PPGGEO - Mestrado em Geologia (Dissertações)
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Item Diamantes de capa verde do distrito de Diamantina - Brasil: contribuições sobre a gênese do diamante, ascensão e proveniência(UFVJM, 2022) Müller, Anna Cecília; Fontana, Eduardo; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fontana, Eduardo; Oliveira, Lucilia Aparecida Ramos de; Fraga, Lucio Mauro Soares; Amorim, Lucas Eustáquio Dias; Cipriano, Ricardo Augusto ScholzOs diamantes do distrito de Diamantina não foram amplamente estudados quanto à sua gênese. Ainda há uma falta de informação sobre os processos que estes diamantes foram submetidos no manto e na ascensão do kimberlito, como a dissolução do carbono. Além disso, a rocha fonte destes depósitos de diamantes permanece desconhecida e, sua origem proximal ou distal tem sido objeto de intenso debate científico por décadas. Este trabalho visa fornecer contribuições sobre a gênese, ascenção e proveniência dos diamantes do distrito de Diamantina, estudando 13 amostras da região de São João da Chapada (SJ) e 11 do Rio Jequitionha (JR). Através da análise de suas inclusões minerais, da caracterização das feições de superfície destes cristais e de suas propriedades espectrais por FTIR, este trabalho pretende revelar alguns fragmentos de sua história. Em resumo, os dados obtidos sugerem que um ambiente mantélico peridotitico precedeu o momento de cristalização dos diamantes, uma vez que, uma inclusão de forsterita foi encontrada entre os diamantes do lote JR. O período de permanência destes cristais no manto cratônico foi assumido como de aproximadamente 3 Ga, uma vez que seu estado de agregação de nitrogênio é maduro sob uma temperatura (modelo) de ~1170°C. Além disso, a presença de trigons de fundo plano na superfície indica que, ambos lotes reagiram com magmas ricos em H2O no último estágio do evento kimberlítico. Encontramos também uma correlação entre a formação de ruts das amostras JR e a cristalização de um kimberlito vulcanoclástico muito oxidado, sob uma temperatura de ~1040ºC. Após a cristalização e erosão do kimberlito, o transporte de diamantes deixou marcas de abrasão presentes em todos os diamantes JR. Entretanto, a ausência de tais marcas nos diamantes SJ, indica que sua fonte pode estar próxima (dentro de uma distância inferior a 50km), apesar de permanecer desconhecida. Finalmente, a exumação destes diamantes e a cristalização dos kimberlitos são eventos que datam de pelo menos 1,7Ga, uma vez que esta é a idade das rochas hospedeiras dos diamantes da formação Sopa Brumadinho. Dado que os diamantes cratônicos permancem por cerca de 3 bilhões de anos armazenados no manto litosférico, isto sugere que a idade de cristalização dos diamantes SJ e JR foi aproximadamente durante o período NeoProterozoico.