Fatores associados aos defeitos de desenvolvimento do esmalte
Date
2022
Authors
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
UFVJM
Abstract
Estudos longitudinais que investigam os defeitos de desenvolvimento do esmalte (DDE) e a
associação com fatores neonatais ainda são limitados diante do rigor metodológico. Buscando
preencher essa lacuna, dois artigos científicos foram conduzidos para esta tese. O Artigo 1
trata-se de uma revisão sistemática com o objetivo de verificar a associação entre Índice
Apgar desfavorável (IA) e DDE em crianças. Artigos primários foram coletados em três bases
de dados eletrônicas (Medline via PubMed, Web of Science e Virtual Health Library),
literatura cinza e busca manual nas listas de referências. A extração de dados foi realizada por
três revisores independentes. A ferramenta do Instituto Joanna Briggs (JBI) foi utilizada para
avaliar o risco de viés. A certeza da evidência, Classificação de Recomendações, Avaliação,
Desenvolvimento e Avaliação (GRADE) foram avaliadas. Para meta-análise utilizou-se o
software R, versão 3.6.2. Dos 80 estudos, 18 artigos foram selecionados para leitura completa,
11 dos quais preencheram os critérios de elegibilidade e foram incluídos nesta revisão.
Metanálises foram realizadas considerando a ocorrência de qualquer tipo de DDE, hipoplasia,
hipomineralização molar incisivo (HMI) e segundos molares decíduos hipomineralizados
(HPSM). O critério que mais contribuiu para risco de viés foi a falta de estratégia para lidar
com os fatores de confusão. A prevalência de DDE entre os 441 pacientes com IA
desfavorável foi de 79% (IC 95%: 0.12 - 0.99, I² = 99%). Nenhuma associação significativa
foi encontrada entre IA desfavorável e DDE (OR: 2.87, IC 95%: 0.81-10.16, I² = 91%). O
primeiro minuto avaliado de IA desfavorável também não se associou ao DDE (OR: 1.27, IC
95%: 0.31 - 5.27, I²= 91%). Conclui-se que não há associação entre IA desfavorável e a
presença de DDE em crianças. O GRADE mostrou certeza de evidência muito baixa para
todos os desfechos. O segundo artigo objetivou avaliar os fatores de risco neonatais para DDE
em dentes decíduos de crianças nascidas a termo (CT) e prematuras (CP). Esse estudo
longitudinal retrospectivo foi conduzido com 200 crianças (100 CT e 100 CP) nascidas entre
abril de 2013 a julho de 2017 em uma maternidade da cidade de Diamantina, MG, Brasil.
Dados neonatais e socioeconômicos foram coletados por meio de registros hospitalares e
questionários. A avaliação bucal ocorreu no ano de 2019 e as crianças deveriam apresentar
dentição decídua completa. O diagnóstico de defeitos de esmalte foi realizado usando o Índice
de DDE. A análise de dados foi realizada através do Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS) versão 22.0 incluindo a análise descritiva das variáveis, e regressão hierárquica de Poisson com variância robusta, construindo um modelo para DDE como
desfecho. A incidência de DDE foi de 54%, com uma ocorrência de 18% e 36% em CT e CP,
respectivamente. Nenhuma exposição esteve associada ao DDE nas CT. Para as CP, a
internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) (RR=2,98; IC 95%=1,38-6,43)
permaneceu associada ao DDE após ajustes por variáveis de confusão. Conclui-se que a
internação em UTIN de CP foi um fator de risco para a incidência de DDE em dentes
decíduos.
Description
Na Folha de Rosto e Ficha Catalográfica, constam o título: "Fatores associados aos defeitos de desenvolvimento de esmalte".
Linha de pesquisa: Epidemiologia e controle das doenças bucais.
Área de concentração: Odontopediatria.
Linha de pesquisa: Epidemiologia e controle das doenças bucais.
Área de concentração: Odontopediatria.
Keywords
Citation
BARROSO, Heloisa Helena. Fatores associados aos defeitos de desenvolvimento do esmalte. 2022. 128 p. Tese (Doutorado em Odontologia) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2022.