Pós-Graduação em Biologia Animal
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PPGBA - Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Item Ação inseticida de extratos de folhas e cascas de Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand (Burseraceae) sobre Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912)(UFVJM, 2018) Sincurá, Yrllan Ribeiro; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Paz, Gustavo Fontes; Oliveira, Patricia Machado deA leishmaniose visceral (LV) é uma doença altamente letal quando não tratada e de caráter reemergente. É transmitida através da picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis, inseto com grande distribuição nas Américas. O controle vetorial é realizado através da aplicação de inseticidas piretróides sintéticos residuais de ação rápida sobre os insetos como a α-cipermetrina e a deltametrina. Nos últimos tempos tem se observado o surgimento de populações resistentes o que tem aumentado o interesse pela descoberta de novas moléculas que possam ser utilizadas no controle de vetores. As plantas são um importante e promissor campo de pesquisa, uma vez que já produzem moléculas com ação inseticida. Este estudo objetivou analisar a ação inseticida de extratos de folhas e cascas de Protium heptaphyllum sobre Lutzomyia longipalpis selvagens. Para isso foram confeccionados extratos hidroalcoólicos, etanólicos e ciclo- hexânicos das folhas e cascas de Protium heptaphyllum. Nestes foram realizados estudos fitoquímicos para prospecção de classes de compostos secundários com ação biológica. Os bioensaios foram realizados em potes plásticos adaptados e utilizou-se flebotomíneos Lu. longipalpis selvagens, oriundos da comunidade de Aroeira em Diamantina-MG. Obtivemos como resultado dos estudos fitoquímicos, diversas classes de metabólitos secundários como terpenos, esteroides, taninos, flavonoides, alcaloides e saponinas, com destaque para os extratos de folhas onde foi observado um maior número de classes em relação às cascas. Os bioensaios realizados evidenciaram uma ação inseticida dos extratos hidroalcoólicos e ciclo- hexânicos que tiveram resultados estatisticamente semelhantes à α-cipermetrina. Apesar de composição química semelhante as demais, os extratos etanólicos apresentaram uma baixa atividade sobre os insetos. Com isso, concluímos que Protium heptaphyllum, possui atividade inseticida sobre Lu. longipalpis. Dessa forma, este estudo contribui com o desenvolvimento de métodos de controle de insetos mais eficientes e menos agressivos aos humanos e outros animais.Item Avaliação da atividade inseticida do óleo essencial de Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) R. M. King & H. Rob (arnica-do-campo) sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)(UFVJM, 2023) Silva, Sâmia Francielle; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)A leishmaniose visceral consiste em uma infecção parasitária zoonótica, capaz de afetar o homem e diversos animais, considerada um problema de saúde pública. No Brasil, sua transmissão se dá principalmente por meio da picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva). A estratégia de controle vetorial mais utilizada é a aplicação de inseticidas sintéticos, contudo, a resistência adquirida gera interesse no desenvolvimento de novos produtos. Neste contexto, as plantas podem ser uma alternativa, devido à biodiversidade de metabólitos secundários com potencial inseticida. O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade do óleo essencial de Pseudobrickellia brasiliensis (R.M. King & H. Rob) sobre Lu. longipalpis selvagens. Para isso, folhas frescas de P. brasiliensis foram usadas para obtenção do óleo essencial por hidrodestilação. Para o bioensaio, flebotomíneos selvagens coletados em uma comunidade rural do município de Diamantina-MG, foram expostos às diferentes concentrações do óleo essencial: 2,5mg/mL, 5mg/mL e 10mg/mL. Foram utilizados como grupos controles: água destilada e Tween® (controles negativos) e cipermetrina (controle positivo). Dez exemplares de flebotomíneos foram transferidos para potes plásticos cobertos por tecidos de organza. Na parte superior e inferior do pote foi inserido papel filtro embebido por 250μL do óleo, e a taxa de mortalidade foi acompanhada em 1h, 2h, 4h, 16h, 24h, 48h e 72h. A prospecção das classes de compostos secundários foi realizada por meio da análise de cromatografia em fase gasosa acoplada espectrômetro de massas (CG-EM). O estudo fitoquímico revelou a presença de terpenos, enquanto o CG detalhou a predominância de monoterpenos, sesquiterpenos e diterpenos. O bioensaio evidenciou ação inseticida do óleo essencial de P. brasiliensis sobre os flebotomíneos, em todas as concentrações testadas e apresentou elevada toxicidade sobre Lu. longipalpis, mostrando-se como um potencial inseticida natural que pode ser utilizado nas ações futuras de controle vetorial pelos órgãos responsáveis.Item Avaliação da atividade inseticida do óleo essencial de Trixis vauthieri DC sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)(UFVJM, 2020) Rosa, Graciela Aparecida; Barata, Ricardo Andrade; Oliveira, Patricia Machado de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Vieira, Thallyta Maria; Viana, Daniel José Silva; Kato, Kelly CristinaA leishmaniose visceral (LV) é uma doença grave, podendo apresentar altos índices de letalidade. No Brasil, encontra-se em franca expansão geográfica em virtude da urbanização facilitada pela adaptação do seu principal vetor, o flebotomíneo da espécie Lutzomyia longipalpis. O controle vetorial tem sido realizado através da higiene ou manejo ambiental e aplicação de inseticidas de ação residual nos domicílios e abrigos de animais. Apesar do esforço realizado na execução destas e de outras medidas não se consegue a erradicação da doença. Adicionalmente, a resistência de Lu. longipalpis aos inseticidas convencionais vem sendo relatada. As plantas tornaram-se uma importante alternativa como fonte de produtos naturais biologicamente ativos, com vasta aplicação na agropecuária e na saúde pública. Este estudo teve como objetivo avaliar a atividade inseticida de óleo essencial de Trixis vauthieri sobre adultos selvagens de Lutzomyia longipalpis, identificar os compostos fitoquímicos do óleo essencial e verificar a influência do ritmo circadiano da planta sobre a mortalidade dos insetos. Para isso, folhas frescas de T. vauthieri foram coletadas em junho de 2019, em três horários distintos (7, 13 e 19 horas) em um mesmo dia, para obtenção de óleos essenciais através de arraste a vapor por Clevenger. Estes foram diluídos em solução de Tween 80 a 3% para a obtenção de concentrações a 5, 10 e 20 mg.mL-1. Os flebotomíneos foram coletados com utilização de armadilha luminosa HP, em uma localidade rural do município de Diamantina/MG. Vinte espécimes (10 machos e 10 fêmeas em triplicata) foram transferidos para cada recipiente, onde foram aplicados os óleos essenciais nas diferentes concentrações. A mortalidade foi avaliada após 1, 2, 4, 12, 24, 48 e 72 horas de tratamento. A investigação fitoquímica presente no óleo essencial de T. vauthieri foi realizada de acordo com a metodologia de prospecção preliminar proposta por Matos (1997). O óleo essencial de T. vauthieri extraído da coleta das 7h na concentração de 20 mg.mL-1 mostrou uma atividade inseticida sobre Lu. longipalpis mais eficiente, com 98,33% de mortalidade sobre os insetos adultos após 72h de tratamento. A análise dos constituintes químicos revelou a presença de triterpenos e/ou esteróides, taninos, flavonóides, alcalóides, saponinas e cumarinas. Os resultados obtidos sugerem que o óleo essencial de T. vauthieri é promissor na busca por compostos naturais ativos e puros com atividade inseticida sobre Lu. longipalpis.Item Avaliação do potencial inseticida de extratos de Caryocar brasiliense (Caryocaraceae) sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)(UFVJM, 2018) Baracho, Amanda de Oliveira; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Paz, Gustavo Fontes; Ruela, Fernando ArminiA leishmaniose visceral é uma doença parasitária de transmissão vetorial causada por protozoários do gênero Leishmania, com elevado grau de letalidade e que atinge milhões de pessoas no mundo. A busca por produtos alternativos para a eliminação do vetor tem como objetivo minimizar os impactos causados pelos inseticidas químicos sintéticos utilizados pelos programas de controle, sendo cada vez mais frequente a pesquisa em produtos de origem botânica com atividade inseticida. Organismos vegetais são capazes de produzir compostos orgânicos de comprovada toxicidade frente aos insetos e, diante disto, avaliou-se neste trabalho a atividade inseticida de extratos de Caryocar brasiliense, planta nativa do Cerrado popularmente conhecida como “pequi”, sobre flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis, principal transmissora da leishmaniose visceral. Extratos hidroetanólicos, etanólicos e ciclohexânicos de folhas e cascas de C. brasiliense foram preparados e diluídos em solução de Tween 80 a 3% para a obtenção de concentrações a 50, 100, 200 e 400 mg.mL-1, para a realização dos ensaios biológicos. Os flebotomíneos foram coletados em uma localidade rural do município de Diamantina/MG. Um número amostral de 30 flebotomíneos foi posto em contato com os extratos e a mortalidade foi avaliada após 1, 2, 4, 16, 24 48 e 72 horas de exposição, bem como grupos controle negativos (água destilada e Tween) e positivo (cipermetrina). A identificação dos constituintes químicos dos extratos também foi avaliada. Após 72h de experimento, foram registradas mortalidades de 93,3% pelo extrato hidroetanólico da casca a 400 mg.mL-1, 66,3% pelo etanólico da casca a 50 mg.mL-1 e 81,1% pelo ciclohexânico de folhas a 200 mg.mL-1. Os extratos hidroetanólicos da casca mostraram-se estatisticamente semelhantes à ação da cipermetrina em 72h de experimento, indicando que este extrato foi o mais eficiente quanto à atividade inseticida. Foram identificados triterpenos, esteroides, taninos, flavonoides, alcaloides e saponinas nos extratos. Os resultados obtidos sugerem que os extratos hidroetanólicos de C. brasiliense, sobretudo das cascas, são promissores na busca por compostos naturais com atividade inseticida sobre Lu. longipalpis.Item Biodiversidade e aspectos ecológicos de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) provenientes de cavernas brasileiras(UFVJM, 2019) Teodoro, Layane Meira; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Santos, Conceição Aparecida dos; Borges, Magno Augusto ZazáOs flebotomíneos são dípteros que costumam abrigar-se em troncos de árvores, tocas de animais, folhas caídas no solo, copa das árvores, frestas em rochas e em cavernas. No Brasil, no que se refere apenas à fauna flebotomínica em cavernas, sejam elas areníticas, calcárias, quartzíticas ou ferruginosas os dados são raros, existindo apenas estudos isolados. Este estudo objetivou determinar a fauna de flebotomíneos em cavernas localizadas nos estados de Minas Gerais, Pará e Tocantins. Os espécimes foram capturados nos anos de 2006, 2010, 2013, 2014 e 2015 em inventário de cavernas, realizados através de busca ativa e encontravam-se depositados na Coleção de Invertebrados Subterrâneos (ISLA) do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea/UFLA. Os flebotomíneos (machos e fêmeas) foram preparados e montados entre lâmina e lamínula, e identificados seguindo a classificação taxonômica de Galati (2003). A fauna de flebotomíneos das cavernas foi composta por 25 espécies: Evandromyia cortelezzii, Evandromyia saulensis, Evandromyia carmelinoi, Evandromyia monstruosa, Evandromyia termitophila, Evandromyia tupynambai, Migonemyia migonei, Micropygomyia goiana, Micropygomyia peresi, Micropygomyia oswaldoi, Lutzomyia renei, Lutzomyia ischyracantha, Lutzomyia longipalpis, Micropygomyia pilosa, Micropygomyia quinquefer, Nyssomyia umbratilis, Pintomyia gruta, Pintomyia serrana, Psathyromyia lutziana, Sciopemyia sordellii, Sciopemyia microps, Trichophoromyia brachipyga, Trichopygomyia dasypodogeton e Micropygomyia sp. totalizando 843 espécimes, sendo 382 machos e 461 fêmeas. Sciopemyia sordellii foi a espécie predominante com 58,72% dos flebotomíneos coletados. A fauna de flebotomíneos das cavernas mostrou-se diversa, com espécies de importância no ciclo de transmissão das leishmanioses. O encontro de Lu. longipalpis, Mg. migonei e Ny. umbratilis, espécies envolvidas no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral e tegumentar, respectivamente, indica que estas espécies podem estar participando do ciclo enzoótico, e circulando entre animais silvestres e humanos, que frequentemente, adentram ou estejam proximos ao ambiente cavernícola.Item A importância do cão (Canis familiaris) na epidemiologia da leishmaniose visceral no município de Diamantina (Minas Gerais, Brasil)(UFVJM, 2020) Dória, Diogo Antonio do Nascimento; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Barata, Ricardo Andrade; Paz, Gustavo Fontes; Machado, Alex Sander DiasA leishmaniose visceral (LV) ou calazar é uma doença zoonótica emergente e negligenciada de grande importância na área da saúde pública devido ao seu intenso processo de expansão para áreas urbanas, especialmente em regiões mais carentes e desfavorecidas. No Brasil, é causada pelo protozoário Leishmania infantum chagasi, que é transmitido, principalmente, pela picada do vetor, o flebotomíneo da espécie Lutzomyia longipalpis, sendo que o cão doméstico (Canis familiaris) apresenta um papel central na disseminação da doença para áreas urbanas. O objetivo deste estudo foi realizar um inquérito canino para LV e, a partir disso, avaliar a importância do cão e os aspectos relacionados à epidemiologia da LVC no município de Diamantina (Minas Gerais, Brasil). Em 2019, foram realizadas visitas técnicas sob demanda como rotina do Programa de Vigilância e Controle de Zoonoses do município, em toda área urbana e rural, a fim de coletar informações relacionadas ao cão e ao proprietário. Nestes animais, foi feito o teste DPP® e, em caso positivo foi realizado o teste ELISA, para diagnóstico confirmatório da LV. Os resultados mostraram que a frequência na área urbana foi de 24,3% enquanto na área rural foi de 21,9%, mostrando alta frequência nos bairros periféricos da cidade. Dentre os animais soropositivos, os cães considerados sintomáticos foram os mais frequentes com 83,5%. Em relação às características fenotípicas dos animais soropositivos, foi observado uma correlação significativa para o macho (p = 0,03) e raça definida (RD) (p = 0,02), revelando que o macho apresenta cerca de 41 vezes mais chance de adquirir LV do que as fêmeas, e, que os animais RD cerca de 46 vezes maior chance em relação aos sem raça definida (SRD). Além disso, animais de pelo curto (90,9%) apresentaram uma maior tendência de serem infectados em relação aos de pelo longo, sendo que as raças Pastor Alemão, Foxhound Americano, Pinscher e Labrador apresentaram maior frequência da LVC. Por meio da análise do sangue periférico por PCR, constatou-se que a espécie responsável pela LVC na região foi Leishmania sp. Os dados mostraram que o município de Diamantina apresenta elevada frequência da LVC e sugerem que a doença encontra-se em processo de urbanização, especialmente nos bairros periféricos. Neste estudo, foi apontado que sexo, raça e tipo de pelo podem ser fatores de risco da LVC, reforçando o papel do cão na cadeia de transmissão da doença e do risco de aumento dos casos humanos. Esses dados podem ser usados para um melhor planejamento de ações de prevenção, controle e vigilância, com maior enfoque nas áreas de risco da região.Item Investigação de roedores e marsupiais na cadeia de transmissão de Leishmania spp. em Diamantina, Minas Gerais, Brasil(UFVJM, 2022) Gusmão, Emerson Márcio; Machado, Alex Sander Dias; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Machado, Alex Sander Dias; Barata, Ricardo Andrade; Monteiro, Erika MichalskyAs leishmanioses são doenças infecto-parasitárias que atingem o homem e os animais, causadas por protozoários do gênero Leishmania. A espécie Leishmania infantum e Leishmania braziliensis são responsáveis respectivamente pela maioria dos casos de leishmaniose visceral e leishmaniose tegumentar no Brasil. A infecção e interação do parasito com os hospedeiros vertebrados ocorre pela picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas. As alterações ambientais, naturais ou resultantes de ações antrópicas, representam a função de pressão seletiva que induz as populações vetoras versus parasita versus mamíferos a se adaptarem às novas circunstâncias a partir de mudanças comportamentais. Muitos estudos apontam a necessidade de investigações sobre o papel exato de novas espécies de animais no ciclo epidemiológico das leishmanioses. O objetivo desse estudo foi realizar um censo epidemiológico da prevalência de Leishmania spp. em roedores e marsupiais sinantrópicos capturados na área urbana de Diamantina, Minas Gerais, Brasil. Para isso foram coletadas amostras de sangue e fragmentos de baço de 24 roedores e 13 marsupiais sinantrópicos capturados em 10 pontos representantes de bairros da cidade. A pesquisa de Leishmania foi realizada através do diagnóstico parasitológico direto por meio do esfregaço sanguíneo e histopatológico de baço, além da PCR do DNA extraído a partir de sangue total e fragmentos do baço dos animais seguida de sequenciamento, e o PicroSirusRed, para evidenciação de fibras colágenas em região esplênica. Foram coletados um total de 37 espécimes, de quatro espécies, Didelphis albiventris, Mus musculus, Rattus norvegicus e Rattus rattus. As técnicas de diagnóstico direto (esfregaço sanguíneo, histopatológico) não revelaram amastigotas visíveis. Apesar da presença de alterações do aspecto macroscópico em região hepática e esplênica em alguns roedores e marsupiais, nas amostras analisadas não foi detectado Leishmania spp. pela PCR. Os cortes corados pelo PicrosiriusRed não demostraram alterações morfológicas em fibras colágenas. Embora não tenham sido identificados roedores e marsupiais positivos para Leishmania spp. neste estudo, não se descarta a participação destes animais no ciclo epidemiológico de transmissão das leishmanioses.Item Toxicidade do óleo essencial de Citrus sinensis sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae), vetor da leishmaniose visceral no Brasil(UFVJM, 2023) Santos, Fernanda Batista; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)A leishmaniose visceral (LV) é uma doença de caráter reemergente, com ampla distribuição geográfica e alta letalidade, quando não tratada. É transmitida principalmente pela picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis. O controle recomendado direcionado ao vetor é a aplicação de inseticida piretróide residual nos domicílios e anexos. Entretanto, tem sido observado o surgimento de populações resistentes aos inseticidas convencionais, o que tem fomentado a busca por novos compostos. O objetivo deste trabalho foi investigar o potencial tóxico do óleo essencial de Citrus sinensis (laranja-pêra-rio) sobre flebotomíneos selvagens da espécie Lutzomyia longipalpis. Para obtenção do óleo essencial, foram adquiridas 10 laranjas pêra-rio no comércio local do município de Diamantina-MG. O método utilizado foi a hidrodestilação com auxílio do aparelho de Clevenger. Para o bioensaio, o óleo essencial foi diluído em solução de polisorbato 80 (Tween®) a 3%, obtendo-se as concentrações de 100mg/mL, 200mg/mL e 400mg/mL. Foram usados como grupos controles: água destilada e Tween® a 3% (negativos) e cipermetrina 196μg/mL como controle positivo. Flebotomíneos foram capturados em área rural do município com auxílio de armadilhas luminosas tipo HP para serem utilizados nos testes de toxicidade. Dez exemplares foram transferidos para potes plásticos de 250mL cobertos por tecidos de organza. Na parte superior do pote (tampa) e na inferior (fundo) foram inseridos papel de filtro embebido por 250μL do óleo essencial. A taxa de mortalidade foi acompanhada por 1h, 2h, 4h, 8h, 12h, 20h, 24h, 48h e 72h após a exposição. Os dados foram analisados usando a incidência de morte por tempo avaliado entre as amostras. A análise estatística foi feita usando o Modelo de tempo de falha acelerado, com ajuste de curva Lognormal (ΔAICc = 0). A caracterização detalhada do óleo essencial foi feita por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa. O óleo essencial de C. sinensis foi tóxico para os flebotomíneos Lu. longipalpis em todas as concentrações testadas. A taxa de sobrevivência diminuiu com o aumento da concentração: 18% em 100mg/mL, 11% em 200mg/mL e 2% em 400mg/mL. A taxa de mortalidade foi significativamente maior na concentração de 400mg/mL em comparação com a água. O diluente Tween® não afetou a ação do óleo essencial, enquanto a cipermetrina 196μg/mL resultou em alta mortalidade. A DL(50) foi de 152,28 +- 52,102. Por cromatografia gasosa acoplado a espetrômetro de massas foram identificados nove componentes na amostra do OE de Citrus sinensis, sendo maioria monoterpenos e o constituinte majoritário o d-limoneno, com 95,11% da composição. Os resultados obtidos mostraram que o óleo essencial de cascas de laranja possui potencial tóxico sobre Lu. longipalpis. A presença de componentes como os terpenos em sua constituição, com conhecido poder inseticida, pode subsidiar o desenvolvimento de um produto eficiente e menos tóxico que ajude no controle destes vetores.