PPGCFAR - Mestrado em Ciências Farmacêuticas (Dissertações)

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    Estudo fitoquímico e avaliação de potencial tóxico da espécie Ageratum fastigiatum (Gardner) RM King & H. Rob (Asteraceae)
    (UFVJM, 2019) Faria, Filipe de Castro; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Santos, Antonio Sousa; Ruela, Fernando Armini
    A utilização de plantas medicinais regionais pela população tem levado a um aumento dos estudos para analisar o potencial tóxico das plantas. Além disso, o interesse das indústrias e institutos de pesquisa por plantas medicinais também aumentou. A espécie Ageratum fastigiatum (Gardner) RM King & H. Rob (Asteraceae) é conhecida popularmente como Matapasto ou Enxota e, ocorre naturalmente na região de Cerrado, inclusive no município de Diamantina (MG), região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Essa planta é utiliza com anti-inflamatório, analgésico e cicatrizante usado topicamente em preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas. Assim se faz necessário a triagem toxicológica da espécie botânica. A planta foi colhida no Campus JK da UFVJM e foram preparados o extrato etanólico bruto das partes aéreas e suas fases hexânica, diclorometânica e hidroalcoólica através de partição liquido-liquido. Foi realizado um screening fitoquímico para a identificação das principais classes de metabólitos especiais nas fases. Na fase hexânica foram detectados cumarinas e triterpenos/esteroides; na fase diclorometânica foram detectados cumarinas, triterpenos/esteroides e taninos hidrolisáveis, na fase hidroalcoólica foram detectados alcaloides, cumarinas, saponinas, triterpenos/esteroides e taninos hidrolisáveis. Foi feita a análise das fases hexânica e diclorometânica em CG/EM e foram identificados sesquiterpenos, constituintes graxos, triterpenos, base nitrogenada, monossacarídeo, alcaloide pirrolizidínico (licopsamina), aldeído,cetona, compostos fenólicos. Foi utilizada CLAE/DAD para análise do perfil fitoquímico da fase hidroalcoólica, observando-se a presença de provável de constituintes poliinsaturados. Para a triagem toxicológica do extrato bruto e de suas fases foram empregadas duas metodologias: ensaio de letalidade com o microcrustáceo Artemia salina Leach, e o ensaio de viabilidade de células da linhagem L929, proveniente de tecido conjuntivo de camundongo. Os resultados demonstraram certa toxicidade do extrato e das fases, utilizando a artemia a fase hidroalcoólica apresentou maior toxicidade apresentando CL50 de 1,333mg/mL e o extrato etanólico bruto obteve CL50 de 4,814mg/mL, sendo o menos tóxico. No ensaio com as células L929 a fase diclorometânica foi a mais tóxica, chegando a reduzir 95,48% da viabilidade das células e apresentando CC50 de 11,39 µg/mL e a fase hidroalcoólica foi considerada a menos tóxica apresentando porcentagem de morte celular variando de 55,67 a 19,38, com CC50 de 174,2 µg/mL. O estudo sugere que o extrato etanólico de A. fastigiatum possui constitituintes que corroboram seu uso na medicina popular como anti-inflamatório e a detecção de toxicidade pode ser um indicativo para avaliar ação antitumoral do extrato e de substâncias isoladas da planta e para utilizar a planta na medicina popular de forma racional.
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    Avaliação da atividade cicatrizante do extrato etanólico da Croton antisyphiliticus em feridas cutâneas de ratos
    (UFVJM, 2019) Siqueira, Vanessa Luciene; Santos, Cynthia Fernandes Ferreira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Cynthia Fernandes Ferreira; Pereira, Wagner de Fátima; Miranda, João Luiz de
    Uma das formas utilizadas para recuperação de feridas pela população é o uso de produtos naturais como as plantas medicinais, dentre tais espécies temos a Croton antisyphiliticus que desde o século XIX é utilizada popularmente para tal tratamento. O presente trabalho objetivou avaliar a atividade do extrato etanólico da Croton antisyphiliticus na cicatrização de feridas em ratos. Foram utilizados 07 ratos (Rattus norvegicus albinus) da linhagem Wistar. Em cada animal foram produzidas 4 feridas mecânicas paravertebrais submetidas cada uma a diferente tratamento. A primeira ferida não recebeu tratamento sendo denominada sem tratamento (ST), a segunda ferida foi tratada apenas com o veículo, sendo o gel de carbopol (G), a terceira ferida foi tratada com o gel associado ao extrato etanólico da Croton antisyphiliticusa 5% (G5%); e a quarta ferida foi tratada com o gel associado ao extrato etanólico da Croton antisyphiliticusa 10% (G10%). Para investigação do resultado experimental foi avaliado o período de retração das feridas e avaliação histológica de amostras dos tecidos cicatriciais coletados ao final do último dia de acompanhamento dos animais, com análise da angiogênese, células mononucleares, proliferação fibroblástica, re-epitelização e colagenização. Na avaliação macroscópica foi possível notar a diminuição gradativa das feridas e aumento da retração percentual das feridas no decorrer do estudo. As áreas das feridas regrediram de maneira expressiva em todos os grupos. Houve diferença entre o grupo G5% e o grupo ST nos dias 09, 10 e 13 de tratamento e entre o grupo G10% e o ST no 11º dia do tratamento. Com a avaliação microscópica foi obtido que de acordo com a avaliação da proliferação vascular foi observada presença de maior quantidade de novos vasos sanguíneos nos grupos G5% e G10%, os quais diferiram de ST. Em relação a intensidade de células mononucleares foi identificada diferença entre o grupo ST e os grupos G5% e G10%, sendo encontradas em maior quantidade em G5% e G10% que em ST. Na proliferação fibroblástica, colagenização e re-epitelização não foram identificadas diferenças entre os grupos. Os resultados do presente estudo permitem concluir que o uso tópico do extrato etanólico da Croton antisyphiliticus não apresenta efeito na cicatrização da pele em feridas cirúrgicas de ratos. Sua utilização no processo de cicatrização de feridas cutâneas permanece ainda campo aberto a estudos, no entanto é importante que se amplie o estudo experimental com outras doses e com análise de outros tempos do processo cicatricial, bem como possíveis mecanismos envolvidos no processo cicatricial.
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    Levantamento etnobotânico de plantas utilizadas com fins medicinais e cosméticos em comunidades tradicionais do município de Araçuaí, Minas Gerais
    (UFVJM, 2018) Otoni, Thaísa Clara Ornelas; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Sivieri Junior, Disney Oliver; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Sivieri Junior, Disney Oliver; Santos, Antonio Sousa; Machado, Evandro Luiz Mendonça
    O Brasil é reconhecido pela sua alta biodiversidade, sendo um dos países que apresenta a maior biodiversidade vegetal do mundo. Mas essa riqueza vai além da biológica, a sua cultura também é riquíssima, devido às várias etnias que compõem sua população. Alguns desses povos guardam conhecimentos repassados entre as gerações, entre eles há conhecimentos associados à biodiversidade que podem servir como fonte para a descoberta de substâncias tóxicas e medicamentosas. A Etnobotânica resgata e registra os conhecimentos tradicionais e pode servir como base para a definição de estratégias de uso racional das espécies nativas; dessa forma, ela contribui para a manutenção dos conhecimentos tradicionais e dos recursos naturais. O principal objetivo desse trabalho foi resgatar e registrar os conhecimentos tradicionais sobre o uso de plantas como agentes terapêuticos e cosméticos nas comunidades quilombolas Arraial dos Crioulos e Baú e na comunidade indígena Cinta Vermelha-Jundiba em Araçuaí, MG. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi estruturadas, sendo entrevistadas no total 23 pessoas consideradas nas comunidades como detentoras dos conhecimentos tradicionais sobre plantas. As plantas citadas pelos participantes e encontradas na região, foram coletadas para identificação botânica. Dentre os entrevistados houve um predomínio de mulheres e a faixa etária variou entre 20 e 91 anos. A principal forma de transmissão dos conhecimentos tradicionais nas comunidades é a oral, sendo as mães a fonte mais citada de transmissão desses conhecimentos. Foram registradas um total de 185 plantas, segundo o nome popular, 98 foram identificadas até nível de espécie, 36 ao nível de gênero e 1 ao nível de família pelo Herbário Dendrológico Jeanine Felfilli da UFVJM. As espécies nativas corresponderam a 55,22% das plantas identificadas. Obteve-se Senna occidentalis (espécie nativa) como a espécie de maior índice de importância relativa e Plectranthus barbatus (espécie exótica naturalizada) a de maior índice de concordância de uso corrigida. Esse trabalho foi importante para registrar os conhecimentos tradicionais nas comunidades de Araçuaí, possuindo papel significativo para a manutenção deles. Cientificamente esse estudo pode servir como fonte para pesquisas futuras em farmacologia, na busca por novos fármacos ou fitoterápicos como também, em pesquisas de validação do uso popular das plantas, que promovem o uso seguro delas pela população.
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    Estudo fitoquímico e atividades biológicas da espécie Eremanthus erythropappus (DC) MacLeish (Asteraceae)
    (UFVJM, 2018) Cantuária, Vinícius Lopes; Martins, Helen Rodrigues; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Carneiro, Guilherme; Verly, Rodrigo Moreira
    A espécie Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish., (Asteraceae) é conhecida popularmente como Candeia e, ocorre naturalmente na região de Cerrado, inclusive no município de Diamantina, região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Na medicina popular tem sido utilizada no tratamento de úlceras estomacais, como anti-inflamatória, cicatrizante e contra infecções bacterianas e fúngicas. Apesar de sua rica biodiversidade, muitas espécies endêmicas deste bioma ainda são pouco estudadas do ponto de vista químico e biológico. Diante disso, é necessário maiores investimentos em pesquisas com plantas medicinais, principalmente, quando se trata de doenças cujo arsenal terapêutico é limitado e/ou tratamento apresenta limitações de eficácia e efeitos colaterais, como é o caso da Doença de Chagas, Leishmanioses, Câncer e as infecções bacterianas e fúngicas. Estudos preliminares com cerca de 32 plantas desta região já foram realizados anteriormente pelo nosso grupo e, dentre elas a espécie E. erythropappus se mostrou promissora por apresentar importantes atividades biológicas, sendo selecionada neste estudo para dar prosseguimento nos seus estudos químicos e biológicos. Desta forma, o extrato etanólico bruto obtido das partes aéreas de E. erythropappus foi utilizado inicialmente para obtenção das frações hexânica, diclorometânica e hidroalcoólica, dos quais resultaram na identificação de oito metabólitos secundários, pertencentes às classes dos ácidos e ésteres de ácidos graxos, terpenóide, composto fenólico e flavonóides. Os ensaios das atividades biológicas foram avaliados utilizando o extrato etanólico bruto e suas respectivas frações hexânica, diclorometânica e hidroalcoólica. Na atividade antitumoral, todos os extratos apresentaram-se ativos frente ambas as linhagens tumorais (MDA-MB-231 e A549), sendo que o mais promissor foi à fração diclorometânica, em que foi encontrada a substância hidroquinona. A atividade tripanocida, verificada frente à cepa Colombiana, também demonstrou potente atividade para todos os extratos (bruto e frações), de forma que a fração hidroalcoólica foi a mais ativa sobre a cepa de T. cruzi, que apresentou na caracterização fitoquímica a presença dos flavonoides quercetina e rutina. Na avaliação da atividade leishmanicida, também foi verificado potente efeito do extrato e frações frente ambas as cepas de leishmania (cepa M2269 de L. amazonensis e cepa PP75 de L. infantum), sendo que as frações diclorometânica e hidroalcoólica foram as mais ativas. Na atividade antimicrobiana, foi verificada que as frações inibiram às bactérias P. aeruginosa, S. aureus e L. monocytogenes, no qual o mais ativo foi à fração diclorometânica. Frente os fungos leveduriformes, a fração hexânica apresentou forte atividade antifúngica frente à cepa C. tropicalis e, a fração diclorometânica forte atividade antifúngica frente às cepas C. albicans e C. tropicalis, monstrando-se como as mais promissoras. Com relação à citotoxicidade sobre fibroblastos de camundongos da linhagem L929 e sobre a linhagem de macrófagos RAW 264.7, as frações apresentaram graus consideráveis de citotoxicidade, apresentando IS insatisfatórios, sendo a fração diclorometânica a que apresentou maior percentagem de morte celular para ambas as linhagens. Diante disso, este trabalho contribuiu para o conhecimento químico e biológico da espécie E. erythropappus, uma vez muitos compostos identificados nas frações são relatados pela primeira vez nesta espécie vegetal, contudo, praticamente todos estes metabólitos secundários já são descritos por demonstrarem atividade frente os ensaios propostos, exceto o palmitato de etila, o ácido linolênico e o linolenato de etila, identificados na fração hexânica e, que já são descritos por apresentarem ação antimicrobiana e antitumoral, porém, carecem de estudos frente atividades tripanocidas e leishmanicidas.
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    Avaliação da atividade citotóxica in vitro dos extratos vegetais de Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) R. M. King & H. Rob, Miconia ferruginata DC e Ageratum fastigiatum (Gardn.) R. M. King sobre células tumorais Jurkat
    (UFVJM, 2017) Córdoba, María Angélica Mera; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Almeida, Valéria Gomes de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Martins, Helen Rodrigues; Vieira, Etel Rocha
    O Cerrado mineiro possui muitas espécies vegetais utilizadas na medicina popular, dentre elas estão a Pseudobrickellia brasilensis , a Miconia ferruginata e Ageratum fastigiatum, plantas popularmente usadas como analgésico, cicatrizante e anti-inflamatório. Estudos realizados no Laboratório de Imunologia da UFVJM indicaram que extratos destas plantas possuem efeito inibitório sobre a ativação de linfócitos humanos in vitro. Em virtude disso, e com base em relatos populares sobre uma possível ação antitumoral, o objetivo principal deste trabalho foi pesquisar se estes extratos apresentariam ou não efeito citotóxico sobre a linhagem tumoral Jurkat, utilizando-se concentrações não tóxicas, já avaliadas sobre células mononucleares do sangue periférico humano (PBMC). Uma vez que os extratos vegetais foram diluídos no solvente Dimetilsulfóxido (DMSO), inicialmente investigou-se a concentração máxima de DMSO que não alteraria a viabilidade das células Jurkat após 24, 48 e 72 horas de cultura. O efeito citotóxico dos extratos foi avaliado sobre linfócitos tumorais (Jurkat) e sobre linfócitos humanos de voluntários hígidos pelo método de exclusão com azul de tripan, com exceção das culturas tratadas com P.brasilensis, onde a viabilidade foi avaliada por citometria de fluxo. Também foram calculados os índices de seletividade e percentuais de eficácia dos extratos com relação ao fármaco antineoplásico Paclitaxel. Foi avaliada também a interferência desses extratos sobre as fases do ciclo celular das células Jurkat, bem como os mecanismos de morte envolvidos na ação citotóxica dos extratos. De acordo com os resultados obtidos, o DMSO não apresentou efeito tóxico sobre as células Jurkat na concentração de 1%v/v nos três tempos de incubação, sendo esta a concentração de solvente utilizada em todos os ensaios realizados. Extratos etanólicos das folhas da P. brasilensis (PBf) a 200μg/mL, das partes aéreas da A. fastigiatum (Afpa) a 50μg/mL e extratos etanólicos e aquosos da M. ferruginata (Mfet, Mfaq) a 125μg/mL mostraram maior toxicidade sobre as células Jurkat principalmente após 72h de tratamento. O tratamento, por 24h, com extrato Afpa 50 μg/mL mostrou ser o mais seletivo e eficaz com relação aos outros extratos. Foi evidenciado em todos os extratos, que nas maiores concentrações, após de 24 horas de tratamento, houve uma inibição na progressão da fase G2M do ciclo celular. O extrato das partes aéreas de Ageratum fastigiatum também produziu uma retenção dessas células na fase G0-G1. Todos os extratos induziram a apoptose as células Jurkat, onde o número de células em apoptose tardio foi predominante em relação aos processos necróticos.
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    Plantas do cerrado brasileiro: triagem fitoquímica e de atividades biológicas de espécies nativas do município de Diamantina, região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais
    (UFVJM, 2016) Cunha, Letícia Figueiredo; Martins, Helen Rodrigues; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Oliveira, Eduardo de Jesus; Freitas, Bethânia Alves de Avelar
    As plantas, por serem fonte de substâncias biologicamente ativas, são utilizadas com a finalidade terapêutica desde o início da civilização humana. O Brasil, por sua vez, é detentor de uma vasta diversidade biológica e possui uma grande quantidade de espécies vegetais com potencial medicinal. Dentre os diversos biomas do território brasileiro, o Cerrado representa o segundo maior, registrando-se muitas espécies medicinais. Apesar de sua rica biodiversidade muitas plantas endêmicas deste bioma foram pouco estudadas do ponto de vista químico e biológico. Consequentemente, é necessário maior investimento em pesquisas com plantas medicinais para tratamento de doenças, principalmente, as crônicas degenerativas e parasitárias, como Doença de Chagas, Leishmanioses, Câncer e as infecções causadas por bactérias e fungos, cujo o tratamento apresenta importantes limitações. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar a triagem fitoquímica e de atividades biológicas de extratos etanólicos de 12 espécies de plantas oriundas do Cerrado, coletadas no munícipio de Diamantina, Vale do Jequitinhonha/MG. Para a triagem fitoquímica preliminar destes extratos foram realizadas reações cromogênicas, de precipitações e análises em cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC). A citotoxicidade para células normais de mamíferos foi avaliada em fibroblastos de camundongos (L929). A linhagem celular de câncer de mama MDA-MB-231 foi a utilizada para a avaliação da atividade antitumoral dos extratos. A avaliação da atividade antitripanossomatídeo foi realizada sobre formas epimastigotas da cepa Colombiana de Trypanossoma cruzi e, sobre as formas promastigotas das cepas BH46 de Leishmania (leishmania) infantum e cepa M2269 de Leishmania (leishmania) amazonensis. Para a avaliação destas atividades foi empregada a técnica colorimétrica de MTT. A avaliação das atividades antibacteriana e antifúngica foi realizada por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), empregando a técnica colorimétrica da Resazurina. As espécies de bactérias utilizadas foram Escherichia coli, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Na atividade antifúngica foram utilizadas quatro espécies de leveduras (Candida albicans, Candida famata, Candida krusei e Candida tropicalis) e duas espécies de fungos filamentosos (Aspergillus niger e Penicillium expansum). Dos 13 extratos avaliados com relação a citotoxicidade sobre fibroblastos de camundongos da linhagem L929, todos apresentaram algum grau de citotoxicidade. Alguns destes extratos apresentaram elevada toxicidade sobre esta linhagem celular, sendo que o extrato etanólico das folhas de E. erythropappus foi o mais tóxico. Na avaliação da atividade antitumoral, com exceção do extrato etanólico das folhas de P. rigida, todos os outros extratos avaliados apresentaram atividade. Destes o mais promissor também foi o extrato etanólico das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade tripanocida sobre formas epimastigotas da cepa Colombiana de T. cruzi, nove extratos foram ativos contra este parasito. Destes os mais promissores foram os extratos das folhas de A. aculeata e das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade leishmanicida para a cepa M2269 os extratos etanólicos das folhas de E. erythropappus e das folhas de B. oxyclada apresentaram como os mais promissores e, para a cepa BH46 o extrato etanólico de toda espécie T. catahartica foi o mais promissor, seguido também do extrato etanólico das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade antibacteriana somente os extratos etanólicos das folhas de B. oxyclada, de P. tomentosa e S. rugosa foram ativos e, as únicas bactérias sensíveis foram P. aeruginosa e S. aureus. Destes o extrato etanólico de P. tomentosa inibiu um maior número de bactérias com ação bactericida. Os fungos filamentosos, A. niger e P. expansum, se mostraram resistentes a todos os extratos avaliados e C. krusei foi a levedura mais sensível. Os extratos das folhas de B. oxyclada e das folhas de P. tomentosa foram os extratos que inibiram o maior número de espécies fúngicas com os menores valores de CIM. Através destes resultados, sugere-se que os extratos etanólicos das folhas de Eremanthus erythropappus, de Peixotoa tomentosa e de Banisteriopsis oxyclada apresentaram o maior número de atividades biológicas e com os melhores resultados, o que torna estas espécies as mais promissoras como fontes potenciais de moléculas bioativas para o tratamento de Câncer, Doença de Chagas, Leishmanioses e infeções bacterianas e fúngicas, necessitando de mais estudos a fim de identificar as substâncias responsáveis por tais atividades e pela citotoxicidade e, validá-las através de outros modelos in vitro e in vivo.
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    Fitoquímica e atividades biológicas de Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae)
    (UFVJM, 2015) Barroso, Poliana Ribeiro; Gregório, Luiz Elídio; Martins, Helen Rodrigues; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gregório, Luiz Elídio; Martins, Helen Rodrigues; Santana, Marcos Aurélio; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer
    As plantas medicinais são fontes promissoras de novas drogas, em que a região do Cerrado se destaca pela sua vasta biodiversidade. Dentre as plantas medicinais utilizadas nesta região se encontra a espécie Miconia ferruginata DC. que é conhecida como pixirica-do-campo ou babatenão. Esta espécie é utilizada no tratamento de doenças de pele, e outras de origens inflamatórias, parasitárias e infecciosas, porém os estudos químicos são escassos. Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar o perfil químico e o potencial biológico da M. ferruginata (Melastomataceae). A espécie foi coletada no município de Diamantina, MG do qual foram preparados os extratos aquosos e etanólicos das folhas/flores e do caule. Por meio da triagem fitoquímica e das análises de CLAE-DAD-EM obteve-se um perfil químico rico em compostos fenólicos. Foi possível a identificação da presença de taninos, ácidos fenólicos, flavonoides, e derivados glicosilados da quercetina. Pela análise dos constituintes voláteis por CG-EM foi possível identificar a presença de quatorze compostos, sendo eles pertencentes as classes dos sesquiterpenos, hidrocarbonetos, monoterpenos, fenilpropanoides e alcoóis. No qual os sesquiterpenos β-cariofileno e α-humuleno foram os compostos majoritários, os quais são associados na literatura a diversas atividades biológicas, em especial a ações anti-inflamatórias, antifúngicas e antitumorais. A análise das frações por CG-EM e CLAE-DAD foi possível identificar catequinas, ácido gálico e flavonóis nos extratos aquosos e ésteres graxos e as subclasses das flavonas e flavonóis nos extratos etanólicos. Nas avaliações biológicas os extratos etanólicos e aquosos apresentaram baixa toxicidade em células de mamíferos, em que a concentração selecionada para a avaliação das demais atividades biológicas foi de até 500 μg/mL. Para a atividade antitumoral, os extratos apresentaram um grande potencial concentração dependente, com valores de IC50 variando de 56,44 a 180,4 μg/mL. Bem como o tempo de exposição aumentou a potência de todos os extratos. Também foi observado que os extratos aquosos promoveram a inibição da proliferação de linfócitos estimulados por mitógenos, apresentando uma eficácia em relação à dexametasona, de 39,94% para o extrato das folhas a 45 μg/mL, e de 57,3%, 137,4% e 251,8% para os extratos do caule a 15, 20 e 30 μg/mL, respectivamente. Este efeito proliferativo pode estar relacionado ao potencial anti-inflamatório da M. ferruginata, relatada na medicina popular. Possivelmente, as atividades biológicas estão relacionadas ao rico perfil químico desta espécie, principalmente em compostos fenólicos. Para as atividades antimicrobianas, tripanocida 9 e leishmanicida não foram observadas a inibição do crescimento ou toxicidade frentes as cepas avaliadas. Desta forma este trabalho contribuiu para o conhecimento químico e biológico da M. ferruginata. Porém ensaios futuros utilizando as frações e substâncias isoladas, se fazem necessários para fortalecer os dados aqui apresentados e para demonstrar quais os mecanismos moleculares envolvidos nas atividades biológicas investigadas.