Pós-graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas

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PMPGCF - Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas

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    Efeitos da restrição calórica desde o nascimento na cognição e comportamento ansioso e depressivo em ratos adultos
    (UFVJM, 2022) Dias, Isabella Rocha; Cassilhas, Ricardo Cardoso; Sousa, Ricardo Augusto Leoni de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cassilhas, Ricardo Cardoso; Santos, Carina de Sousa; Monteiro Junior, Renato Sobral
    A restrição calórica (RC) vem sendo, desde os primeiros estudos publicados, a intervenção não farmacológica mais utilizada para investigar os mecanismos relacionados ao envelhecimento e longevidade. Essa intervenção tem mostrado resultados benéficos na redução e incidência de diversas doenças crônicas e declínios funcionais relacionadas ao envelhecimento como cânceres relacionados à idade, alterações imunológicas e neuroendócrinas, disfunções motoras e desenvolvimento de doenças como Parkinson e Alzheimer. Apesar de seus resultados benéficos em diversas condições, os efeitos da RC na cognição e comportamento apresentam resultados ambíguos, uma vez que seus efeitos variam de acordo com sua intensidade e período em que é realizada. O objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos da restrição calórica de 50% desde o nascimento na cognição e comportamento de ratos Wistar machos adultos. Os animais foram distribuídos em grupo controle (C) (n=24) e grupo restrito (R) (n=24) e iniciaram o protocolo de RC a partir do nascimento, sendo amamentados em mães em regime de restrição para o grupo restrito. Após o desmame, os filhotes receberam a mesma dieta das mães até os 100 dias de idade. Aos 90 dias, os animais realizaram testes comportamentais para avaliar comportamento exploratório, aprendizagem e memória, memória espacial, comportamento ansioso e comportamento depressivo. Os dados foram analisados utilizando teste-t não pareado ou teste de Mann-Whitney, Anovas One-Way e Two-Way seguidas pelo post-hoc de Tukey, sendo estabelecido nível de significância para p<0,05. Os resultados do presente trabalho mostraram que a RC desde o nascimento não causou prejuízos cognitivos nos ratos quando em idade adulta, e ainda se mostrou benéfica para atenuar o comportamento semelhante à ansiedade. Em conjunto, esses dados podem contribuir para uma melhor compreensão dos mecanismos relacionados aos efeitos da RC no cérebro em modelos animais.
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    Efeitos da exposição materna a dieta hiperlipídica e lipopolissacarídeo sobre os parâmetros neuroinflamatórios, estado redox e comportamento de ratos Wistar adolescentes
    (UFVJM, 2021) Gomes, Arthur Rocha; Leite, Hércules Ribeiro; Vieira, Etel Rocha; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Leite, Hércules Ribeiro; Cassilhas, Ricardo Cardoso; Zangrossi Júnior, Hélio; Bernardes, Danielle; Pinto, Nísia Andrade Villela Dessimoni
    Durante os períodos embrionário e neonatal o sistema encefálico da prole encontra-se em pleno desenvolvimento, sendo muito susceptível a interferências ambientais. Dentre esses fatores interferentes, a exposição a uma dieta materna hiperlipídica é capaz de proporcionar neuorinflamação na prole e, consequentemente, alterações no comportamento ao longo da vida. Em contrapartida, a exposição materna a baixas e consecutivas doses de lipopolissacarídeo (LPS) vem surgindo na literatura como uma alternativa para modulação do estado neuroimune. Este efeito modulatório está relacionado ao potencial de atenuação ou hiporresponsividade da resposta imunológica após subsequentes aplicações do LPS, levando a um efeito de tolerização ao LPS. No entanto, estudos que abordam os efeitos da reexposição ao LPS em associação com a dieta materna hiperlipídica durante a gestação e lactação sobre o comportamento de ratos adolescentes ainda são escassos. Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito protetor da tolerância ao LPS sobre os parâmetros neuroinflamatórios, do estado redox e comportamento (memória e ansiedade) na prole adolescentes de ratas Wistar tratadas com dieta hiperlipídica durante a gestação e lactação. Inicialmente 40 ratas Wistar fêmeas foram colocadas em caixas com a presença de ratos machos para cruzamento. Com a confirmação da cópula, as fêmeas foram destinadas ao alojamento isolado nas gaiolas, sendo definido esse como o dia “zero” da gravidez (GD0). A partir do GD0 as fêmeas receberam dieta padrão (n = 20; ração Nuvilab®) ou dieta hiperlipídica (n = 20; ração Nuvilab acrescida de banha de porco). No GD8 as ratas gestantes receberam via intraperitoneal veículo (salina) ou LPS (0,1mg.kg-1), tratamentos que se repetiram no GD10 e GD12. No 21º dia de lactação ocorreu o desmame da prole, que foi redistribuída (de acordo com a dieta e o tratamento das suas respectivas mães) isoladamente nas gaiolas, formando os grupos: Controle – filhotes das mães que receberam dieta padrão e aplicação intraperitoneal de salina (n = 60); Lipopolissacarídeo (LPS) – filhotes das mães que receberam dieta padrão e aplicação intraperitoneal de LPS (n = 60); Hiperlipídica (HP) – filhotes das mães que receberam dieta hiperlipídica e aplicação intraperitoneal de salina (n = 60); Lipopolissacarídeo + Hiperlipídica (LPS+HP) – filhotes das mães que receberam dieta hiperlipídica e aplicação intraperitoneal de LPS (n = 60). Após o desmame, todos esses animais (prole) receberam, até o 50º dia de vida, dieta padrão e água ad libitum. Entre o 42º e o 49º dia de vida, a prole de machos adolescentes realizou os testes comportamentais de memória (reconhecimento de objetos de curto e longo prazo), ansiedade (labirinto em cruz elevado, campo aberto, transição claro-escuro) e capacidade motora (rotarod). Parte dos animais foram eutanasiados no 21º dia de vida (n = 6 por grupo), enquanto o restante foi eutanasiado no 50º dia. Nesse momento foram retirados o córtex pré-frontal, o hipocampo e a amígdala para avaliação de citocinas pró (IL-1β, IL-6, TNF-α) e anti-inflamatórias (IL-10), e dos níveis de fator neurotrófico derivado do encéfalo - BDNF (este apenas no hipocampo). Além disso, foram avaliadas nessas estruturas o estado redox, através da capacidade antioxidante (método FRAP), enzimas antioxidantes (catalase, superóxido dismutase, glutationa peroxidase) e marcadores do estresse oxidativo (método TBARS e proteína carbonilada). A prole HP demonstrou aumento de IL-6 no hipocampo aos 21 dias de vida, enquanto que os animais LPS+HP reportaram elevação dos níveis de IL-10. No 50º dia foram observados maiores níveis de IL-10 no hipocampo dos animais LPS+HP, preservação dos seus níveis na amígdala, e menores concentrações dessa citocina na amígdala da prole HP. Em relação ao estado redox no 50º dia de vida, foi reportado melhora na capacidade antioxidante no córtex pré-frontal, hipocampo e na amígdala dos animais do grupo LPS+HP. Os resultados das dosagens de citocinas indicam que a prole HP desenvolveu um estado neuroinflamatório. Enquanto isso, o grupo LPS+HP demonstrou uma proteção nas regiões do hipocampo e da amígdala, devido ao aumento (hipocampo) ou preservação (amígdala) dos níveis de IL-10, além da elevação de enzimas antioxidantes. A IL-10 regula a ativação glial e está relacionada com um efeito compensatório para contenção da inflamação, estando também associada a melhora de processos cognitivos e na prevenção de doenças neuropsiquiátricas. Nos testes comportamentais, o grupo HP reportou prejuízos na memória de curto prazo e desenvolvimento de comportamento tipo-ansioso. Em contrapartida, a memória dos animais LPS+HP foi preservada e nenhum comportamento tipo-ansiedade foi observado nesse grupo. Esses resultados indicam que o efeito de tolerização promovido pela reexposição ao LPS nas mães que receberam dieta hiperlipídica foi capaz de modular o estado neuroimune do hipocampo e da amígdala da prole LPS+HP, o que preveniu alterações comportamentais na memória e ansiedade na adolescência desses animais.
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    Efeitos do decanoato de nandrolona na aprendizagem/memória de ratos submetidos a treinamento resistido
    (UFVJM, 2019) Magalhães, Caíque Olegário Diniz e; Cassilhas, Ricardo Cardoso; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cassilhas, Ricardo Cardoso; Peixoto, Marco Fabricio Dias; Monteiro Júnior, Renato Sobral
    Introdução: O uso de decanoato de nandrolona (DN) é frequentemente utilizado como esteroide anabólico androgênico (EAA), em doses suprafisiológicas, por atletas e não atletas, com fins de melhoria de desempenho esportivo ou estético. Recentes estudos têm mostrados efeitos deletérios no hipocampo e prejuízo na aprendizagem/memória com o uso de DN. Em contrapartida, muitos estudos têm mostrado um aumento da plasticidade cerebral em ratos submetidos a treinamento resistido (TR), mas nenhum ainda verificou o uso de DN na aprendizagem/memória associado ao TR. Devido ao fato de ser muito comum o uso do DN, em doses suprafisiológicas, por praticantes recreativos de TR e principalmente por atletas amadores e profissionais para aceleração do desempenho, torna-se fundamental entender como o DN pode interferir nos benefícios do TR na aprendizagem/memória. Objetivo: avaliar os efeitos do DN associado ao TR, na aprendizagem/memória e neuroplasticidade cerebral de ratos Wistar. Materiais e Métodos: Os animais foram distribuídos em quatro grupos (N= 12): a) SED/SAL; b) SED/DECA; c) TREIN/SAL; d) TREIN/DECA. O uso do DN foi administrado em dose suprafisiológica para simular o uso abusivo que ocorre em humanos. Para isso, a dose administrada nos animais foi de 15mg/Kg ao dia, por 8 semanas (5 dias por semana). O TR foi realizado em escada adaptada e consistiu em 40 dias de treino (8 semanas). Cada sessão de treino consistiu em 8 séries (2x50%, 2x75%, 2x90%, 2x100%) com sobrecarga aplicada depois de um teste de força máxima. Após a intervenção, os animais foram submetidos ao teste de reconhecimento de objetos (NOR). Resultados: Treinamento Resistido, no momento pré (SEM 1) sem diferença entre os grupos. No grupo SED/SAL SEM 1 (279,8±29,95g) e SEM 8 (297,4±29,06g) p>0,05 sem diferença. Grupo SED/DECA SEM 1 (264,1±22,47g) e SEM 8 (446,9±19,49g) p<0,05. Grupo TREI/SAL SEM 1 (294,4±31,20g) e SEM 8 (933,3±51,87g) p<0,05. Grupo TREI/DECA SEM 1 (319,2±29,55g) e SEM 8 (1086±95,88g). No momento pós (SEM 8) diferença entre grupo SED/DECA (446,9±19,49g) em relação aos grupos TREI/SAL (933,3±51,87g) e TREI/DECA (1086±95,88g) p<0,05. Diferença no momento pós para o grupo TREI/SAL (933,3±51,87g) em relação ao grupo TREI/DECA (1086±95,88g) p<0,05. Treino do NOR não houve diferença entre os grupos. Aprendizagem em curto prazo. No (A) SED/SAL, maior exploração do objeto novo, no (B) SED/DECA, observa-se nesse grupo uma maior exploração do objeto familiar, (C) TREI/SAL, maior exploração do objeto novo (D) TREI/DECA não houve preferência por nenhum objeto. Aprendizagem em longo prazo (A) SED/SAL maior exploração do objeto novo (B) SED/DECA, maior exploração do objeto familiar, (C) TREI/SAL, maior exploração do objeto novo (D) TREI/DECA não houve preferencia por nenhum objeto. Memória de curto prazo (A) representa os dados em relação ao objeto familiar. SED/SAL (24,82±5,7seg), SED/DECA (39,18±15,4 seg) e TREI/SAL (14,00±3,8 seg) p<0,05. SED/DECA (39,18±15,4 seg) TREI/SAL (14,00±3,8 seg) p<0,05, TREI/SAL (14,00±3,8 seg) TREI/DECA (30,18±16,2 seg) p<0,05. (B) representa os dados em relação ao objeto novo. SED/SAL (36,55±10,5 seg) SED/DECA (24,91±10,3 seg) e TREI/SAL (55,18±10,9 seg) p<0,05. SED/DECA (24,91±10,3 seg) TREI/SAL (55,18±10,9 seg) p<0,05, TREI/SAL (55,18±10,9) TREI/DECA (24,36±9,3) p,0,05. (C) representa o índice de discriminação na memória de curto prazo SED/SAL (0,58±0,1) SED/DECA (0,38±0,12) e TREI/SAL (0,79±0,04) p<0,05. SED/DECA (0,38±0,12) TREI/SAL (0,79±0,04) p<0,05, TREI/SAL (0,79±0,04) TREI/DECA (0,46±0,13) p<0,05. Memória de longo prazo. (A) representa os dados em relação ao objeto familiar. SED/SAL (21,55±6,9 seg) SED/DECA (40,18±13,6 seg) p<0,05, SED/DECA (40,18±13,6 seg) TREI/SAL (15,00±8,4 seg) p<0,05, TREI/SAL (15,00±8,4 seg) TREI/DECA (28,18±9,1 seg) p<0,05. (B) representa os dados em relação ao objeto novo. SED/SAL (40,45±17,3 seg) SED/DECA (22,55±4,6 seg) p<0,05. SED/DECA (22,55±4,7 seg) TREI/SAL (57,82±22,2 seg) p<0,05, TREI/SAL (57,82±22,2 seg) TREI/DECA (16,91±7,4 seg) p<0,05. (C) representa o índice de discriminação na memória de longo prazo SED/SAL (0,63±0,1) SED/DECA (0,36±0,1) p<0,05, TREI/SAL (0,80±0,1) e TREI/DECA (0,38±0,1) p<0,05. SED/DECA (0,36±0,1) TREI/SAL (0,80±0,1) p<0,05, TREI/SAL (0,80±0,1) TREI/DECA (0,38±0,1) p<0,05. Conclusões: O treinamento resistido se mostrou eficiente, pois conseguiu aumentar a carga de trabalho durante as 8 semanas de intervenção, além de ter proporcionado uma melhora no teste de reconhecimento de objetos, tanto de aprendizagem quanto nas memórias de curto e longo prazo. O decanoato de nandrolona mostrou o seu efeito anabólico, ao potencializar os efeitos do TR no ganho da força muscular. No entanto, atuou como um agente prejudicial na função cerebral e causou prejuízo de aprendizagem e memórias. Além disso, o DN associado ao TR causou uma supressão dos efeitos benéficos do TR na saúde cerebral, o que que prejudicou a aprendizagem e memórias.
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    Impacto do treinamento de corrida intervalada versus treinamento contínuo sobre as funções cognitivas e BDNF sérico de Policiais Militares do Estado de Minas Gerais
    (UFVJM, 2018) Lima, Neumir Sales de; Cassilhas, Ricardo Cardoso; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Cassilhas, Ricardo Cardoso; Leite, Hércules Ribeiro; Machado, Frederico Sander Mansur
    Vários métodos de treinamento vêm se mostrando eficientes ao longo dos anos para produzir melhoras significativas na saúde humana. Já é sabido dos benefícios do Treinamento contínuo de Intensidade Moderada na saúde geral e cerebral, entretanto quanto ao Treinamento Intervalado de Alta intensidade, embora seus efeitos na saúde geral estejam bem consolidados, mas quantos aos efeitos sobre a saúde cerebral pouco ainda se sabe. Objetivo: Analisar os efeitos de dois protocolos de treinamento de corrida, Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) e Treinamento Contínuo de Intensidade Moderada (MICT) nas funções cognitivas e fator de crescimento derivado do cérebro (BDNF) sérico de indivíduos adultos. Metodologia: 25 indivíduos adultos foram distribuídos em dois grupos, (HIIT/ n= 13 e Contínuo/ n=12). O treinamento teve duração de 8 semanas, sendo as seções realizadas 3 vezes por semana, sendo que o grupo HIIT treinou em média entre 15 e 20 minutos e o MICT treinou por 30 minutos. Uma semana antes e após o treinamento, os voluntários foram submetidos a avaliação neuropsicológica e dosagem sérica de BDNF. Resultados: Após 8 semanas, ambos o grupos melhoraram o desempenho nos testes neuropsicológicos (Memória lógica; Números ordem direta e inversa; Números e letras; Semelhanças; Teste de trilhas; e Figura complexa de Rey). Assim como foi observado aumento nos níveis do BDNF sérico. Surpreendentemente, os efeitos neuropsicológicos observados em resposta ao treinamento foram similares para os diferentes protocolos (HIIT x MICT). Conclusões: Os protocolos de corrida HIIT e Contínuo foram eficazmente similares no aperfeiçoamento das funções cognitivas e aumentar os níveis séricos de BDNF de indivíduos adultos.