Estudo fitoquímico e avaliação de potencial tóxico da espécie Ageratum fastigiatum (Gardner) RM King & H. Rob (Asteraceae)
Date
2019
Authors
Journal Title
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Volume Title
Publisher
UFVJM
Abstract
A utilização de plantas medicinais regionais pela população tem levado a um aumento dos
estudos para analisar o potencial tóxico das plantas. Além disso, o interesse das indústrias e
institutos de pesquisa por plantas medicinais também aumentou. A espécie Ageratum
fastigiatum (Gardner) RM King & H. Rob (Asteraceae) é conhecida popularmente como
Matapasto ou Enxota e, ocorre naturalmente na região de Cerrado, inclusive no município de
Diamantina (MG), região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Essa planta é utiliza com anti-inflamatório, analgésico e cicatrizante usado topicamente em preparações alcoólicas ou
hidroalcoólicas. Assim se faz necessário a triagem toxicológica da espécie botânica. A planta
foi colhida no Campus JK da UFVJM e foram preparados o extrato etanólico bruto das partes
aéreas e suas fases hexânica, diclorometânica e hidroalcoólica através de partição liquido-liquido. Foi realizado um screening fitoquímico para a identificação das principais classes de
metabólitos especiais nas fases. Na fase hexânica foram detectados cumarinas e
triterpenos/esteroides; na fase diclorometânica foram detectados cumarinas,
triterpenos/esteroides e taninos hidrolisáveis, na fase hidroalcoólica foram detectados
alcaloides, cumarinas, saponinas, triterpenos/esteroides e taninos hidrolisáveis. Foi feita a
análise das fases hexânica e diclorometânica em CG/EM e foram identificados sesquiterpenos,
constituintes graxos, triterpenos, base nitrogenada, monossacarídeo, alcaloide pirrolizidínico
(licopsamina), aldeído,cetona, compostos fenólicos. Foi utilizada CLAE/DAD para análise do
perfil fitoquímico da fase hidroalcoólica, observando-se a presença de provável de constituintes
poliinsaturados. Para a triagem toxicológica do extrato bruto e de suas fases foram empregadas
duas metodologias: ensaio de letalidade com o microcrustáceo Artemia salina Leach, e o ensaio
de viabilidade de células da linhagem L929, proveniente de tecido conjuntivo de camundongo.
Os resultados demonstraram certa toxicidade do extrato e das fases, utilizando a artemia a fase
hidroalcoólica apresentou maior toxicidade apresentando CL50 de 1,333mg/mL e o extrato
etanólico bruto obteve CL50 de 4,814mg/mL, sendo o menos tóxico. No ensaio com as células
L929 a fase diclorometânica foi a mais tóxica, chegando a reduzir 95,48% da viabilidade das
células e apresentando CC50 de 11,39 µg/mL e a fase hidroalcoólica foi considerada a menos
tóxica apresentando porcentagem de morte celular variando de 55,67 a 19,38, com CC50 de
174,2 µg/mL. O estudo sugere que o extrato etanólico de A. fastigiatum possui constitituintes
que corroboram seu uso na medicina popular como anti-inflamatório e a detecção de toxicidade pode ser um indicativo para avaliar ação antitumoral do extrato e de substâncias isoladas da planta e para utilizar a planta na medicina popular de forma racional.
Description
Agência financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – (FAPEMIG) (CDS-APQ-02459-15).
Agência financiadora (Bolsa de estudos): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Área de concentração: Ciências Farmacêuticas.
Agência financiadora (Bolsa de estudos): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Área de concentração: Ciências Farmacêuticas.
Keywords
Citation
FARIA, Filipe de Castro. Estudo fitoquímico e avaliação de potencial tóxico da espécie Ageratum fastigiatum (Gardner) RM King & H. Rob (Asteraceae). 2019. 88 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2019.