Pós-Graduação em Ciências Humanas

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PPGCH - Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas

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    Economia solidária e popular: um estudo de caso dos agricultores feirantes de Veredinha – MG
    (UFVJM, 2021) Silva, Adriana Rodrigues da; Paiva, Adriana Gomes de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Paiva, Adriana Gomes de; Oliveira, Allain Wilhan Silva de; Mattos, André Luís Lopes Borges de
    O objetivo principal deste trabalho foi identificar as características políticas, culturais, organizativas e econômicas inerentes à prática tradicional da Feira Livre no município de Veredinha, Minas Gerais. Ademais, pretende analisar as características culturais e simbólicas da prática da economia popular; a influência da Associação dos Agricultores Familiares Feirantes de Veredinha (AFAVE) na proposição e acesso às políticas públicas municipais e os principais resultados socioeconômicos gerados pela prática da feira livre na vida dos agricultores feirantes. Para a compreensão do objeto de estudo, este embasou-se num referencial teórico pautado nas discussões dos conceitos de desenvolvimento, associativismo, cultura simbólica e no histórico das feiras. Realizou-se uma pesquisa de campo com entrevistas e aplicação de questionários aos sócios da AFAVE; feirantes não sócios; membros de mercados locais e de organizações que contribuem com a prática da agricultura familiar feirante em Veredinha. Foi então possível constatar que os agricultores familiares de Veredinha resistem por meio das práticas socioprodutivas cultivadas no espaço da feira, cujas permanências, modificações culturais, produtivas, comerciais emergem com o tempo por meio das relações entre os sujeitos e o próprio lugar onde estão inseridos. A Feira de Veredinha é resultado da resistência dos agricultores familiares frente às políticas desenvolvimentista a partir de 1970. O fortalecimento identitário e associativista dos agricultores familiares feirantes acontece via ações e projetos, apoiados por organizações não-governamentais, associação local e, atualmente, por meio de políticas públicas de incentivo a produção da agricultura familiar.
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    Do Banco Mundial ao Vale do Jequitinhonha: entre a pobreza e o desenvolvimento
    (UFVJM, 2021) Lopes Neto, Antônio Augusto; Mattos, André Luís Lopes Borges de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mattos, André Luís Lopes Borges de; Stocco, Aline Faé; Pereira, Diogo Neves; Sprandel, Márcia Anita
    Este texto buscar interpretar o surgimento do Vale do Jequitinhonha a partir das práticas e do discurso do desenvolvimento. Entretanto, nosso objetivo é explorar uma dimensão pouco abordada na pesquisa acadêmica sobre a região, que concerne ao papel desempenhado por entidades multilaterais na elaboração de estratégias de combate à pobreza e de desenvolvimento. Esta abordagem, portanto, à luz da bibliografia relacionada ao tema, pretende analisar a atuação do Banco Mundial em Minas Gerais, autor e financiador do “Projeto de Redução da Pobreza Rural em Minas Gerais”, executado pelo Estado entre os anos de 2005 e 2011. O projeto em questão foi inteiramente executado no Norte e Nordeste do estado de Minas Gerais, abarcando toda a região do Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
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    Arte rupestre e a construção da paisagem regional: um estudo dos sítios Cabeças, Alto Araçuaí, Felício dos Santos-MG
    (UFVJM, 2020) Gambassi Júnior, Roberto Pilade; Fagundes, Marcelo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fagundes, Marcelo; Bandeira, Arkley Marques; Arcuri, Márcia Maria Suñer
    Os sítios arqueológicos Cabeças estão localizados no sopé da Serra do Gavião, bacia do Rio Jequitinhonha, sub-baçia do rio Araçuaí, próximo ao povoado de Cabeças, munícipio de Felício dos Santos, Alto Jequitinhonha-MG. Inseridos em cinco abrigos sob rocha quartzítica, três foram escavados entre os anos de 2013 e 2014, apresentando datações que vão do século XVII de nossa Era recuando até o Holoceno Médio, aproximadamente 7225 anos AP. Neste sentido, apesar de se tratar de uma área total de 22 hectares (relativamente pequena), há um processo de uso da área em longa duração, o que nos leva a crer que há aspectos ambientais fundamentais para o estabelecimento e garantia de vida das populações pregressas durante oito milênios, mas que além disso, são as motivações relacionadas aos mitos, ao lugar dos ancestrais, ao sagrado, que garantiram efetivamente o uso continuo deste lugar. Como característica marcante, os sítios possuem a intensa produção de pinturas rupestres no lugar, a qual foi o objeto de análise neste trabalho, onde buscamos de forma interdisciplinar descrever e interpretar dados, a partir de discussões sobre arte, estilo e paisagem. Estes conceitos foram utilizados na pesquisa para estabelecer discussões acerca das pinturas, técnicas, formas, escolhas e a construção da paisagem regional. Optamos por entender as pinturas para além das formas e agencias, que por possuírem vida estão em fluxo constante com o mundo envolvente. A mesma discussão é estabelecida em relação ao conceito de arte, no caso “dos povos originários”, entendendo que as formas materializam cosmologias desconhecidas, e, portanto, muito do que se vê na verdade está para além dos olhos. Afim de discutirmos “Paisagem”, estabelecemos uma discussão que vai além dos aspectos fisiográficos, mas culturais e simbólicos. Na caracterização das pinturas optamos por utilizar como técnica o uso do calque, tanto em plástico quanto digital, o qual colaborou na elucidação de diversos painéis bastante danificados, além de nos permitir estabelecer cronologias relativas dentro dos painéis e sobre as formas e técnicas para a composição das pinturas. Como resultados, identificamos estilos, técnicas e formas particulares na produção e (re)significação do lugar, que nos dizem acerca das escolhas humanas sobre o habitar, indo além de opções que permeiam questões utilitário-funcionais ou ambientais, mas explorando os universos culturais envolvidas no processo contínuo de ocupação indígena no Alto Vale do Araçuaí, Serra do Espinhaço Meridional, Minas Gerais.
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    Desenvolvimento social e econômico em Grão Mogol (MG) a partir da atuação de empresas de eucalipto
    (UFVJM, 2020) Fidelis, Vinicius Paulino; Ramos, Davidson Afonso de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos, Davidson Afonso de; Teodoro, Pacelli Henrique Martins; Zucarelli, Marcos Cristiano; Jahn, Elisiane de Fátima
    Neste trabalho, tomamos como referência espacial a bacia hidrográfica do Rio Jequitinhonha e, como parte dela, o município de Grão Mogol-MG. Do ponto de vista histórico, a ocupação colonial desta região se deu a partir da descoberta da mineração, inicialmente na região central do estado, avançando pela Serra do Espinhaço até o alto Jequitinhonha. A partir desses fluxos de ocupação, temos a formação de povos e comunidades tradicionais que se adaptaram na convivência com o ambiente, no uso de grotas e chapadas. Entretanto, essa complexa relação vem perpassando, há algumas décadas, por modificações, principalmente, por parte dos projetos de desenvolvimento socioeconômico, incentivados pelo Estado, baseados na instalação da monocultura de eucalipto e pinus, construção de grandes barragens de água para a geração de energia elétrica, além das atividades minerárias. Considerando essa breve contextualização, a pesquisa teve por objetivo principal analisar se a monocultura de eucalipto proporciona o desenvolvimento econômico e social, no município de Grão Mogol. O percurso metodológico envolveu pesquisas bibliográficas e documentais dos atores no município, de dados secundários e do banco de dados do projeto Veredas Sol e Lares. Assim, os resultados indicam que, a partir das décadas de 1970, as empresas monoculturas de eucalipto começam a se instalar em Grão Mogol, seja por meio de compras, arrendamentos de áreas devolutas, ocupações de áreas coletivas etc., mas a forma de utilização dos recursos naturais pelas empresas é completamente oposta ao modo de vida já existente no local, inclusive das comunidades geraizeiras. A análise de dados secundários indicou que o município não se destacou; pelo contrário, em alguns casos, como aponta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, apesar de terem ocorrido alterações, perderam-se posições quando comparado ao ranking estadual e nacional. Em análise da situação das comunidades envolvidas no Projeto Veredas Sol e Lares - uma alternativa para o múltiplo aproveitamento energético em reservatórios de usinas hidrelétricas na região do semiárido mineiro, observamos que a monocultura de eucalipto não conseguiu proporcionar o desenvolvimento social e econômico, pois a expropriação das terras tem comprometido todo modo de vida tradicional geraizeiro, prejudicando a relação histórica com a condição de existência das famílias, da agrobiodiversidade e de todo conjunto de relações sociais e produtivas que caracterizavam o território.
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    Espelho de pedra: a estrutura emergente da arte rupestre nas matas do Alto Araçuaí (Felício dos Santos, MG)
    (UFVJM, 2019) Greco, Wellington Santos; Fagundes, Marcelo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fagundes, Marcelo; Paula, Adna Cândido de; Horta, Andrei Isnardis; Suñer, Márcia Maria Arcuri; Pádua, Letícia Carolina Teixeira
    Foram analisados sete sítios de arte rupestre localizados no município de Felício dos Santos, Alto Araçuaí, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Em perspectiva interdisciplinar, o arcabouço teórico da análise se organizou em três conceitos metodológicos primeiros: estrutura, paisagem e estilo. O seu objetivo central foi a investigação de combinações recorrentes nos painéis tomadas enquanto indicadores de um determinado processo de estruturação, tendo o estilo enquanto premissa e a arte como produção técnica de atribuição simbólica, que é integrante e marca da paisagem. Uma vez que a paisagem ocorre junto à ação, os três conceitos norteadores se fecham em um círculo de análise que se movimenta sob a categoria de arte, sendo, então, todos tomados não só enquanto teoria, mas como método, cumprindo assim a prerrogativa da investigação interdisciplinar. É sobre esse movimento que versa esta dissertação, que tem nos resultados alcançados o veio de discussão. Também se deteve a investigar quais relações podem ser tecidas entre os sítios e os vestígios rupestres buscando observar as particularidades que constituíram e podem ter limitado, condicionado ou orientado a(s) escolha(s) ou padrão(ões) de organização dos painéis rupestres e, assim, da(s) (re)construção(ões) da paisagem. Para tanto, se deteve às figuras, em análise sincrônica e diacrônica, partindo do conceito de estrutura. Posto que essas relações se imbricam e coexistem na constituição e manutenção de um todo coeso e coerente, ainda que dinâmico. Esse movimento também foi analisado e é um dos resultados que se apresenta. A pesquisa se decorreu em três trabalhos concomitantes: atividades de campo, análises em laboratório e estudo bibliográfico. Em campo, o registro da arte rupestre se deu por fotografia e descrição categórica. Cada figura foi detalhadamente analisada em suas características intrínsecas de matéria-prima, cor, técnica de execução, desenho, forma e disposição no painel, em consideração com outras figuras. Essas disposições de localização das figuras no painel também receberam atenção, principalmente em razão de ser a arte rupestre um registro fixado, fator que possibilitou a análise segura sobre as combinações, ainda que, como cumpre ressaltar, apenas sinais estejam na rocha. Por isso, defendeu-se o estudo enquanto análise de símbolos, sob a ênfase de que o que se tem são vestígios e as relações que aconteceram, se deram e ocorrem, foram e são fenomenológicas. Pela aplicação do método, mesmo que a análise não se feche em uma consideração única sobre a arte rupestre dos sítios em questão, os resultados alcançados sob tal abordagem teórica conferem a hipótese da existência de organização comum nos painéis dos sítios estudados, havendo um modo estilístico de composição e conformação da paisagem da Serra baseado em específico dinamismo que possibilita, viabiliza e sustenta determinada estrutura emergente das combinações artísticas. Assim, não apenas se evidencia convenções gráficas, como também elucida acordos culturais conjecturados nos/com/pelos vestígios. Nessa perspectiva, arte e paisagem não foram dialeticamente ou dicotomicamente verificadas, mas entendidas juntas como símbolos ocorrentes em inter-relações fenomenológicas envolvidas. Destarte, uma é tanto e como a outra enquanto aquela for. Mesmo que dividido em três capítulos, um de caráter mais teórico, outro sobre a metodologia desenvolvida e um terceiro de apresentação e discussão sobre os resultados, em suma, todo o texto sublinha o quanto a arte ocorre (também) não presa à rocha, ainda que não (se) exista em movimentos arbitrários e de todo desprendidos. Em razão disso, além de se somarem aos resultados de outras pesquisas e conhecimentos sobre a presença humana pré-contato no Alto Jequitinhonha, acredita-se que os dados gerados podem contribuir com perspectivas teóricas, mantendo a ciência em igual dinâmica no movimento de defesa de sua autonomia e qualidade, via democracia.
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    Narrativas orais do Alto Jequitinhonha: uma proposta de análise tópica em contos populares do Serro – MG
    (UFVJM, 2018) Vieira, Valdinei Pedro Sales; Cintra, Marcos Rogério; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cintra, Marcos Rogério; Sobreira, Ricardo da Silva; Nascimento, Kátia Honório do
    Nesta dissertação encontra-se o resultado de uma pesquisa que foi realizada sobre um corpus de contos populares do Serro – MG. Esses contos foram coletados e transcritos sob a ótica da Perspectiva Textual-interativa (PTI) e da categoria de análise do Tópico Discursivo (TD). O objetivo foi estabelecer uma estruturação que permita identificar a segmentação do gênero conto de encantamento e também analisar a existência de elementos recorrentes capazes de identificar o conto de encantamento como atividade interlocutiva e interacionista. Para além de reunir um estudo sobre pesquisas e publicações brasileiras desde o séc. XIX, este trabalho aborda a missão de pesquisadores que seguiram pelos caminhos do Vale do Jequitinhonha na tentativa de coletar narrativas orais desta região. Por isso, inferimos que os resultados, modulados de acordo com a performance do contador, serão importantes para o reconhecimento de uma identidade da vida cultural, social e histórica do Vale. O diferencial deste trabalho é que o conto popular, sempre estudado pela riqueza simbólica ou pela notável função literária, é agora assentado sob o foco da PTI e da análise tópica. A princípio concluímos que a tentativa de registrar a riqueza da voz de povos interioranos não se limita somente ao interesse da Sociolinguística. Pelo contrário, o conto popular, tão resiliente diante de uma sociedade marcadamente grafocêntrica e com forte inclinação a estudos sobre a linguagem de prestígio, mais do que romper com posturas de observações estigmatizadas sobre a língua falada oferece rica fonte para estudos interdisciplinares.
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    Entre “territórios”: uma análise cultural e política de uma comunidade atingida pela Hidrelétrica de Irapé no Alto Jequitinhonha-MG
    (UFVJM, 2016) Santos, Renata Cristina; Mattos, André Luís Lopes Borges de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mattos, André Luís Lopes Borges de; Servilha, Mateus de Moraes; Fávero, Claudenir; Dias, Guilherme Mansur
    O objetivo deste trabalho é compreender o processo de desterritorialização e reterritorialização de “atingidos” pela instalação da hidrelétrica de Irapé localizada no rio Jequitinhonha. A instalação de uma obra de grande porte, como a Irapé, considerada uma das maiores hidrelétricas do Brasil, ocupa uma área de grande proporção e promoveu o deslocamento de muitas famílias, a maioria composta por camponeses. Dessa forma, muitas pessoas foram realocadas em outros lugares. Procura-se, então, analisar como os “atingidos” pela Irapé e reassentados no Alto Jequitinhonha estabelecem novas relações com o território e recriam um sentido de pertencimento nesse território. Essa análise é, assim, direcionada às ações e práticas criadas pelos reassentados no novo lugar em que se encontram. As conclusões referentes a este trabalham revelam que ocorreram mudanças nos modos de vida dos atingidos, provocadas pela instalação da hidrelétrica e que, os processos socioculturais dos reassentados não serão novamente reproduzidos no atual território em que se encontram.