Autoecologia de Marcetia taxifolia (A. St.-Hil.) Dc. (Melastomataceae) na Serra do Espinhaço Meridional
Date
2021
Authors
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Publisher
UFVJM
Abstract
A autoecologia estuda as relações biológicas das espécies com o ambiente e o efeito dos processos
ecológicos dentro da população. A espécie Marcetia taxifolia, possui entre suas peculiaridades,
morfotipos com flores rosa e com flores brancas, alvo dos estudos ecológicos que
serão apresentados. Esse estudo foi realizado em uma Cascalheira, no Parque Estadual do
Biribiri e em uma área localizada ás margens do Córrego do Soberbo, no município de Diamantina/
MG, nas quais foram feitas coletas de dados para análises dos padrões espaciais, receptividade
estigmática, viabilidade polínica, presença/ausência de polén heteroespecífico,
realização de polinizações controladas, teste de germinação de sementes, coletas de dados
fenológicos, bem como análises espectofotométricas com pétalas e anteras das flores de ambos
os morfotipos estudados. A hipótese nula da completa aleatoriedade espacial foi aceita
apenas para os indivíduos do morfotipo com flores brancas, localizados às margens do Córrego
do Soberbo. A análise bivariada demonstrou repulsão espacial entre os morfotipos na área
do Parque Estadual do Biribiri, ou seja, onde um ocorre o outro tende a não ocorrer, já na área
às margens do Córrego do Soberbo a independência espacial entre os morfotipos foi marcante,
permitindo inferir que os morfotipos coexistem de forma harmônica nesse ambiente. Os dados
de altura evidenciaram que a área de estudo localizada ás margens do Córrego do Soberbo
está em um estágio sucessional mais avançado, quando comparada a área da Cascalheira. As
análises reprodutivas evidenciaram que o morfotipo com flores rosa tende a ser mais atrativo
aos polinizadores e também obteve maior êxito na reprodução dos seus descendentes. O constraste
entre a coloração das pétalas e das anteras das flores rosa facilitam a localização do recurso
floral, e a floração extensiva apresentada por esses indivíduos disponibiliza esse recurso
por mais tempo, conferindo no sucesso reprodutivo de seus indivíduos. De posse dessas informações
é possível concluir que no processo evolutivo esses morfotipos tendem a formar
uma nova espécie visto que, com base nos estudos ecológicos realizados já existe uma diferenciação
clara entre os morfotipos e que estes não competem por polinizadores.
Description
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Keywords
Citation
AMARAL, Talita de Assis. Autoecologia de Marcetia taxifolia (A. St.-Hil.) Dc. (Melastomataceae) na Serra do Espinhaço Meridional. 2021. 81 p. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2021.