Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional

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PPGREAB - Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional

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    Confiabilidade e validade de constructo do Patient Generated Index (PGI) em pacientes pós-Hemorragia Subaracnoidea
    (UFVJM, 2023) Coelho, Ludmila Santos; Alcântara, Marcus Alessandro de; Lima, Vanessa Pereira de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Alcântara, Marcus Alessandro de; Bastone, Alessandra de Carvalho; Costa, Bruno Silva
    Introdução: A Hemorragia Subaracnóidea (HSA) é uma emergência médica causada pelo sangramento cerebral no espaço subaracnóideo. Apesar da baixa incidência em relação à totalidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE), é uma doença com alta morbimortalidade e prognóstico ruim para a funcionalidade e qualidade de vida entre os sobreviventes. Estudos têm mostrado que fatores como déficit cognitivo, limitação à participação social e dificuldade de retorno ao trabalho estão significativamente associados à incapacidade a longo prazo e redução da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). A mensuração da QVRS em pacientes pós-HSA é realizada por meio do Medical Outcomes Short-Form Health Survey (SF-36) ou pelo Stroke Specific Quality of Life Scale (SSQOL). Embora usados internacionalmente, as propriedades psicométricas desses questionários não foram avaliadas na população de HSA. Além disso, eles apresentam estruturas padronizadas pré-determinadas que, muitas vezes, não consideram a percepção subjetiva do indivíduo sobre a vida e sua multidimensionalidade. Considerando a evolução da HSA e o ônus que essa condição impõe aos seus sobreviventes, é de suma importância melhorar a avaliação da QVRS nessa população. O questionário Paciente Generated Index (PGI) é um instrumento não estruturado, na qual se avalia a QVRS na perspectiva do paciente e traz um conceito contemporâneo de avaliação de qualidade de vida. Entretanto, a confiabilidade e validade em pacientes pós-HSA não foi estudada. A validação do PGI para pacientes pós-HSA permitirá o seu uso nos serviços de reabilitação, contribuindo para um planejamento da assistência direcionado de acordo com necessidades especificas do indivíduo. Objetivo: avaliar a confiabilidade e validade da versão brasileira do PGI em pacientes em reabilitação pós-HSA. Método: Trata-se de um estudo de análise de propriedade de medida que incluiu 51 pacientes em tratamento no setor de reabilitação da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte após diagnóstico de HSA. Foram incluídos os pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, com um mínimo de 30 dias após o evento da HSA e capazes de oferecer autorização por escrito do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para fins de validade de construto, os participantes responderam aos instrumentos Patient Generated Index e Stroke Specific Quality of Life Scale. Para avaliar a confiabilidade os participantes responderam ao questionário duas vezes, com um intervalo de 7 a 14 dias entre eles. Os resultados foram analisados pelo software estatístico IBM SPSS Statistics Software®. Resultados: Quanto à validade de constructo, encontrou-se uma correlação moderada (r=- 0,53; p<0,05) entre os escores totais do PGI e SSQOL. Quanto a confiabilidade, foi encontrado um CCI de 0,91 (p<0,05) indicando uma boa estabilidade entre as medidas. A análise do diagrama de Bland-Altman mostrou uma excelente concordância entre as medidas do PGI. A confiabilidade interobservador (r= -0,94; p<0,05). Conclusão: Os achados deste estudo mostraram que o PGI é um instrumento válido e confiável para medir qualidade de vida em pacientes pós-HSA.
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    Asma e exercício aquático: uma revisão sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados
    (UFVJM, 2022) Angelo de Deus, Franciele; Lima, Vanessa Pereira de; Oliveira, Vinícius Cunha de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lima, Vanessa Pereira de; Oliveira, Vinícius Cunha de; Costa, Henrique Silveira; Peixoto, Marco Fabricio Dias
    Objetivo: Realizar uma revisão sistemática das evidências disponíveis que investigaram o efeito dos exercícios aquáticos sobre a função pulmonar e a qualidade de vida em pacientes asmáticos. Métodos: Foi realizada uma busca nas bases de dados MEDLINE, CINAHL, COCHRANE LIBRARY, EMBASE, AMED, SPORTDISCUSS e Physiotherapy Evidence Database (PEDro) para ensaios controlados randomizados (RCTs) que avaliaram o efeito do exercício aquático em comparação com o controle (sem exercício) ou exercício em solo sobre a função pulmonar e a qualidade de vida em pacientes asmáticos. Os estudos elegíveis foram revisados independentemente por dois revisores. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada utilizando a escala PEDro. A meta-análise foi realizada utilizando o modelo de efeitos aleatórios quando possível, e estimativas foram apresentadas como diferenças médias (DMs) e os intervalos de confiança de 95% (ICs) foram apresentados. A qualidade da evidência foi avaliada utilizando a ferramenta GRADE. Resultados: Nove estudos, incluindo 361 participantes, foram incluídos nesta revisão sistemática. Evidências de muito baixa qualidade foram encontradas em favor do exercício aquático em pacientes asmáticos para Volume Expiratório Forçado em 1 segundo (VEF1 L/s); DM: 0,20, 95% IC: 0,02-0,38 N: 91) e para Capacidade Vital Forçada (CVF L); DM: 0,32, 95% IC: 0,08-0,56 N: 80). Nenhum efeito dos exercícios aquáticos foi observado na relação VEF1/CVF (DM:1,11, 95% IC: -1,28-3,49 N:80) em comparação com o controle. Apenas um estudo avaliou o efeito do exercício aquático sobre a qualidade de vida dos pacientes, indicando discreta melhora na qualidade de vida após a intervenção. Conclusões: As melhorias na função pulmonar e na qualidade de vida de pacientes asmáticos submetidos ao exercício aquático não são apoiadas por evidências de alta qualidade. Os resultados atuais precisarão ser confirmados por estudos adicionais com maior rigor do ponto de vista metodológico.
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    Qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com doença de Chagas
    (UFVJM, 2022) Almeida, Igor Lucas Geraldo Izalino de; Costa, Henrique Silveira; Lima, Vanessa Pereira de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Costa, Henrique Silveira; Mendonça, Vanessa Amaral; Tsopanoglou, Sabrina Pinheiro
    A doença de Chagas é uma infeção causada pelo parasita Trypanosoma cruzi (T. cruzi), descoberta em 1909 pelo pesquisador e médico brasileiro Carlos Chagas. A doença permanece como um grave problema de saúde pública na América Latina, com potencial expansão para regiões não endêmicas. Trata-se de uma doença sem cura, negligenciada e estigmatizante. Além disso, a doença acomete os indivíduos em sua fase da vida mais produtiva e os pacientes relatam, muitas vezes, medo da morte súbita. Todos esses fatores podem levar ao comprometimento da qualidade de vida relacionada à saúde desses pacientes (QVRS). Portanto, diante dessa complexidade da doença e seu impacto na QVRS desses pacientes, torna-se necessário avaliar e sintetizar as informações acerca da QVRS para auxiliar no acompanhamento clínico do paciente e na elaboração de políticas públicas eficazes. Sendo assim, foi desenvolvida uma revisão integrativa para discutir os principais achados relacionados à QVRS de pacientes com doença de Chagas, com foco nos determinantes sociodemográficos, de estilo de vida, ecocardiográficos e funcionais, além do efeito de intervenções não invasivas na QVRS dessa população. Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases de dados MEDLINE, Web of Science, CINAHL, Scopus, LILACS e Embase, sem restrições de data ou idioma. A busca foi realizada entre junho e agosto de 2021 por três pesquisadores independentes (ILA, RDBO e TRD), com a utilização da seguinte estratégia de busca no PubMed: ((Chagas disease[Title/Abstract]) OR (Chagas cardiomyopathy[Title/Abstract]) OR (Chagas heart disease[Title/Restract])) AND ((quality of life[Title]/Resumo]) OR (qualidade de vida relacionada à saúde[Título/Resumo])), sendo modificada para cada base de dados. Vinte e dois artigos foram incluídos na revisão. Os resultados evidenciaram que a QVRS é pior em pacientes com doença de Chagas do que em indivíduos saudáveis, principalmente na presença de sintomas cardiovasculares e/ou gastrointestinais. Sexo, idade, classe funcional, nível de atividade física, hábitos saudáveis e medicamentos podem afetar a QVRS. A diminuição da função sistólica parece impactar negativamente na QVRS. Não foi observada associação com o pico de consumo de oxigênio nos testes máximos. Tanto a assistência farmacêutica quanto o treinamento físico têm efeito positivo na QVRS de pacientes com cardiomiopatia chagásica, e o componente mental pode ser um marcador prognóstico nessa população. Por fim, o estudo conclui que a avaliação da QVRS pode fornecer informações importantes sobre o estado de saúde dos pacientes com doença de Chagas, podendo auxiliar na prática clínica e no acompanhamento dos pacientes.
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    Eficácia de tratamentos para fibromialgia
    (UFVJM, 2021) Souza, Mateus Bastos de; Oliveira, Vinicius Cunha; Mascarenhas, Rodrigo Oliveira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Vinicius Cunha; Costa, Leonardo Oliveira Pena; Bastone, Alessandra de Carvalho
    Contexto: A Fibromialgia (FM) é uma condição de saúde caracterizada por dor crônica generalizada, fadiga, distúrbios do sono e disfunções cognitivas, afetando de várias formas a vida dos pacientes. Muitas intervenções têm sido testadas para tratar essa condição clínica, mas não sabemos até o momento se alguma é melhor para diminuir a intensidade da dor e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Objetivo: Investigar a eficácia dos tratamentos para FM. Métodos: Foram conduzidas uma revisão sistemática com meta-análise para investigar a eficácia dos tratamentos para FM e uma network meta-análise (NMA) para investigar, através de comparações diretas e/ou indiretas, a superioridade de algum desses tratamentos. As bases de dados MEDLINE, Cochrane Library, EMBASE, AMED, PsycINFO e PEDro foram pesquisadas desde o seu início até maio de 2020 e sem restrição de idioma. Na primeira revisão sistemática, incluímos ensaios clínicos randomizados (ECRs) ou quasi-randomizados que investigaram qualquer terapia para indivíduos com FM. Já na segunda revisão, (NMA), incluímos ECRs comparando duas ou mais intervenções não farmacológicas para o tratamento de FM. Nas duas revisões, a população foi composta por adultos com FM, diagnosticados pelos critérios do Colégio Americano de Reumatologia de 1990, 2010 ou 2016. Os desfechos clínicos de interesse nas duas revisões foram a intensidade da dor e a qualidade de vida. Na NMA, a aceitabilidade também foi investigada. Na primeira revisão, foi conduzida uma meta-análise usando um modelo de efeitos aleatórios (método DerSimonian e Laird), enquanto na segunda revisão, diferenças das médias (MDs) e intervalos de confiança (IC) de 95% foram estimados usando NMA frequentista com modelo de efeitos aleatórios. Resultados: Na primeira revisão, para intensidade da dor, evidências de alta qualidade foram encontradas a favor da terapia cognitivo comportamental no curto prazo (intervenções com até três meses de duração após processo de randomização) e a favor de depressores do sistema nervoso central e antidepressivos no médio prazo (intervenções com duração acima de três meses e menores do que 12 meses). Para qualidade de vida, foram encontradas evidências de alta qualidade a favor de antidepressivos no curto prazo e em favor de depressores do sistema nervoso central e antidepressivos no médio prazo. Os efeitos estimados foram pequenos e não alcançaram relevância clínica. Há ausência de investigação no longo prazo (intervenções com duração de pelo menos 12 meses depois da randomização). Na segunda revisão (NMA), para a intensidade da dor e qualidade de vida no prazo imediato (intervenções de até duas semanas de duração após o processo de randomização), a maioria das intervenções eficazes em comparação com o nó de controle (Con; lista de espera, sem intervenção, placebo e sham) eram evidências de baixa qualidade. Para intensidade da dor no curto prazo (intervenções durando mais de duas semanas e menos de três meses), evidências de qualidade moderada mostraram que acupuntura (Acu), exercícios aeróbicos (AeET), exercícios aquáticos (AqET), balneoterapia (Bal), agulhamento seco (DryN), eletroterapia (Elec), terapia de campo magnético (MfT), terapia manual (MnT), terapia de fotobiomodulação (PbT), exercícios de resistência (ReET), vibração de corpo inteiro (WBV) e estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) foram eficazes quando comparado ao Con. Para qualidade de vida no curto prazo, evidências de qualidade moderada mostraram que Acu, AeET, AqET, Bal, DryN, terapia multicomponente (McT), MfT, ReET e WBV foram eficazes quando comparados com Con. Para a intensidade da dor no longo prazo (intervenções com duração de pelo menos três meses após a randomização), evidências de qualidade moderada sugerem que AeET, AqET e ReET foram eficazes quando comparados com Con. Para qualidade de vida no longo prazo, evidências de qualidade moderada sugerem que AeET, AqET, McT e exercícios mistos (MiET) foram eficazes quando comparados com Con. Para aceitabilidade nos prazos imediato, curto e longo, foram encontradas evidências de que nenhuma intervenção ativa teve maior aceitabilidade quando comparada a Con ou outra intervenção ativa. Conclusões: A maioria das terapias atualmente disponíveis para o tratamento da FM não são apoiadas por evidências de alta qualidade, principalmente nos prazos imediato e longo. Algumas terapias podem reduzir a intensidade da dor e melhorar a qualidade de vida no curto e no médio prazo, tais como DryN e diferentes modalidades de exercícios, embora o tamanho do efeito possa não ser clinicamente importante. Assim, para tomada de decisão, alternativas de terapias oferecidas aos pacientes com essa condição clínica devem ser discutidas levando em consideração a melhor evidência, as preferências dos pacientes e a expertise do clínico. Futuras investigações na FM devem esclarecer efeito de terapias combinadas, realizar avaliação econômica e testar ensaios clínicos de implementação.
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    Validação do questionário de qualidade de vida “Patient Generated Index” (PGI): avaliação na qualidade de vida centrada no paciente renal crônico
    (UFVJM, 2021) Campos, Patrícia Cardoso; Lima, Vanessa Pereira de; Figueiredo, Pedro Henrique Scheidt; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lima, Vanessa Pereira de; Costa, Henrique Silveira; Gonçalves, Roberta Lins
    Introdução: Indivíduos com doença renal crônica (DRC) dialítica, apresentam limitações na qualidade de vida relacionada a saúde (QVRS), com perda da capacidade funcional, existe a possibilidade do declínio nos múltiplos sistemas orgânicos. Todas essas variáveis são importantes para avaliação dessa população. Alguns instrumentos têm sido utilizados para medir a QVRS nos pacientes dialíticos, como o Kidney Disease Quality of Life - Short Form (KDQOL – SF) multidimensional com questões específicas e genéricas relacionadas a saúde, porém é um questionário extenso e limitado ao ser aplicado em diferentes momentos da doença. O Patient Generated Index (PGI) é um instrumento destinado a avaliação da QVRS, na qual mede o impacto de uma doença nas áreas de vida que os próprios pacientes consideram importantes. Na DRC dialítica sua aplicação não foi estudada. Objetivo: Avaliar a confiabilidade teste-reteste e a validade do PGI em pacientes com DRC em hemodiálise. Métodos: Por meio de estudo não experimental com medidas repetidas o PGI foi aplicado, duas vezes (7 dias de intervalo) para a avaliação da consistência interna e confiabilidade teste-reteste. A validade concorrente foi avaliada pela correlação do PGI com o KDQOL-SF específico para avaliação QVRS de pessoas com DRC dialítica, com o Perfil de Atividade Humana (PAH), Escala de Participação Social. A validade divergente foi avaliada pela correlação com o teste Glittre Activities of Daily Living test (Glittre ADL Test). Resultados: Foram avaliados 91 indivíduos com DRC em hemodiálise. Foi observada excelente confiabilidade entre as medidas do PGI; com CCI = 0,97 (IC95% 0,924 - 0,98, p=0,001). O PGI correlacionou-se com o KQDOL - SF nos domínios Capacidade Funcional (r = 0,38; p < 0,001), Bem Estar Emocional (r = 0,31; p = 0,003), Aspecto Social (r = 0,22; p = 0,036), Função Emocional (r = 0,22; p = 0,038) e Efeito da Doença Renal (r = 0,21; p=0,042), assim como com os escores Físico (r = 0,24; p = 0,021), Mental (r = 0,21; p = 0,05) e Geral (r = 0,22; p = 0,037) sumarizados. Houve correlação significativa entre o PGI e o PAH (r = 0,40; p < 0,001) e com a Escala de Participação Social (r = -0,36; p < 0,001). Não houve correlação com o escore do PGI e o Glittre ADL (r = 0,12; p = 0,247). Conclusão: O PGI mostrou-se um instrumento reprodutível e válido para avaliação da qualidade de vida centrada no paciente em indivíduos submetidos à hemodiálise.
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    Fatores associados à qualidade de vida dos pais de crianças com transtornos do neurodesenvolvimento
    (UFVJM, 2020) Duarte, Ana Carolina Monteiro; Alcântara, Marcus Alessandro de; Santos, Juliana Nunes; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Alcântara, Marcus Alessandro de; Santos, Juliana Nunes; Leite, Hércules Ribeiro; Oliveira, Guilherme Nogueira Mendes de
    Introdução: A qualidade de vida (QV) é um conceito que inclui a construção do bem-estar subjetivo a partir do que as pessoas sentem sobre suas condições de saúde, relacionando-se com aspectos sociais, tais como comunidade, escola, trabalho e família. Pais e cuidadores de crianças com transtornos do neurodesenvolvimento (TND) podem ser afetados em seu bem-estar pela experiência do cuidar. A presença de limitações funcionais nas crianças em termos de mobilidade, comunicação, interação social e autonomia pode interferir na QV dos cuidadores devido a dependência das crianças. Fatores ambientais como renda, escolaridade e idade dos pais e cuidadores podem relacionar-se com a qualidade de vida dos pais de crianças com TND, a menor renda e escolaridade podem estar vinculados ao acesso deficiente de informações e cuidados individuais. A idade dos pais pode relacionar-se com processo de envelhecimento, acrescido da carga física e psicológica do cuidado. Essa perspectiva de interação entre a criança, o cuidador e o ambiente pode ser identificada no modelo ecológico de Bronfenbrenner e é coerente com o reconhecimento da criança e da família como parte de uma rede de relações complexas e multifatoriais, que podem estar no cotidiano desses cuidadores. A QV é um importante indicador de saúde, a avaliação dos pais e cuidadores se torna de fundamental importância para a identificação das variáveis individuais e ambientais relacionadas a QV, auxiliando a equipe de saúde que presta serviços a comunidade e também aos órgãos gestores na compreensão dessa importante interação crianças, família e ambiente. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a associação dos fatores individuais relacionados as crianças e fatores individuais do pais na qualidade de vida dos pais e cuidadores de crianças com TND. Métodos: Estudo observacional de corte transversal com uma amostra de conveniência de 96 pais ou cuidadores de crianças com TND e suas respectivas crianças atendidas em um centro de reabilitação em Diamantina-MG. A qualidade de vida dos cuidadores foi avaliada pelo questionário Short-form health SF-36. Os oito domínios da qualidade de vida foram divididos em dois componentes: o físico e mental. As variáveis individuais foram coletadas através de um questionário semiestruturado e o nível econômico através da ABEP (Associação Brasileira de Empresa de Pesquisa). As crianças foram avaliadas quanto as habilidades funcionais de autocuidado, mobilidade e função social por meio do Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI), a função motora grossa por meio das dimensões D e E da Medida de Função Motora Grossa (GMFM-88). O modelo Generalized Estimating Equations (GEE) foi adotado como estratégia analítica para os testes de associações. Resultados: A maioria da amostra foi representada pelas mães (80,2% (n=77), com média de idade 37,1 anos (Desvio Padrão [DP]=10,5 anos), localizados em extratos mais baixos de nível econômico (C2, D e E) (n=67; 69,8%). O modelo GEE mostrou que mobilidade, nível econômico e escolaridade dos pais ou cuidadores permaneceram associadas a qualidade de vida no domínio físico (p≤0,05). Em relação a qualidade de vida no domínio mental, mantiveram-se associadas a quantidade assistência prestada pelo cuidador no quesito função social e a função motora grossa no domínio de pé (domínio D) do GMFM-88. Conclusão: A QV dos pais e cuidadores de crianças com TND é influenciada por fatores individuais de seus pais e cuidadores sendo a escolaridade e nível econômico familiar e pelo nível funcional da criança no quesito menor desempenho da mobilidade na comunidade, maior assistência do cuidador na função social e melhor capacidade da função motora grossa. Os diferentes fatores associados aos componentes físico e mental na amostra investigada sugerem que intervenções voltadas para a QV dos pais e cuidadores devem ser abrangentes em aspectos que extrapolam a criança.
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    O efeito da toxina botulínica intradetrusora sobre a capacidade funcional, qualidade de vida, dor e espasmos nos indivíduos com trauma raquimedular
    (UFVJM, 2020) Silva, Wladimir Gama da; Santos, Ana Paula; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Ana Paula; Machado, Thaís Peixoto Gaiad; Vitorino, Débora Fernandes de Melo
    No paciente com trauma raquimedular (TRM), a disfunção vesical pode ocasionar infecções de repetição do trato urinário, hidronefrose, comprometimento renal, entre outras comorbidades, impactando negativamente a qualidade de vida. O tratamento adequado para a bexiga neurogênica é o meio possível para reduzir a morbidade e a mortalidade destes pacientes. A aplicação de toxina botulínica intradetrusora é um recurso utilizado para tratar a bexiga com hiperatividade. Este estudo teve como objetivo verificar se pacientes com TRM apresentam melhora da funcionalidade, qualidade de vida, dor e espasmos após a primeira aplicação de toxina botulínica tipo A intradetrusora como tratamento da bexiga neurogênica. Trata-se de um estudo observacional em pacientes com TRM de ambos os sexos e maiores de 18 anos, acompanhados pela Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação de Belo-Horizonte-MG. Todos os pacientes realizavam cateterismo intermitente limpo, apresentavam bexiga neurogênica e foram submetidos a tratamento com aplicação de toxina botulínica tipo A pela primeira vez. Os pacientes foram avaliados antes da primeira aplicação da toxina botulínica, um e quatro meses após. Os instrumentos utilizados para acompanhamento foram as escalas de Medida de Independência da Medula Espinhal III (SCIM III) e Qualiveen-SF, para avaliar a funcionalidade e a qualidade de vida respectivamente; a Escala Visual Analógica (EVA) para avaliação da dor e a escala de Penn para avaliar a frequência de espasmos, além de um questionário estruturado contendo informações sobre os volumes residual e de perda urinária e o intervalo de cateterismo. Foi realizada estatística descritiva e inferencial, com teste Kolmogorov-Smirnov para análise da normalidade dos dados e análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas (p < 0,05) utilizando o programa estatístico SigmaStat 3.1. Foram avaliados vinte pacientes com TRM de forma prospectiva, 90% foram do sexo masculino, sendo que 80 % dos pacientes apresentavam paraplegia e 15 % dos pacientes tinham lesão completa. No primeiro mês após a aplicação da toxina botulínica houve melhora do domínio II, referente ao controle de esfíncter, da SCIM III (p = 0,02); da intensidade da dor (p < 0,05) e da frequência e gravidade dos espasmos (p < 0,05), esta permaneceu menor no quarto mês após a aplicação (p < 0,05). Não houve diferença estatística significativa na avaliação da qualidade de vida medida pela Qualiveen- SF. Houve melhora da incontinência urinária (p < 0,01). A primeira aplicação da toxina botulínica tipo A intradetrusora interfere positivamente na dor, na espasticidade, na capacidade funcional referente ao controle do esfincter e auxilia no controle da incontinência urinária.
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    Tradução para a língua portuguesa e validação para pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica do instrumento Patient Generated Index (PGI) - Qualidade de vida centrada no paciente
    (UFVJM, 2019) Cardoso, Renato Fleury; Lima, Vanessa Pereira de; Ferreira, Tania Janaudis; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lima, Vanessa Pereira de; Figueiredo, Pedro Henrique Scheidt; Oliveira, Cristino Carneiro
    Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória prevenível e tratável, que se caracteriza pela presença de obstrução crônica ao fluxo aéreo, que não é totalmente reversível, e pela presença de inflamação sistêmica. Embora a DPOC comprometa os pulmões, ela também produz consequências sistêmicas significativas, estando associada a inúmeras comorbidades tais como: doenças cardíacas isquêmicas, diabetes, disfunções musculares, caquexia, osteoporose, depressão e câncer de pulmão. As alterações fisiológicas que ocorrem, tem como consequência a diminuição na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) nos doentes com DPOC. A administração de questionários para avaliar a QVRS de pacientes com DPOC tem sido amplamente discutida na literatura. No entanto, esses questionários ainda são considerados complexos e extensos, exigindo uma quantidade substancial de tempo até a conclusão e não permitirem que o entrevistado possa relatar a relevância ou importância do item para a sua qualidade de vida (QV). Os principais são: o Saint George’s Respiratory Questionnaire (SGRQ), o Chronic Respiratory Questionnaire (CRQ), e o Airways Questionnaire 20 (AQ20). O questionário Patient Generated Index (PGI) avalia qualidade de vida usando uma abordagem inovadora para medir a QVRS que pode ser adaptada às doenças e às condições de tratamento, permitindo ao paciente determinar em quais áreas a doença o afeta e levando menos tempo para aplicação que os questionários convencionais. Objetivo: Traduzir, adaptar transculturalmente, testar a confiabilidade e validar o instrumento PGI para uma população com DPOC que fale português. Métodos: O instrumento foi traduzido para a língua portuguesa, retro-traduzido para o inglês e posteriormente submetido a um comitê de especialistas constituído por profissionais da área com domínio do tema e pelo autor do instrumento original para análise do processo de tradução. A validação do PGI foi testada em uma amostra de 50 indivíduos com DPOC. Dados demográficos, incluindo idade e sexo, dados socioeconômicos e espirometria foram coletados. Após esta coleta inicial foram realizados os testes específicos, sendo eles: o teste Glittre Activities of Daily Living (Glittre ADL), PGI, SGRQ e o Mini Exame de Estado Mental (Minimental) para os participantes com 65 anos ou mais. Após duas semanas foi refeito para fins de análise de reprodutibilidade o questionário PGI. Resultados: A concordância entre as duas medidas realizadas do PGI no dia 1 e no dia 2 foi de (r=0,90; p<0,001). A pontuação obtida no PGI correlacionou-se com a pontuação total do SGRQ (r=−0,44; p<001) e com os domínios: impacto (r=−0,40; p<0,05), atividade (r=−0,31; p<0,05) e sintomas do SGRQ (r=−0,55, p<0,001). Já com o Glittre ADL a correlação foi de r=-0,30; p<0,05. Conclusão: O PGI mostrou-se confiável e capaz de refletir a qualidade de vida, de pessoas com DPOC no Brasil. A confiabilidade teste-reteste do PGI foi excelente. Apesar do PGI ter obtido uma baixa correlação com o score total do SGRQ e com os domínios impacto e atividade do mesmo observamos uma correlação moderada com o domínio sintomas. Isso vai de encontro à proposta do instrumento que tem por objetivo avaliar a qualidade de vida do indivíduo de acordo com a visão de como uma determinada doença impacta na sua qualidade de vida, ou seja, quais sintomas relativos àquela doença são mais significativos para a qualidade de vida desse indivíduo.