Pós-Graduação em Estudos Rurais

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PPGER - Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais

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    Conservação da agrobiodiversidade em um agroecossistema familiar em São Gonçalo do Rio das Pedras, Serro – MG: um estudo de caso
    (UFVJM, 2022) Matos, Euro Henrique Caetano; Lovo, Ivana Cristina; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lovo, Ivana Cristina; Carvalho, Igor Simoni Homem de; Rech, André Rodrigo; Redin, Ezequiel
    A diversidade de estratégias de manejo da agrobiodiversidade criadas por agricultores e povos tradicionais ao longo de milênios passa pelos cultivos, seleção, multiplicação, armazenamento e intercâmbio de variedades locais. Tais práticas ressaltam o caráter de conservação da diversidade agrícola e dos saberes locais sob essas variedades, uma vez que existe nesse processo uma coevolução de relações e interações entre plantas, animais e essas populações. Este estudo objetivou conhecer as estratégias e práticas de uma familia de agricultores na conservação da agrobiodiversidade vegetal em agroecossistema localizado em São Gonçalo do Rio das Pedras, Serro-MG. Com abordagem qualitativa, se classifica como descritivo com delineamento de estudo de caso único e incorporado. A identificação da família se deu com base no método de amostragem não probabilística “seleção intencional”. Foram realizadas três visitas de campo ao agroecossistema familiar entre os meses de dezembro de 2020, junho e julho de 2021, tendo como abordagem metodológica o uso de ferramentas participativas e da etnobotânica. O capítulo três se dedica aos referenciais teóricos que discutem o conceito de agrobiodiversidade e guardiões da agrobiodiversidade. No capítulo quatro são agregados dados e análises acerca das estratégias e práticas adotadas durante a trajetória da unidade familiar. Por fim, o capítulo cinco desenvolve uma reflexão sobre estratégias e práticas que refletem na identidade guardiã da agrobiodiversidade da família estudada. Foram registradas 52 famílias botânicas, 173 espécies botânicas, e 242 etnovariedades distribuídas nos ambientes de quintal, horta e roçado. Com relação à origem das plantas, constatou-se que 80% dos ingressos de material reprodutivo são provenientes de redes de circulação de sementes locais por intermédio de relações sociais. Quando avaliada a conservação das espécies, foi registrado que 96,3% dessas conservam materiais reprodutivos, sendo reproduzidas no próprio agroecossistema. O principal motivo de cultivo das plantas é para o autoconsumo alimentar, correspondendo a 30,5% das menções. Os dados obtidos indicam que a gestão da agrobiodiversidade na propriedade é baseada na complexificação, quando observada a diversificação de arranjos e tipos de cultivos dentro das unidades produtivas do agroecossistema. Constatou-se também a ocorrência de conservação on farm da agrobiodiversidade quando observado o predomínio de uso e reprodução do acervo genético na própria unidade de produção familiar, fortalecendo o caráter camponês da família agricultora.
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    De lembrar, de ter e de comer. A cultura alimentar e a manutenção da agrobiodiversidade na comunidade Quilombola de Raiz
    (UFVJM, 2018) Souza, Marta Aguiar de; Fávero, Claudenir; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Fávero, Claudenir; Murta, Nadja Maria Gomes; Costa Filho, Aderval
    As formas de lidar com a terra, a água, as plantas e os animais praticadas pelos agricultores ao longo dos últimos 12.000 anos foram responsáveis pela enorme variedade de cereais, frutas, verduras e animais que fazem parte das nossas vidas, ou seja, a agrobiodiversidade que conhecemos e desfrutamos. No entanto, as mudanças na agricultura que vem acontecendo no século passado e em especial a partir da década de 1960, contribuíram muito para a redução da diversidade das plantas cultivadas. O modelo desenvolvimentista que incentiva a padronização de sistemas agrícolas e seus produtos vem comprometendo ou inviabilizando formas de vida tradicionais em todo planeta. A indústria de alimentos é um braço forte desse modelo com a função de uniformizar o gosto e a agricultura. Nesse formato de produção muitos alimentos são eliminados do processo produtivo ferindo culturas alimentares, a agrobiodiversidade e gerando erosão genética. A perda da diversidade agrícola é um fato. Neste cenário qual é o estado da arte da diversidade agrícola na comunidade tradicional, especificamente na Comunidade Quilombola de Raiz? Diante da força do Império Agroalimentar o que está acontecendo com a cultura alimentar na comunidade? As praticas alimentares presentes no sistema agrícola tradicional na comunidade tem resistido? Qual a relação entre hábitos alimentares e manutenção da agrobiodiversidade na comunidade? Este trabalho buscou verificar se as praticas alimentares da comunidade dão sustentação ao sistema agrícola e a agrobiodiversidade, se há ameaças vindas da indústria agroalimentar e, em se confirmando, quais os caminhos de resistência da comunidade para a manutenção da diversidade agrícola.