Capacidade de mobilidade e participação de crianças com transtorno do espectro autista
Date
2020
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
UFVJM
Abstract
Introdução: A restrição de participação de crianças com Transtorno do Espectro
Autista (TEA) está relacionada principalmente às suas limitações persistentes na
comunicação e interação social. Além destas, limitações na mobilidade também
podem reduzir as oportunidades de adquirir habilidades apropriadas ao
desenvolvimento, impactando negativamente na participação. Sabe-se que
crianças com TEA apresentam atraso no desenvolvimento de habilidades
motoras grossas e finas quando comparadas às crianças típicas, no entanto,
nenhum estudo até o momento investigou se as limitações na capacidade de
mobilidade estão associadas com a restrição da participação de crianças com
TEA em casa, na escola e na comunidade. Objetivo: Verificar se a capacidade
de mobilidade pode explicar a frequência, o número de atividades, o
envolvimento e o desejo de mudança da participação de crianças com TEA em
casa, na escola e na comunidade. Além disso, verificar se os fatores ambientais
e os fatores pessoais podem modificar esta associação. Métodos: Foi realizado
um estudo transversal com crianças entre 5 e 10 anos de idade, diagnosticadas
com TEA. A participação da criança em casa, na escola e na comunidade foi
avaliada por meio do questionário Medida de Participação e do Ambiente –
Crianças e Jovens e a capacidade de mobilidade por meio do Teste de
Desenvolvimento Motor Grosso – 2ª edição, dos testes Timed up and Go (TUG)
e Timed Up and Down Stairs e da Escala de Equilíbrio Pediátrica (EEP). Modelos
de regressão linear múltiplo do tipo stepwise foram realizados. Resultados: Os
escores do TGMD-2 foram capazes de explicar 28% da variabilidade do desejo
de mudança na participação em casa, 11% da variabilidade do número de
atividades realizadas na escola e 13% da variabilidade do desejo de mudança
de participação na comunidade. Os escores do TUG explicaram 30% da
variabilidade do envolvimento de participação na escola e 13% da variabilidade
do desejo de mudança na participação na escola. Os escores da EEP explicaram
14% da variância do número de atividades realizadas na comunidade. Já o fator
pessoal sexo modificou a associação entre os escores do TGMD-2 e o número
de atividades realizadas na escola. Conclusão: A capacidade de mobilidade de
crianças com TEA pôde predizer desfechos da participação em casa, na escola
e na comunidade. Além disso, o sexo modificou a associação entre a capacidade
de mobilidade e a participação na escola, sendo que meninas realizavam um
menor número de atividades nesse ambiente.
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Citation
OLIVEIRA, Katherine Simone Caires. Capacidade de mobilidade e participação de crianças com transtorno do espectro autista. 2020. 90 p. Dissertação (Mestrado em Reabilitação e Desempenho Funcional) – Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2020.