Avaliação da distribuição e perfil funcional das subpopulações de monócitos na obesidade associada à resistência à insulina em resposta à sobrecarga oral de glicose
Date
2018
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
Os monócitos são células mononucleares fagocíticas, classificados em três subpopulações
distintas, conforme a expressão de CD14 e CD16: monócitos clássicos (CD14++ CD16-
),
intermediários (CD14++ CD16+
) e não-clássicos (CD14+ CD16++). Os monócitos nãoclássicos são responsáveis pelo patrulhamento do endotélio e têm sido relacionados com
o estado pró-inflamatório de diversas doenças. Nosso grupo de pesquisa observou, em
estudos prévios, aumento dessa subpopulação de monócitos em indivíduos obesos.
Também foi observada correlação positiva entre o percentual de monócitos não clássicos
com a glicemia no teste oral de tolerância a glicose (TTOG), o que sugere relação entre a
intolerância à glicose e a maior frequência dessas células. Assim, o objetivo desse
estudo foi avaliar a distribuição e perfil funcional das subpopulações de monócitos em
obesos sensíveis e resistentes à insulina em resposta à sobrecarga oral de
glicose. Participaram do estudo 22 indivíduos obesos e 11 eutróficos, classificados em
três grupos conforme a sensibilidade à insulina: controle eutrófico (CONT), obeso
sensível à insulina (OBS) e obeso resistente à insulina (OBR). Inicialmente os voluntários
passaram por avaliação antropométrica (aferição de massa corporal, estatura e
composição corporal) e bioquímica (insulina e glicemia de jejum, triglicerídeos,
colesterol total e frações). A distribuição e o perfil funcional das subpopulações de
monócitos nos voluntários foram avaliadas antes, uma e três horas após o TTOG. No
jejum os indivíduos obesos, independente da sensibilidade à insulina, apresentaram maior
percentual de monócitos não-clássicos. Já os indivíduos do grupo OBR apresentaram
menor percentual de monócitos clássicos e menor percentual de monócitos CD11b+
comparados ao CONT. O grupo OBS apresentou menor expressão de HLA-DR pelos
monócitos. A sobrecarga oral de glicose não teve efeito sobre nenhuma das
subpopulações de monócitos nos indivíduos do grupo controle. Contudo, no grupo OBS
foi observada redução do percentual de monócitos não clássicos e aumento do percentual
de monócitos clássicos 1 hora após o TTOG. Estas alterações não foram observadas 3
horas após o teste, o que indica um efeito transitório da sobrecarga oral de glicose no
percentual dos monócitos clássicos e não clássicos nos indivíduos obesos sensíveis à
insulina. Já no grupo OBR as mesmas alterações foram observadas 1 horas após o TTOG,
contudo, diferente do grupo OBS, o percentual de monócitos clássicos se manteve aumentado e o de monócitos não-clássicos reduzido 3 horas após o TTOG. A sobrecarga
oral de glicose também alterou a expressão de HLA-DR preferencialmente nos indivíduos
obesos resistentes à insulina. Foi observada menor expressão de HLA-DR entre 1 e 3
horas após o TTOG, nas três subpopulações de monócitos do grupo OBR, enquanto no
grupo controle essa redução foi observada apenas para os monócitos clássicos. Esses
dados demonstram que a sobrecarga oral de glicose afeta de forma distinta a distribuição
das subpopulações de monócitos e a expressão de HLA-DR em indivíduos obesos
resistentes à insulina. Os achados indicam que o efeito da sobrecarga oral de glicose na
distribuição e perfil funcional de monócitos é dependente da obesidade e agravada pela
resistência à insulina.
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Keywords
Citation
GARCIA, Bruna Caroline Chaves. Avaliação da distribuição e perfil funcional das subpopulações de monócitos na obesidade associada à resistência à insulina em resposta à sobrecarga oral de glicose. 2018. 63 p. Dissertação (Mestrado) – Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2018.