PPGCF - Mestrado em Ciência Florestal (Dissertações)

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    Análise genetica de matrizes de caryocar brasiliense utilizando marcadores moleculares microssatélite
    (UFVJM, 2013) Godinho, Thalyta Fernandes; Laia, Marcelo Luiz de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Laia, Marcelo Luiz de; Ferro, Maria Inês Tiraboshi; Titon, Miranda; Fernandes, José Sebastião Cunha
    Considerado como um “hotspot” mundial de biodiversidade, o Cerrado apresenta alta abundância de espécies endêmicas e possui mais de 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. Dentre elas, o pequizeiro (Caryocar brasiliense), espécie que possui grande importância ambiental e social neste bioma. A expansão da fronteira agrícola e a intensiva exploração do Cerrado, porém, têm colocado em risco a preservação e a variabilidade genética da espécie. Além disso, o extrativismo intensivo do pequizeiro pode gerar perdas de material genético, já que quase todos os frutos de qualidade, oriundos de genótipos superiores, são coletados. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi analisar o banco de matrizes de pequi, utilizando marcadores moleculares microssatélites, com fins de melhoramento e conservação da espécie. Para a extração do DNA genômico, foram utilizadas amostras foliares de 20 matrizes de Caryocar brasiliense, das quais 16 oriundas do Parque Estadual do Rio Preto (São Gonçalo do Rio Preto – MG) e as demais oriundas da Fazenda Experimental da UFVJM – Campus Moura (Curvelo – MG). Para a amplificação do DNA, foram testados dez oligonucleotídeos específicos para o pequi. Após a amplificação, os fragmentos de DNA foram separados em gel desnaturante de poliacrilamida 10% e ureia 6 M em TBE 1x.A partir da leitura dos géis gerou-se uma matriz binária em que os indivíduos foram genotipados quanto à presença (1) e ausência (0) de bandas. Com essa matriz, através do programa estatístico R, calcularam-se as distâncias genéticas de Jaccard e obteve-se o dendrograma. As distâncias genéticas variaram de 0,15 a 0,70. A análise de agrupamento, representada pelo dendrograma, permitiu inferir que as matrizes foram divididas em quatro grupos distintos. Dessa forma, o programa de melhoramento do pequizeiro poderá utilizar esses dados para o estabelecimento e avaliação de testes de progênies, com fins de produção ou conservação.
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    Flora e estrutura de remanescente de Floresta Estacional Decidual em Presidente Juscelino, MG.
    (UFVJM, 2012) Oliveira, Ana Carolina Ceron; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Evandro Luiz Mendonça; Rodal, Maria de Jesus Nogueira; Gonzaga, Anne Priscila Dias; Pereira, Israel Marinho; Oliveira, Márcio Leles Romarco de
    Este trabalho teve como objetivo conhecer a estrutura da comunidade arbórea, diversidade, riqueza, as funções ecológicas das espécies, a influência das variáveis ambientais, espaciais e os padrões funcionais das espécies na distribuição da vegetação em um fragmento de Floresta Estacional Decidual. O estudo foi conduzido em áreas de reserva legal de propriedades particulares no município de Presidente Juscelino (MG), nas coordenadas 18°38’40”S e 44°04’57”W, com altitudes variando entre 600 e 890 m. O remanescente possui aproximadamente 150 ha, com relevo côncavo e declividades acentuadas. Foram observadas porções áreas com alto grau de distúrbios antrópicos. Há evidências de corte raso em uma faixa de vegetação, assim como de corte seletivo de algumas espécies de interesse comercial. Destaca-se também a existência de distúrbios como, a alta compactação do solo gerada pela entrada de gado em algumas parcelas, clareiras naturais e antrópicas; solo exposto e trilhas ao longo do fragmento. Para o inventário florestal foram alocadas 25 parcelas permanentes de 20 × 20 m (400 m²), totalizando área amostral de 1 hectare. Nestas foram amostrados todos os indivíduos arbóreos com circunferência à altura do peito (CAP) > 15,7 cm, exceto lianas e indivíduos mortos. As espécies amostradas foram classificadas em cinco sistemas de guildas (grupo ecológico, dispersão, polinização, tolerância à dessecação e densidade da madeira), a fim de formar grupos funcionais. Para a avaliação das relações entre as variáveis ambientais e a distribuição do compartimento arbóreo, foram coletadas aleatoriamente no interior de cada parcela cinco amostras simples do solo superficial (0–20 cm), com cerca de 500 g de solo. Além do solo foram coletadas variáveis de relevo, dossel e matriz de impacto (natural e antrópico). Estas foram submetidas a uma Análise dos Componentes Principais (PCA), onde apenas cinco das 28 variáveis iniciais apresentaram alta correlação: Calcário (Ca); Potássio (k); Argila; rocha exposta e matéria orgânica. Três das cinco espécies de maior valor de importância apresentaram distribuições diamétricas relacionados com efeitos de resposta pós-distúrbio e a características da própria espécie. Foi verificado um alto valor de H’, o que indica uma área com diversidade relativamente alta e um baixo valor para J’ e uma forte dominância ecológica de espécies. Os resultados da análise de partição da variância a partir dos modelos de regressão múltipla feita para cada eixo da análise NMDS mostraram que a distribuição da vegetação está altamente correlacionada com a estrutura espacial e é influenciada em parte pelas variáveis ambientais argila e matéria orgânica. A análise de classificação Twinspan definiu quatro grupos distintos entre as espécies avaliadas os quais se diferenciaram em relação às suas funções ecológicas. A comparação da participação dos grupos de ordenação da NMDS em relação aos grupos funcionais de classificação Twinspan, mostrou que a área estudada apresenta um padrão funcional dominado por espécies pioneiras a secundárias iniciais, com dispersão anemocórica e germinação ortodoxa. O fragmento estudado encontra-se em um estádio inicial de sucessão secundária, onde as diferentes estratégias ecológicas das espécies ocuparam posições distintas ao longo do fragmento, apresentando tendências adaptativas das espécies as condições do ambiente. Os resultados reforçam a hipótese da grande importância de conservação deste fragmento de Floresta Estacional Decidual.
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    Diversidade de abelhas e recursos polínicos como fonte de alimentação em áreas de cerrado
    (UFVJM, 2013) Santos, Ana Paula de Souza Medeiros; Assis Junior, Sebastião Lourenço de; Garraffoni, André Rinaldo Senna; Lourenço, Anete Pedro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Matrangolo, Carlos Augusto Rodrigues; Lourenço, Anete Pedro; Garraffoni, André Rinaldo Senna
    As abelhas são importantes nos processos de polinização das angiospermas. O pólen transportado por elas ou armazenado no interior do ninho permite a determinação dos principais recursos florais utilizados. O primeiro estudo verificou a diversidade de abelhas solitárias e seus recursos polínicos. Ninhos-armadilha feitos de bambu (n=450 por área) e cartolina preta (n=180 por área) foram disponibilizados em quatro áreas: Parque Estadual do Rio Preto (PERP), Área de recuperação Campus JK da UFVJM (AR), Parque Estadual do Biribiri (PEBI) e Área de Preservação Ambiental Pau-de-Fruta (APAPF). Nas quatro áreas de estudo foram coletados um total de 74 ninhos fundados por abelhas de quatro espécies pertencentes às famílias Apidae e Megachilidae. Deste total, em 60 ninhos houve emergência dos ocupantes e em 14 houve mortalidade total dos indivíduos. O PERP apresentou maior taxa de ocupação de ninhos por abelhas (n=55), seguida por AR (n=10) e PEBI (n=9). Na APAPF nenhum ninho foi fundado por abelhas. Três espécies foram encontradas no PERP: Centristarsata (n=2), Centrisanalis (n=45) e Tetrapedia sp. (n=2). Na AR as espécies nidificantes foram C. tarsata (n=6), Tetrapedia sp. (n=1) e Megachile sp. (n=2). No PEBI houve nidificação apenas de C. analis (n=2). Os polens mais frequêntes encontrados dentro dos ninhos foram os de Malpighiaceae no PERP e PEBI.Na AR os de Fabaceae foram os mais frequêntes. As abelhas apresentaram um forte componente sazonal indicando que as nidificações ocorreram de acordo com a disponibilidade de recursos nas áreas. O segundo trabalho foi realizado em uma área de Cascalheira (PEBI). Foram coletadas as abelhas visitantes de Eremanthus erythropappus (DC.) McLeish e Eremanthus incanus(Less.) Less (Asteraceae) usando rede entomológica. Houve prevalência de Trigona spinipes e Bombus atratus. As abelhas eussociais Apis mellifera e T. spinipes foram responsáveis pela maior frequência de polens de Eremanthus spp. B. atratus apresentou uma maior variedade de tipos polínicos. Outras famílias botânicas como Melastomataceae e Myrtaceae parecem ser fontes primárias de polens para as abelhas visitantes da área.
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    Estrutura, riqueza, diversidade e grupos funcionais da comunidade arbórea em um remanescente de floresta estacional semidecidual no Espinhaço Meriodional
    (UFVJM, 2013) Santos, Laura Araujo Garcia dos; Machado, Evandro Luiz Mendonça; Pereira, Israel Marinho; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pereira, Israel Marinho; Coser, Thiago dos Santos
    Este trabalho teve como objetivo conhecer a estrutura da comunidade arbórea, diversidade, riqueza e funções ecológicas das espécies de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual. O estudo foi conduzido em uma área de Reserva Legal pertencente à empresa Anglo Ferrous Minas-Rio Mineração S.A no município de Dom Joaquim (MG), nas coordenadas 19°00'09'' S e 43°11'38'' W e com altitude média de 738m. O fragmento possui aproximadamente 105 ha e encontra-se disposto em encostas com declividades acentuadas, com pequenos cursos d’água entre as mesmas.Foram observados sinais de impactos naturais causados pela alta intensidade dos ventos, que ocasionam quedas de árvores e aberturas do dossel. Para o inventário florestal foram alocadas trinta parcelas de 20 × 20 m (400 m²) totalizando área amostral de 1,2 hectare.Nestas foram amostrados todos os indivíduos arbóreos com circunferência à altura do peito (CAP) > 15,7 cm, exceto lianas e indivíduos mortos. As espécies amostradas foram classificadas em quatro sistemas de guildas (dispersão, polinização, tolerância à dessecação e densidade da madeira). Foram mensurados 2056 indivíduos distribuídos em 156 espécies, 104 gêneros e 46 famílias.A distribuição por classes diamétricas dos indivíduos da comunidade arbórea obteve uma tendência de J-invertido, comportamento esperado para florestas inequiâneas. Porém, a análise para algumas espécies isoladas não possuíram esse padrão, fato este relacionado com a ecologia populacional de cada espécie ou com limitações no recrutamento.Foi verificado um alto valor de H’, o que indica uma área com diversidade relativamente alta e uma fraca dominância ecológica de espécies verificada tanto pelo elevado valor de J’ como pela reduzida porcentagem do somatório das dez principais espécies para todos parâmetros fitossociológicos. No fragmento também foram levantadas espécies que estão inseridas na lista das espécies ameaçadas de extinção do IBAMA, sendo estas Euterpe edulis, Zeyheria tuberculosa, Apuleia leiocarpa, Dalbergia nigra, Melanoxylon braúna, Syagrus macrocarpa, Ocotea odorifera e Almeidea coerulea. Na guilda de dispersão a única síndrome considerada significativa foi a anemocórica (indivíduos foram mais frequente que o esperado nos estratos intermediário e superior), o que ocorreu devido nestes locais haver uma maior ação do vento e ausência de obstáculos. A síndrome de dispersão zoocórica, predominou em todos os estratos, porém estatisticamente não houve diferenças significativas. Este resultado parece estar fortemente relacionado ao habitat dos animais, já que são nessas áreas que a fauna encontram maior proteção contra predação. Para polinização também foi constatado uma dominância de indivíduos polinizados por animais em todos os estratos, porém também sem diferenças significativas. Esse predomínio sugere a importância do papel da fauna na garantia do fluxo gênico. Já a guilda tolerância a dessecação apresentou em todos os estratos analisados diferenças significativas entre as categorias de tolerância, onde indivíduos com sementes recalcitrantes foram mais frequente que o esperado nos estrato inferior e emergente, sugerindo que no fragmento ocorreu algum distúrbio a médio prazo de tempo e que este se encontra em pleno processo de sucessão secundária, já que há indivíduos de sementes recalcitrantes (estágio sucessional avançado) jovens que substituirão os indivíduos situados nos estratos superiores. Corroborando com a tolerância à dessecação, a densidade da madeira apresentou um predomínio de indivíduos madeira pesada (estágio sucessional mais avançado) no estrato inferior, evidenciando mais uma vez a substituição de indivíduos de estágio sucessional intermediário.