Pós-Graduação em Ciências Humanas

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PPGCH - Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas

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    Memórias marginais do Beco do Mota: mulheres e crianças no cenário da prostituição
    (UFVJM, 2019) Teodoro, Débora Antonieta Silva Barcellos; Vale, Teresa Cristina de Souza Cardoso; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Vale, Teresa Cristina de Souza Cardoso; Mattos, André Luis Lopes Borges de; Lobo, Barbara Natalia Lages; Carvalho, Keila Auxiliadora de
    Este trabalho tem por finalidade registrar e analisar memórias marginais referentes a prostitutas do Beco do Mota, em Diamantina/MG, no período de 1950 a 1969. Por memórias marginais se entendem aquelas que se distinguem do discurso hegemônico e dos documentos escritos da época, levantados a partir de textos do jornal Voz de Diamantina. Este propósito dialoga com as novas concepções dos estudos contemporâneos das ciências Humanas no que diz respeito à valorização das memórias, tornadas fontes históricas a partir da metodologia da história oral. A importância desta empreitada é enriquecer as discussões a respeito da prostituição e da perspectiva romantizada acerca o Beco do Mota, a partir da amplificação de memórias e histórias que concorrem com os registros predominantes sobre a temática. Para tanto, realizaram-se discussões a respeito das relações sexuais ao longo da história, do lugar da mulher nas sociedades e da prostituição; foram analisados textos de jornal publicados no período do recorte temporal proposto e, por fim, apresentaram-se memórias constituídas a partir da coleta de relatos orais de depoentes que tiveram algum tipo de vínculo com mulheres que trabalharam como prostitutas na mais famosa zona de meretrício diamantinense. Os textos de jornal analisados demonstraram as influências da associação entre imprensa diamantinense e Igreja católica sobre a condução moral da sociedade, a qual distinguia mulheres entre boas e más, de modo a criar um dualismo entre esposas e prostitutas. A análise dos textos jornalísticos permitiu, também, compreender a relação entre a Ditadura Militar (1964-1985) com a extinção do meretrício no Beco do Mota. Deste modo, subjetividades das meretrizes permaneceram apagadas dos registros históricos, em função tanto do estigma que paira, historicamente, sobre a prostituição quanto do imaginário coletivo fomentado pelo discurso hegemônico local. Já as memórias apresentadas a partir da produção das fontes orais revelaram uma série de especificidades referentes às prostitutas que não eram sequer mencionadas nos registros escritos, tais como: a dedicação à maternidade; os passados de violação sexual e violência vivenciados por algumas; os laços de solidariedade delas entre si e em relação a outros sujeitos participantes do meretrício; fatos do cotidiano de seus filhos e filhas dentro e fora da zona de meretrício; a vaidade intrínseca ao universo feminino; afetos; relações familiares construídas após o desmantelamento das zonas do Beco do Mota. A partir das narrativas de um depoente filho de uma ex-prostituta emergiram detalhes sobre o cotidiano de uma criança que passou parte de sua infância na zona boêmia, o que se configurou como um elemento inesperado e agregador ao trabalho.
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    Escravos e libertos: autores das ações de liberdade em Diamantina (1850-1871)
    (UFVJM, 2015) Mariano, Delsa de Fátima dos Santos; Sodré, Elaine Leonara de Vargas; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lage, Ana Cristina Pereira; Santos, Dayse Lúcide Silva; Sodré, Elaine Leonara de Vargas
    RESUMO O presente trabalho tem como principal objetivo analisar o protagonismo de cativos e libertos em Diamantina para conseguir ou manter a liberdade, por meio do aparato judiciário. A fonte documental utilizada foram as chamadas ações cíveis de liberdade, localizadas na Biblioteca Antônio Torres (BAT), em Diamantina, território da antiga comarca do Serro e espaço escolhido para esta pesquisa. O recorte temporal compreende o período entre 1850, ano em que foi abolido o tráfico negreiro e o ano de 1871, tomando-se como base o período anterior à promulgação da Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871. Essa escolha do recorte cronológico final se justifica porque a partir dessa lei um novo padrão nas relações entre senhores e cativos se acentua com a interferência do Estado nas questões relativas à alforria. Conseguir a liberdade era o objetivo de homens e mulheres que procuraram a justiça para reivindicar seus direitos. Em contrapartida, houve aqueles que impetraram ações para comprovar ou manter sua condição de liberto, o que revela aspectos que evidenciam os obstáculos e a precária fronteira que separava a escravidão da liberdade imposta no cotidiano das relações escravistas. Cativos e libertos são, assim, os principais personagens a falar (mesmo que indiretamente) nos processos.