PPGCH - Mestrado Profissional Interdisciplinar em Ciências Humanas (Dissertações)

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    A Formação da Pessoa nas "Cartas a um jovem poeta" de Rainer Maria Rilke: uma análise fenomenológica
    (UFVJM, 2023) Carvalho, Eduardo Vinícius Moura de; Gaspar, Yuri Elias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    A formação da pessoa humana é um tema fundamental para as ciências humanas. Objetivamos neste trabalho investigar as elaborações do renomado poeta Rainer Maria Rilke contidas no livro “Cartas a um jovem poeta” para descrever suas contribuições ao tema da formação da pessoa, tomando as cartas em seu conteúdo experiencial. Optamos pelo método fenomenológico para a análise das cartas de Rilke entendendo ser este um caminho rigoroso para a realização da análise da experiência. Identificamos como resultados, primeiramente, o modo próprio de Rilke elaborar e propor o tema da formação da pessoa. Ele abre-se cuidadosa e compreensivamente, dando base para adiante fazer pontuações críticas, centradas na experiência do jovem, distanciando-se de colocações não pautadas na pessoa e na relação; propõe a própria subjetividade na relação, colocando suas experiências pessoais, direta e indiretamente. Ao jovem, oferta assim, tanto o exemplo do valor de adentrar à própria experiência, como o convida ao mesmo processo, fazendo isto, portanto, sem se sobrepor ou anular a experiência do outro. Propõe reflexões abertas e provocativas, convidando para a continuidade de uma reflexividade pessoal a partir de suas colocações. Por fim, propõe a dimensão da companhia, ressaltando a qualidade de referência, que passa a compor a própria vida, e não apenas enquanto em sua dimensão de presença material. Posteriormente, apreendemos quatro categorias de sentido nas elaborações Rilke sobre o tema da formação da pessoa: (1) Solidão como relação com a interioridade enquanto critério pessoal; (2) Trabalho enquanto empenho com a vida: agarrar-se ao difícil, viver a espera; (3) Mistério como relação com o inexplicável: a novidade, que ninguém conhece, se ergue aí, calada, no meio; (4) Amor como o fio condutor das experiências: a obra para a qual todas as outras são uma preparação. Na discussão, debatemos sobre as elaborações de Rilke em diálogo com a fenomenóloga Edith Stein, que se dedica diretamente ao tema da formação da pessoa; sobre as contribuições de Rilke à contemporaneidade, como a revolução tecnológica e a crise de sentido, e refletimos sobre as dinâmicas humanas de busca de si e os processos de acompanhamento de pessoas. Concluímos que Rilke, em suas “cartas a um jovem poeta”, afirma a centralidade da experiência da pessoa para a formação humana, individual e coletiva, bem como abre horizontes para propostas de caminhos formativos estruturados a partir de elementos próprios da pessoa humana.
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    A pessoa humana em formação: contribuições da antropologia filosófica de Edith Stein para a formação em psicologia no Brasil
    (UFVJM, 2018) Batista, Danillo Lisboa; Gaspar, Yuri Elias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gaspar, Yuri Elias; Leite, Roberta Vasconcelos; Cardoso, Camen Lúcia; Coelho Júnior, Achilles Gonçalves
    A questão da formação do psicólogo, ao lado da reflexão acerca da experiência e da estrutura da pessoa humana, coadunam na temática central deste trabalho. O objetivo principal dessa pesquisa foi investigar como se constitui a formação da pessoa humana, a partir da antropologia filosófica de Edith Stein, a fim vislumbrar itinerários educativos que contribuam para a formação em psicologia no Brasil. Em termos metodológicos tornou-se necessário articular um conjunto de procedimentos que classificam esta pesquisa como fenomenológica, no que se refere à formulação do seu problema e teórica quanto ao seu desenvolvimento, sendo subsidiada pela análise documental e pela revisão bibliográfica. O presente estudo identifica a psicologia como um campo vasto do conhecimento, marcado pelas características plural, híbrido, polissêmico e diverso no que tange às suas possibilidades teóricas e de atuação. O movimento histórico de transformações curriculares dessa ciência vão de uma formação especialista à uma formação generalista. Ao retomarmos a gênese da ideia de formação, encontramos em Edith Stein um aprofundamento que nos revela uma antropologia filosófica que, atenta à estrutura que é própria ao ser humano, torna imprescindível a miragem de uma formação integral da pessoa. Nesse sentido, passamos a diferenciar as ideias de instrução, educação e formação, compreendendo esta última como mais ampla do que o uso corrente, pois, segundo Edith Stein, o processo verdadeiramente formativo deve atingir o núcleo pessoal de cada ser humano e este determina intrinsicamente as possibilidades da formação. Esta compreensão traduz como uma importante tarefa da própria formação, o empenho em ajudar o estudante a reconhecer sua interioridade, a fim de favorecer que o mesmo alcance posicionamentos congruentes e originais. Por fim, ao reconhecermos a pessoa humana enquanto dotada de uma estrutura que a universaliza e de um núcleo pessoal que a singulariza, encontramos no terreno da experiência um meio promissor para que cada estudante de psicologia reconheça a si mesmo em meio ao campo plural, diverso e dinâmico que caracteriza essa ciência e profissão no Brasil.