Pós-Graduação em Biologia Animal

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PPGBA - Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal

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    Partição de recursos entre carnívoros simpátricos (Didelphimorphia e Carnívora) em um arroio de Mata Atlântica no sul do Brasil
    (UFVJM, 2017) Andrade, Paula Cristina Barros; Lessa, Leonardo Guimarães; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Lessa, Leonardo Guimarães; Santos, Thiago; Cáceres, Nilton Carlos
    Investigar as relações ecológicas entre espécies simpátricas e suas interações com o habitat, são importantes para a compreensão dos mecanismos que controlam a estrutura da comunidade ecológica. Entretanto, informações a respeito dos mecanismos que permitam a coexistência entre mamíferos simpátricos são ainda escassas. Descrevemos no presente estudo, os padrões de dieta dos carnívoros simpátricos Chironectes minimus e Lontra longicaudis, analisamos os possíveis mecanismos de particionamento de recursos entre essas espécies, a partir das dimensões de nicho alimentar, temporal e espacial e discutimos o potencial para interações interespecíficas, como a competição e predação. Os hábitos alimentares dos carnívoros foram estudados a partir das análises de amostras de fezes coletadas entre novembro de 2008 e fevereiro de 2012, em fragmentos de Mata Atlântica no arroio Morungava, localizado no município de Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram coletadas 85 amostras de C. minimus e 21 amostras de Lontra longicaudis, distribuídas entre 23 latrinas encontradas ao longo das margens direita e esquerda do arroio. A cuíca d’água e a lontra neotropical apresentaram hábitos alimentares especialistas, porém, com dietas distintas, especialmente com relação as preferencias alimentares e à frequência dos itens consumidos, o que provavelmente se reflete no baixo índice de sobreposição de nicho trófico entre as espécies. Chironectes minimus apresentou uma dieta primordialmente carnivora, no entanto, bastante diversificada, consumindo principalmente crustáceos decápodos (100%), insetos (69%) e peixes (40%), enquanto L. longicaudis apresentou uma dieta baseada principalmente no consumo de peixes (95%), seguidos por insetos (71%), e anfíbios anuros (67%). Observamos um padrão de segregação espacial e temporal entre a cuíca d’água e a lontra neotropical na área de estudo, embora, evidências demonstrem que essas espécies coexistem em algum momento, tanto no espaço quanto no tempo, já que, registramos a predação da cuíca d’água pela lontra neotropical. Este é o primeiro estudo de particionamento de recursos entre C. minimus e L. longicaudis, fornecendo informações importantes sobre os hábitos alimentares destes mamíferos semiaquáticos e sobre os mecanismos ecológicos responsáveis pela estrutura desta guilda de carnívoros na Mata Atlântica.
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    Partição de recursos entre duas espécies simpátricas de Gracilinanus (Didelphimorphia: Didelphidae) em uma área de mata ciliar savânica: relação com o uso de ambiente e a dieta
    (UFVJM, 2017) Paula, Camilla de Souza; Azevedo, Cristiano Schetini de; Lessa, Leonardo Guimarães; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Azevedo, Cristiano Schetini de; Santos, Thiago; Talamoni, Sônia Aparecida
    Diversas espécies de pequenos mamíferos Neotropicais ocorrem em simpatria ao longo de suas áreas de distribuição e é relevante compreender os mecanismos que favorecem a coexistência das espécies e que controlam a estrutura da comunidade ecológica. O objetivo do presente estudo foi analisar os possíveis mecanismos de particionamento de recursos entre as espécies simpátricas Gracilinanus agilise G. microtarsus, avaliando o nicho alimentar e o nicho espacial.O estudo foi realizado no período de maio de 2016 a janeiro de 2017 em uma área de mata ciliar savânica, no Parque Estadual do Rio Preto, Minas Gerais. Analisamos a dieta das duas espécies através da frequência de ocorrência dos itens alimentares presentes nas fezes, além disso, estudamos o uso do espaço realizado pelas espécies e a relação com a heterogeneidade e complexidade ambiental. Analisamos a dieta das duas espécies através da frequência de ocorrência dos itens alimentares presentes nas fezes. As espécies apresentaram uma alta sobreposição de nicho no consumo de itens alimentares (CH=0,96), com algumas diferenças na frequência de ocorrência dos itens consumidos. Apesar dos itens mais frequentes nas amostras fazer parte da categoria dos invertebrados (Hymenoptera, Isoptera e Coleoptera), a proporção que esses itens apareceram nas amostras foi diferente para as duas espécies, além disso, a variedade de itens alimentares também diferiu entre as espécies, onde observamos a presença de flores nas amostras de G. agilis, e uma maior variedade de frutos nas amostras de G. microtarsus. Através das abundâncias relativas das espécies por estrato observamos que ambas utilizam preferencialmente o subbosque, além disso, observamos uma segregação espacial entre as espécies simpátricas de Gracilinanus, com G. agilis aparentemente ocorrendo mais na borda da mata e, sua congênere G. microtarsus, mais no interior da mata. Apesar da alta sobreposição de nicho alimentar observada, os resultados indicam que a coexistência das espécies simpátricas estudadas pode estar associada a dois mecanismos: a flexibilização no uso dos itens alimentares e particionamento no uso do espaço.