Pós-Graduação em Biologia Animal

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PPGBA - Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal

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    A importância do cão (Canis familiaris) na epidemiologia da leishmaniose visceral no município de Diamantina (Minas Gerais, Brasil)
    (UFVJM, 2020) Dória, Diogo Antonio do Nascimento; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Paz, Gustavo Fontes; Machado, Alex Sander Dias
    A leishmaniose visceral (LV) ou calazar é uma doença zoonótica emergente e negligenciada de grande importância na área da saúde pública devido ao seu intenso processo de expansão para áreas urbanas, especialmente em regiões mais carentes e desfavorecidas. No Brasil, é causada pelo protozoário Leishmania infantum chagasi, que é transmitido, principalmente, pela picada do vetor, o flebotomíneo da espécie Lutzomyia longipalpis, sendo que o cão doméstico (Canis familiaris) apresenta um papel central na disseminação da doença para áreas urbanas. O objetivo deste estudo foi realizar um inquérito canino para LV e, a partir disso, avaliar a importância do cão e os aspectos relacionados à epidemiologia da LVC no município de Diamantina (Minas Gerais, Brasil). Em 2019, foram realizadas visitas técnicas sob demanda como rotina do Programa de Vigilância e Controle de Zoonoses do município, em toda área urbana e rural, a fim de coletar informações relacionadas ao cão e ao proprietário. Nestes animais, foi feito o teste DPP® e, em caso positivo foi realizado o teste ELISA, para diagnóstico confirmatório da LV. Os resultados mostraram que a frequência na área urbana foi de 24,3% enquanto na área rural foi de 21,9%, mostrando alta frequência nos bairros periféricos da cidade. Dentre os animais soropositivos, os cães considerados sintomáticos foram os mais frequentes com 83,5%. Em relação às características fenotípicas dos animais soropositivos, foi observado uma correlação significativa para o macho (p = 0,03) e raça definida (RD) (p = 0,02), revelando que o macho apresenta cerca de 41 vezes mais chance de adquirir LV do que as fêmeas, e, que os animais RD cerca de 46 vezes maior chance em relação aos sem raça definida (SRD). Além disso, animais de pelo curto (90,9%) apresentaram uma maior tendência de serem infectados em relação aos de pelo longo, sendo que as raças Pastor Alemão, Foxhound Americano, Pinscher e Labrador apresentaram maior frequência da LVC. Por meio da análise do sangue periférico por PCR, constatou-se que a espécie responsável pela LVC na região foi Leishmania sp. Os dados mostraram que o município de Diamantina apresenta elevada frequência da LVC e sugerem que a doença encontra-se em processo de urbanização, especialmente nos bairros periféricos. Neste estudo, foi apontado que sexo, raça e tipo de pelo podem ser fatores de risco da LVC, reforçando o papel do cão na cadeia de transmissão da doença e do risco de aumento dos casos humanos. Esses dados podem ser usados para um melhor planejamento de ações de prevenção, controle e vigilância, com maior enfoque nas áreas de risco da região.