obesos em tarefas de funções executivas e memória(UFVJM, 2022) Freitas, Daniel Almeida; Leite, Hércules Ribeiro; Mendonça, Vanessa Amaral; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Leite, Hércules Ribeiro; Mendonça, Vanessa Amaral; Esteves, Elizabethe Adriana; Lanza, Fernanda de Cordoba; Souto, Deisiane Oliveira; Tossige Gomes, RosalinaA obesidade é uma doença crônica, em que há acúmulo excessivo de gordura no tecido adiposo, sua prevalência tem aumentado em crianças e adolescente. A obesidade é caracterizada por inflamação crônica de baixo grau, e alteração do padrão de secreção de biomarcadores, tais como o cortisol e a proteína C-reativa. A obesidade está associada a doenças cardiometabólicas, ao estresse e ao declínio cognitivo. A persistência até a idade adulta desta condição promove efeitos deletérios nas funções executivas, como diminuição da velocidade de processamento, memória de trabalho, raciocínio e da memória episódica. A aptidão cardiorrespiratória, tem se mostrado um fator protetor das funções executivas. Contudo, não está definido se a prática regular de exercícios físicos pode ser um fator protetor das funções executivas em indivíduos obesos na infância e adolescência. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar quais são os preditores que influenciam as funções executivas e memória em crianças e adolescente obesos. Avaliou-se como possíveis preditores: composição corporal, biomarcadores sanguíneos, estresse, nível econômico, aptidão cardiorrespiratória e prática regular de exercícios físicos e problemas de saúde materna durante a gestação. Para tal foi realizado um estudo transversal com crianças e adolescentes obesos entre 7 e 18 anos de idade (n=32) participantes. As funções executivas foram avaliadas pelos testes de trilhas, torre de Hanoi e teste de Stroop, a memória episódica pelo Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT) e a memória semântica pelo teste de fluência verbal. A composição corporal avaliada pelo dual energy X-rays absormetry (DEXA), os biomarcadores de estresse e inflamação o cortisol e a proteína C-reativa a aptidão cardiorrespiratória pelo shutlle walking test modified (SWTM), o estresse pela escala de estresse de Lipp (EE), e o nível econômico pelo questionário de bens de consumo da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP) e a prática regular de exercícios físicos, por meio do questionário de atividade física habitual de Baecke. Foi utilizado o teste T para amostras independentes para comparar de participantes com mães com problemas na gestação (sim ou não), correlação de Pearson ou Spearman para verificar a associação entre as variáveis, e para as correlações moderadas e significativas, ou p<0,20 realizou-se regressão linear. Os resultados mostraram que a adiposidade (avaliada pelo % de gordura) e o z-escore do IMC está associada a pior memória episódica de acordo com o índice de Evocação do RAVLT. A fluência verbal apresentou associação com a gordura visceral. As funções de planejamento e flexibilidade cognitiva na torre de Hanoi, apresentaram associação do tempo para resolução da torre de Hanoi (TH) com a gordura visceral, enquanto o número de movimentos tem associação com a prática de esporte e exercícios físicos (PEEF), a prática regular de exercícios favorece o planejamento de crianças e adolescentes obesos, o número de erros está diretamente associado ao escore da escala de estresse. Assim, o presente estudo, mostrou a associação da composição corporal, à memória e as funções executivas de flexibilidade cognitiva e controle inibitório. As funções executivas e memória em crianças e adolescentes parecem estar associadas ao estresse, e ao hábito de prática regular de exercícios físicos independentemente da intensidade.Item Análise da composição química, atividade citotóxica e inibição de citocinas in vitro de preparações de partes aéreas da planta ageratum fastigiatum(UFVJM, 2013) Freitas, Bethânia Alves de Avelar; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Rocha-Vieira, Etel; Universidade Fedaral dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Francischi, Janetti Nogueira; Lopes, Miriam Teresa paz; Miranda, João Luiz de; Mendonça, Vanessa AmaralAgeratum fastigiatum é uma planta utilizada na medicina popular como anti-inflamatório e analgésico, no entanto, poucos estudos foram realizados a fim de detalhar os mecanismos envolvidos nessa atividade. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade anti-inflamatória in vitro do óleo essencial e do extrato diclorometânico de A. fastigiatum. Pela técnica de exclusão do azul de tripam por citometria de fluxo foram determinadas concentrações não tóxicas das preparações de A. fastigiatum. As concentrações não tóxicas do óleo essencial foram 5x10-3 e 1x10-2 µL/mL. Essas concentrações foram utilizadas para a pesquisa do potencial anti-inflamatório do óleo essencial, medido por meio da análise do perfil de citocinas pro (TNF- α e IFN- γ) e anti-inflamatórias (IL-10), em culturas de leucócitos humanos estimulados e não estimulados com PMA (acetato de forbol miristato) . Os dados demonstraram que ambas as concentrações inibiram o percentual de linfócitos-TNF+ nas culturas estimuladas com PMA. A análise cromatográfica em fase gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG/EM) revelou como principais constituintes no óleo essencial as substâncias α-pineno (7,51%), limoneno (5,9%), óxido de cariofileno (13,59%), 1,2 epóxido humuleno (8,41%) e 1,6-humulanodien-3-ol (17,71%). O extrato diclorometânico de A. fastigiatum, na concentração 20 µg/mL, não apresentou toxicidade aos leucócitos do sangue periférico humano e reduziu o percentual de linfócitos-TNF-α+ e linfócitos-IFN-γ+ nas culturas estimuladas com o PMA. Este extrato foi fracionado em coluna de Sephadex LH-20 (150 g). Na análise de citocinas, a fração 10 (AFDM 10), na concentração 10 µg/mL, demonstrou efeito anti-inflamatório in vitro reduzindo a frequência de linfócitos-TNF-α+ e a proliferação de linfócitos estimulados com PHA (fitohemaglutinina). Sugere-se que parte da atividade anti-inflamatória de A. fastigiatum se dê pela inibição que os constituintes da planta promovem sobre a ativação de leucócitos.Item Associação da atividade física habitual com desenvolvimento infantil, biomarcadores do balanço redox e citocinas em pré-escolares eutróficos e com sobrepeso/obesidade: estudos exploratórios(UFVJM, 2023) Viegas, Ângela Alves; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Mendonça, Vanessa Amaral; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)O desenvolvimento infantil na fase pré-escolar é marcado pelo ganho de novas habilidades motoras e cognitivas, além do amadurecimento de sistemas biológicos como o sistema antioxidante. A atividade física habitual (AFH) pode impactar o desenvolvimento de habilidades motoras grossas e cognitivas durante a infância. Entretanto essas relações permanecem mal compreendidas na fase pré-escolar, especialmente na presença de excesso de peso. Além disso, ainda não foi explorada a relação entre AFH, balanço redox e citocinas em pré-escolares. Dessa forma, os objetivos deste estudo foram: 1) investigar se o nível de AFH e a função cognitiva global podem predizer habilidades motoras grossas em pré-escolares e verificar seus possíveis mediadores; 2) investigar a associação das funções executivas com as habilidades motoras em pré-escolares eutróficos e com sobrepeso/obesidade; 3) avaliar o balanço redox e citocinas de pré-escolares eutróficos e com sobrepeso/obesidade, e sua associação com a AFH em uma análise multivariada. Foram realizados duas coletas de dados com crianças matriculadas na rede pública de ensino (amostra 1: 166 pré-escolares; amostra 2: 50 pré-escolares, dos quais 25 com sobrepeso/obesidade pareados com 25 eutróficos pela idade, gênero, nível econômico, e escolaridade materna). A AFH foi avaliada de acordo com o tempo que a criança passa ao ar livre (amostra 1) e por acelerometria (amostra 2). As habilidades motoras foram avaliadas por meio do teste de desenvolvimento motor grosso (TGMD-2), enquanto a função cognitiva global foi avaliada pelo Mini-Mental para Crianças (MMC). As funções executivas foram avaliadas com os testes Stroop Dia-Noite, Marshmallow, Fluência Verbal (FV) e Torre de Hanói (TH). O balanço redox foi determinado pela capacidade antioxidante total (TAC), atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT), e pelas concentrações de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). As citocinas avaliadas foram os receptores solúveis de TNF (sTNFRs) e leptina. Foi utilizado o teste t para amostras independentes, qui-quadrado e correlação bivariada para verificar as associações. Em seguida foi realizada análise de regressão logística múltipla e de mediação (objetivo 1); regressão linear múltipla (objetivo 2); e regressão de mínimo quadrado parcial (objetivo 3). Pré-escolares pouco ativos (tempo ao ar livre < 60 min por dia), função cognitiva abaixo da média por idade e meninas foram mais propensos a ter desempenho motor grosso abaixo do esperado. Mas a AFH não mediou nenhuma das variáveis. Pré-escolares com sobrepeso/obesidade apresentaram pior desempenho de habilidades de locomoção comparado aos eutróficos com mesmo nível de AFH, mas diferentes padrões diários de HPA esporádicas de curta duração. Com relação às funções executivas, os resultados mostraram uma associação negativa de VF (número de erros) e TH (quebra de regra) com controle de objeto e com o quociente motor grosso apenas nos pré-escolares com sobrepeso/obesidade. Além disso, pré-escolares com sobrepeso/obesidade tiveram níveis mais altos de TAC e de TBARS, mais baixa atividade da CAT, e maior concentração de sTNFRs e leptina comparado com seus pares eutróficos. O padrão multivariado de intensidade de AFH revelou mais forte associação de faixas de intensidade vigorosa com a antioxidação e anti-inflamação em pré-escolares com sobrepeso/obesidade. Nos eutróficos, a associação com AFH foi na direção de menor antioxidação e maior inflamação, mas as faixas de intensidade mais importantes no padrão multivariado de AFH foram de intensidade leve a moderada. Embora não seja possível afirmar causalidade, os resultados sugerem que AFH durante o tempo ao ar livre pode prevenir o atraso nas habilidades motoras grossas em pré-escolares majoritariamente eutróficos. A função cognitiva global também poderia prevenir este atraso, entretanto as funções executivas podem ser mais importantes para as habilidades de controle de objetos apenas nas crianças com excesso de peso. Além disso, AFH em faixas de intensidade vigorosa pode exercer efeitos antioxidantes e antiinflamatórios somente em pré-escolares com sobrepeso/obesidade.Item Avaliação da distribuição e perfil funcional das subpopulações de monócitos na obesidade associada à resistência à insulina em resposta à sobrecarga oral de glicose(UFVJM, 2018) Garcia, Bruna Caroline Chaves; Vieira, Etel Rocha; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mendonça, Vanessa Amaral; Ferreira, Adaliene Versiani Matos; Freitas, Bethânia Alves de AvelarOs monócitos são células mononucleares fagocíticas, classificados em três subpopulações distintas, conforme a expressão de CD14 e CD16: monócitos clássicos (CD14++ CD16- ), intermediários (CD14++ CD16+ ) e não-clássicos (CD14+ CD16++). Os monócitos nãoclássicos são responsáveis pelo patrulhamento do endotélio e têm sido relacionados com o estado pró-inflamatório de diversas doenças. Nosso grupo de pesquisa observou, em estudos prévios, aumento dessa subpopulação de monócitos em indivíduos obesos. Também foi observada correlação positiva entre o percentual de monócitos não clássicos com a glicemia no teste oral de tolerância a glicose (TTOG), o que sugere relação entre a intolerância à glicose e a maior frequência dessas células. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a distribuição e perfil funcional das subpopulações de monócitos em obesos sensíveis e resistentes à insulina em resposta à sobrecarga oral de glicose. Participaram do estudo 22 indivíduos obesos e 11 eutróficos, classificados em três grupos conforme a sensibilidade à insulina: controle eutrófico (CONT), obeso sensível à insulina (OBS) e obeso resistente à insulina (OBR). Inicialmente os voluntários passaram por avaliação antropométrica (aferição de massa corporal, estatura e composição corporal) e bioquímica (insulina e glicemia de jejum, triglicerídeos, colesterol total e frações). A distribuição e o perfil funcional das subpopulações de monócitos nos voluntários foram avaliadas antes, uma e três horas após o TTOG. No jejum os indivíduos obesos, independente da sensibilidade à insulina, apresentaram maior percentual de monócitos não-clássicos. Já os indivíduos do grupo OBR apresentaram menor percentual de monócitos clássicos e menor percentual de monócitos CD11b+ comparados ao CONT. O grupo OBS apresentou menor expressão de HLA-DR pelos monócitos. A sobrecarga oral de glicose não teve efeito sobre nenhuma das subpopulações de monócitos nos indivíduos do grupo controle. Contudo, no grupo OBS foi observada redução do percentual de monócitos não clássicos e aumento do percentual de monócitos clássicos 1 hora após o TTOG. Estas alterações não foram observadas 3 horas após o teste, o que indica um efeito transitório da sobrecarga oral de glicose no percentual dos monócitos clássicos e não clássicos nos indivíduos obesos sensíveis à insulina. Já no grupo OBR as mesmas alterações foram observadas 1 horas após o TTOG, contudo, diferente do grupo OBS, o percentual de monócitos clássicos se manteve aumentado e o de monócitos não-clássicos reduzido 3 horas após o TTOG. A sobrecarga oral de glicose também alterou a expressão de HLA-DR preferencialmente nos indivíduos obesos resistentes à insulina. Foi observada menor expressão de HLA-DR entre 1 e 3 horas após o TTOG, nas três subpopulações de monócitos do grupo OBR, enquanto no grupo controle essa redução foi observada apenas para os monócitos clássicos. Esses dados demonstram que a sobrecarga oral de glicose afeta de forma distinta a distribuição das subpopulações de monócitos e a expressão de HLA-DR em indivíduos obesos resistentes à insulina. Os achados indicam que o efeito da sobrecarga oral de glicose na distribuição e perfil funcional de monócitos é dependente da obesidade e agravada pela resistência à insulina.Item Avaliação da função endotelial e dos parâmetros do estado redox como marcadores da programação fetal mediada por dieta hipersódica em prole de ratos Wistar(UFVJM, 2018) Rodrigues, Luciano Firmino; Villela, Daniel Campos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Villela, Daniel Campos; Esteves, Elizabethe Adriana; Moura, Cristiane Rocha FagundesA hipertensão é um distúrbio multifatorial caracterizado pela interação de fatores genéticos e ambientais. Estudos epidemiológicos recentes sugerem que insultos ao feto, muitas das vezes ocasionados pela nutrição materna inadequada, favorecem alterações em sua programação fetal. Sendo assim, esse estudo avaliou, a função endotelial, biomarcadores teciduais do estado redox, assim como possíveis lesões em órgãos alvo, através da sobrecarga de sal em prole de ratos Wistar. Inicialmente, quatro machos e dez fêmeas (geração P) foram divididos igualmente em grupos controle (N) e tratado (H), este com ração suplementada com NaCl 4%, durante 16 semanas. Após esse período houve o acasalamento dos animais em cada um dos grupos, dando origem as crias (F-1). Após o desmame, as proles do grupo controle (N) foram divididas nos grupos (NN) recebendo dieta padrão e (NH) recebendo dieta com NaCl 4%. As do grupo tratado (H) foram divididas em (HN) recebendo dieta padrão e (HH) recebendo dieta com NaCl 4%, durante o mesmo período. Em seguida avaliamos a função endotelial em ratos acordados, biomarcadores (TBARS, FRAP, SOD, CAT E PC) e a urina de 24 horas. Percebemos uma redução da reatividade vascular dependente do endotélio na relação 200ng ACH/20μg NPS quando comparamos os grupos NH (1.00±0.09) e HH (0.70±0.21), mmhg, p<0,05. Na avaliação do estado redox do arco aórtico, verificamos que os grupos HN (0.14±0.03) e HH (0.18±0.06) reduziram o TBARS em relação ao grupo NH (0.37±0.08), nmol MDA/proteína mg, p<0.005. Percebemos também nesta amostra que os grupos NN (0.97±0.34) e NH (1.16±0.5) reduziram a SOD em relação ao grupo HH (1.93±0,5), U/proteína mg, p<0.05. Na adrenal os grupos NN (0,803 ± 0,313), NH (0,722 ± 0,297) e HH (0,695 ± 0,186) reduziram o TBARS em relação ao HN (1,886 ± 1,044), nmol MDA/proteína mg, p<0.05. Nos ventrículos cardíacos observamos que o grupo HN (0.77±0.16) reduziu o TBARS em relação ao HH (1.13±0.18), nmol MDA/proteína mg, p<0,05. Neste tecido o grupo HN (0.51±0.47) aumentou a SOD em relação ao grupo NH (0.47±0.45 U/proteína mg), p<0,05. Nos rins a microalbuminúria no grupo HH (0,011 ± 0,006) foi maior que o grupo HN (0,005 ± 0,002) mg/24hs, p<0,05. Em síntese, os principais achados do presente estudo foram a piora de função endotelial e o indício de lesão renal no grupo HH, assim como aparente proteção evidenciada no grupo HN ao dano oxidativo.Item Avaliação de indicadores inflamatórios e funcionais associados à fisiopatologia da silicose de moradores da região de Corinto – MG.(UFVJM, 2014) Braz, Nayara Felicidade Tomaz; Mendonça, Vanessa Amaral; Teixeira, Mauro Martins; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Francischi, Janetti Nogueira; Balthazar, Cláudio HeitorA Silicose é uma pneumoconiose fibrótica, irreversível e potencialmente fatal, causada pela inalação de poeira contendo sílica cristalina. Causa disfunção respiratória e desregulação do sistema imunológico. Este trabalho foi dividido em dois estudos e teve como objetivos: avaliar as concentrações plasmáticas das citocinas e quimiocinas IL-1β, IL-6, IL-10, CCL2, CCL3, CCL11, CCL24, TNF-α e dos receptores solúveis sTNFR1 e sTNFR2, de sujeitos expostos à sílica (SES), com e sem a silicose e de sujeitos não expostos à poeira de sílica; verificar se existe associação entre esses biomarcadores com a gravidade da silicose, avaliada pela radiografia de tórax; verificar se existe associação entre os biomarcadores com o questionário de qualidade de vida Saint George’s Respiratory Questionnaire (SGRQ), com o Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6), com a escala de dispneia do Medical Research Council e com a função pulmonar, avaliada pelo volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1); verificar se existe associação entre os biomarcadores com o tempo de exposição à sílica; verificar se existe associação entre o tempo de exposição com a gravidade da silicose. Métodos: No primeiro momento do estudo, foram investigadas as concentrações plasmáticas de CCL2, CCL3, CCL11, CCL24, TNF-α, sTNFR1 e sTNFR2. Foram incluídos 57 SES, garimpeiros e lapidários de quartzo, sendo 36 com silicose. O grupo controle (GC) foi composto por 22 indivíduos saudáveis sem história de exposição à sílica. Os biomarcadores foram avaliados por ELISA. Resultados: CCL3, CCL24, sTNFR1 e sTNFR2 estavam aumentados no grupo SES e nos SES com silicose em relação aos controles. As concentrações plasmáticas de sTNFR1 e sTNFR2 foram maiores nos SES, com e sem silicose. A concentração de sTNFR2 foi maior nos SES com silicose que nos SES sem silicose. Houve correlação positiva entre sTNFR1 e sTNFR2 e a gravidade radiológica da silicose e o tempo de exposição. Além disso, sTNFR2 foi associado à todas as categorias da gravidade radiológica. Métodos: No segundo momento do estudo foram investigadas as concentrações plasmáticas de IL-1β, IL-6, IL-10, TNF-α, sTNFR1 e sTNFR2, de 30 SES, sendo 23 indivíduos silicóticos e 7 sem silicose. O GC foi composto por 24 indivíduos não expostos à sílica. Nessa fase foram também avaliados, a função pulmonar, o grau de dispneia, a capacidade funcional e a qualidade de vida dos SES. Os biomarcadores foram avaliados por ELISA. Resultados: A concentração plasmática de IL-6 estava maior nos SES e nos pacientes com silicose comparados ao GC. Houve correlação positiva entre a gravidade radiológica e o escore total do SGRQ, e correlação negativa entre a gravidade radiológica e o VEF1. Foi encontrada correlação negativa entre a concentração plasmática de sTNFR1 e a distância percorrida no TC6. IL-10 correlacionou-se negativamente com o escore total no SGRQ e correlacionou-se positivamente com a distância percorrida no TC6 e com o VEF1. Conclusão: Os sujeitos expostos à sílica apresentaram aumento das concentrações plasmáticas de IL-6, CCL3, CCL24, sTNFR1 e sTNFR2. sTNFR2 foi associado à gravidade radiológica e à exposição precoce à poeira de sílica. A qualidade de vida relacionada à respiração foi afetada negativamente pela gravidade da silicose, que, por sua vez, prejudicou a função pulmonar. Elevadas concentrações plasmáticas de sTNFR1 foram relacionadas com uma menor capacidade funcional. Além disso, a concentração elevada de IL-10, citocina anti-inflamatória, indicaram maior capacidade funcional, melhor função pulmonar e qualidade de vida. Em conclusão, este estudo mostrou que indivíduos expostos à poeira de sílica apresentaram indicação de inflamação sistêmica, com prejuízo da função pulmonar, da capacidade funcional e da qualidade de vida da população avaliada.Item Avaliação do efeito de uma sessão de exercício físico de intensidade leve a moderada sobre parâmetros endócrino-metabólicos e de estresse oxidativo de pacientes submetidos à hemodiálise(UFVJM, 2015) Domingues, Talita Emanuela; Balthazar, Cláudio Heitor; Coimbra, Cândido Celso; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Leite, Laura Hora Rios; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues Lacerda; Balthazar, Cláudio HeitorA doença renal crônica consiste em lesão renal com perda progressiva e irreversível da função dos rins. Nesta fase, os pacientes recebem indicação de terapia renal substitutiva sendo a Hemodiálise o recurso mais utilizado. Evidências indicam que a prática de exercício físico intradialítico é benéfica. Entretanto, os benefícios desta modalidade de exercício sobre parâmetros endócrino-metabólicos e de estresse oxidativo ainda são poucos conhecidos. Objetivo: Avaliar o efeito de uma sessão de exercício físico de intensidade leve a moderada, sobre parâmetros endócrino-metabólicos e de estresse oxidativo de pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiálise. Métodos: Doze voluntários, alocados de forma randomizada, do Serviço de Hemodiálise da Santa Casa de Caridade de Diamantina/MG participaram do estudo. Todos foram cross-over durante o experimento, a fim de comparar os resultados entre os dias de hemodiálise sem exercício (HD s/ exc) e hemodiálise com exercício (HD c/exc), e os dias posterior à sessão de hemodiálise sem exercício (P-HD s/ exc) e posterior à sessão de hemodiálise com exercício (P-HD c/exc), para cada voluntário. O exercício físico intradialítico ocorreu de maneira supervisionada, e por meio de um cicloergômetro portátil. A coleta de saliva para avaliação dos parâmetros endócrino-metebólicos cortisol e testosterona ocorreu durante todos os dias do protocolo experimental, em seis momentos ao longo do dia, a saber: ao acordar (T1) e trinta minutos após (T2), 12:00h (T3), 14:00h (T4), 16:00h (T5) e às 19h (T6). As amostras de sangue para avaliação dos parâmetros de estresse oxidativo foram coletadas apenas em dias de hemodiálise, em dois momentos: antes (T3) e após (T4) a sessão de hemodiálise. Resultados: As concentrações de cortisol e testosterona para os dias de hemodiálise com exercício físico (HD c/exc) não se elevaram significativamente em relação às concentrações apresentadas no dia de hemodiálise sem exercício físico (HD s/exc), o que também ocorreu para os dias posteriores à aplicação do protocolo de exercício intradialítico (PHD c/ exc e P-HD s/ exc). Entretanto, a razão testosterona/cortisol aumentou significativamente no dia posterior à sessão de hemodiálise com exercício (P-HD c/ exc) quando comparada ao dia posterior à sessão de hemodiálise sem exercício (P-HD s/ exc). Os parâmetros de estresse oxidativo não apresentaram alterações induzidas pelo protocolo de exercício físico. Conclusão: O exercício físico intradialítico alterou o status anabólico 24 horas após à sua realização e não induziu alterações significativas nos parâmetros de estresse oxidativo.sumoItem Avaliação do efeito do exercício intervalado de alta intensidade sobre o equilíbrio redox sanguíneo em homens sedentários(UFVJM, 2014) Magalhães, Silvia Mourão; Rocha-Vieira, Etel; Amorim, Fabiano Triguerino; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rocha-Vieira, Etel; Amorim, Fabiano Trigueiro; Morais, Harriman Aley de; Leite, Hércules Ribeiro; Magalhães, José Carlos deEste estudo avaliou o efeito agudo e crônico do exercício intervalado de alta intensidade sobre o estado redox sanguíneo de homens sedentários. Para isso, o estudo foi dividido em duas etapas. Na primeira etapa 17 indivíduos sedentários foram submetidos a uma sessão de exercício intervalado de alta intensidade (HIIE, do inglês high intensity interval exercise), no cicloergômetro, composta por 8 estímulos, a 90% da potência máxima, intercalados por 75 segundos de recuperação ativa a 30 watts. Antes e, imediatamente, após o exercício amostras de sangue foram coletadas para a avaliação da concentração de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e da capacidade antioxidante total do plasma; e a concentração de TBARS e atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT), no lisado eritrocitário. Agudamente, o HIIE não alterou a concentração plasmática de TBARS, embora a capacidade antioxidante total do plasma tenha sido significativamente menor (p=0,05) imediatamente após o exercício. Nós eritrócitos, a concentração de TBARS foi significativamente menor (p=0,03), enquanto a atividade da SOD foi significativamente maior (p=0,04), imediatamente após o exercício. Na segunda etapa 9 indivíduos, que participaram do HIIE, foram submetidos a um programa de treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT, do inglês high intensity interval training), 3 vezes por semana, durante 4 semanas (12 sessões de treinamento). Parâmetros do estado redox foram avaliados antes e ao final do treinamento. O HIIT aumentou (p=0,05) a capacidade antioxidante total do plasma, e, nos eritrócitos, a concentração de TBARS foi menor (p=0,03) e a atividade da catalase foi maior (p=0,04) após o treinamento. As modificações do estado redox sanguíneo alcançadas em curto prazo com o programa de HIIT utilizado neste estudo podem ser consideradas uma resposta benéfica adicional para a esta modalidade de treinamento, e neste contexto o HIIT pode ter um papel terapêutico nas condições clínicas decorrentes ou associados a um quadro de desequilíbrio redox.Item Avaliação dos efeitos do excesso de massa corporal em marcadores trombo-inflamatórios nas formas grave e leve de CoViD-19(UFVJM, 2022) Lucena, Daniel Macedo de; Rocha Vieira, Etel; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rocha Vieira, Etel; Villela, Daniel Campos; Costa, Karine BeatrizA CoViD-19 é uma doença que teve seus primeiros casos na cidade de Wuhan na China em dezembro de 2019, sendo causada pela infecção pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Essa doença se espalhou por todo o mundo causando, em alguns casos, problemas respiratórios e de coagulação, em decorrência de uma resposta inflamatória exacerbada, levando diversos indivíduos infectados ao óbito. Estudos indicam que indivíduos com obesidade possuem maior chance de desenvolver a CoViD-19 grave, tendo problemas respiratórios e de coagulação mais severos. Isso possa ocorrer devido ao acúmulo de tecido adiposo, que pode contribuir para um ambiente pró-inflamatório agravado e de maior replicação viral. Além disso, indivíduos com obesidade geralmente apresentam outras comorbidades e possuem complicações respiratórias, logo esses indivíduos são mais vulneráveis à infecção do pelo SARS-CoV-2. Nesse estudo foram comparados marcadores inflamatórios (contagem de leucócitos, neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos, basófilos) e de coagulação como o tempo de protrombina e tromboplastina parcialmente ativada (TP e APTT) e contagem de plaquetas, entre indivíduos eutróficos e indivíduos com sobrepeso e obesidade com CoViD-19 leve ou grave durante a fase aguda da doença. A gravidade da CoViD-19 foi determinada de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde. Participaram do estudo 98 voluntários, sendo desses 63 com CoViD-19 leve e 35 com CoViD-19 grave. Trinta e dois pacientes eram eutróficos e 66 tinham sobrepeso ou obesidade. Nossos resultados mostram que a contagem de neutrófilos foi maior e a de linfócitos menor (p < 0,05, Anova two-way, com post hoc de Sidak) nos pacientes com CoViD-19 grave, independente do excesso de peso. Já a contagem de monócitos e de plaquetas foi menor apenas nos pacientes com excesso de peso com CoViD-19 grave comparados aos casos com a forma leve da doença (p < 0,05, Anova two-way, com post hoc de Sidak). Concluímos com esse estudo que existem diferenças de percentual e contagem de células circulantes relacionadas a resposta imunológica e de coagulação entre indivíduos com CoViD-19 leve e CoViD-19 grave na fase aguda da doença, e que o sobrepeso e obesidade contribuem para alterações específicas na CoViD-19 grave.Item Avaliação in vitro das atividades antioxidante e anti-inflamatória de extratos de diferentes partes da espécie Miconia ferruginata DC.(UFVJM, 2021) Lima, Artenizia Criste; Martins, Helen Rodrigues; Almeida, Valéria Gomes de; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Oliveira, Eduardo de Jesus; Esteves, Elizabethe AdrianaA importância das plantas medicinais e seus efeitos terapêuticos vêm sendo constatada ao longo do tempo, e muitas vezes, estas são usadas como único recurso para o tratamento de diversas doenças. A espécie Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae) é conhecida popularmente como pixirica-do-campo ou babatenão, tem sido usada na medicina popular para tratar inflamações e infecções. Considerando o seu uso popular e os resultados promissores para o potencial anti-inflamatório, antitumoral e antioxidante, maiores esforços na investigação terapêutica da M. ferruginata tornam-se necessários, a fim de validar tal potencial. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar as atividades antioxidante e anti-inflamatória de extratos etanólicos brutos de folhas, do caule, de inflorescência e da casca da espécie Miconia ferruginata DC. A quantificação de compostos fenólicos e a avaliação da atividade antioxidante in vitro dos extratos foi realizada por meio da espectrofotometria. Todos os extratos brutos de Miconia ferruginata apresentaram teores de compostos fenólicos totais (CFT) com destaque para o extrato de inflorescência (120,137 mg EAG/g extrato). A atividade redutora dos extratos avaliada pela captura do radical DPPH● demonstrou maior captura para o extrato de caule (EC50 de 483,58 μg/mL μg/mL). A citotoxicidade dos extratos foi avaliada sobre células mononucleares do sangue periférico (PBMC) humano, após 24 horas ou cinco dias de cultura, empregando o método de exclusão com azul de Tripan. Concentrações não tóxicas dos extratos M. ferruginata foram utilizadas para avaliar o efeito dos extratos sobre a proliferação de linfócitos e suas subpopulações TCD4 e TCD8, observando-se o decaimento da fluorescência de células marcadas com VPD450, em culturas estimuladas pela fitohemaglutinina (PHA). Os extratos apresentaram efeito inibitório sobre a resposta proliferativa de linfócitos e de suas subpopulações T CD4 e T CD8. A produção das citocinas pró-inflamatórias (IFN-γ, TNF-α e IL-2) por PBMC tratadas com os extratos e estimuladas com PMA e ionomicina também foi avaliada, utilizando a técnica de citometria de fluxo. Os extratos não tiveram efeito sobre a produção das citocinas IFN-γ e TNF-α pelos linfócitos totais. No entanto, houve diminuição de IL-2 em linfócitos totais tratados com extrato bruto de inflorescência. Assim, no presente estudo os extratos etanólicos brutos de Miconia ferruginata mostraram atividade antiproliferativa, a inibição da proliferação de linfócitos pelo extrato de inflorescência parece estar associada à inibição da citocina mitogênica IL-2. É provável que a atividade antioxidante observada possa estar relacionada a presença de compostos fenólicos nos extratos brutos de folhas, de caule, de inflorescência e da casca, sendo necessário maiores investigações para comprovação da provável associação destas atividades.Item Biomarcadores neuroendócrino-inflamatórios, estado redox e desenvolvimento infantil de crianças com sobrepeso e obesidade entre seis e 24 meses de idade(UFVJM, 2016) Camargos, Ana Cristina Resende; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Mendonça, Vanessa Amaral; Universidade Fedaral dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Scalzo, Paula Luciana; Peluzio, Maria do Carmo Gouveia; Sampaio, Kinulpe Honorato; Esteves, Elizabeth AdrianaA obesidade infantil é considerada um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Estudos demonstram alteração do padrão de secreção de adipocinas, cortisol e do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), bem como inflamação clínica crônica sublimiar e desequilíbrio redox em crianças com sobrepeso e obesidade na idade escolar. Além disso, o excesso de peso também está associado a reduzido desenvolvimento cognitivo e motor. Apesar da literatura indicar que os primeiros 24 meses de vida representam um período importante para o desenvolvimento da obesidade infantil, não existem evidências se crianças com sobrepeso e obesidade nesta faixa etária já apresentam alterações em parâmetros neuroendócrino-inflamatórios, com possível impacto no desenvolvimento infantil. Dessa forma, os objetivos deste estudo foram: 1) analisar as concentrações plasmáticas de adipocinas e BDNF, as concentrações séricas de cortisol e o estado redox de crianças com sobrepeso/obesidade entre seis e 24 meses de idade; 2) avaliar o desenvolvimento cognitivo e motor de crianças com sobrepeso/obesidade entre seis e 24 meses de idade e; 3) verificar associações entre os biomarcadores avaliados com o desenvolvimento cognitivo e motor nessa faixa etária. Foi realizado um estudo transversal com crianças com sobrepeso/obesidade e eutróficas entre seis e 24 meses de idade, cadastradas nas Estratégias de Saúde da Família. As concentrações plasmáticas de leptina, adiponectina, resistina, receptores solúveis do fator de necrose tumoral 1 e 2 (sTNFR1 e sTNFR1), BDNF e as concentrações séricas de cortisol foram mensuradas pelo método ELISA. As quimiocinas foram mensuradas pela técnica cytometric bead arrays e o estado redox foi determinado por meio da detecção das concentrações de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), da atividade das enzimas catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) e da habilidade de redução do ferro (FRAP). O desenvolvimento infantil foi avaliado por meio do instrumento Bayley Scales of Infant and Toddler Development, 3ª edição (Bayley-III). Foi utilizado teste t para amostras independentes para comparar os grupos e correlação de Pearson ou Spearman para verificar a associação entre as variáveis. Além disso, foi utilizado um modelo de regressão linear múltipla stepwise para verificar a associação entre os biomarcardores selecionados com o desenvolvimento cognitivo e motor. As concentrações plasmáticas de leptina (p=0,0001), adiponectina (p=0,0007), BDNF (p=0,003) e as concentrações séricas de cortisol (p=0,048) foram significativamente superiores no grupo de crianças com sobrepeso/obesidade. Em contrapartida, as crianças deste grupo apresentaram menores concentrações de TBARS (p=0,004) e menor atividade das enzimas antioxidantes CAT (p=0,045) e SOD (p=0,02). Não foram encontradas diferenças significativas nas concentrações de quimiocinas, sTNFR1, sTNFR2, resistina e FRAP entre os grupos (p>0,05). Além disso, as crianças do grupo sobrepeso/obesidade apresentaram menores escores de desenvolvimento cognitivo (p=0,03) e motor (p=0,04). Foi ainda encontrada associação significativa entre as concentrações plasmáticas de leptina e sTNFR1 com o escore composto cognitivo (p=0,001) e das concentrações plasmáticas de sTNFR1 com o escore composto motor (p=0,003). Todos esses resultados apontaram a presença de alterações neuroendócrino-inflamatórias em crianças com sobrepeso/obesidade entre seis e 24 meses de idade. Além disso, embora a maior parte das crianças com sobrepeso/obesidade apresentem desenvolvimento infantil dentro dos limites de normalidade, evidencia-se pior desempenho cognitivo e motor. Por fim, foi demonstrado que maiores concentrações de sTNFR1 e menores concentrações de leptina foram associadas com melhores desfechos de desenvolvimento infantil nessa faixa etária.Item Caracterização dos casos de arboviroses no Vale do Jequitinhonha(UFVJM, 2020) Santos, Juliane Duarte; Oliveira, Danilo Bretas de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Danilo Bretas de; Peixoto, Marco Fabrício Dias; Trindade, Giliane de Souza; Dornas, Fabio PioNas últimas décadas do século XX surgiram diferentes doenças epidêmicas causadas por arbovírus, vírus transmitidos por vetores hematófagos, havendo diversos relatos de surtos epidêmicos caracterizados principalmente por doenças febris em humanos. A rápida disseminação dos arbovírus e proliferação dos vetores transmissores são decorrentes de fatores como urbanização descontrolada, falta de saneamento básico, desmatamentos, mudanças climáticas e o alto tráfego de pessoas, tornando um grande desafio de saúde pública. No Brasil, há a predominância de diferentes formações florestais que contemplam variados ecossistemas, favorecendo a existência e disseminação de vetores como o Aedes, responsável pela transmissão de alguns arbovírus patogênicos circulantes no país, como o Chikungunya virus (CHIKV), Dengue virus (DENV), Yellow fever virus (YFV) e Zika virus (ZIKV). Entre os estados do país, Minas Gerais é um dos estados que apresenta um grande número de registros de casos de infecção por arbovírus. O Vale do Jequitinhonha, região que apresenta um dos menores indicadores socioeconômicos de Minas Gerais, grande parte da população vive em extrema pobreza. Em 2017 a macrorregião Jequitinhonha registrou 11 casos confirmados de YFV, em 2019 foram notificados 3214 casos prováveis de DENV, 27 de CHIKV e 12 para ZIKV. Diante dos desafios encontrados no controle dos vetores transmissores, a subnotificação de casos e a importância do desenvolvimento de pesquisas no Vale do Jequitinhonha, o presente estudo teve como objetivo caracterizar os casos de infecções por arbovírus que acometem a população da região, tanto em relação aos aspectos sorológicos utilizando teste ELISA, quanto em relação aos dados demográficos. Foram analisadas amostras de pacientes com suspeita de arbovirose que deram entrada no Hospital Santa Casa de Caridade de Diamantina, com uma prevalência em pacientes do sexo feminino, idade de 23 a 33 anos e o sinal de alarme hipotensão ortostática e/ou lipotimia. Também foram analisadas amostras de 135 gestantes, onde foi observada uma maior infecção nos grupos com renda de um a três salários mínimos, com ensino médio completo, que se autodeclaravam pardas e com idade entre 25 a 35 anos. Análises realizadas em 8 pacientes infectados com YFV silvestre apresentaram um quadro de icterícia com níveis significativamente altos de transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) e transaminase glutâmico-pirúvica (TGP). Foi possível concluir com este estudo a importância de pesquisas epidemiológicas, medidas profiláticas e políticas públicas voltadas principalmente para regiões com alto índice de pobreza.Item Caracterização dos casos de dengue, zika e chikungunya no município de Montes Claros, Minas Gerais, no ano de 2019(UFVJM, 2021) Lage, Sanny Lara da Silva; Oliveira, Danilo Bretas de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Danilo Bretas de; Alves, Pedro Augusto; Ottone, Vinícius de OliveiraO controle das arboviroses representam um grande desafio à saúde pública brasileira. O estudo teve como objetivo caracterizar molecularmente e epidemiologicamente os casos de dengue vírus (DENV), zika vírus (ZIKV) e chikungunya vírus (CHIKV) que acometeram a população de Montes Claros no ano de 2019. Tratou-se de uma pesquisa quantitativa e transversal. O teste de ELISA foi realizado para a detecção da presença de anticorpos IgM anti-DENV em 250 amostras suspeitas e em 145 amostras para a detecção de IgM anti-CHIKV. Para a detecção do ZIKV foi realizado a Reverse-transcription Polymerase Chain Reaction (RT-PCR) em 250 amostras. A idade dos participantes variou de 4 meses a 87 anos de idade. A média da idade foi de 32,6 ± 18,9 anos e 66,4% (n=166) eram do sexo feminino. Foram encontradas 196 (78,4%) amostras positivas para IgM anti-DENV, 20 (8%) amostras positivas para ZIKV e 34 (23,4%) foram positivas para IgM anti-CHIKV. Foram encontrados 17 casos de codetecção de IgM DENV/CHIKV, 10 casos para detecção de IgM anti-DENV e genoma do ZIKV, 2 casos para a detecção do genoma do ZIKV e detecção de IgM anti-CHIKV e 4 casos para a detecção de marcadores para as três arboviroses (IgM anti DENV e CHIKV e genoma do ZIKV). A distribuição do número de casos de arboviroses pelas regiões da cidade apontou que ocorreram casos de dengue e chikungunya em todas as regiões da cidade e sua distribuição foi desproporcional. As regiões que tiveram mais casos para ambas foram: Norte, Leste e Sul. Quanto a distribuição dos casos de zika observou-se que a metade ocorreu na região sul e não foram encontrados casos na região central e rural. O presente trabalho foi pioneiro ao realizar um estudo de soroprevalência da cocirculação dessas arboviroses na cidade de Montes Claros. Estes resultados podem contribuir para uma melhor compreensão da dinâmica das arboviroses e auxiliar no planejamento de ações preventivas para a promoção da saúde pública na cidade.Item Caracterização e efeitos da adição de vibração de todo o corpo aos exercícios de agachamento em idosos com osteoartrite de joelho.(UFVJM, 2010) Avelar, Núbia Carelli Pereira de; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Coimbra, Cândido Celso; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Coimbra, Cândido Celso; Garcia, Emerson Silami; Francischi, Janetti Nogueira deQuantificar o consumo de oxigênio e a frequência cardíaca durante a adição de vibração de todo o corpo aos exercícios de agachamento em idosos e investigar os efeitos do treinamento com exercícios de agachamento associados à vibração de todo o corpo no desempenho funcional e no autorrelato do estado da osteoartrite de joelho em idosos foi o objetivo deste estudo. O consumo de oxigênio e a frequência cardíaca foram avaliados em repouso e durante os exercícios de agachamento com e sem vibração a 40 Hz de frequência e amplitude de 4 mm, de forma aleatória com intervalo mínimo de 24 horas em 18 idosos (15 mulheres e 3 homens, com idade média de 72+6 anos de idade). Para verificar os efeitos da adição de vibração de todo o corpo ao treinamento com exercícios de agachamento, 35 idosos com osteoartrite de joelho, com diagnóstico confirmado por exame clínico e radiográfico, foram avaliados em três momentos distintos: três semanas anteriores ao início do programa, antes e imediatamente após 12 semanas de intervenção. Os voluntários foram alocados aleatoriamente em três grupos: um grupo de intervenção que realizou o programa de agachamento em associação com o estímulo vibratório, promovido pela plataforma vibratória (GPV, N: 12), um grupo exercício que realizou o mesmo programa de agachamento sem vibração (GE, N: 11) e um grupo controle que não realizou nenhum exercício durante o período do estudo (GC, N: 12). Todos os voluntários realizaram quatro testes de desempenho funcional, mensurados de forma direta (Escala de Equilíbrio de Berg, Timed Get Up and Go, Teste de Levantar e Sentar na Cadeira e Teste de Caminhada de 6 Minutos), e avaliação do autorrelato do estado da osteoartrite pelo Western Ontário McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC). A vibração de todo o corpo associada aos exercícios de agachamento promoveu um aumento adicional de cerca de 20 % no consumo de oxigênio e de 7,5 % na frequência cardíaca. Além disso, verificou-se que o programa proposto para o GPV aprimorou o desempenho em todos os testes funcionais e em todos os domínios do WOMAC. Já o GE apresentou melhora no autorrelato da dor (WOMAC) e aprimorou o desempenho apenas nos testes de Equilíbrio de Berg e de Caminhada de 6 minutos. Não houve mudança nos testes de desempenho funcional e nos domínios do WOMAC no grupo controle. Embora o estímulo vibratório tenha intensificado o consumo de oxigênio e frequência cardíaca durante os exercícios de agachamento, esse aumento pode ser insignificante do ponto de vista clínico. Além disso, a adição da vibração ao treino com exercícios de agachamento melhorou o desempenho funcional e o autorrelato do estado da doença em idosos com osteoartrite de joelhos.Item Composição química e efeito sobre mediadores inflamatórios de preparações de partes aéreas de Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) R. M. King & H. Rob (arnica-do-campo) in vitro(UFVJM, 2015) Almeida, Valéria Gomes de; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Universidade Fedaral dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Rocha-Vieira, Etel; Lopes, Miriam Teresa Paz; Santos, Raquel Gouveia dos; Pereira, Wagner de FátimaA Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) R. M. King & H. Rob., (Asteraceae) é nativa da flora brasileira, e sua preparação alcoólica tem sido utilizada de forma tópica como anti-inflamatório na medicina popular. Tendo em vista a ausência de estudos acerca da bioatividade e composição química dessa espécie, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de preparações de partes aéreas de P.brasiliensis sobre parâmetros inflamatórios, in vitro, e realizar a análise dos seus constituintes químicos. A triagem fitoquímica dos caules, flores e folhas da planta foi realizada por meio de reações cromogênicas, fluorogênicas e de precipitação e sugeriu a presença de saponinas, terpenos, taninos e flavonoides nas partes aéreas da planta. Os extratos etanólicos de caules (PBETca), flores (PBETfl) e folhas (PBETfo) foram avaliados por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodos (CLAE-DAD). Essa análise sugeriu a presença de flavonoides nos extratos, especialmente das classes das flavonas e flavonóis. Os óleos essenciais de flores (PBOEfl) e de folhas (PBOEfo) foram analisados por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrômetro de Massas (CG-EM), sendo possível a identificação de 22 compostos no PBOEfl e 27 no PBOEfo, dentre os quais, o β-pineno, limoneno, α-pineno, sabineno, óxido de cariofileno e E-cariofileno estão presentes em maior valor percentual. Foram confeccionadas culturas de 4h de sangue total para avaliar o efeito hemolítico dos extratos, determinado pela densidade óptica do sobrenadante em 540 nm. Houve indução de hemólise em culturas tratadas com PBETca ou PBETfo em concentrações superiores a 100 μg/mL. O extrato PBETfl induziu hemólise em culturas na concentração final de 200 μg/mL. A toxicidade dos produtos naturais às Células Mononucleares do Sangue Periférico (PBMC) humano após 24 h e 5 dias, foi avaliada por citometria de fluxo, utilizando Azul de Tripan ou Iodeto de Propídeo. O efeito dos produtos naturais sobre a produção de TNF-α, IFN-γ e IL-2 foi determinado por ELISA do sobrenadante de culturas de 24 h, após estímulo com Miristato Acetato de Forbol (PMA) + Ionomicina. Todos os extratos e óleos essenciais reduziram a produção de TNF-α. A síntese de IFN-γ foi inibida pelo extrato PBETfo e pelo óleo essencial PBOEfl. Todos os extratos etanólicos e o PBOEfl, inibiram a produção de IL-2. O PBETfo foi fracionado por meio de partição em solventes com polaridade crescente e todas as frações foram eficientes em inibir a síntese de TNF-α, por PBMC, após 24 h de cultura. Somente a fração hexânica reduziu a síntese de IFN-γ e IL-2. Foram confeccionadas culturas de sangue total estimuladas com lipopolissacarídeo (LPS) para investigação do efeito dos óleos essenciais sobre a expressão de COX-2, por citometria de fluxo. Os óleos essenciais não interferiram na expressão de COX-2. Nossos achados sugerem que o efeito anti-inflamatório atribuído à P.brasiliensis na medicina popular pode, pelo menos em parte, ser devido à inibição da produção de citocinas pró-inflamatórias por linfócitos e monócitos humanos. É possível que flavonoides das subclasses das flavonas e flavonóis possam contribuir para a atividade biológica dos extratos etanólicos de P. brasiliensis. Muitos monoterpenos e sesquiterpenos presentes nos óleos essenciais de flores e folhas de P. brasiliensis já tiveram a atividade anti-inflamatória descrita em outros trabalhos.Item Concentração de Angiotensinas e atividades da ECA e ECA 2 circulantes de pacientes em hemodiálise(UFVJM, 2018) Gomes, Renata Vitoriano Corradi; Endlich, Patrick Wander; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Endlich, Patrick Wander; Villela, Daniel Campos; Gouvêa, Sônia AlvesIntrodução - A Doença Cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte entre os pacientes portadores de Doença Renal Crônica Terminal (DRCT) em Hemodiálise (HD). A desregulação do Sistema Renina Angiotensina (SRA) exerce significativa influência na progressão da DCV e renal. Objetivo - Analisar o efeito da sessão de hemodiálise sobre os componentes do SRA dos pacientes DRCT e estudar a repercussão dos fármacos sobre esse sistema. Métodos - Este estudo caracterizado como observacional analítico transversal, avaliou 87 pacientes DRCT em hemodiálise. Os participantes do estudo tiveram o sangue coletado imediatamente antes e após a primeira sessão de hemodiálise da semana, no qual realizamos a análise da atividade das enzimas, ECA e ECA 2, por método fluorimétrico e da concentração plasmática de angiotensinas, Angiotensina I, Angiotensina II e Angiotensina-(1-7), por meio da espectrometria LC-MS/MS. Também realizamos essas mesmas análises dividindo os pacientes em grupos conforme os fármacos utilizados, a saber: Controle- (sem antihipertensivos), Beta-bloqueador, Beta-bloqueador+iECA e Beta-bloqueador+Bloq.AT1. Resultados – Encontramos aumento da atividade da ECA no período pós-dialítico. Quando estratificamos nossos pacientes de acordo com os fármacos utilizados, observamos que ocorreu diminuição na atividade da ECA nos grupos Beta-bloqueador, Beta-bloqueador +iECA e Beta-bloqueador+Bloq.AT1. Em relação a ECA2, nossos resultados mostraram diminuição de atividade no período pós-dialítico. Após estratificação de acordo com os fármacos utilizados, observamos redução apenas no grupo Beta-bloq+ Bloq. AT1. Em relação às angiotensinas, não observamos diferenças na concentração plasmática de Ang I e Ang-(1-7). No entanto, ocorreu diminuição nos níveis plasmáticos de Ang II no período pósdialítico. Ao analisarmos os diferentes grupos, evidenciamos diminuição nos níveis plasmáticos de Angiotensina II nos grupos Beta-bloqueador+iECA e Betabloqueador+Bloq.AT1. Conclusões - Demonstramos que a hemodiálise interfere no SRA dos pacientes DRCT, aumentando a atividade da ECA e diminuindo a atividade da ECA2 e a concentração plasmática da Ang II. E ainda, que o uso de fármacos Beta-bloqueadores, inibidores da ECA e Bloqueadores do Receptor AT1 estão associados com alterações significativas dos componentes deste sistema, dentre as quais, destacamos diminuição na atividade da ECA em pacientes em uso de Beta-bloqueador associado ao iECA e aumento na atividade da ECA 2 naqueles em uso de Beta-bloqueador associado a Bloqueador do Receptor AT1. Considerando a clínica, nosso estudo abre uma lacuna para discussão de possíveis mudanças de conduta relacionadas à terapia medicamentosa como, por exemplo, horário de administração dos fármacos, suplementação de dose após sessão de hemodiálise, que podem beneficiar os pacientes DRCT, minimizando o impacto da doença e eficientizando o tratamento. Por fim, enquanto perspectivas futuras, nosso estudo inicia o entendimento da modulação da hemodiálise e terapia farmacológica sobre o SRA em pacientes portadores de DRCT.Item Contextos pessoais, familiares e ambientais em pré-escolares eutróficos e com excesso de peso: estudos exploratórios(UFVJM, 2021) Nobre, Juliana Nogueira Pontes; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Mendonça, Vanessa Amaral; Morais, Rosane Luzia de Souza; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Mendonça, Vanessa Amaral; Morais, Rosane Luzia de Souza; Moreira, Rafaela Silva; Tossige Gomes, Rosalina; Dias Peixoto, Marco FabrícioA obesidade infantil é um problema global de saúde pública. A identificação de fatores contextuais é crucial no contexto da obesidade em pré-escolares. Objetivos: 1) Comparar o desempenho motor de pré-escolares com excesso de massa gorda corporal com seus pares eutróficos, pareados por nível de atividade física, sexo, idade, status econômico, escolaridade materna, qualidade do ambiente domiciliar e escolar; 2) Investigar se o alto índice de massa gorda corporal está associado com habilidades motoras grossas; 3) Pesquisar fatores determinantes para o alto índice de massa gorda corporal; 4) Elaborar índice que sintetize as oportunidades ambientais de brincar ativo; 5) Verificar se as oportunidades ambientais de brincar ativo estão correlacionadas com o nível de atividade física; 6) Verificar quais são os fatores determinantes associados à competência motora em pré-escolares. Foram realizados estudos transversais totalizando 263 pré-escolares (3 a 5 anos de idade) da rede pública de Diamantina-MG. O nível de atividade física foi medido por acelerômetro (Acthigraph). O tempo ao ar livre por questionário (Burdette 2004). A avaliação das habilidades motoras pelo Test of Gross Motor Development – second edition – TGMD-2. A qualidade do ambiente da casa pelo Early Childhood Home Observation for Measurement of the Environment (EC_HOME). A qualidade do ambiente escolar pelo The Environment Rating Scales in Early Childhood Education (ECERS). A ingesta calórica pelo diário alimentar. O nível econômico pela classificação econômica Brasil da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). A composição corporal pelo Dual energia raios- X Absorptiometry (DEXA). A cognição pelo Mini-Mental Scale (MMC). Foram utilizadas análises de comparação de médias e multicritério, modelos de regressão linear simples e múltipla. Resultados: 1) Pré-escolares com sobrepeso / obesidade tiveram piores escores no subteste Locomotor (TGMD- 2) que seus pares eutróficos (p = 0,01), mas habilidades semelhantes nos escores do subteste Controle de Objeto e Quociente Motor Grosso (p > 0,05). O excesso de massa de gordura corporal explicou 13% das pontuações baixas no subteste Locomotor (R2 = 0,13; p = 0,007). 2) A obesidade dos pais, maior escores de estimulação ambiental e tempo de tela explicaram 41% do alto índice de massa gorda em pré-escolares. 3) O índice multicritério apresentou correlação positiva com o nível de atividade física (r = 0,408; p <0,003). A qualidade das oportunidades ambientais para atividade física explicou 20% da classificação do pré-escolar como ativo e 16% do tempo em atividade física moderada a vigorosa (p <0,001). 4) Os fatores determinantes para melhor competência motora (subteste Locomotor) foram menor índice de massa corporal (IMC), presença de parque na escola, classificação igual ou superior à média da função cognitiva (R2 = 0,16). Para controle de objetos, classificação igual ou superior à média para idade na função cognitiva e sexo feminino (R2 = 0,03). Para o quociente motor grosso, melhor classificação no teste cognitivo, menor IMC, presença de parque na escola (R2 = 0,12). Conclusões: 1) O excesso de massa de gordura corporal está associado com pior desempenho locomotor ajustando fatores contextuais. 2) A obesidade dos pais, pontuação elevada na qualidade da estimulação doméstica e longo tempo de tela foram associados ao alto índice de massa gorda em pré-escolares. 3) Oportunidades ambientais para brincadeiras ativas têm um impacto positivo na atividade física em pré-escolares.4) Pré-escolares que frequentam escolas com parques e pátios, com melhor desempenho cognitivo, do sexo masculino e com menor IMC apresentam melhor competência motora.Item Cortisol e testosterona salivares como biomarcadores de estresse e recuperação em atletas de corrida de aventura(UFVJM, 2013) Martins, André Olimpio; Balthazar, Cláudio Heitor; Coimbra, Cândido Celso; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Balthazar, Cláudio Heitor; Coimbra, Cândido Celso; Leite, Laura Horas Rios; Peixoto, Marco Fabricio DiasA Corrida de aventura é uma competição praticada em contato com a natureza, na qual o competidor utiliza obstáculos naturais para a prática de várias modalidades esportivas combinadas. O cortisol salivar (CT) pode ser utilizado como biomarcador do estresse e estados catabólicos. A concentração salivar de testosterona (TT) pode representar um marcador de estado anabólico do, já que seus efeitos fisiológicos estão relacionados com o reparação tecidual. A proporção entre a atividade anabólica/catabólica pode ser dada pela análise da razão testosterona/cortisol (T/C). O objetivo deste trabalho foi quantificar as concentrações de CT e TT de participantes de uma corrida de aventura, para determinação do impacto fisiológico deste tipo de prova. O estresse e a recuperação dos atletas foram inferidos pela análise da concentração de CT e TT e da T/C, 1 semana antes da competição (dia 1), 1 dia antes da competição (dia 2), no dia da competição (dia 3) e 1 dia após a competição (dia 4). Frequência cardíaca e VO2máx foram registrados para avaliação da intensidade de esforço da prova. As concentrações de CT para o dia 2 e 3, não se elevaram em relação às concentrações apresentadas no dia 1. Entretanto, no dia 4, as concentrações de CT foram superiores em comparação às concentrações dos dias 1, 2 e 3. O ritmo TT normal foi observado nos 04 dias analisados e não foi observada variação nas concentrações de TT. A razão T/C apresentou-se diminuída no dia 4 em comparação ao dia 1. Os resultados mostraram que a T/C apresentou-se reduzida em mais de 75% no dia 4. Conclusões: 1. Corrida de aventura é um evento multiesportivo de alta intensidade de esforço físico e desafia homeostase e alostase corporais; 2. O esforço do treinamento e da competição possivelmente mostrou-se desajustado ao preparo físico dos atletas analisados, já que, o ritmo CT observado, tanto no período pré, quanto no pós-competição, indicou estados de exaustão e catabolismo intenso, respectivamente. Contudo, mais analises são necessárias para compreender se o esforço da competicao foi realmente desajustado para o organismo do atleta ou se o esforço físico não foi intenso o suficiente para evocar uma resposta dos eixos endócrinos analisados.Item Desenvolvimento de dispositivo de fototerapia para aumento de desempenho e recuperação do exercício físico de alta intensidade e curta duração(UFVJM, 2014) Telles, Maria Cecília; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Mendonça, Vanessa Amaral; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Leal Junior, Ernesto Cesar Pinto; Oliveira, Murilo Xavier; Vieira, Etel Rocha; Mendonça, Vanessa AmaralIntrodução: A capacidade de um indivíduo gerar e manter potência pico elevada é fundamental para o desempenho no exercício físico de alta intensidade. Assim, o desenvolvimento e o estudo de novas tecnologias que possam aprimorar a desempenho ou minimizar a ocorrência de lesões durante a recuperação de exercício de alta intensidade poderiam contribuir para a melhora da preparação e planejamento do treinamento. Objetivos: Confeccionar um aparelho para terapia com diodo emissor de luz, em um único comprimento de onda, com uma maior área de irradiação e avaliar a influência desta terapia no desempenho físico, bem como em componentes metabólicos, parâmetros inflamatórios e de lesão muscular durante o período de recuperação de exercício de alta intensidade e curta duração (30-s) no cicloergômetro em homens fisicamente ativos e ciclistas. Metodologia: Primeira fase: (Estudo 1) Realizou-se estudo randomizado e balanceado para avaliar o desempenho, onde foram irradiadas 4 doses de terapia LED: LED placebo (0 J/cm2), LED 21s (3,6J/cm2), LED 42s (7,2J/cm2), LED 84s (14,4J/cm2), em dias distintos, com 24h de intervalo, antes de cada teste de Wingate (TW). (Estudo 2) 4 homens foram submetidos a coletas de sangue antes e após (3, 60, 120 minutos e 24 horas) a realização de TW para mensuração das concentrações plasmáticas de CK, PCR, FIB. Segunda fase: (Estudo 3) Realizou-se estudo randomizado e balanceado onde foi realizado 2 TW, antes e após tratamento com LED placebo(0 J/cm2) ou experimental (3,6J/cm2) em dias distintos, com 24h de intervalo para avaliação do desempenho físico. Coletas de sangue antes o primeiro TW, bem como 3 minutos após o primeiro e segundo TW e 24 horas após o segundo TW foram realizadas para mensuração de CK, PCR e FIB. A concentração sanguínea de amônia foi mensurada antes do primeiro TW e 4 minutos após o segundo TW. Terceira fase: (Estudo 4) Realizou-se estudo randomizado e balanceado onde três doses de terapia LED foram testadas: LED placebo (0 J/cm2), LED 23s (3,94 J/cm2) ou LED 46s (7,88 J/cm2), em dias distintos, com 24h de intervalo para avaliação do desempenho físico. (Estudo 5) Realizou-se estudo randomizado e balanceado onde ciclistas foram submetidos a 3 condições experimentais: terapia LED, aquecimento no cicloergômetro e controle, em dias distintos, com 24h de intervalo, antes de cada TW. Variáveis de desempenho físico e atividade eletromiográfica do músculo vasto lateral foram avaliadas durante os 3 TW. Coletas de sangue antes, imediatamente após cada condição experimental e 3 e 4 minutos após o TW foram realizadas para mensuração de lactato e amônia. Resultados: O protótipo 1 e 2 não foram eficazes na melhora do desempenho físico de alta intensidade e curta duração, bem como em componentes metabólico, parâmetros inflamatórios e de lesão muscular. Além disso, o TW pareceu não ter duração suficiente para promover lesão muscular e consequente alteração em componentes metabólicos e inflamatórios. A modalidade de aquecimento levou a melhora do desempenho físico quando comparada com a terapia LED e controle. Conclusão: Os achados dos estudos realizados não evidenciaram a efetividade da terapia LED, nas condições experimentais propostas, no desempenho físico de alta intensidade e curta duração.Item Detecção in vitro de citocinas intracitoplasmáticas (interferon gama, fator de necrose tumoral, interleucina 4 e interleucina 10) em leucócitos humanos tratados com extrato bruto diluído de euphorbia tirucalli(UFVJM, 2010) Avelar, Bethânia Alves de; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Lopes, Miriam Tereza da Paz; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Francischi, Janetti Nogueira de; Fagundes, Elaine Maria de SouzaO uso de plantas da família Euphorbiaceae, principalmente do gênero Euphorbia, tem sido popularmente difundido para o tratamento de uma variedade de doenças de natureza infecciosa, tumoral e inflamatória. Entre as espécies desse gênero, a Euphorbia tirucalli é uma planta de uso difundido no Brasil e em algumas regiões, tal como a do Vale do Jequitinhonha. Há indícios de que o látex de E. tirucalli tenha atividade antitumoral e antiviral, porém, pouco se sabe sobre os mecanismos envolvidos nessa ação. É provável que o mecanismo de ação para tais atividades envolva a ativação de leucócitos e a produção de citocinas para o direcionamento de uma resposta antiviral e antitumoral efetivas. Diante disso, o presente trabalho avaliou a produção de citocinas TNF-α, IFN-γ, IL-4 e IL-10 nas populações e subpopulações leucócitárias do sangue periférico estimulados com o látex bruto da referida planta. Para tal, leucócitos do sangue periférico de vinte indivíduos hígidos foram incubados por 4 horas com o látex bruto de E. tirucalli diluído em Dimetilsulfoxido (DMSO) e constituiu o grupo látex (Lt). Culturas celulares incubadas com salina e DMSO, utilizando-se o mesmo período de incubação, constituíram as culturas controle não estimuladas (CC) e controle de solvente (DMSO), respectivamente. Após o período de incubação, as células foram marcadas com anticorpos monoclonais específicos para receptores de superfície celular CD4, CD8 e CD14, bem como para as citocinas intracitoplasmáticas TNF-α, IFN-γ, IL-4 e IL-10. A aquisição e análise dos dados foram realizadas por citometria de fluxo. Os resultados demonstraram um aumento significativo (p < 0,05) no percentual de linfócitos T e sua subpopulação T CD4 positivos para as citocinas do tipo 1, TNF-α e IFN-γ. Essas citocinas são responsáveis por ativar o sistema imune para respostas imunoprotetoras frente às infecções virais e processos tumorais. Já os neutrófilos e linfócitos T CD8, nas culturas estimuladas com o látex da planta, apresentaram um perfil misto de produção de citocinas do tipo 1 e 2. Esses resultados evidenciaram uma resposta do tipo 1 predominante, in vitro, e uma provável ativação de mecanismos moduladores, mediados por linfócitos T CD8 e neutrófilos. Este estudo sugere que a utilização popular da planta em infecções virais e processos tumorais pode ter algum fundamento, tendo em vista a produção preferencial de citocinas do tipo 1 em células estratégicas da resposta imune celular, fundamental no combate às patologias mencionadas. No entanto, os estudos in vitro aqui realizados não são suficientes para garantir que a utilização da planta no contexto in vivo possa, de fato, apresentar tais propriedades. Assim, estudos adicionais, incluindo outros ensaios in vitro, bem como ensaios pré-clínicos, são fundamentais para o avanço das pesquisas envolvendo a utilização de E. tirucalli para fins terapêuticos.