PPGBA - Mestrado em Biologia Animal (Dissertações)

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    Desenvolvimento ontogenético de larvas de curimbatá (Prochilodus lineatus)
    (UFVJM, 2019) Queiroz, Neucy Teixeira; Pedreira, Marcelo Mattos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Pedreira, Marcelo Mattos; Lessa, Leonardo Guimarães; Fonseca, Leonardo da Silva
    Prochilodus lineatus é uma espécie neotropical a qual suas larvas apresentam poucas características que possam distingui-las de diversas larvas de peixes que desovam na mesma época e local e com ecologia similar. Portanto, este trabalho teve como objetivo descrever o desenvolvimento ontogenético das larvas de P. lineatus por intermédio de caracteres e relações corporais associadas a diferentes estágios larvais; vitelínico, pós-vitelínico, flexão e pós-flexão, baseados na flexão da porção terminal da notocorda e consumo do vitelo. Larvas de uma mesma desova foram mantidas e coletadas de aquários durante 46 dias após eclosão. Para caracterização morfométrica foram obtidas medidas da cabeça, focinho, olho, ânus, nadadeiras, altura do corpo, além dos comprimentos total e padrão. Também foram observados os caracteres merísticos; raios e espinhos das nadadeiras, vértebras, sua sequência de calcificação, através do processo de coloração com azul de “alcian” e vermelho alizarina. Na fase larval-vitelino o saco vitelínico era grande, havia pouca pigmentação na porção superior da cabeça e apenas a nadadeira peitoral. Na pré-flexão com o enchimento da vesícula gasosa as larvas passam a nadar na coluna da água e inicia-se a busca pelo alimento exógeno, com o trato digestório ainda retilíneo, corpo transparente, aumento da altura do corpo e da cabeça, mas com a nadadeira peitoral ainda sem raios e espinhos. Na flexão, a pigmentação se intensificou, as nadadeiras caudal, anal e dorsal já formadas apresentam raios e espinhos, inicia e termina a formação das vértebras (43) e o trato digestório apresenta enovelamento. Na pós-flexão o corpo está intensamente pigmentado, nadadeiras estão todas presentes com raios e espinhos, exceto a adiposa, última a se formar e o trato digestório bastante enovelado. Ao longo do desenvolvimento, o comprimento padrão entre 3,20 a 24,25 mm, todas as estruturas mensuradas apresentaram crescimento lineares significativos (p ≤ 0,05) acompanhando o aumento do comprimento padrão. As nadadeiras se mantiveram na mesma posição em relação ao corpo ao longo do desenvolvimento, como pode ser verificado nas regressões entre o comprimento padrão e as porcentagens entre as distâncias das nadadeiras divididas pelo comprimento padrão. Essas proporções permitiram identificar o momento de mudanças corpóreas que estão associadas com passagens de fases do desenvolvimento do animal e, consequentemente, de sua ecologia. O consumo do vitelo juntamente com o aumento da nadadeira caudal, ainda em forma de nadadeira embrionária, indicou o fim do estágio vitelínico e o início de uma maior capacidade de natação, fuga de predador e busca por alimento. Posteriormente um aumento da proporção da cabeça, indicou uma maior capacidade de perceber o ambiente e capturar e assimilar o alimento. Neste sentido, as relações corporais associadas as demais descrições além de serem poderosas ferramentas para identificar o P. lineatus possibilitam um maior entendimento de sua ecologia nos estágios de desenvolvimento, permitindo que se desenvolva um manejo de cultivo vislumbrando estudos mais detalhados e efetivos trabalhos de repovoamento.
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    Implicações anatômicas e morfométricas de Bartlettia stefanensis (MORICAND, 1856): um estudo comparativo entre bacias sul-americanas
    (UFVJM, 2019) Lopes, Ana Beatriz; Marques, Rodrigo César; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Marques, Rodrigo César; Machado, Alex Sander Dias; Vidigal, Teofânia Heloisa Dutra Amorim
    Propõe-se aqui um estudo taxonômico baseado em caracteres morfológicos e anatômicos de Bartlettia stefanensis (Bivalvia: Unionoida), espécie tradicionalmente conhecido como “ostras de rio” encontrada em duas grandes bacias hidrográficas sul-americanas – Bacia do Amazonas e Bacia do Paraná-Prata (principalmente na região do Pantanal) com o objetivo de testar a existência de integração e modularidade neste grupo, e se existem variações anatômicas regionalizadas a determinadas regiões. B. stefanensis é reconhecido pela sua grande variação do contorno das valvas, possivelmente relacionado a fatores ambientais. Os três primeiros componentes principais explicam aproximadamente 52% de toda a variação. O primeiro componente principal explica por volta de (24,5%) está associado à angulação da parte anterior. O segundo componente principal (13,9%), está relacionado com as variações da região anterior, conjuntamente a variação linha palial. O terceiro componente principal (12,8%) é referente ao desenvolvimento da parte anterior, e à altura das valvas. Não houve diferenças visíveis nos componentes principais entre as valvas e localidades. A variação canônica por grupos demonstrou um decréscimo nas distâncias de Mahalanobis, bem como aumento na sobreposição das distribuições de scores canônicos, tanto entre as bacias quanto entre as valvas para cada separação em módulos. Dessa forma os resultados apresentados, afirmam que as diferenças apontadas não suportam uma possível divisão entre as espécies para cada bacia. Mesmo sendo uma espécie com uma grande variação no contorno da concha, reconhecemos até três níveis de modularidade que possivelmente está relacionado ao modo de vida no substrato. Os resultados anatômicos permitiram-nos visualizar algumas estruturas que ainda não foram citadas na literatura, tais como: a) de uma assimetria no posicionamento gânglio pedioso; b) com a presença de uma projeção globulosa nas aurículas; c) estruturas renopericardiais, como o nefridióporo e nefróstoma; d) delimitação no número de aberturas dos divertículos digestivos na superfície interna do estômago. Além destas características não descritas, o que encontramos aqui é que muitas características dadas como típicas de Etheriidae, podem ser plesiomorfias em relação à Mycetopodidae.
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    Biodiversidade e aspectos ecológicos de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) provenientes de cavernas brasileiras
    (UFVJM, 2019) Teodoro, Layane Meira; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Santos, Conceição Aparecida dos; Borges, Magno Augusto Zazá
    Os flebotomíneos são dípteros que costumam abrigar-se em troncos de árvores, tocas de animais, folhas caídas no solo, copa das árvores, frestas em rochas e em cavernas. No Brasil, no que se refere apenas à fauna flebotomínica em cavernas, sejam elas areníticas, calcárias, quartzíticas ou ferruginosas os dados são raros, existindo apenas estudos isolados. Este estudo objetivou determinar a fauna de flebotomíneos em cavernas localizadas nos estados de Minas Gerais, Pará e Tocantins. Os espécimes foram capturados nos anos de 2006, 2010, 2013, 2014 e 2015 em inventário de cavernas, realizados através de busca ativa e encontravam-se depositados na Coleção de Invertebrados Subterrâneos (ISLA) do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea/UFLA. Os flebotomíneos (machos e fêmeas) foram preparados e montados entre lâmina e lamínula, e identificados seguindo a classificação taxonômica de Galati (2003). A fauna de flebotomíneos das cavernas foi composta por 25 espécies: Evandromyia cortelezzii, Evandromyia saulensis, Evandromyia carmelinoi, Evandromyia monstruosa, Evandromyia termitophila, Evandromyia tupynambai, Migonemyia migonei, Micropygomyia goiana, Micropygomyia peresi, Micropygomyia oswaldoi, Lutzomyia renei, Lutzomyia ischyracantha, Lutzomyia longipalpis, Micropygomyia pilosa, Micropygomyia quinquefer, Nyssomyia umbratilis, Pintomyia gruta, Pintomyia serrana, Psathyromyia lutziana, Sciopemyia sordellii, Sciopemyia microps, Trichophoromyia brachipyga, Trichopygomyia dasypodogeton e Micropygomyia sp. totalizando 843 espécimes, sendo 382 machos e 461 fêmeas. Sciopemyia sordellii foi a espécie predominante com 58,72% dos flebotomíneos coletados. A fauna de flebotomíneos das cavernas mostrou-se diversa, com espécies de importância no ciclo de transmissão das leishmanioses. O encontro de Lu. longipalpis, Mg. migonei e Ny. umbratilis, espécies envolvidas no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral e tegumentar, respectivamente, indica que estas espécies podem estar participando do ciclo enzoótico, e circulando entre animais silvestres e humanos, que frequentemente, adentram ou estejam proximos ao ambiente cavernícola.
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    Um cafezal em flor: o papel dos recursos tróficos, de nidificação e do entorno na manutenção do serviço de polinização do café inserido em uma matriz de campo rupestre em Diamantina-Minas Gerais
    (UFVJM, 2019) Machado, Ana Carolina Pereira; Rech, André Rodrigo; Barônio, Gudryan Jackson; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rech, André Rodrigo; Torres, Mariana Wolowski; Mendonça, Pietro Kiyoshi Maruyama
    O serviço ecossistêmico de polinização é uma das mais importantes contribuições da biodiversidade para a produção de alimentos, possui valor estimado em 43 bilhões anuais só no Brasil. Dentre os responsáveis por esse serviço, se destacam as abelhas como sendo os principais polinizadores de cultivos agrícolas, contribuindo com a produção de alimentos. Este trabalho foi realizado em um gradiente vegetacional formado por áreas de cultivos de café imersas em matriz de vegetação nativa caracterizada como Campo Rupestre. Foram marcados pontos no interior do cafezal, no interior da vegetação nativa e na área transicional entre estes, com dez repetições distando pelo menos 1 km entre si. O objetivo do primeiro capítulo foi comparar os métodos de amostragem e analisar a riqueza, abundância, recorrência e composição de abelhas no período seco e chuvoso, que antecedem e sucedem a floração do café, respectivamente. Foram utilizadas três metodologias - pantraps, iscas de odor e coleta ativa, em todos os pontos. Os métodos de coleta atuaram de forma complementar. A riqueza e abundância de abelhas não diferiram entre as estações, mas diferiram quanto ao local amostrado. Contudo, a composição de abelhas diferiu entre as estações e entre os locais amostrados, sendo que apenas duas espécies foram recorrentes. Já o segundo capítulo, teve como objetivo avaliar o padrão de nidificação de abelhas solitárias nesta mesma região e a participação das abelhas na polinização das flores do café. Foram instaladas em setembro, estações de coleta em 30 pontos amostrais (dez no interior do cafezal, dez na borda e dez na vegetação nativa), contendo dez ninhos de bambu e dez ninhos de papel cartão preto cada, sendo estes ninhos monitorados semanalmente e recolhidos quando as abelhas fechavam a entrada do ninho. Quanto à polinização do café, na fase de botões florais, foram selecionados galhos na borda e no interior do cafezal, submetidos a dois tratamentos: polinização natural e autogamia. Durante a floração foram contabilizados o número de abelhas visitando as flores em sessões de dez minutos em cada galho, tanto na borda quanto no interior do cafezal. Os frutos maduros foram coletados, contabilizados, secados, pesados, medidos e, posteriormente, foram calculados os valores de densidade. As abelhas construíram 132 ninhos: 59,1% destes ninhos foram construídos na vegetação nativa, 40,2% na área de transição e apenas 0,7% dos ninhos foram contruídos no interior do cafezal pelas abelhas. Dos 132 ninhos construídos, cerca de 54% continham grãos de pólen de café. Na borda do cafezal, foram observadas mais visitas de abelhas que no seu interior. O tratamento de polinização natural gerou mais frutos que o tratamento de autogamia tanto na borda quanto no interior do cafezal. No entanto, no interior do cafezal, os frutos foram mais pesados, maiores e menos densos que os frutos da borda. No interior do cafezal, os frutos oriundos da polinização natural foram menores, entretanto mais densos que os frutos de autogamia. Na transição, os frutos gerados a partir da polinização natural possuíram maior massa, menor comprimento e maior densidade que os frutos de autogamia. Concluímos que os Campos Rupestres agem como reservatórios de abelhas que polinizam o cafezal quando florido, gerando maior quantidade de frutos e com melhor qualidade.
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    Efeitos do estresse térmico no comportamento e morfofisiologia muscular do Astyanax brevirhinus (Characidae)
    (UFVJM, 2018) Monteiro, Riccelly Cristina Alcântara; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Schorer, Marianne; Gomes, Vicente
    Os peixes por serem ectodérmicos são um excelente modelo para estudar as estratégias dos organismos frente as alterações da temperatura. O objetivo do presente trabalho foi relacionar o aquecimento ambiental às respostas comportamentais, alterações morfofisiológicas e a ativação de mecanismos moleculares de termoestabilidade celular em Astyanax brevirhinus. Para isso os animais foram submetidos ao aumento gradual da temperatura (+-2°C/h), a partir da temperatura ambiental (20°C) até 24°C, 28°C, 32°C. Após atingirem a temperatura de estudo os grupos experimentais foram mantidos por 2 horas nesta temperatura. Realizamos o experimento de Temperatura Crítica de Sobrevivência (TCS), onde os indivíduos foram expostos ao aumento de temperatura até o colapso fisiológico. Analisamos em relação ao aquecimento ambiental o comportamento, a morfologia e histopatologia do coração e músculo esquelético, a quantificação dos biomarcadores do estado redox e as expressões tecidual da proteína de estresse Hsp70 pela imuno-histoquímica. Os resultados mostraram que o A. brevirhinus apresentou comportamento agitado em relação ao aumento da temperatura até a temperatura de 33°C, quando passaram a ficar mais letárgicos. Os achados histopatológicos predominantes no músculo cardíaco e músculo esquelético relacionados ao aquecimento foram os infiltrados inflamatórios e necrose célular. No estudo do estado redox relacionado ao estresse térmico evidenciamos que o músculo cardíaco apresentou dano oxidativo, tanto na peroxidação lipídica como nos compostos carbonílicos resultantes de danos à proteínas. O músculo esquelético se manteve mais estável na produção de espécies reativas de oxigênio. A expressão da proteína Hsp70 aumentou com o aquecimento, contudo na TCS as Hsp70 também se desnaturaram. Concluímos que o aumento da temperatura causa danos morfológicos, fisiológicos e moleculares nos tecidos musculares, contudo mecanismos fisiológicos de termoestabilidade celular e tecidual são recrutados durante este processo e podem representar no A. brevirhinus possibilidades de adaptações orgânicas a novas temperaturas.
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    Efeito do aquecimento ambiental na morfofisiologia tegumentar do Lambari do Jequitinhonha - Astyanax brevirhinus (Characidae)
    (UFVJM, 2018) Martins, Fabiana Dias Trivelato; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Machado, Thaís Peixoto Gaiad; Schorer, Marianne
    A temperatura é um dos fatores abióticos que tem maior influência na vida dos organismos aquáticos, define os limites de sobrevivência, as adaptações comportamentais, fisiológicas e moleculares. Este trabalho teve o objetivo de relacionar o efeito do aumento da temperatura às respostas comportamentais e fisiológicas, além da descrição histológica do tegumento do Astyanax brevirhinus. Os animais foram submetidos a um experimento de aumento da temperatura, a partir da temperatura da coleta ambiental (20°C) sendo aumentada gradualmente (24°C, 28°C, 32°C), até a temperatura crítica de sobrevivência (TCS), representada por colapsos fisiológicos. Cada temperatura quando atingida era mantida por um período de 2h e feitas gravações de vídeo na última hora do experimento para análise comportamental. Foram analisados os parâmetros físico-químicos da água, o comportamento dos animais, posteriormente foram eutanasiados e extraído o tecido tegumentar da região latero-caudal dos animais para análises histológicas, histopatológicas, imuno-histoquímica e espécies reativas de oxigênio (EROs). A descrição histológica do tecido demonstrou que o tegumento possui escamas, é constituído por um tecido epitelial apresentando células epiteliais, células de muco (caliciformes), células de alarme (claviformes) e células de pigmentação (melanóforos), seguido por uma derme formada por uma camada de tecido conjuntivo frouxo e denso, de onde se origina a escama. Na histopatologia do aquecimento encontramos, infiltrados inflamatórios, recrutamento de neutrófilos e áreas de necrose. A análise da expressão da proteína VEGF no tecido demonstrou relação qualitativa em todas as temperaturas, com maior expressão nos animais submetidos a TCS. Nos resultados do estudo de EROs foi evidenciado que a pele apresentou dano oxidativo, alterações na concentração da enzima antioxidante SOD, antioxidante não enzimático FRAP e biomarcadores TBARS. Os parâmetros físico-químicos da água como oxigênio dissolvido (OD) e pH também apresentaram alterações com o aumento da temperatura, influenciando nas respostas fisiológicas dos peixes. Os resultados desse estudo mostram que o aumento gradual da temperatura ativa recrutamento de mecanismos fisiológicos para a homeostase celular e tecidual na espécie estudada, além do limite térmico tolerado geram colapsos fisiológicos podendo levar a morte do indivíduo.
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    Propostas de áreas de endemicidade para organismos fluviolacustres da América do Sul
    (UFVJM, 2018) Romeiro, Sinara Silva; Marques, Rodrigo César; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Marques, Rodrigo César; Lessa, Leonardo Guimarães; Silva, Márcio Bernardino da
    A região da América do Sul é reconhecida por apresentar uma enorme biodiversidade, incluindo a fauna das bacias hidrográficas, pois essa região abriga em suas águas a mais diversificada fauna de peixes de água doce do planeta. Nesse sentido, o estudo da biogeografia dessa região é fundamental, pois esta ciência estuda a distribuição dos organismos do passado e do presente. E esta distribuição muitas vezes não está disposta aleatoriamente, mas sim formando padrões de disjunção ou de sobreposição conhecido como simpatria, que faz parte de uma grande área do conhecimento da biodiversidade denominado Biogeografia, ciência multidisciplinar em suas relações com a geologia, filogenia, ecologia, entre outros. O continente é caracterizado pela sua geomorfologia e eventos climatológicos, associados a uma história com período longo de isolamento que serviu como cenário de diversas hipóteses biogeográficas em diversos grupos de animais e plantas, bem como em tradicionais divisões biogeográficas. No entanto, essas divisões focaram principalmente em ambientes terrestres, enquanto que em ambientes fluviolacustres o foco esteve direcionado para hipóteses derivadas de grupos de peixes. Dessa forma, duas perguntas estão centradas aqui: a) os diferentes tipos de organismos fluviolacustres são bons indicadores de áreas de endemicidade?; b) existem áreas de endemicidade válidas para as bacias restritas as bacias fluviais? O presente estudo visou formular hipóteses primárias de endemicidade com diversos organismos dulciaquícolas da América do Sul, tendo como base as principais bacias e sub-bacias hidrográficas ao longo do continente e utilizando métodos de simpatria estrita (PAE e sua variação PAE-PCE) e não estrita (análise de agrupamentos) que não exigem dados georeferenciados. Dessa forma, o levantamento bibliográfico dos dados resultou em 7.163 espécies fluviolacustres, 248 áreas primárias e 50 ecorregiões já propostas na literatura. Assim, foi possível visualizar a hierarquizações dessas áreas, além de alguns processos biogeográficos que estão envolvidos no endemismo das áreas de endemicidade e em ecorregiões do continente sul-americano.
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    Identificação de Marsupiais (Didelphimorphia, Didelphidae) da Cadeia do Espinhaço através da microestrutura dos pelos-guarda
    (UFVJM, 2018) Silva, Fabiane Cristina da; Lessa, Leonardo Guimarães; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lessa, Leonardo Guimarães; Schetino, Marco Antônio Alves; Machado, Alex Sander Dias
    A identificação de espécies por meio da tricologia é uma ferramenta simples, rápida, não invasiva e de baixo custo que pode ser aplicada em distintos campos. Nesse trabalho, analisamos os pelos-guarda de 16 espécies de marsupiais didelfídeos da Cadeia do Espinhaço. De forma a facilitar a identificação de marsupiais com base no padrão dos pelos apresentamos uma chave dicotômica de identificação. Todas as espécies puderam ser diferenciadas, apresentando padrões cuticulares e medulares distintos. Apresentamos também as primeiras informações sobre os padrões tricológicos para 04 espécies, Marmosa murina que apresentou medula unisseriada escalariforme ½ e cutícula conoidal assimétrica – Marmosa demerare que apresentou a medula unisseriada escalariforme ¾ e a cutícula conoidal assimétrica, Cryptonanus agricolai com a medula escalariforme1/2 e cutícula imbricada folidácea intermediaria e o Thylamys karimii- medula unisseriada escalariforme 1/2 cutícula pavimentosa ondeada transversal. Com isso, foi possível preencher lacunas existentes em estudos tricológicos para pequenos mamíferos não voadores da Cadeia do Espinhaço, distinguindo com sucesso as espécies e aumentando assim o conhecimento deste grupo.
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    Dinâmica temporal e funcional da rede de interações entre plantas e beija-flores no Campo Rupestre da Serra do Espinhaço, Minas Gerais
    (UFVJM, 2018) Queiroz, Steffani Najara de Pinho; Santos, Thiago; Rech, André Rodrigo; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Santos, Thiago; Rech, André Rodrigo; Mendonça Filho, Carlos Victor; Mendonça, Pietro Kiyoshi Maruyama
    Na natureza, o que se encontra é uma rede complexa de interações bióticas, na qual várias espécies interagem numa dinâmica constante de benefícios e prejuízos que afetam diretamente a estrutura da comunidade promovendo ou restringindo a coexistência das espécies, o que Darwin chamou de “entangled bank”. Estudos envolvendo as plantas e seus polinizadores tem reconhecida importância ecológica, evolutiva e para a agricultura. Em ecossistemas tropicais muitas espécies necessitam destas interações mutualísticas em algum momento para completar seu ciclo de vida. No entanto, a dinâmica temporal pode regular sazonalmente as interações entre as espécies. Esta dissertação visa avançar no entendimento das redes planta-polinizador, utilizando como modelo as interações dos beija-flores e as plantas preenchendo algumas das lacunas existentes no que tange a organização e estruturação das comunidades biológicas. O primeiro capítulo intitulado “Polinizadores e visitantes florais da Cadeia do Espinhaço: o estado da arte”, é uma revisão do conhecimento acerca das interações planta-polinizador nos Campos Rupestres, abordando o perfil dos estudos de biologia e ecologia da polinização já desenvolvidos na Cadeia do Espinhaço. O segundo capítulo tem como título “Dinâmica temporal e determinantes da estrutura da rede de interações mutualísticas de plantas e beija-flores” e aborda os padrões da rede de interação de uma comunidade em área de Campo Rupestre, a variação temporal destes padrões e tenta explicar os processos biológicos que resultam nestes padrões. O terceiro capítulo aborda as consequências ou implicações dos padrões de visitação dos beija-flores sob a perspectiva das plantas, e tem como título “Limitação polínica versus deposição heteroespecífica de pólen em área de Campo Rupestre”. Com base no avanço que apresentamos fica evidente que novos trabalhos são necessários para conhecer a biota da área, as relações entre os organismos, os fatores que determinam essas interações e as consequência das interações para todo o ecossistema, de modo a promover de fato a conservação da biodiversidade.
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    Aquecimento x respostas fisiológicas: mecanismos de estabilidade térmica em Astyanax brevirhinus (Teleostei, Characidae)
    (UFVJM, 2018) Pereira, Caroline Reis; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Gomes, Vicente; Schorer, Marianne
    A temperatura é um dos fatores que mais influencia o funcionamento celular de organismos no meio aquático. Por serem ectotérmicos, as variações na temperatura da água interferem potencialmente todos os processos fisiológicos e comportamentais dos peixes. Este estudo teve como objetivo relacionar o aquecimento ambiental às respostas comportamentais, alterações histopatológicas e a ativação de mecanismos moleculares de termoestabilidade celular nas brânquias e fígado de peixes da espécie Astyanax brevirhinus. Os animais foram submetidos ao aquecimento controlado, partindo dos 20°C, temperatura ao qual foram coletados, até que cada tanque atingisse as temperaturas de 24°C, 28°C e 32°C, onde permaneceram por 120 minutos. Para determinar a temperatura crítica de sobrevivência, animais foram submetidos ao aquecimento gradual por tempo indeterminado, até apresentarem parada de batimento opercular. O comportamento foi analisado a partir de filmagens. Após o tempo de cada experimento, os animais foram eutanasiados e seus tecidos fixados para as análises de histologia, histopatologia, estado redox e imuno-histoquímica; para avaliar a expressão da proteína de estresse Hsp70. Os resultados demostraram que os animais apresentaram alterações em seu comportamento, respiração, equilíbrio e natação devido ao aquecimento. O aquecimento também promoveu alterações histopatológicas como hiperplasia e hipertrofia celular, vasodilatação, descolamento do epitélio, necrose celular e tecidual. O estudo do estado redox das brânquias demonstrou que o aumento da temperatura ocasionou maior peroxidação lipídica e dano oxidativo a proteínas, além de promover a diminuição da capacidade antioxidante não enzimática. No fígado, a peroxidação lipídica, a capacidade antioxidante não enzimática e a atividade antioxidante diminuíram com o aquecimento. A análise da expressão da Hsp70 nos tecidos demonstrou relação qualitativa com o aumento da temperatura. É possível concluir que o aquecimento ambiental promove alterações que provocam desiquilíbrio homeostático, refletido em todos os níveis orgânicos: comportamental, tecidual, estado redox e expressão de Hsp70 celular na espécie estudada.