Pós-graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas
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PMPGCF - Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas
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Item Avaliação da distribuição e perfil funcional das subpopulações de monócitos na obesidade associada à resistência à insulina em resposta à sobrecarga oral de glicose(UFVJM, 2018) Garcia, Bruna Caroline Chaves; Vieira, Etel Rocha; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Mendonça, Vanessa Amaral; Ferreira, Adaliene Versiani Matos; Freitas, Bethânia Alves de AvelarOs monócitos são células mononucleares fagocíticas, classificados em três subpopulações distintas, conforme a expressão de CD14 e CD16: monócitos clássicos (CD14++ CD16- ), intermediários (CD14++ CD16+ ) e não-clássicos (CD14+ CD16++). Os monócitos nãoclássicos são responsáveis pelo patrulhamento do endotélio e têm sido relacionados com o estado pró-inflamatório de diversas doenças. Nosso grupo de pesquisa observou, em estudos prévios, aumento dessa subpopulação de monócitos em indivíduos obesos. Também foi observada correlação positiva entre o percentual de monócitos não clássicos com a glicemia no teste oral de tolerância a glicose (TTOG), o que sugere relação entre a intolerância à glicose e a maior frequência dessas células. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a distribuição e perfil funcional das subpopulações de monócitos em obesos sensíveis e resistentes à insulina em resposta à sobrecarga oral de glicose. Participaram do estudo 22 indivíduos obesos e 11 eutróficos, classificados em três grupos conforme a sensibilidade à insulina: controle eutrófico (CONT), obeso sensível à insulina (OBS) e obeso resistente à insulina (OBR). Inicialmente os voluntários passaram por avaliação antropométrica (aferição de massa corporal, estatura e composição corporal) e bioquímica (insulina e glicemia de jejum, triglicerídeos, colesterol total e frações). A distribuição e o perfil funcional das subpopulações de monócitos nos voluntários foram avaliadas antes, uma e três horas após o TTOG. No jejum os indivíduos obesos, independente da sensibilidade à insulina, apresentaram maior percentual de monócitos não-clássicos. Já os indivíduos do grupo OBR apresentaram menor percentual de monócitos clássicos e menor percentual de monócitos CD11b+ comparados ao CONT. O grupo OBS apresentou menor expressão de HLA-DR pelos monócitos. A sobrecarga oral de glicose não teve efeito sobre nenhuma das subpopulações de monócitos nos indivíduos do grupo controle. Contudo, no grupo OBS foi observada redução do percentual de monócitos não clássicos e aumento do percentual de monócitos clássicos 1 hora após o TTOG. Estas alterações não foram observadas 3 horas após o teste, o que indica um efeito transitório da sobrecarga oral de glicose no percentual dos monócitos clássicos e não clássicos nos indivíduos obesos sensíveis à insulina. Já no grupo OBR as mesmas alterações foram observadas 1 horas após o TTOG, contudo, diferente do grupo OBS, o percentual de monócitos clássicos se manteve aumentado e o de monócitos não-clássicos reduzido 3 horas após o TTOG. A sobrecarga oral de glicose também alterou a expressão de HLA-DR preferencialmente nos indivíduos obesos resistentes à insulina. Foi observada menor expressão de HLA-DR entre 1 e 3 horas após o TTOG, nas três subpopulações de monócitos do grupo OBR, enquanto no grupo controle essa redução foi observada apenas para os monócitos clássicos. Esses dados demonstram que a sobrecarga oral de glicose afeta de forma distinta a distribuição das subpopulações de monócitos e a expressão de HLA-DR em indivíduos obesos resistentes à insulina. Os achados indicam que o efeito da sobrecarga oral de glicose na distribuição e perfil funcional de monócitos é dependente da obesidade e agravada pela resistência à insulina.