PPGSSA - Mestrado Profissional Interdisciplinar em Saúde, Sociedade & Ambiente (Dissertações)
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Item Sociobiodiversidade e espaço social alimentar: conhecimento tradicional sobre plantas alimentícias em uma comunidade do Vale do Jequitinhonha, MG(UFVJM, 2019) Silva, Luiza Helena Pedra da; Murta, Nadja Maria Gomes; Costa, Fabiane Nepomuceno; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Murta, Nadja Maria Gomes; Paes, Sílvia Regina; Cambraia, Rosana Passos; Rech, André RodrigoA sociobiodiversidade presente no território brasileiro tem elevado potencial de resistência perante aos ônus impostos pelo modelo de produção de alimentos hegemônico, inserido em um cenário mundial de homogeneização da alimentação, das práticas agrícolas, dos espaços produtivos, dos ambientes naturais, que gera dependência dos pequenos produtores e dos consumidores às lógicas de mercado globais. O presente estudo pretendeu investigar os conhecimentos e usos de plantas alimentícias não convencionais, especificamente de plantas espontâneas, circunscritos no espaço social alimentar de um distrito rural do Vale do Jequitinhonha, sob a perspectiva de fomento e valorização do consumo desses recursos vegetais para a promoção da segurança alimentar e nutricional sustentável. Os procedimentos metodológicos adotados foram revisão integrativa de literatura, entrevistas semiestruturas, caminhada etnobotânica, demonstrações culinárias e observação participante. Os dados foram analisados qualitativa e quantitativamente, com análise de conteúdo e estatística descritiva. Ao todo, foram identificadas 71 espécies de plantas espontâneas utilizadas na alimentação. Destacam-se as espécies que têm os frutos consumidos in natura em seu período de frutificação, e espécies herbáceas que se desenvolvem nos quintais e canteiros de hortas e têm as folhas consumidas em saladas e refogados. Os conhecimentos e práticas acerca das plantas alimentícias presentes no território da comunidade são constitutivos da cultura alimentar local e regional, entretanto, constatou-se que os conhecimentos sobre essas espécies são maiores do que o seu uso efetivo, indicando que há redução do consumo, sobretudo em decorrência do acesso à alimentos processados e ultraprocessados.Item Comunidade Quilombola de Quartel do Indaiá (MG) e Parque Nacional das Sempre Vivas: direitos, territórios e saúde(UFVJM, 2014) Almeida, Harley Fernandes de; Dias, Ana Cristina Perez; Murta, Nadja Maria Gomes; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Dias, Ana Cristina Perez; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Braga Júnior, AméricoQuartel do Indaiá consta como uma das 220 comunidades quilombolas reconhecidas no estado de Minas Gerais, através do critério de autodefinição, segundo dados da Fundação Cultural Palmares a partir da concepção da ancestralidade, trajetória e relação territorial específica de seus componentes. A compreensão do território como espaço de reprodução cultural, social, religiosa e econômica dessas comunidades no Brasil foi uma bandeira dos movimentos sociais ligados à cultura negra na década de 1980, que buscaram garantia constitucional desse direito. O território, neste contexto, também é considerado um espaço de promoção da saúde para as comunidades que mantêm uma relação de interdependência com o ecossistema em que vivem, principalmente para sua alimentação. A criação do Parque Nacional das Sempre Vivas foi efetivado através do Decreto Presidencial s/n, em 13 de dezembro de 2002, com uma política que visa a proteção integral da natureza da “interferência” antrópica. Assim, as comunidades tradicionais que vivem no entorno foram impedidas de ter acesso às áreas delimitadas, privando-as de suas práticas tradicionais de subsistência. O presente estudo teve como objetivo principal desvelar a relação entre a comunidade de Quartel do Indaiá e o Parque Nacional das Sempre Vivas e a sua influência no modo de vida desta comunidade. A metodologia utilizada foi a análise do conteúdo que possibilitou identificar, através das entrevistas realizadas com moradores da comunidade e com os representantes dos órgãos públicos, pontos que convergiram para a caracterização do conflito socioambiental, com reflexos no seu modo de vida, sua economia e segurança alimentar e nutricional.